22/02/2017

Capítulo 17. Decisions



Dianna andava de um lado para o outro pela sala, sua cabeça estava à milhões! Pensava em mil e uma coisa na qual deveria fazer... será que subia para ver como sua filha estava ou pegava o primeiro voo para Nova York? Que o bom Deus lhe perdoasse mas se por um acaso Bradley aparecesse em sua frente, ela seria capaz de fazer uma grande besteira. 

— Dianna, você precisa se acalmar. — Paul disse lhe entregando um copo com água e açúcar. 

— Eu avisei pra ele, avisei que se ele machucasse minha filha eu iria fazê-lo se arrepender amargamente. Eu vou atrás dele, Paul! Eu vou atrás dele em Nova York, e vou fazê-lo se arrepender de ter nascido. — Disse determinada, ela não era mulher de quebrar uma promessa. 

— Dianna você precisa se acalmar, está entendendo? — Paul tocou um dos seus ombros e suspirou. — O que esse cara fez foi algo muito baixo, ele não deveria ter exposto Demetria desse jeito, mas creio que Demi não precise de outra confusão, ela está precisando de carinho e paz, ela precisa de você pra passar por cima disso tudo, depois vocês decidem o que é o melhor à ser feito. — Dianna suspirou e sentou-se no sofá colocando o copo d'água na mesinha de centro. 

— Ela pode ser uma adulta pra qualquer pessoa, mas pra mim ela sempre vai ser minha garotinha e eu não suporto vê-la passando por isso. 

— Vai ficar tudo bem. — Paul disse esperançoso.

Selena desceu as escadas com um pequeno sorriso nos lábios. Ela estava feliz por ver que Miley havia deixado o passado no passado e finalmente tinha perdoado a irmã. Selena era uma das pessoas que mais torcia para que isso acontecesse, as duas tinham uma amizade incrível no passado e valia muito à pena aquela amizade ser resgatada. 

— Como ela está? — Dianna disparou assim que viu Selena descer as escadas. Selena segurou as mãos de Dianna e sorriu.

— Aparentemente ela está bem, Miley está lá com ela e tenho certeza que tudo vai dar certo. 

— As duas estão bem lá em cima? — Perguntou preocupada. O que ela menos queria no momento era uma briga entre as duas filhas. 

— Eu não quero estragar a surpresa mas acho que as duas estão se resolvendo. — Dianna abriu um enorme sorriso e seus olhos encheram de lágrimas, era o que ela mais pedia à Deus durante esses dez últimos anos, que suas filhas se perdoassem e voltassem a ser amigas como antes. 

—  Viu, eu disse que tudo ficaria bem. — Sorriu orgulhoso. 

— Bom, eu acho que já vou indo... está ficando tarde e eu acho que vocês precisam descansar desse dia cheio. — Selena soltou as mãos de Dianna e sorriu.

— Oh querida, muito obrigada por tudo e eu sinto muito pela maneira desastrosa que o almoço terminou. 

— O almoço foi maravilhoso e o que aconteceu não foi culpa de ninguém, não precisa se preocupar. — Dianna beijou a testa de Selena e a abraçou, ela era como sua terceira filha. — Aonde estão Nicholas e Daniel? 

— Estão lá fora brincando com Joe e Sophia. 

— Eu vou chamá-los. — Selena caminhou até o quintal e sorriu ao ver os quatro brincando de bola, Joseph ajudava Sophia a chutar a bola e a pequena gargalhava alto! Daniel estava preparado para dar um chute direto ao gol mas foi interrompido pela mãe. — Vamos pra casa? — Chamou da porta e Daniel resmungou. 

— Ah mamãe, aqui está tão legal. 

— Você já brincou muito hoje, filho, e sua vó precisa de descanso. — Nick disse pegando o filho no colo.

— Tudo bem. — Respondeu mesmo contra sua vontade, ele deu um beijo na bochecha de Sophia e se despediu do tio com um toque de mão. 

— Tchau garotão, amanhã nós brincamos mais, ok? — Dan assentiu e correu para se despedir da avó, Selena se despediu de Joe com um breve abraço e deu um beijinho na testa de Sophia.

— Você está sendo ótimo com ela. — Sorriu e saiu sem dar chances de Joseph responder, ele olhou para Sophia e fez uma careta.

— Papa. — Sophia disse risonha, ela encostou a cabeça no ombro dele e bocejou.

— Você está com sono, querida? — Perguntou alisando os cabelos lisos da pequena, a garotinha fechou os olhos e passou os bracinhos em volta do seu pescoço. — Dianna, ela dormiu. — Disse ao adentrar na sala com e menina nos braços.

— Você pode colocá-la no quarto pra mim? — Joseph assentiu e subiu com Sophia, ele bateu na porta do antigo quarto de Demetria e Miley abriu a porta.

— Aonde eu coloco ela? — Perguntou sussurrando para não acordar a garota.

— Pode coloca-lá do lado de Demi. — Miley cedeu espaço para Joe entrar, ele suspirou ao ver Demi dormindo serenamente, até parecia um anjinho. Ele deitou Sophia ao lado da mãe e Demi se mexeu apenas para abraçar sua garotinha, as duas estavam deitadas de frente para a outra, ele observou os detalhes das duas e foi quase impossível não sorrir, as duas eram tão parecidas.

— Ela chorou até dormir. — Miley disse chamando sua atenção, ele olhou a última vez pra elas capturando aquela imagem e saiu do quarto com Miley.

— Eu espero que ela fique bem. — Falou enquanto descia as escadas, ele colocou as mãos no bolso do short e sorriu. — Bom, eu vou indo... nos vemos amanhã, o.k? — Miley assentiu e recebeu um beijo carinhoso na testa, Joseph se despediu de Dianna com um abraço e desejou que tudo ficasse bem.

— Eu também já vou indo, Selena tem razão, vocês precisam descansar. — Paul disse se despedindo da amiga. — Fica bem e não vá atrás dele em Nova York, entendido? — Brincou e Dianna riu assentindo.

— Tudo bem, obrigada por tudo. Você é um grande amigo, Paul. — O abraçou e sorriu. — Tchau querido, e me desculpe por abusar da sua boa vontade. — Falou para Joseph.

— Você sabe que pode contar comigo sempre. — Beijou-lhe a testa e saiu junto com o pai.

— Como ela está? — Dianna perguntou deitando no sofá, aquele dia havia sido demais pra ela, estava tão cansada, seu corpo implorava por um banho e uma cama aconchegante.

— Ela não está chorando pelos cantos e nem depressiva. — Brincou e Dianna lhe repreendeu com uma careta. — Eu acho que ela está chateada, acredito que Demi estava pensando em dar mais uma chance para o casamento mas ele colocou tudo à perder, ela também está magoada por Bradley expôr ela daquela maneira.

— Alguém da equipe dela já ligou?

— O telefone dela não parou de tocar, eu só atendi a ligação da assessora dela, Anne disse que está tudo uma loucura por lá e que Bradley está furioso, parece que ele quer até processar o paparazzi que tirou as fotos.

— Ele é um grande cara de pau, isso sim!

— Demi disse que iria fazer a coisa certa dessa vez. Eu não sei o que ela quis dizer com isso mas acho que mudanças boas estão vindo por ai. — Disse com um sorriso nos lábios e Dianna sorriu

— Vocês se entenderam? — Perguntou esperançosa, Miley sorriu e assentiu abraçando a mãe.

— Ela pediu desculpa por tudo, nós conversamos e eu vi que não valia a pena ficar remoendo aquilo, nós somos irmãs e só isso importa.

— Eu estou tão orgulhosa de você, meu amor. — Dianna limpou as lágrimas e beijou a testa da filha, pelo menos uma noticia boa no meio de tanta desgraça.



***


Joseph adentrou em casa, jogou as chaves e a carteira na mesinha de centro e ligou a televisão num canal qualquer de futebol, estava cansado e precisava de um banho, tirou a blusa, os sapatos e deitou no sofá. Ele sempre desejou o dia em que veria Demetria sofrer assim como ele sofreu, por anos desejou que ela pagasse tudo na mesma moeda mas agora que esse dia havia finalmente chegado, ele não estava se sentindo satisfeito, muito pelo contrário, seu coração estava uma confusão de sentimentos mas mesmo assim ele estava preocupado com ela, ter uma traição publicada para o país inteiro era muita humilhação. O som da campainha lhe despertou dos seus pensamentos, ele levantou e foi abriu a porta.

— Oi. — Elisa sorriu e deu um breve selinho em Joseph. — Aonde você passou a tarde? Eu te liguei tantas vezes e seu celular só dava caixa postal.

— Meu celular descarregou no meio da tarde. Eu fui jogar com Nick e depois fomos almoçar lá na Dianna. — Deu os ombros, Elisa assentiu e sentou de lado em seu colo passando uma das mãos pelo pescoço dele.

— Você passou a tarde toda lá? — Perguntou enquanto fazia carinho nos cabelos dele. Joe assentiu e depositou um beijinho no ombro dela. — Então você já sabe o que aconteceu? A cidade toda está comentando sobre isso.

— Sim, eu sei. — Falou normalmente como se aquele assunto não lhe importasse.

— Confesso que eu fiquei com um pouco de dó dela, que humilhação ter uma traição revelada assim. Mas se bem que ela está pagando tudo o que ela fez com você. Demetria já deu muita mancada com você, não me surpreende o fato de que ela está pagando tudo.

— Elisa, naquela noite em que tudo aconteceu, foi você quem me mandou uma mensagem avisando tudo... Demetria era sua melhor amiga, porque você não tentou evitar que ela fizesse aquilo? — Perguntou curioso, tinha muita coisa que em sua mente não se encaixava.

— Eu tentei avisar mas ela não me escutou, eu já estava cansada de bancar a babá dela, sabe? E quando o pai dela morreu parece que tudo piorou, ela começou à usar drogas ilícitas e até ficou com uma garota. — Fez uma careta. Joe estava surpreso, ele não fazia ideia de que Demi já havia usado drogas ilícitas, era muita informação para sua cabeça. — Eu tentava avisar mas ela dizia pra mim não me meter, eu acabei cansando. — Elisa encostou a cabeça no ombro de Joe e suspirou. — Desculpa lhe dizer isso, eu acho que você não sabia que Demi ficava com garotas enquanto vocês ainda estavam juntos.

— Está tudo bem, isso é passado e a vida de Demetria não me interessa mais. — Sua voz saiu incrivelmente forte apesar do seu coração estar uma verdadeira confusão.

— Eu tenho uma novidade. — Ela o encarou com um sorriso divertido no rosto, Joe arqueou a sobrancelha e beijou a bochecha dela.

— Não me deixa curioso.

— Eu consegui um emprego na empresa do Sr. James, o filho dele me contratou como secretária, eu estou tão feliz.

— Parabéns, amor. — Ele sorriu e lhe abraçou. — Acho que isso merece uma comemoração, o que acha?

— Eu acho ótimo, o que você quer fazer? — Perguntou alisando a nuca dele. Joe sorriu de lado e Elisa deu um tapa no braço dele.

— Eu ia dizer pra gente pedir uma pizza e assistir um filme, mas já que você pensou nisso, eu não acho uma má ideia. — Brincou dando alguns selinhos no pescoço dela, Elisa sorriu e beijou a bochecha dele.

— Uma pizza parece ótimo. — Joe fez uma careta quando Elisa levantou do seu colo para pedir a pizza mas acabou rindo, ele tinha uma vida boa e precisava focar nisso.



Casa da Dianna
10:00 da manhã


Demi abriu os olhos e piscou algumas vezes, sentiu sua cabeça doer quando tudo veio em sua mente como um flashback, fechou os olhos novamente e suspirou, tinha uma porra de um furacão para resolver. Demetria levantou, vestiu seu robe preto e foi até a janela, quando abriu a janela sentiu a brisa bater em seu rosto e ela se abraçou, o céu estava cinza e ventava forte. Demi foi até o criado-mudo e pegou seu celular, ele estava desligado, provavelmente Miley havia desligado. Demi ligou o celular, havia várias mensagens e ligações perdidas. Ela leu algumas mensagens mas uma mensagem de voz lhe chamou atenção, era Bradley, o que diabos ele queria?


— Demi, eu sei que você deve estar puta comigo mas eu juro
que tenho uma explicação, por favor, vamos conversar. atende o telefone, eu te amo.


Demi riu e apagou a mensagem, ele era tão inacreditável. Que explicação ele teria? Nenhuma que valia a pena ser ouvida, com certeza! Ela revirou os olhos e bloqueou o número dele, o único contato que teria com ele seria no tribunal. O telefone vibrou em suas mãos e ela atendeu rapidamente, era Anne, sua assessora. 

— Finalmente alguém atendeu o telefone, eu estou tentando falar com você ou com alguém da sua família há horas. Como você está? Eu estou tão preocupada com você, menina. 

— Eu pensei que estaria pior mas eu estou bem, parece que um caminhão passou por cima de mim várias vezes mas eu estou bem. 

— Eu te conheço, Demi. Você sempre escondeu seus sentimentos, eu sei que por dentro você deve estar abalada. — Demi sorriu entre as lágrimas, ela realmente estava abalada. Anne era uma das poucas pessoas que lhe conhecia de verdade naquele mundo louco em que ela vivia. 

— Eu só queria entender o motivo disso tudo, Anne. Ele veio aqui, me disse coisas lindas, que me amava, que se arrependia e me queria de volta, ele estava quase beijando meus pés para me ter de volta, mas pra quê? Pra quê ele estava se esforçando tanto pra me ter de volta sendo que ainda estava com ela, ele pensou o que? Que eu iria aceitar um relacionamento à três? Isso é patético!

— Eu também não entendo, Demi. Eu esperava isso de qualquer pessoa menos dele, Bradley era meu amigo, nós tivemos tantos momentos juntos e ele estragou tudo à troco de... nada! Eu sinto muito que isso esteja acontecendo com você, você não merecia isso. 

— Talvez eu merecesse. — Disse quando viu um casal de namorados adolescentes passarem pela janela de mãos dadas, ela se lembrou da sua adolescência e de tudo o que tinha aprontado. — Mas como estão as coisas por ai? 

— Uma loucura! Os telefones não param de tocar, todo mundo quer saber quando você vai se pronunciar, se vai ter separação... eu estou tentando controlar tudo mas não vou mentir, está complicado. 

— Eu sinto muito por você ter que passar por isso, eu vou ligar para o advogado e resolver tudo, provavelmente eu estarei por ai amanhã.

— Eu posso marcar uma coletiva de imprensa? 

— Ainda não, quando eu chegar nós conversaremos sobre isso, pode ser? Mas pode reservar um hotel pra mim e comprar minha passagem. 

— O.k, eu te mando tudo por e-mail. 

— Obrigada, Anne. Eu não sei o que seria da minha vida sem você. 

— Não precisa agradecer, Demi. É apenas o meu trabalho, se precisar de mim é só ligar, vou te deixar informada sobre tudo. — Demi agradeceu e se despediu da amiga. Ela colocou o celular em cima do criado-mudo e adentrou no banheiro, fez sua higiene matinal e se despiu para tomar um banho quente e relaxante. Fechou os olhos quando sentiu a água quente entrar em contato com seu corpo e deixou a água lavar seu corpo. Quando saiu do banho, ela foi direto para o closet, vestiu um jeans preto, uma blusa de manga cumprida e um sobre tudo preto, sentou num banquinho e calçou suas botas de salto. Quando terminou, arrumou os cabelos em frente ao enorme espelho, pegou seu óculos escuro, sua bolsa e desceu, tinha uma visita importante à fazer. 

— Bom dia, querida. — Dianna sorriu assim que a filha adentrou na cozinha, ela estranhou as vestimentas da filha, pensara que ela passaria o dia todo na cama. — Como você está? 

— Na medida do possível, bem. — Respondeu com um sorriso leve nos lábios, ela pegou uma maçã e sorriu quando viu Sophia caminhar em sua direção. Demi se abaixou e abriu os braços para receber sua menina. Sophia correu até a mãe e se jogou nos braços dela sorridente. — Bom dia meu amor. — Disse com um enorme sorriso nos lábios, apenas Sophia era capaz de arrancar um sorriso verdadeiro dela naquele momento.

— Mamãe. — Sophia disse sorrindo e Demi arregalou os olhos olhando para a mãe.

— Ela falou "mamãe". Ela falou! — Disse animada, ela levantou com a garotinha no colo e jogou a menina no alto fazendo-a gargalhar. — Meu amor, você falou "mamãe". Eu estou orgulhosa de você.

— Mamãe. — Ela disse novamente com um sorriso divertido nos lábios ao ver a alegria da mãe. 

— Mamãe te ama. — Encheu o rosto da filha de beijos, Dianna observava as duas com um sorriso no rosto. — Eu preciso ir visitar uma pessoa, depois eu vou passar no restaurante pra conversar com Miley, acho que vou almoçar por lá mesmo. — Dianna estava estranhando tudo aquilo mas não disse nada apenas assentiu e beijou a testa da filha, ela era adulta e sabia o que fazia. — Quando eu voltar vamos conversar. 

— Tudo bem querida, vá com Deus. 

— Amém. — Disse depositando um beijo na bochecha da mãe e de Sophia. Demi adentrou no carro e deu partida. No meio do caminho ela passou em uma floricultura e comprou uma rosa vermelha, demorou aproximadamente trinta minutos para chegar ao seu destino. Seu coração estava acelerado e as pernas tremiam mas ela não desistiu, adentrou no cemitério e foi até a recepção. — Bom dia, eu vim visitar... hm... — Ela não sabia como dizer aquilo, era tão estranho pra ela...

— Veio visitar algum parente? — Uma moça simpática perguntou e ela assentiu. — Qual é o nome? 

— Eddie Lovato. — A moça assentiu, pesquisou alguma coisa no computador e olhou novamente para ela.

— Patrick levará a senhora até lá. — Demi agradeceu e acompanhou o moço simpático que lhe acompanhou até a lápide do seu pai. Ela sentiu uma sensação estranha tomar conta de si, uma sensação que ela não sentia à anos. Demi se abaixou e estranhou quando viu uma rosa branca viva em cima do túmulo. Quem será que havia colocado? Ela colocou a rosa vermelha ao lado da branca e alisou o nome de Eddie que estava gravado na lápide. As primeiras lágrimas começaram a brotar em seu rosto e ela suspirou, tinha tanta coisa pra dizer.

— Você faz muito falta sabia? — Sua voz quase não saiu e suas mãos tremiam.  — Eu sinto falta do seu cheiro, da sua voz, das suas broncas. Eu não sei se você tem orgulho da pessoa que eu me tornei, eu fiz muita coisa errada depois que você se foi, eu acho que eu me perdi, você era minha âncora, você mantinha meus pés fincados no chão. Eu machuquei pessoas que me amavam, machuquei pessoas inocentes por... nada, simplesmente nada! Eu prometi pra você que cuidaria da mamãe e eu não cumpri minha promessa, fui embora na primeira oportunidade deixando ela pra trás, na responsabilidade de uma menina de quinze anos, que tipo de monstro faz isso? — Sua voz estava embargada e quase não saía, as lágrimas desciam rapidamente pelo seu rosto e ela soluçava. — Se eu pudesse voltar atrás eu faria tudo diferente, eu teria aproveitado mais tempo com você, teria dado valor aos momentos pequenos que passei ao seu lado, cuidaria da mamãe e não machucaria tantas pessoas. A minha vida está de cabeça pra baixo, eu tenho tantas decisões para tomar e não sei por onde começar, eu me sinto perdida dentro da minha própria vida e se você estivesse aqui, saberia exatamente como me aconselhar. Eu quero fazer a coisa certa dessa vez, papai, eu quero que você tenha orgulho de mim, eu quero ser uma boa pessoa, assim como você era. Você tem uma netinha, sabia? Ela é bem sapeca mas é uma boa menina, hoje ela é a razão da minha vida e eu quero tomar a decisão certa por ela, eu quero ser uma mãe e um pai pra ela, como você e a mamãe foram pra mim. Um raio partiu o céu e Demi sentiu seu coração quebrar em pedacinhos, apesar de fazer anos desde o falecimento do seu pai, a ficha de que ele tinha morrido estava caindo agora. — Eu te amo tanto, pai. Eu sinto muito por não ter ido me despedir de você, eu sinto muito. 

— Moça, nós precisamos ir. — Pratick disse, chovia muito e ela pegaria uma doença se continuasse ali. Demi o ignorou e continuou ali, deitada perto da lápide do seu pai enquanto a chuva se misturava com suas lágrimas. 

— Demi? 

— Moço, eu preciso de ajuda pra tirar aquela moça dali, ela já está sentada ali chorando faz quase meia hora e eu estou preocupado, ela pode acabar ficando doente se continuar na chuva. — Joe franziu o cenho quando viu Demi sentada sobre a lápide de Eddie. O que ela estava fazendo ali? Ele tirou sua jaqueta, entregou para o moço e correu até Demi.

— Demetria, o que você está fazendo aqui? — Ele se abaixou perto dela e sentiu seu coração doer quando viu os olhos vermelhos e o rosto delicado com uma feição triste. Demi suspirou e o abraçou, era tudo o que ela precisava, de um abraço. Ela encostou a cabeça no peito dele e chorou, despejando toda a sua dor. 

— Eu sou uma filha horrível, Joseph! Eu sou um monstro. Eu não fui ao enterro me despedir dele, não fui ao velório ajudar a minha mãe e minha irmã, eu deixei tudo por conta de uma garota de quinze anos, que tipo de monstro faz isso? 

— Você teve os seus motivos e seu pai sabe disso! Só porque você não estava no enterro ou no velório isso não quer dizer que você sofreu menos ou que você é uma filha ruim. Eu estava com você e vi como tudo foi difícil, você foi embora porque precisa ajudar sua família de alguma forma e você muito forte ao tomar essa decisão, eu tenho certeza que seu pai tem orgulho de você por isso, você é uma menina forte, Demetria, vai passar por isso. — Demi sentiu cada pedacinho do seu coração quebrado se encher de esperança e paz. — Agora levanta e vamos sair daqui, antes que você fique doente. Você não tem que se culpar por isso, Eddie te amava muito e eu sei que aonde quer que ele esteja, ele está cuidando de você e te protegendo. — Joe levantou-se e estendeu a mão para ajuda-lá a levantar, Joe colocou a rosa branca que ele havia trago na lápide de Eddie e sorriu fraco. 

— Você sempre vem aqui? — Perguntou enquanto eles caminhavam juntos, Patrick entregou a jaqueta de Joe e ele colocou em volta dos ombros dela. 

— Eu venho aqui pelo menos uma vez a cada duas semanas, eu e seu pai eramos grandes amigos e ele já me ajudou muito, foi uma pessoa muito especial na minha vida. — Demi sorriu e assentiu, Eddie era tão bondoso com todos, ela queria ter um bom coração assim como ele. 

— Obrigada pela ajuda, Joseph. 

— Você está bem para dirigir? Eu posso levá-la para casa, você está toda molhada e pode ficar doente. — Demi franziu o cenho, ele estava preocupado?

— Eu preciso passar em um lugar primeiro antes de ir pra casa.

— Eu acho melhor você ir pra casa se esquentar. 

— Porque você está preocupado, em? — Pergunto impaciente. — Você me odeia, deveria estar rindo da minha desgraça e não me ajudando. 

— Eu não sou esse tipo de pessoa, Demetria. Diferente de você, eu tenho um coração. — Disse e adentrou em seu carro dando partida logo em seguida, idiota! Era isso que recebia por ser gentil.

Demi adentrou no carro e só então percebeu que ainda estava com a jaqueta dele, aquela jaqueta tinha um cheiro bom e tão familiar. Ela suspirou e deu partida no carro, porque tinha que ser tão estúpida? Demi não demorou muito para chegar até o restaurante, quando ela entrou havia apenas Paul na recepção, ela se aproximou e Paul sorriu ao vê-la.

— Querida, como você está? 

— Eu estou bem, Paul. — Sorriu brevemente. — Joseph está por aqui? Preciso entregar algo pra ele. — Mordeu o lábio inferior e Paul franziu o cenho sem entender, mas assentiu e sorriu. 

— Joe está lá na sala dele, a primeira porta à direita. — Demi agradeceu e foi até lá, ela bateu na porta e adentrou quando teve permissão mas se arrependeu amargamente quando viu Elisa sentada no colo dele. 

— Eu vim apenas entregar a jaqueta que você esqueceu comigo, obrigada pela ajuda, significou muito pra mim. — Disse se aproximando para entregar a jaqueta, ela estava arrependida por ter sido ignorante com ele drpois da grande ajuda que recebeu, queria se desculpar decentemente mas parecia que estava em um campo minado. Elisa lhe encarava com uma cara nada boa.

— Não precisa agradecer, Demetria. Quando sair fecha a porta, por favor. — Sua voz era fria e Demi assentiu, ela saiu da sala irritada e nem sabia o motivo, ela merecia aquilo. 

 — Demi? O que está fazendo aqui? — Miley perguntou ao ver a irmã ali. Ela estava toda molhada e tremia de frio. — Está tudo bem? — Perguntou preocupada, Demi assentiu e sorriu.

— Será que podemos conversar?

— Podemos mas antes você tem que se secar antes que pegue sua doença. — Disse puxando a irmã pela mão ignorando as reclamações dela. As duas adentraram em uma salinha e Miley entregou uma muda de roupa que sempre levava consigo.

— Isso não vai servir em mim. — Disse observando o vestido florido.

— É melhor do que você pegar alguma doença, anda veste. — Demi revirou os olhos e retirou as roupas molhadas ficando apenas com roupas intimas, ela vestiu o vestido florido e suspirou, havia ficado um pouco apertado pelo fato de Miley ser mais esbelta que ela mas sorriu ao ver o sorriso da irmã.

— Você está parecendo aquela Demi de dezessete anos. — Miley observou sorrindo, Demi suspirou e se olhou num espelho que havia na sala. Ela se sentia com dezessete anos novamente. — Você está com frio? Eu tenho um casaco aqui.

— Não, aqui está quentinho. Podemos conversar agora?

— Podemos, vamos até uma mesa. — As duas caminharam até uma mesa mais afastada e sentaram-se de frente para a outra. Demi observou a chuva que caia forte do lado de fora pela enorme janela e suspirou. — O que você estava fazendo na sala do Joseph? — Perguntou curiosa.

— Fui entregar a jaqueta dele que ele esqueceu comigo. — Miley arqueou a sobrancelha — Não foi nada demais, ele apenas me ajudou lá no cemitério.

— O que você estava fazendo num cemitério?

— Eu fui visitar o papai. — Miley suspirou e desviou o olhar, ela sempre evitava falar sobre a morte do seu pai, era algo que ainda doía nela. — Eu quero que você vá para Nova York comigo. — Disse quebrando o silêncio que havia se instalado sobre elas e acabou surpreendendo a irmã.

— Nova York? — Demi assentiu e segurou uma das mãos da irmã que estava em cima da mesa. — Eu adoraria mas não posso largar as coisas por aqui dessa maneira...

— São apenas dois dias, Mi. Eu preciso resolver minha vida e eu preciso de você ao meu lado, eu não vou conseguir sozinha. — O olhar carregado de dor da irmã fez Miley sentir seu coração quebrar, ela apertou uma das mãos de Demi e sorriu.

— Demi, você é mais forte do que pensa, você vai conseguir passar por isso, o.k? Nós vamos para Nova York e vamos nos divertir muito. — Elas trocaram um olhar confidente que não trocavam à anos e sorriram. — Eu vou conversar com Joseph e fazer um almoço especial pra você.

— Eu estou adorando ser mimada. — Brincou quando a irmã levantou.

— Não fica mau acostumada não, bebê. — Lhe mostrou língua e saiu sorrindo, ela estava tão feliz. Demi pegou seu celular dentro da bolsa e discou o número do seu advogado, tocou três vezes e ele atendeu, Scott era um velho amigo da faculdade e ela sabia que ele agilizaria o processo do divorcio.

— Você está bem, querida? — Perguntou simpático.

— Eu estou bem, Scott. E você?

— Estou bem graças ao bom Deus, eu acho que já sei o motivo pelo qual você me ligou. — Disse brincalhão e Demi riu, Scott tinha um senso de humor muito bom. 

— Consultou sua bola de cristal? — Perguntou divertida e ele gargalhou.

— Ainda não tenho esse poder mas Anne me ligou e disse que você provavelmente iria pedir o divórcio, eu já enviei os papeis para Bradley, ainda não obtive respostas do advogado dele mas precisamos marcar uma reunião para decidir o que vai entrar na separação de bens e pra você assinar os papéis. 

— Amanhã eu estarei aí e resolveremos tudo! Eu quero a guarda definitiva da minha filha, você colocou isso nos papéis?

— Coloquei sim, está tudo do jeito que você gostaria. 

— Obrigada por tudo, Scott. Eu não sei o que seria da minha vida sem você e Anne.

— Fazemos apenas o nosso trabalho, se precisar é só ligar, nos vemos amanhã! — Demi se despediu do advogado e agradeceu ao jovem garçom quando ele trouxe seu almoço, ela deu uma garfada e suspirou fechando os olhos, aquilo estava maravilhoso! Miley deveria ser a melhor chefe de cozinha daquela cidade.

Miley abriu a porta da sala de Joseph e revirou os olhos ao ver Elisa encostada perto da janela, enquanto Joe lia alguns papeis, aquela mulher não tinha nada de importante pra fazer da vida? — Precisamos conversar. 

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntou tirando os olhos dos papéis para encarar a amiga.

— Eu preciso de dois dias de folga. — Joe arqueou a sobrancelha e Miley sorriu de lado. — Vou viajar para Nova York amanhã com a minha irmã. — Ele assentiu e suspirou, com o olhar que Miley lhe lançou se ele negasse provavelmente não passaria daquele dia. 

— Tudo bem, ela deve estar precisando de você. — Deu os ombros e voltou a encarar os papéis.

— Ah, e ela pediu pra agradecer mais uma vez a ajuda que você deu pra ela mais cedo, ela disse que foi uma grande ajuda e muito essencial pra ela. — Piscou e saiu da sala, Elisa arqueou a sobrancelha e o encarou como se cobrasse uma explicação.

— Você disse que não foi nada demais. 

— E não foi. Elisa, cadê sua auto-confiança? 

— Quando se trata de você, eu não sou tão confiante assim, eu tenho medo dela te roubar de mim. 

— Elisa isso não vai nos levar à lugar nenhum, eu estou com você agora e não tenho planos nenhum em deixar você sair da minha vida, eu não quero Demetria de volta na minha vida... Ela é irmã da minha sócia e agora que as duas se resolveram creio que vai aparecer no restaurante com mais frequência mas nosso contato não vai passar de ser algo profissional, apenas isso. Você confia em mim?

— Confio, eu amo você, Joseph! — Ela entrelaçou suas mãos e o beijou.


***


Demetria adentrou em casa, colocou sua bolsa em cima do sofá e retirou as sandálias. Seus pés estavam doloridos e ela precisava de um banho! Caminhou até a lavanderia e colocou suas roupas molhadas dentro da máquina. A casa estava silenciosa e ela estranhou todo aquele silêncio, geralmente Sophia estava rindo ou falando palavras que só faziam sentindo na cabecinha dela. — Mãe? — Chamou subindo as escadas, entrou no quarto da mãe e a encontrou sentada na cama com um porta retrato nas mãos. — Mãe, está tudo bem? — Se aproximou, Dianna limpou as lágrimas e sorriu assentindo, ela não gostava de demonstrar fraqueza, principalmente na frente das filhas. — Mãe, o que a senhora está fazendo? — Demi sentou ao lado da mãe e retirou o retrato do seu pai das mãos dela.

— Eu só estava com saudades dele. — Fungou entristecida. — Às vezes a realidade me atingi e eu percebo que nunca mais o terei do meu lado, ele saberia exatamente como aconselhar você à fazer a coisa certa.

— Eu também sinto muito a falta dele, mas aonde quer que ele esteja, ele está olhando por nós e nos protegendo. — Disse lembrando-se das palavras de Joseph.

— Você tem razão, querida. — Sorriu e Demi limpou as lágrimas da mãe, ela odiava ver sua mãe chorar. — E então?

— Amanhã eu e Miley iremos para Nova York. — Dianna franziu o cenho e Demi deitou a cabeça no colo da mãe enquanto sentia o carinho que ela fazia em seu cabelo, aquilo ela era tão bom. — Eu preciso assinar os papeis do divórcio, vou dar uma entrevista com uma coletiva de imprensa e pegar algumas coisas minhas que ficaram na cobertura.

— Você vai mesmo se separar dele? — Demi assentiu, o silêncio tomou conta do local por alguns minutos.

— Eu não quero viver uma relação à três, não quero viver com um homem que mente e acima de tudo não quero viver brigando, eu sei que é isso o que vai acontecer se eu voltar pra lá. A minha filha merece o melhor, e o melhor para ela é o divórcio, não vai ser saudável ela crescer num ambiente que só tem brigas. Eu posso criar a minha filha muito bem sozinha. — Dianna sorriu orgulhosa da filha e assentiu.

— Você vai passar por cima disso, filha. Eu sei que vai!


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quem foi que voltou mais cedo com um capítulo novinho pra vocês?
gente, eu acho que esse foi o capítulo que eu escrevi com mais facilidade.
eu estou tão feliz e satisfeita com ele, espero de coração que vocês gostem. o que acharam do momento jemi? eu particularmente me tremi toda enquanto escrevia.
muuuuitos tiros vem por aí, esse aí é só o começo. 
enfim meninas, eu volto o mais rápido que eu puder com o próximo.
obrigada por cada comentário e visualizações, vocês são maravilhosas <3
respostas aqui | bjs meus amores.


se não for pra causar, nem posto! 

25 comentários:

  1. Foi também um dos melhores capítulos adorei ser a q bradley vai querer deixar Sophia com Demi?

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    1. fico feliz em saber que você gostou ♥
      acho que ele vai implicar um pouco com isso só pra infernizar

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  2. Amooor,melhor capitulo depois do que ela descobre sobre bradley e volta pra casa de Tia Di.
    Tá perfeito e continua ta? ❤

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    1. fico muito feliz em saber que gostou, eu ainda tenho minhas dúvidas sobre meu capítulo fav, é tanta coisa pra acontecer que fica difícil escolher.
      vou continuar sim, obrigada. .♥

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  3. Um dos melhores capítulos com certeza eu amei Manaaaaa continua que tô morrendo pelo próximo!

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    1. muito obrigada pelo carinho, vou continuar sim... ♥

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  4. Já quero mais!!! Ansiosa pelos próximos capítulos!!!

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  5. MDS
    QUE CAPITULO FOI ESSE
    SOCORRO
    Esse momento jemi foi a coisa mais linda
    Mano ela vai se divorciar finalmente
    Ainda bem
    Posta logooo
    Bjs

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    1. eu também amei o momento jemi, foi o primeiro de muitos que vão vir, amém?
      ja tava na hora né? depois de tanto quebrar a cara, finalmente.
      vou postar em breve, bjs

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  6. "se não for pra causar, nem posto!" esse é meu lema kkkkkkkkkk.
    Um capitulo iconico com momento Jemi. Não vou negar que amei.
    Eu não sei se lembra de mim, eu sumi e parei de comentar, mas alcancei seu capitulo atual essa semana e espero que poste mais.
    Estou repassando um selinho para você (http://gyllenswift.blogspot.com.br/2017/02/selinho.html). Caso voce goste de responder e repassar, enfim, é um dos blog que mais leio e gosto.
    Posta mais.
    Beijos, Mirela.

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    1. tem lema melhor que esse? jsjshs
      fico feliz em saber que gostou. ♥
      lembro sim é fico feliz em saber que voltou.
      muito, muito obrigada pelo selinho, eu fiquei muito feliz em recebe-lo.
      vou postar em breve.
      bjs! ♥

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  7. Não sei o que falar desse capítulo e a única coisa que eu consigo pensar é que merda foi essa que o Joe fez chamando a cobra da Elisa de amor e a Demi tá começando a arrumar a bangunça

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    1. jdjdjsj eu tô rindo.
      joe ainda vai fazer muita cagada e sinto que o ódio que vocês sentiam pela demi no começo da fanfic vai virar contra ele jdjshs

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  8. postaaaa , novaaa seguidora ansiosaaa

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    1. Pois é, as "velhas" também estão!!! Kkkkk

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    2. Kkkkkkkk Meu coração ta a mil Aqui !

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    3. bem vindaaaa ♥
      desculpa a demora vou postar em breve, prometo.

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  9. Você Ta querendo me matar do coração? Vai conseguir kkk

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    1. quero não jsjsjs
      aguenta mais um pouquinho que vai sair

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