26/11/2016

Capítulo 5. Reality Crash



Demi estava trancada no quarto desde o incidente da lagarta, Dianna tinha preparado um lanche e ela havia comido no quarto mesmo. Agora Demi estava deitada na cama assistindo um filme qualquer que passava na televisão. Ela já estava começando a ficar entediada com aquela rotina, estava sentindo falta da sua correria, de estar em uma cidade diferente à cada dia, ficar sem fazer nada era chato e entediante. Não tinha mais lágrimas para chorar por Bradley e ele também não merecia. Ela precisava ligar para o seu advogado e pedir para ele dar inicio ao divórcio mas ela não tinha certeza se era disso que ela queria, infelizmente ela gostava muito dele. Eles haviam se conhecido quando ela estava no último ano da faculdade, estava estagiando na empresa da família dele, a atração aconteceu no primeiro contato, tinham alguns colegas em comum, conversaram, se aproximaram mais e tudo acabou acontecendo! Jantaram juntos duas vezes, ficaram durante três meses, depois veio o pedido de namoro e quando completaram dois anos juntos veio o pedido de casamento. Foram dois anos de namoro e três de casamento! Ele havia ajudado ela à chegar aonde estava hoje, eles haviam passado por muitas coisas, valia a pena acabar com tudo por causa de um deslize? Aquele monte de pensamento lhe deixou enjoada, seu corpo parecia implorar por um banho quente e relaxante. Demi levantou e começou a se despir, entrou no banheiro e adentrou no box, ligou o chuveiro e fechou os olhos quando sentiu a água quente entrar em contato com sua pele, aquilo era tão bom, tão relaxante! Ela buscou pelo sabonete e começou a passar pelo seu copro, aquilo era muito bom. Demi estava tão relaxada enquanto tomava seu banho que deu um pulo quando de repente a água esfriou, diabos! Ela desligou o chuveiro rapidamente sentindo seu corpo tremer, ela só não sabia dizer se era de frio ou de raiva. Inferno, porra, caralho! Xingou mentalmente, estava com tanta raiva, ela não podia nem tomar um banho em paz? Inferno de lugar! Buscou uma toalha e se enrolou.

— Querida, está tudo bem? — Dianna perguntou quando adentrou no quarto e viu a feição irritada de Demetria, ela estava vermelha!

— A porra do chuveiro queimou. — Falou brava. Primeiro encontrava um inseto no banheiro, depois o chuveiro queimava, porque ela escolheu aquele fim de mundo? Poderia estar em Paris agora num dos hotéis mais luxuosos.

— O chuveiro daqui é assim mesmo. — Deu os ombros como se aquilo não fosse grande coisa, pra ela realmente não era já que ela estava acostumada. — Daqui a pouco a água quente volta, você pode continuar seu banho no chuveiro lá de baixo. — Demi assentiu e quando ia saindo Dianna à chamou. — Ah, você pode levar seu prato e seu copo lá pra cozinha?  — Demi bufou alto revirando os olhos e pegou o copo e o prato que ela havia comido mais cedo e desceu, quando adentrou na cozinha encontrou Miley terminando de secar um copo. Demi colocou o prato e copo em cima da pia e deu as costas, Miley olhou para a louça suja da irmã e franziu o cenho. 

— Ei pode voltar e lavar seu prato! — Disse irritada, ela havia ido em casa buscar uns documentos do restaurante e aproveitou para ajudar a mãe com a louça, ela não era empregada de Demetria. — Eu estou falando com você mesma, Demetria. — Falou quando Demi virou para encará-la. — Ninguém aqui é sua empregada, pode voltar e lavar a porcaria do seu prato. 

— Miley, eu não estou num bom momento. — Disse fechando os olhos e tentando manter a calma. Estava pra explodir e xingar todos.

— Eu não estou nem aí se você está num bom momento ou não. Eu não sou sua empregada, muito menos a mamãe. Ela não tem obrigação nenhuma de fazer as coisas pra você. Aqui não é Nova York, aqui você não é uma estrela. Aqui você é só uma pessoa qualquer e aqui as pessoas trabalham e batalham todos os dias! Já está na hora de você parar de se lamentar por ser uma chifruda e ajudar em alguma coisa. — Demi sentiu o sangue ferver e ficou tentada em voar em cima de Miley, quem diabos havia contato da traição para ela? 

— Você não tem direito nenhum de falar assim comigo, está entendendo? Eu posso sim ser a porra de uma chifruda mas não esqueça que você também já foi uma. — Apontou o dedo e Miley parou aonde estava, Demi estava tocando na ferida e aquilo não ia prestar. — Você não sabe nada sobre mim!

— Eu sei o suficiente pra saber que você é uma vadia mimada que acha que todos tem que fazer a vontade da vossa majestade mas você está muito enganada, Demetria Lovato! Aqui não é a sua casa e aqui existem regras, se você quiser ficar aqui tem que cumpri-las.

— Sério, Miley? E se eu não cumprir essas malditas regas, o que você vai fazer? Me expulsar de casa? — Riu debochada olhando Miley de cima à baixo. — Essa rixa comigo é por causa do que aconteceu com seu ex namoradinho ou porque você tem inveja de mim? Inveja porque eu consegui tudo o que você sempre quis ter! — Miley estava com lágrimas no olhos e se recusava a derrubá-las. Por um momento Demi se sentiu mal por ter falado aquilo mas Miley quem havia começado. 

— Você não passa de uma vadia, Demetria. — Miley riu e limpou um lágrima que escorreu pela sua bochecha. — Você acha mesmo que eu tenho inveja de alguém como você? Olha só pra você! — Apontou — Você é uma pessoa artificial, você é uma pessoa horrível! Não é atoa que seu marido te traiu, ele não fez nada que você não mereça. Você se tornou a pessoa que eu mais desprezo, você humilha as pessoas só pra se sentir bem, você se tornou uma pessoa miserável. Eu prefiro mil vezes continuar como eu estou, com pessoas que me amam de verdade do que ter todo o dinheiro e fama do mundo e ser infeliz como você. Agora dá licença que eu vou trabalhar, diferente de você, existem pessoas que batalham para conquistar seus objetivos. — Miley pegou sua bolsa e quando ia saindo Demi segurou o braço dela, seus olhos estavam cheio de lágrimas, as palavras de Miley haviam revirado algo dentro do seu coração.

— PODEM PARAR COM ISSO AGORA! — Dianna gritou irritada. — Demetria solta sua irmã! — Demi a soltou, Miley arrumou os cabelos e saiu de lá sem olhar pra trás. — Eu já estou cansada dessa merda toda. — Demi franziu o cenho e encarou a mãe, era a primeira vez que ela ouvia a mãe dizer uma palavra grosseira. — Eu sei que uma traição não é fácil mas você já teve tempo suficiente pra chorar e se lamentar, agora está na hora de superar e começar à agir. Enquanto você está aqui se lamentando e sofrendo Bradley deve está em Nova York seguindo a vida dele como se nada tivesse acontecendo. Acorda pra vida, Demetria! Você é uma mãe horrível, sua filha ainda não tem nem um ano de vida, precisa de você e tudo o que você faz é ignorá-la, agir como se ela fosse uma criança qualquer, ela não tem culpa dos seus erros, a única culpada aqui é você! Sophia não pediu pra nascer, você que foi irresponsável o suficiente pra não se proteger, agora você precisa arcar com as consequências dos seus atos, está me entendendo? Você precisa acordar pra vida, sair daquela bolha que você vivia, aqui não é Nova York, aqui é outra cidade, outra realidade, ninguém vai se curvar pra você passar. Sua filha merece ter uma mãe, uma mãe como eu fui pra você e pra Miley. Uma mãe que cuide dela, que além de mãe seja sua amiga, você precisa começar à criar esse laço com ela agora que ela é pequena antes que seja tarde demais! Se você não mudar esse seu comportamento eu vou ter que tomar medidas drásticas, coisa que você não vai gostar. É difícil pra mim te dizer tudo isso mas você precisa desse choque de realidade antes que tudo fuja do controle. — As lágrimas desciam livremente pelo rosto de Demi e ela soluçava, aquelas palavras pareciam uma faca que estava rasgando seu peito.

— Você não pode falar assim comigo. — Disse com a voz embargada, havia sido ela que reergueu a família depois da morte de Eddie, foi graças ao seu dinheiro que Dianna e Miley não passaram fome.

— Posso sim! Eu sou sua mãe e você precisa abrir os olhos, eu não te criei pra você ser essa pessoa que você se tornou, eu tenho muito orgulho por tudo o que você conquistou mas eu não estou orgulhosa da pessoa que você se tornou, você se tornou uma pessoa vingativa e prepotente, reveja seus conceitos. — Prepotente? Ela nunca imaginou ouvir aquilo da sua mãe, ela não era aquele monstro que Miley e Dianna estava dizendo, era? 


JRAY BISTRÔ
04:30 da tarde


Joseph estava em sua sala com Daniel e Selena. Dan estava sentado de lado em seu colo e mostrava cada detalhe do desenho que ele havia feito para o tio. Daniel adorava desenhar e sempre fazia vários desenhos para Joe que tinha um painel cheio de desenhos do garotinho. — E essa aqui é a vovó Dianna. — Ele apontou para a mulher desenhada com um vestido rosa. Segundo Daniel ele havia desenhado todas as pessoas que ele mais gostava. 

— E essa aqui? — Joe apontou e o garotinho sorriu. 

— É a Sophia, netinha da vovó Dianna. — Disse sorrindo, Joe olhou para Selena e sorriu sem graça. Ele não sabia que ela tinha uma filha, sabia apenas que ela era casada, afinal o casamento dela foi noticiado por vários canais de fofocas, porém Dianna nunca havia lhe dito que ela era mãe, e nem Miley. — Ela é uma bebê muito esperta, eu estou ensinando ela a falar. Eu acho que você ia gostar de conhecê-la, tio. 

— Eu tenho certeza que sim. — Piscou para Daniel. — Eu vou arrumar um lugar bem especial para esse desenho, ok? — O pequeno assentiu e Joe bagunçou o cabelo dele. Selena observou os dois e sorriu, ela era incrivelmente sortuda por ter um melhor amigo tão bom como Joseph, as batidas na porta lhe despertou, ela abriu a porta e sorriu ao ver Miley. 

— Eu só vim entregar os documentos que você pediu. — Ela disse desanimada e colocou a pasta com os documentos em cima da mesa de Joseph, ele agradeceu e olhou para ela com a sobrancelha arqueada, seus olhos estavam avermelhados e ela estava muito quieta. 

— Oi dinda. — Miley sorriu e se inclinou enchendo de beijos a bochecha de Daniel. 

— Está tudo bem? — Joe perguntou preocupado. Miley sentou ao lado de Selena e deitou a cabeça no ombro dela, ela não sabia porque mas estava se sentindo tão frustrada, as palavras de Demi havia lhe magoado de alguma forma, inveja? Ela jamais teria inveja da própria irmã. 

— O que está passando dentro dessa cabecinha? — Selena perguntou alisando os cabelos loiros de Miley. 

— Você acha que eu sou invejosa?

— Claro que não, Mi. Quem lhe falou uma besteira dessa? 

— Demetria. — Miley inclinou a cabeça para olhá-la. Selena suspirou e olhou para Joseph que tinha parado de desenhar com Daniel para prestar atenção na conversa das amigas. — Nós brigamos hoje e ela disse que eu tenho inveja dela, mas apesar de tudo nem é isso que me machuca sabe? O que dói é saber que ela nem parece estar arrependida das merdas que ela fez, às vezes eu sinto falta da minha irmã. 

— Miley, você é uma menina linda, tem uma boa vida e pessoas que te amam! Eu não sei porque Demetria falou isso mas você não é invejosa, você é uma pessoa iluminada que alegra todos em sua volta, não deixe que as palavras dela te coloquem pra baixo, você é forte e merece o mundo. — Miley sorriu sentindo seu coração se acalmar, Selena era como uma irmã, as duas haviam construído uma amizade muito bonita, Miley abraçou Selena de lado e beijou a bochecha dela.

— Eu não sei o que faria sem você.

— Tia Miley não fica triste não, a gente ama você. — Daniel falou saindo do colo de Joseph e indo até Miley com um desenho nas mãos. — Eu fiz isso pra você, espero que se sinta melhor. — Miley pegou o desenho e abraçou o afilhado. 

— Muito obrigada, meu amor. — Disse sorrindo, ela estava se sentindo bem melhor. Selena sempre sabia como fazer as pessoas se sentirem bem. — Eu vou guardá-lo na minha bolsa e quando chegar e casa vou colocá-lo com os outros, ok? — Dan assentiu. — Que tal irmos na cozinha ver o tio Liam? Ele está esperando por nós.

— EBA! — Ele gritou animado, Daniel adorava visitar a cozinha do restaurante dos tios, ele dizia que quando crescesse queria ser um chefe de cozinha. 

— Então vamos lá. — Miley pegou ele no colo e saiu da sala deixando apenas Joe e Selena.

— Às vezes me surpreendi o fato de que você supera tudo tão fácil. — Joe disse encostando na cadeira, Selena riu e balançou a cabeça. 

— Eu não gosto de ficar remoendo o passado, Joseph. Demetria me fez muito mal, me humilhou muito mas tudo o que ela fez comigo fez com que eu ficasse mais forte, eu cresci agora eu sou casada e sou mãe, ela não me afeta mais!

— Eu te admiro muito, sabia? 

— Sabia, você me fala isso todos os dias. — Joe riu e o celular de Selena vibrou, era uma mensagem de Nick. 

— Nick disse que chegou e tem uma surpresa. — Ela fez uma careta, as surpresas de Nicholas lhe davam medo. — Dá ultima vez que ele disse isso, ele chegou em casa com um coelho para Dan, que por sinal teve seu dedo no meio. 

— Eu juro que dessa vez eu não tenho nada haver com isso. — Disse levantando as mãos em sinal de redenção e Selena riu

— Tudo bem, eu vou lá ver o que ele está aprontando. — Joe assentiu e Selena pegou sua bolsa saindo logo em seguida.


***


Dianna terminou de arrumar seus cabelos e pegou sua bolsa, ela ia para o restaurante arejar sua cabeça, era também uma maneira de deixar Demi e Sophia sozinhas, Demi precisava aprender a cuidar da própria filha. Ela saiu do quarto e bateu na porta do quarto em que Demi estava. — Querida. — Dianna abriu a porta e colocou a cabeça para dentro, seu coração quebrou em pedacinho ao ver Demi com a cabeça enterrada no travesseiro chorando mas infelizmente não havia nada que ela podia fazer, Demi precisava crescer. — Eu vou sair, Sophia está dormindo no quarto ao lado e daqui a pouco ela acorda querendo comer alguma coisa, tem frutas no balcão da cozinha, você pode cortar e dar pra ela comer. — Demi apenas assentiu — Qualquer coisa me liga. — Assim que escutou a porta se fechando Demi sentou na cama sentindo sua cabeça latejar. As palavras de Miley e Dianna ainda ecoavam em sua cabeça e tudo o que ela fazia era chorar. Ouvir aquilo tinha doido, ela havia estragado sua vida, como deixou chegar à esse ponto?


Você se tornou a pessoa que eu mais desprezo, você humilha as pessoas só pra se sentir bem, você se tornou uma pessoa miserável.


Quando era mais nova, Miley sempre costumava dizer que queria ser igual a irmã, as duas tinham uma relação muito bonita, porém Demi quebrou o que elas tinham depois que Eddie faleceu. Foi depois que Eddie faleceu que Demi havia perdido o controle da sua vida, ele mantinha o controle da casa e depois que ele se foi, as coisas desmoronaram. Ela costumava ser a pessoa que Miley mais se inspirava e agora ela era a pessoa que a própria irmã mais desprezava. O choro de Sophia preencheu seus ouvidos lhe despertando dos seus pensamentos. Ela suspirou e levantou calçando suas sandálias. — Vamos lá, você consegue! — Disse para si mesma e saiu do quarto. Cuidar de uma criança não era tão difícil, era? Quando chegou ao quarto Sophia estava sentada no meio da cama chupando sua chupeta. Ela olhou para mãe com os olhinhos cheio de lágrimas e esticou os braços, Demi olhou para a garota sem saber o que fazer. — Você está com fome? — Demi perguntou e depois revirou os olhos, a menina não sabia falar e com certeza não iria respondê-la. Sophia ficou em pé na cama e apontou para sua fralda. Demi franziu o cenho sem entender, Sophia apontou para fralda novamente e Demi arregalou os olhos, não, não e não! Tudo menos aquilo, ela nunca havia limpado a fralda de um bebê. — Nós estamos sozinha aqui não faz nem uma hora e você já me apronta uma dessas? — Disse com desgosto e Sophia riu tirando a chupeta e colocando um dedinho na boca. Demi olhou para a menina e suspirou, o que ela deveria fazer? Ela buscou pelo celular e pesquisou no Google "Como trocar a fralda de um bebê" e o passo à passo apareceu na tela do celular, primeiro ela deveria deitar Sophia na cama e tirar a fralda suja. Depois de deitar a pequena na cama, Demi retirou a fralda e fez uma careta, diabos! Ela tampou o nariz e deu dois passo para trás, aquilo estava feio. — Acho que você vai precisar de um banho. — Demi disse pegando a menina pela cintura e levando ela para o banheiro. Sophia ficou em pé no box e Demi ligou o chuveirinho. Sophia gargalhava e mexia os bracinhos, ela estava se divertindo com aquilo, a blusa da mãe estava toda molhada assim como os cabelos. Depois do banho, outra luta começou, Sophia não ficava quieta e não deixava Demi vesti-lá. Quando Demi virou-se para pegar uma blusa, a menina desceu da cama e correu para fora do quarto, Demi bufou e correu atrás da menina antes que ela caísse nas escadas. — Sua fujona! — Demi disse irritada e a menina riu, Sophia via aquilo tudo como uma grande brincadeira mas Demi não via nada de engraçado. Depois de conseguir trocar a menina, elas desceram e Demi colocou Sophia sentada no sofá enquanto tentava preparar alguma coisa pra menina comer. Ela realmente não era boa no papel de mãe.




Demetria estava na Itália há três dias. Ela estava no país para assistir o desfile de moda da marca Louis Vuitton mas no meio do desfile ela passou mal e precisou voltar para o quarto de hotel. Estava deitada na cama com Anne sua assessora que estava lhe fazendo companhia. 

— Demi você precisa ir ao médico, e se for algo sério? — Anne disse preocupada, Demi estava reclamando de dores e enjoos há mais de uma semana.

— Anne não precisa se preocupar, deve ser algo que eu comi ou essa rotina toda de viajem, um dia estou em um país e de repente estou em outro, é normal essas coisas acontecerem. E se eu estivesse com algo sério eu desconfiaria, não acha? 

— Não, não acho. — Demi olhou para a amiga com cara feia, odiava ser contrariada. — Faz dias que você reclama que está sentindo dores nos seios, tonturas, enjoos... isso tem cara de gravidez. — Disse e Demi arregalou os olhos, gravidez? Demi riu e negou com a cabeça. 

— Eu não estou grávida, Anne. — Disse, aquele era o maior absurdo que ela já havia ouvido. — Eu sempre me cuidei e nós não queremos filhos... Sabemos que o maior sintoma de gravidez é quando a menstruação... — Demi deixou a frase morrer e franziu o cenho, elas estavam no começo do mês e ela não se lembrava de ter menstruado no mês anterior.

— Não me diga que está atrasada. — Anne disse ao ver o rosto de Demi mudar de expressão, ela estava apavorada.

— Anne você precisa ir comprar um teste de gravidez na farmácia. — Demi levantou num pulo e sentiu a tontura voltar, mesmo assim ela foi até sua bolsa e pegou sua carteira. — Compra três testes, eu preciso ter certeza absoluta. — Anne assentiu e saiu, Demi sentou na cama e adentrou as mãos nos cabelos, por mais que ela estivesse casada e com uma vida bem estruturada ela não queria filhos, não se imaginava cuidando de uma criança, ela não tinha nascido para ser mãe. Quarenta minutos depois Anne chegou com os testes de gravidez, Demi foi ao banheiro e fez todos eles. O ponteiro do relógio pareciam não rodar, as horas pareciam ter congelado quando finalmente os tão esperado cinco minutos se passaram Demi correu até o banheiro, sentiu seu coração parar por alguns segundos, aquilo só podia estar errado! Não podia estar grávida, não podia.

— Ei, calma! — Anne falou alisando as costas de Demi.

— Calma? Anne eu não posso ter essa criança, não posso! Ela só vai atrasar minha vida.




Demi suspirou e encostou-se no balcão, o fato dela não querer ser mãe colaborou para que ela não se importasse com Sophia, ela pensava que tinha tudo o que precisava em sua vida mas estava redondamente enganada e Deus sabia como doía ela admitir aquilo. Demi livrou-se do seus pensamentos e pegou algumas frutas para cortar e dar à Sophia. Depois de cortar em pedaços pequenos como sua mãe havia lhe instruído, ela pegou um garfo e foi até a sala aonde Sophia estava deitada. — Sophia... — Demi parou assim que avistou a menina se contorcendo no sofá, ela arregalou os olhos e se aproximou. As mãozinhas da menina estava roxa e ela tentava respirar à todo custo, Demi sentiu suas mãos tremerem, correu para buscar seu celular na cozinha e ligou para a emergência, os batimentos do seu coração estavam acelerado e suas pernas tremiam, ela pedia mentalmente à Deus para que não deixasse nada acontecer com sua filha.

— Qual sua emergência?

— A minha filha está com falta de ar as mãozinhas dela estão roxas eu preciso de uma ambulância urgente. — Disse rapidamente atropelando as palavras.

— Senhora, mantenha a calma, já rastreamos sua ligação e enviamos uma ambulância, eu preciso que a senhora se acalme e siga passo à passo do que eu disser, ok?

— Ok. — Demi disse com a voz falha, ela não iria se importar de preparar mamadeiras ou de trocar fraldas sujas de cocô mas ela não se perdoaria se alguma coisa acontecesse com aquela garotinha, ela era uma mãe horrível e reconhecia isso mas ela estava disposta à mudar.

— Sente ela reta numa cadeira e levante os bracinhos dela. — Demi fez tudo rapidamente, estava tão desesperada. — Instrua ela à respirar, converse com ela. — Ela fez como mandado e as poucos Sophia havia voltou à respirar, a respiração da pequena ainda estava falha mas ela já respirava melhor.


JRAY BISTRÔ 
06:30 da tarde


A grande surpresa que Nicholas tinha para dar à Selena, era que ele havia conseguido um emprego fixo que ganhava duas vezes mais do que ele estava acostumado, com o dinheiro que ele ganharia daria para pagar as dividas e ainda sobraria dinheiro para eles terem uma vida melhor. Há pouco mais de três meses eles haviam entrado numa crise e estava difícil manter todas as despesas. A notícia de Nicholas foi motivo para comemoração, todos estavam sentado numa das mesas do restaurante e conversavam animadamente. Dianna sentiu o celular vibrar dentro da sua bolsa e franziu o cenho ao ver o nome de Demi na tela. — Oi, querida. 

— Mãe, a Sophia está passando mal — Demi disse com a voz embargada por causa do choro, ela estava com tanto medo e assustada. 

— O que aconteceu? — Perguntou chamando a atenção de todos na mesa.

— Ela teve uma crise de falta de ar, foi horrível mãe. Ela está um pouco melhor, a ambulância acabou de chegar, me encontra lá no hospital? 

— Eu estou indo pro hospital agora mesmo, ok? Eu te encontro lá, fique calma, vai dar tudo certo. 

— Mãe, o que aconteceu? — Miley perguntou preocupada, por algum motivo seu coração estava acelerado e ela estava desesperada. 

— Sophia passou mal e está indo pro hospital, Demi está desesperada! — Selena olhou para Joseph... ele parecia preocupado? — Eu preciso ir. 

— Mantenha-nos informados. — Paul pediu, ele também estava preocupado.

— Mãe, eu vou com você, Joe você se importa? 

— Não, claro que não! Pode ir e ligue pra dizer se a garotinha está bem. — Ele disse bebendo o resto da sua bebida, ele não queria demonstrar emoção mas era quase impossível. 

— Amor, nós vamos com seu carro, ok? — Liam assentiu e entregou as chaves para a namorada. As duas se despediram e saíram apressadamente. 

— Você está quase arrancando os cabelos de preocupação. — Selena disse baixinho para Joseph, ele fez uma careta e revirou os olhos. 

— Eu só estou preocupado com a garota, ok? Eu não sou um monstro, me preocupo com as pessoas. — Paul observou o filho atentamente, Joseph estava inquieto e preocupado. Ele mexia-se desconfortável na cadeira de minuto em minuto. Paul sorriu de lado e Joe franziu o cenho olhando para o pai. Ele tinha certeza que esse amor que Joseph guardava dentro do peito ressurgiria no momento em que ele visse Demetria.


***


 Dianna e Miley adentraram no hospital desesperadas, Miley tinha lágrimas nos olhos e estava muito preocupada apesar da rixa com Demetria, ela amava sua sobrinha e não queria que nada acontecesse com ela. As duas foram para a sala de espera e encontraram Demi andando de um lado para o outro, ela estava nervosa e suas mãos estavam tremulas. Assim que viu a mãe, Demi correu e lhe abraçou deixando as lágrimas descerem, estava frustrada e com medo. 

— Eu senti tanto medo mãe, eu pensei que Deus fosse tirá-la de mim. — Disse com a voz embargada, Miley se abraçou e Dianna alisou as costas da filha. A preocupação de Demetria era visível. — Eu sei que eu não sou uma boa mãe, mas eu não posso perdê-la, eu não posso.

— Ei não diga bobagens, ela vai ficar e logo logo vai estar correndo pela casa e nos deixando de cabelo em pé.

— Aonde ela está? — Miley perguntou preocupada. Demi separou o abraço da mãe e olhou para a irmã.

— Levaram ela pra fazer alguns exames. — Disse limpando as lágrimas que insistiam em descer. O silêncio prevaleceu entre elas. Demi estava impaciente e não para quieta em um canto. Os minutos foram se passando e ninguém dava notícias sobre Sophia, Demi já estava sem paciência e estava quase armando um barraco. Depois de algumas horas, finalmente o médico que estava acompanhando o caso de Sophia apareceu na sala de espera.

— Doutor como minha filha está? — Demi perguntou

— Ela está bem. — Miley e Dianna sorriram aliviada. — Eu já estou com o resultado dos exames, vocês podem me acompanhar? — Elas assentiram e foram até o quarto em que Sophia estava, a garotinha dormia tranquilamente deitada na maca, Demi se aproximou da menina e as lágrimas começaram a descer. Ela alisou a testa da filha e suspirou, não merecia aquela garotinha. Miley olhou para a irmã e suspirou.

— Felizmente sua filha está bem, porém ela foi diagnosticada com Asma.

— Asma? — Dianna franziu o cenho.

— A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. O pulmão de uma pessoa asmática é diferente do pulmão de uma pessoa saudável, é como se os brônquios dele fossem mais sensíveis e inflamados, reagindo ao menor sinal de irritação. Asma é uma das condições crônicas mais comuns, acometendo cerca de 235 milhões de pessoas no mundo todo. Pode ser que tenha passado de histórico familiar ou de alergias. Você precisa ter controle e muita prevenção para impedi os ataques, eu vou receitar um remédio e broncodilatador para quando as crises acontecerem. Você precisa evitar poeira, pelos de animais, fumaças, se alguém na família fuma é bom evitar. Alguma dúvida? — Elas negaram. — Eu vou deixá-las a sós com ela e depois eu volto para dar alta pra ela, ok? — Dianna assentiu e agradeceu, o médico saiu, deixando-as sozinha. Demi olhou para Sophia e depois para a mãe, quando Dianna se aproximou, Demi lhe abraçou e começou a chorar.

— Eu sou uma mãe horrível. — Demi falou enterrando a cabeça no ombro da mãe, Dianna suspirou e beijou a cabeça dela agradecendo mentalmente por ela ter percebido, agora esperava que ela mudasse o comportamento.


--

finalmente consegui finalizar esse capítulo, esse final eu acabei de escrever, espero que gostem. eu sei que eu estou demorando mas tem muita coisa acontecendo, eu estou lutando para não deixar meus problemas afetarem a fanfic mas não está fácil, ultimamente eu não gosto de nada que eu escrevo me surpreendeu muito o fato de vocês terem gostado do capítulo anterior.
enfim, eu vou correr pra tentar adiantar o próximo e postarei o mais rápido que eu puder.
acho que é isso | respostas aqui.

bjs 💕


amorzinho <3

20/11/2016

Capítulo 4. Some Memories

revisei por cima, perdoem qualquer errinho! xx


Joseph abriu os olhos lentamente e focou em Elisa que dormia profundamente aninhada à ele. Ficou por alguns minutos observando ela dormir, começou à ver o rosto de Demetria e xingou baixinho, se desvencilhou com cuidado de Elisa e saiu do quarto. Ele estava se sentindo perturbado e ansioso, odiava aquela ansiedade toda! Queria vê-la, saber como ela estava depois de tantos anos, saber o motivo pelo qual ela voltou. — Inferno! — Praguejou. Não queria pensar nela, não queria! Porque sua mente não obedecia? Porque o coração não ouvia a razão? Ele ligou a luz da cozinha e procurou por um copo no armário, buscou uma garrafa de água gelada, encheu o copo e virou em três goles. 


Flashback on


Joseph olhava a enorme floresta pela janela distraidamente enquanto bebia um copo d'água, havia acordado durante à madrugada e não conseguia voltar à dormir de jeito nenhum. Ele e Demetria estavam num pequeno chalé abandonado que encontraram num dia qualquer de passeio, juntos eles arrumaram o chalé e fizeram o pequeno lugar de "casa" e passavam os finais de semana lá. Sempre quando queriam fugir da realidade e ficar sozinhos era para lá que eles iam. Joseph estava tão envolvido em seus pensamentos que nem percebeu quando Demi se aproximou de mansinho e o abraçou por trás. Joe sorriu e virou-se ainda mantendo os braços dela em volta de si. 

— Eu tive um pesadelo. — Demi fez uma careta e ele beijou o nariz dela. Ela era tão linda sem nenhuma maquiagem, a pele era branquinha e as sardas espalhavam-se pelas bochechas e nariz, os cabelos pretos faziam um belo contraste com a pele branca e os lábios avermelhados estavam curvados num pequeno sorriso. Ela era tão linda e ele não mudaria nada nela, achava sua namorada perfeita do jeitinho que era. — Amor, para de me olhar assim. — Pediu envergonhada desviando o olhar e Joe sorriu. 

— Você é linda, sabia? — Ele disse olhando para o par de olhos amarronzados, Demi levou as mãos para a nuca dele fazendo carinho com as unhas enquanto Joe a segurava pela cintura. 

— Você me diz isso todos os dias. — Sorriu tímida. Todas as vezes que eles estavam juntos Joseph fazia questão de lembrá-la do quão bonita ele lhe achava. 

— Eu só não quero você esqueça. — Demi sorriu e ficou na ponta dos pés para alcançar os lábios dele. Ela sorriu com os lábios colados aos dele e foi impossível não sorrir junto com ela. Sentia-se incrivelmente vivo quando estava junto dela, era como se tudo o que ele precisasse estivesse ali ao seu lado. 


Flashback off



Joe balançou a cabeça espantando aquelas lembranças para longe e jogou o copo dentro da pia. Ele precisava ocupar sua mente, foi até seu escritório, sentou-se em volta da sua mesa e começou a ler os papeis dos contratos que ele tinha que assinar, trabalho era uma ótima forma de ocupar sua mente e não ficar pensando besteiras


Dia seguinte, casa da Dianna
09:00 da manhã


Demi revirou-se na cama, agarrou o travesseiro do quarto de hospedes e abriu os olhos lentamente. Pensou em voltar à dormir, mas seu estômago estava roncando, mal havia comido no dia anterior e estava cheia de fome, seu estômago chegara a doer. Ela levantou prendendo o cabelo num coque alto e foi até o banheiro fez sua higiene matinal, pegou seu celular e desceu, estranhou a casa estar tão silenciosa mas assim que adentrou na cozinha avistou um bilhete de Dianna. 


Fui ao mercado e levei Sophia comigo, deixei café
preparado para vocês, por favor não se matem
não irei demorar. bjs mamãe
:)



Demi riu e colocou o bilhete no mesmo lugar, olhou para o balcão e seu sorriso foi de orelha à orelha ao ver o café preparado. Dianna havia preparado um verdeiro banquete, seus olhos brilharam ao ver a geleia de morango, céus, era a sua preferida! Demi sentou em volta do balcão, passou geleia na torrada e deu uma mordida, caramba aquela geleia era com certeza a oitava maravilha do mundo! Faziam tantos anos que ela não comia geleia do Tennessee, eram sem dúvidas as melhores. Seu celular começou à tocar e o nome de Bradley acendeu na tela. Sentiu seu coração dar cambalhotas mas não sabia se atendia ou não, mordeu o lábio inferior, respirou fundo e atendeu. — O que você quer? 

— O que diabos você pensa que está fazendo? — Demi franziu o cenho.

— Vá direto ao ponto, Bradley. — Miley estava adentrando na cozinha quando ouviu o nome do ex-cunhado. Ela agradeceu mentalmente por Demi não ter visto ela e deu dois passos para trás, se escondeu num canto da parede e começou à ouvir a conversa da irmã.

— Se você está pensando que vou pagar algum centavo para Taylor, você está muito enganada! Você quebrou a porra do contrato, você tem dinheiro o suficiente para pagar. Se você está tentando se vingar arrume uma maneira melhor, o.k? — Demi riu sarcástica.

— Você acha que isso é uma vingança? Querido, quando eu faço uma vingança eu faço bem feito! — Miley sentiu um arrepio e lembrou-se do que ela havia feito com Joseph. — Você vai pagar cada centavo daquela maldita multa, Bradley. Você pensou o que? Que poderia me colocar um par de chifres e sair sem nenhum prejuízo? — Miley arregalou os olhos, então era isso? Demi havia recebido um par de chifres? Por isso ela estava de volta!

— Você só pode estar ficando louca, eu não vou entrar no seu jogo, você quem começou com essa merda toda!

— Pare de tentar virar o jogo contra mim! — Demi arrastou a cadeira fazendo um barulho estridente, sua paz havia ido para o espaço. — Foi você quem fodeu com minha melhor amiga. — Miley arregalou os olhos e abriu a boca, era pior do que ela imaginava. — Você não tem escolha, se você não pagar eu vou jogar todos os seus podres na mídia e eu não estou falando apenas da traição, eu sei muito, muito mais do que você imagina. Eu sou capaz de voar até Nova York apenas para fazer uma entrevista coletiva com os melhores sites de fofoca e jogar todas as suas merdas no ventilador. Você não sabe do que eu sou capaz de fazer por uma vingança. — Ela desligou o celular e teve vontade de jogá-lo longe, apoiou-se no balcão e cobriu o rosto com as mãos. Alguns segundos depois Miley adentrou na cozinha como se não houvesse ouvido nada. — Mamãe deixou o café pronto. — Demi disse baixinho enquanto Miley procurava por uma caneca no armário, ignorando completamente a irmã. — Até quando você vai ficar me tratando assim? — Perguntou chateada, elas haviam ficado tantos anos sem se ver, tanta coisa havia mudado, porque Miley não podia deixar as coisas do passado no passado e voltar à falar com ela? — Miley...

— Demetria eu não estou afim de brincar de melhor amiga com você, o.k? — Demi não disse nada, apenas pegou seu celular e subiu, entrou no quarto e sentiu uma vontade imensa de chorar. Com tantos lugares no mundo aonde ela poderia ir foi escolher logo o lugar aonde ela tinha deixado um monte de pessoas magoadas? As lágrimas não demoraram à vir e Demi nem sabia pelo o que exatamente ela estava chorando... olhou em volta e se surpreendeu ao ver que estava em seu antigo quarto, estava exatamente do jeito que ela havia deixado. As paredes do quarto eram brancas, haviam algumas prateleiras com cd's dos seus cantores favoritos e livros, havia uma cômoda com alguns porta retratos também. Ela andou pelo quarto e sentiu-se nostálgica, aquele quarto havia tantas lembranças. Demi se aproximou da cômoda aonde havia fotos dela com antigas amigas e ela se perguntou aonde estaria aquele pessoal. Uma foto em questão lhe chamou atenção, era uma foto dela com Chole e Elisa. Suas melhores amigas na época do ensino médio, elas estavam abraçadas e com um sorriso enorme no rosto. Demi largou aquele porta retrato e olhou em volta, ainda não havia entendido porque Dianna mantinha aquelas fotos. Sua mãe precisava dar uma geral naquele quarto, , sua cama de casal ainda estava no mesmo canto porém agora forrada com um edredom branco, olhou para o enorme guarda-roupa e abriu uma das portas, franziu o cenho ao encontrar uma caixa média ali com cuidado ela tirou a caixa e colocou em cima da cama, sentou-se na cama novamente e abriu a caixa. A primeira coisa que ela tirou foi uma foto dela e de Joseph, não tinha se livrado das lembranças antes de ir embora? Ela colocou a foto de lado e pegou outra, na foto ela e Joseph estavam abraçados, seu rosto estava enterrado no peito dele e Joe beijava o topo de sua cabeça. Miley quem havia tirado aquela foto, ela tinha treze anos e tinha acabado de ganhar uma câmera de presente e infernizava à todos tirando fotos e fotos. Demi virou a foto e leu a frase que ela havia escrito atrás.


Tudo o que que eu preciso está exatamente em cada milímetro do teu abraço.


Ela sorriu e limpou uma lágrima solitária. Como será que ele estava? O que será que ele estava fazendo da vida? Será que ele havia casado? Será que ele tinha filhos? Demi levantou e repreendeu-se, ele deveria ter construído uma linda família, era o sonho dele! Ele com certeza tinha encontrado uma mulher que lhe desse o devido valor que ele merecia, coisa que ela não foi capaz de fazer. Demi levantou e caminhou até a janela abrindo-a, sorriu ao ver a enorme árvore que ficava em frente à janela.


Flashback on



Demetria estava deitada na sua cama e encarava o teto do quarto com um enorme sorriso no rosto, nem mesmo o castigo e o sermão que seu pai havia lhe dado tirava aquele lindo sorriso dos seus lábios. Sem internet, celular e notebook. Estava proibida de ver Joseph por três semanas e só podia sair de casa para ir à escola. Ela havia passado uma semana com Joe no chalé deixando apenas um bilhete para os pais, quando voltou para casa eles faltaram matar ela e Joseph. Mas mesmo assim não se arrependia de nada e faria tudo de novo! Joe lhe trazia paz e alegria, sentia-se amada e protegida nos braços dele. Franziu o cenho quando escutou um barulho de pedrinhas batendo no vidro vindo do lado de fora da janela, levantou e foi até a janela abrindo as cortinas e em seguida as enormes janelas de vidro. Seu sorriso foi de orelha à orelha quando viu Joseph sentado na árvore em frente à janela

— Surpresa! — Joe disse com um sorriso brincalhão e Demi revirou os olhos, ele era louco ou tinha alguma doença mental? Ela deu espaço e Joe entrou no quarto.

— Joe, você é louco? Eu estou de castigo e se meu pai te pegar aqui ele é capaz de te matar! — Falou indo até a porta do quarto para trancá-la. Joseph tinha uma expressão tranquila no rosto e parecia estar nenhum pouco preocupado com a sua situação.

— Eu estava com saudades! — Ele sorriu de lado ao ver a namorada se aproximando, Demi sorriu e o abraçou pelo pescoço.

— Eu também estava. — Sorriu e selou seus lábios nos dele. Toda vez que o beijava sentia um frio na barriga, como se fosse a primeira vez que ela beijava. Joseph à puxou pela cintura colando ainda mais seus corpos, ela sorriu entre o beijo e lhe deu um selinho. — Vem, vamos namorar um pouquinho. — Ela entrelaçou seus dedos e o puxou para cama, eles se enrolaram com o edredom roxo e Demi deitou a cabeça no ombro de Joseph. — Sabe... eu amei nossa semana! — Sorriu tímida quando Joe olhou para ela com uma certa malícia no olhar. — Joseph! — Repreendeu o namorado e ele gargalhou gostosamente, ela amava tudo nele! Até a forma que ele ria jogando a cabeça para trás, ela sempre notava os pequenos detalhes e manias dele.

— Eu também amei nossa semana, você faz tudo ficar melhor. — Demi sorriu e o beijou! As coisas começaram a esquentar, Joseph estava em cima de Demi e ela tinha as pernas entrelaçadas na cintura dele, ambos ignoravam a necessidade de ar. Estavam tão envolvidos no momento que se assustaram quando ouviram as batidas na porta do quarto.

— Demetria! — A voz de Eddie fez Demi arregalar os olhos e empurrar Joe bruscamente, fazendo-o cair de bunda não chão.

— Ai! — Joe reclamou fazendo uma careta e Demi revirou os olhos, se Eddie pegasse Joseph ali sem permissão e trancados no quarto ambos estariam mortos.

— Você precisa ir. — Demi sussurrou indo até a janela, Joe levantou rindo da preocupação de Demi e roubou um beijo da namorada. — Você gosta mesmo de desafiar a morte, né garoto? — Demi disse o empurrando, Joe se pendurou na janela e lhe roubou mais um selinho.

— Eu volto amanhã, o.k? — Ela assentiu sorrindo.

— Demetria abre essa porta agora! — Eddie disse severo forçando a maçaneta da porta.

— Eu já vou, pai! — Demi deu um selinho rápido em Joe e sorriu. — Tchau, eu amo você! — Joe sorriu e acenou, Demi fechou a cortina e arrumou seu cabelo com um sorriso bobo no rosto. Deus, como ela amava aquele garoto!


Flashback off



Demi sorriu com a lembrança e saiu de perto da janela, tinha apenas lembranças boas com ele, eles haviam vivido muita coisa juntos, foram quatro anos de relacionamento, foi algo forte para ambos mas ela havia estragado tudo. Tinha certeza que Joseph lhe odiava e tinha muita mágoa dela, se Miley ainda guardava mágoa, com certeza Joseph também! No lugar dele, ela nunca lhe perdoaria. Joe havia lhe oferecido todo o seu amor e tudo o que ela fez foi recusar e pisar em cima dele por causa de ciúmes. O que diabos ela estava pensando? Já haviam passado tantos anos, ambos seguiram em frente com suas vidas, estava ali atrás de paz e não ia deixar as coisas do passado lhe atormentar. Balançou a cabeça, largou a foto em cima da cama e foi para o quarto de hóspede aonde ela estava instalada desde que chegara.


***


Miley estava terminando de lavar a louça do café quando ouviu o som da buzina do lado de fora! Ela sorriu e correu para abrir a porta, Liam estava em pé encostado em sua camionete esperando pela namorada. Ele sorriu ao vê-la abrir a porta, ele achava sua namorada a garota mais linda do mundo! Miley o abraçou pela cintura e beijou os lábios dele. — Você chegou cedo. — Ela disse levantando a cabeça para olhá-lo, Liam era muito alto. 

— Queria matar a saudade. — Sorriu e lhe deu um selinho. — Podemos entrar e aproveitar, o que acha? 

— Eu acho uma ótima... — Miley lembrou da irmã e suspirou! Ela não queria que seu namorado ficasse perto de Demetria de jeito nenhum. — Eu acho melhor ficarmos aqui... — Disse um pouco nervosa, Liam franziu o cenho e observou Miley atentamente. A primeira coisa que Miley fazia quando ele chegava lá era arrasta-lo para o quarto. 

— Aqui? Tem certeza? — Ele estava desconfiado e ela sabia! Miley suspirou e desviou o olhar dos olhos azuis do namorado. 

— A minha irmã... Demetria está em casa, eu te falei que ela tinha voltado. — Liam não entendia porque Miley mudava tanto quanto o assunto era a irmã, ela estava tão estranha e quieta! 

— Eu não entendo porque você fica tão estranha quando fala da sua irmã, não só você! Eu tenho cara de idiota mas eu não sou, você e Joseph ficam incomodados quando o assunto é essa sua irmã, o que aconteceu? 

— Demetria magoou muitas pessoas antes de ir embora, principalmente eu e Joseph... enfim, amor. Eu não quero falar sobre isso agora, esse assunto só vai trazer aborrecimento para nós. — Mesmo curioso para saber de tudo Liam assentiu, ele sabia que depois Miley lhe contaria tudo, eles não tinham segredos um com o outro, a base do relacionamento deles era confiança. — Vamos entrar. — Ela sorriu. Confiava em Liam e sabia que ele nunca faria nada para machucá-la. Eles entrelaçaram os dedos e entraram em casa, Liam sentou no sofá e Miley sentou ao lado dele deitando a cabeça em seu ombros. Eles estavam tão envolvidos que por pouco não perceberam o pingo de gente que entrou na sala correndo desajeitada. — Veja só, temos uma pequena intrusa aqui. — Miley brincou vendo a sobrinha para no meio da sala e olhar para Liam com certa curiosidade

— Quem é? — Liam perguntou sorrindo para a garotinha, ele achava os olhos da garotinha parecidos com os de Miley.

— Vem aqui meu amor cumprimentar seu tio. — Sophia olhou timidamente para o homem desconhecido e caminhou até a tia. A garotinha estava vestida com um vestidinho rosa que deixava suas perninhas grossas à mostra e seu bumbum avantajado por causa da frauda e os cabelos estavam presos com duas chiquinhas. — Esse aqui é o tio Liam. — Miley disse pegando a sobrinha no colo, Sophia sorriu para Liam e levantou os bracinhos. 

— Iam. — Ela tentou imitar a tia falando "Liam". Sophia estava numa fase que tentava falar tudo o que as pessoas diziam para ela, a pequena iria completar um aninho em poucas semanas e já era muito esperta. 

— Aí está você! — Dianna falou adentrando na sala aliviada ao ver Sophia nos braços de Miley. A neta era uma verdadeira traquina, havia corrido pelo supermercado inteiro, tentava conversar com todas as pessoas da fila do caixa, e ainda derrubara uma prateleira de bolachas tentando pegar um pacote. — Oi Liam, tudo bom? — Cumprimentou o genro com um sorriso no rosto. — Está tudo certo por aqui? — Perguntou olhando para a filha, havia ficado com receio de deixar Demi e Miley sozinhas em casa, sabe-se Deus o que tinha acontecido. 

— Está. — Miley deu os ombros. — A madame só desceu para tomar café. — Disse se referindo à Demi. Dianna fez uma careta e assentiu, precisava tirar Demetria daquele quarto ou se não a filha ia acabar pegando uma depressão. — Bom... nós já vamos indo. — Miley sorriu ao ver Liam segurando Sophia em pé em seu colo, ele era um tio babão e adorava crianças.

— Ela gostou de mim, amor. — Liam disse todo bobo vendo o sorriso divertido de Sophia.

— Eu estou vendo. — Ela riu. — Nós precisamos ir, hoje é sexta e trabalhamos o dobro! — Liam assentiu fazendo uma careta, Sophia gargalhou gostosamente e Liam riu entregando a menina para Dianna. 

— Tchau meus amores, se eu conseguir um tempinho mais tarde dou uma passadinha por lá. — Miley assentiu e beijou a bochecha da mãe e em seguida deu um beijo na testa da sobrinha. 

— Tudo bem, até mais tarde. — Dianna acompanhou eles até a porta e acenou, Sophia franziu o cenho ao ver a vó fazendo o gesto com a mão e imitou acenando para a tia e o tio. 


***


Elisa estava arrumando algumas coisas em cima da balcão, Paul teve que sair para resolver algumas coisas e ela acabou ficando no lugar dele para dar uma ajuda à Joseph.

— Bom dia! — Liam disse sorrindo.

— Bom dia. — Elisa retribuiu o sorriso e abaixou-se para pegar um pano para limpar o balcão. 

— Cadê Joseph? — Miley perguntou colocando a bolsa em cima de um banquinho. Ela não entendia o que Elisa estava fazendo ali, aquele lugar era de Paul. 

— Está no escritório. 

— O que diabos você está fazendo aqui? — Ela perguntou de uma vez por todas! Miley sempre fora direta e não tinha trava na língua, falava o que bem entendia. Liam suspirou e deu um leve cutucão na namorada que lhe olhou com a cara feia. 

— Paul precisou ir na cidade e como hoje eu não tenho nenhum compromisso importante eu me disponibilizei para ficar no lugar dele. — Disse desconfortável, sabia que Miley não gostava dela por causa da irmã que era sua melhor amiga na época do colégio. Miley não acreditava naquela mudança de Elisa pois quando ela e Demi eram amigas, as duas eram duas pestes. 

— Eu vou falar com Joe... — Ela pegou sua bolsa e saiu em direção ao escritório de Joseph... — Joe... — Abriu a porta do escritório e franziu o cenho quando viu Joe deitado em cima das papeladas, aquilo era um verdadeiro milagre, Joseph dormindo em pleno expediente. Ela se aproximou vagarosamente e se aproximou do ouvido dele. — JOSEPH ADAM JONAS! — Joseph abriu os olhos assustado e deu um pulo da cadeira. Diabos! Ele olhou desnorteado para Miley e franziu o cenho passando as mãos pelos cabelos bagunçados. — Muito bonito, Sr. Jonas. — Cruzou os braços tentando fazer uma postura de chefe.

— Aconteceu alguma coisa? — Joe perguntou preocupado. Estava num cochilo tão bom que chegara à sonhar. 

— Não. — Miley deu os ombros e Joe lhe fuzilou com o olhar. — Você estava fumando maconha? Seus olhos estão vermelhos. 

— Eu passei a madrugada toda acordado. — Sentou na cadeira novamente e mexeu em alguns papeis. — Aproveitando que está aqui, você precisa assinar o contrato com os novos parceiros.  — Disse entregando os contratos para ela, ele havia conseguido dois novos parceiros e estava muito feliz! 

— No que você estava pensando pra você ficar a noite toda acordado? — Miley perguntou assinando os papéis. — Ou melhor, em quem? 

— Eu não estava pensando em ninguém, Miley! — Acomodou-se melhor na cadeira e observou Miley enquanto ela assinava os papéis, queria perguntar como estavam as coisas na casa dela, se ela e Demetria estavam em paz... repreendeu-se e levantou. Quando terminou de assinar os papéis, Miley levou os olhos até Joseph que estava apoiado na janela do escritório vendo a vista da pequena cidade. Contava ou não contava que Demetria havia sido traída? Sabia que Joseph não espalharia a desgraçada da irmã por ai... Ele não era vingativo!

— Tudo bem, eu não vou insistir, você quem sabe da sua consciência. — Joe revirou os olhos, porque Miley sempre tinha que estar certa em tudo? — Mas mudando de assunto... Até quando você vai acreditar nessa história de Elisa? Você realmente acredita que ela mudou da água pro vinho do dia pra noite? 

— Essa história de novo não, Miley! — Suspirou e virou-se para encarar a amiga. — As pessoas mudam, evoluem! Do mesmo jeito que você não é a mesma de dez anos atras, Elisa também não é. Ela reconheceu os erros dela e pediu desculpas. As coisas do passado tem que ficar no passado, sei que Demetria está trazendo lembranças ruins de volta mas você precisa se esforçar pra não deixar essas coisas te perturbar... Elisa é uma boa pessoa, eu sei que é! Talvez você devesse dar uma chance à ela, até porque ela nunca fez mal nenhum à você, se Selena deu uma chance à ela, você também deveria.

— Você pensou que Demetria era o amor da sua vida e veja no que deu! — Joe bufou irritado! Porque Miley e Selena insistiam em dizer e pensar que ele ainda nutria sentimentos por Demetria? Ele não sentia mais nada por ela, nada! Pra ele, Demi era uma pessoa qualquer, uma pessoa distante que ele conheceu em seu passado. Porque elas não conseguiam entender isso? 

— Chega, Miley! Eu não vou ficar perdendo meu tempo discutindo sobre um namorinho adolescente de dez anos atrás. Demetria está de volta mas quem está revivendo o passado aqui é você. — Joe abriu a porta. — Pense nisso, o.k? — Ele disse mais calmo e saiu deixando Miley sozinha no escritório.


Casa da Dianna
01:10 da tarde


 Depois do almoço a pequena Sophia teve outra crise de tosse e havia ficado com uma certa dificuldade para respirar, Dianna estava preocupada e estava começando a pensar que aquilo ia além de um simples resfriado. Depois de muito esforço a menina acabou adormecendo, Dianna subiu com ela nos braços e a deitou em sua cama, a garotinha suspirava em seu sono e tinha as bochechas rosadas de tanto correr pela casa. Demi ainda estava deitada no quarto, há dois dias aquela era a rotina dela, comer e chorar até dormir. Dianna não aguentava mais aquela rotina da filha mas não queria magoá-la, ela já estava passando por um momento difícil e queria poupá-la de mais problemas. Assim que fechou a porta do seu quarto aonde Sophia dormia escutou um grito vindo do quarto de hóspede, ela correu até lá e encontrou Demi em pé em cima da cama. 

— Querida, o que aconteceu? — Perguntou assustada

— Mãe, tem uma... uma lagarta enorme perto da porta do banheiro. — Falou apavorada, havia ido tomar banho quando avistou a lagarta, céus! Que lugar era aquele e aonde ela havia se metido? 

— Eu pensei que fosse algo mais grave... — Dianna falou aliviada, pensara que algo muito grave tivesse acontecido. Elas estavam no interior, era normal insetos como aqueles invadirem as casas. — Dizem por ai que quando lagartas entram em casa significa que boas mudanças estão à caminho. — Falou sorrindo e Demi revirou os olhos, não acreditava nenhum pouco naquela baboseira. 

— Pois eu acho que a senhora deveria chamar um dedetizador o mais rápido possível antes que mais insetos desse tipo decidam vir se hospedar aqui. 

— Ah querida você morou aqui até os dezoito anos, você até pegava as lagartixas com as mãos, se lembra? — Dianna disse com um sorriso divertido e Demi revirou os olhos. Estava começando a sentir falta da sua casa, das suas coisas e dos seus empregados que faziam tudo para ela. 

— Enquanto a senhora dá um jeito nessa coisa nojenta eu vou para o outro quarto, e trate de chamar o dedetizador, pode deixar que eu pago! — Disse e saiu do quarto com uma pose de madame. Dianna sentiu seu sangue ferver e respirou fundo para não ir atrás de Demetria, ela iria dar um basta naquilo o mais rápido possível. 


--

meu deus, nem acredito que consegui finalizar o capítulo. queria agradecer primeiramente à Deus, depois à Jesus jhjsf... foi um sacrifício escrever esse capítulo, ele está sendo escrito à uma semana, e caramba! Quase que não saí... eu realmente espero que vocês gostem, já estava quase arrancando os cabelos com a demora pra postar.
eu já tenho o próximo planejado e acho que a primeira treta está vindo por aí, aguardem! 
respostas aqui | eu volto o mais rápido que eu conseguir. 
bjs, amo vocês 💕


to só a gretchen com a treta que está vindo!

14/11/2016

Capítulo 3. News



Demi estava deitada na cama de Dianna, ela abraçava o travesseiro da mãe que tinha cheiro de rosas e pensava em como sua vida estava mudando, tinha muita coisa acontecendo e ela não sabia como lidar com aquilo. Faziam nove anos desde que ela tinha pisado os pés naquela cidade e tudo parecia tão diferente, as pessoas pareciam diferentes! Demi olhou para o lado e avistou seu celular, ele estava desligado desde o desfile, esticou seu braço e alcançou o celular ligando-o logo em seguida. Assim que ligou viu várias mensagens e chamadas perdidas, ela foi checando as mensagens e as chamadas, a maioria era de Karl e de Anne sua assessora, eles deveriam estar loucos atrás dela. Havia apenas uma ligação perdida de Bradley e ela suspirou frustrada, pensava que ele ligaria várias e várias vezes implorando pelo seu perdão. Demi discou o número de Karl e se acomodou melhor na cama enquanto chamava.

— Demetria o que aconteceu com você? Tentei te ligar milhões de vezes e você não atende o celular. Já estamos todos em Paris só falta você! Você já está chegando? Está no aeroporto? Precisa que eu vá lhe buscar? — Ele disparou perguntas e Demi suspirou triste

— Eu não vou, Karl. — Disse e fechou os olhos esperando pelo surto de Karl.

— Como assim você não vem? Demetria você é uma das estilistas principais, o que aconteceu? Você estava tão animada com os desfiles... — Demi sentiu uma imensa vontade de chorar, ela estava tão feliz e animada, estava cuidando de cada detalhe dos desfiles e não acreditava que estava perdendo isso.

— Eu queria estar ai, Karl. — Sua voz saiu embargada e ela praguejou mentalmente, já havia chorando tanto, não queria mais chorar por ele e nem pelo o que tinha acontecido. — Mas as coisas fugiram do meu controle e eu preciso me afastar desse mundo por um tempo.

— Eu não entendo, querida. Você estava tão feliz e agora parece tão desanimada e triste, aconteceu alguma coisa? A imprensa vai querer uma explicação, quando perceberem sua ausência vão criar boatos...

— Karl, eu não quero falar sobre o que aconteceu... eu preciso que peça à Anne que cuide da imprensa por mim. Confio nela e sei que ela dará um jeito nisso. — Demi sempre tinha feito questão de deixar sua vida privada longe da mídia, ela queria tratar daquele assunto sozinha sem ninguém opinando sobre. Era um saco ter jornais de fofocas inventando boatos e aumentando coisas sobre sua vida.

— Tudo bem, eu farei isso. Eu vou fazer o possível para lhe deixar informada sobre tudo, o.k? — Ela confirmou sorrindo, era bom saber que tinha pessoas naquele meio que se importava com ela de verdade. Karl era a melhor pessoa com quem ela já havia trabalhado. — Falando nisso... Taylor irá usar mais uma vez o vestido principal, você não deu uma opinião sobre isso e como vocês são melhores amigas... — Demi sentiu vontade de vomitar ao ouvir o nome daquela mulher, sentia seu estomago revirar.

— Coloque qualquer modelo para desfilar com o vestido principal, menos Taylor. Aliás eu quero aquela vagabunda longe da minha coleção. — Karl arregalou os olhos com o xingamento, o que estava acontecendo? Demetria e Taylor eram como carne e unha, viviam grudadas.

— Estamos falando da mesma Taylor?

— Sim, Karl.

— Nós temos um contrato, Demi. Não podemos quebrá-lo assim do nada, se quebrarmos teremos que pagar uma multa alta. O que aconteceu com vocês? Minha cabeça está dando voltas sem entender nada.

— Quebre o maldito contrato e faça Bradley pagar por cada centavo. Não quero aquela puta desfilando com as minhas roupas, eu quero ver ela no fundo do poço, do lugar aonde ela nunca deveria ter saído. — No mesmo instante Dianna adentrou no quarto e Demi sentiu um certo desconforto com o olhar repreendedor da mãe, Dianna era contra qualquer tipo de ódio.

— Demi você tem certeza que quer fazer isso? Bradley vai surtar quando souber...

— Eu não me importo, Karl. Eu nunca descumpri uma promessa e eu prometi à mim mesma que os dias de glória da Taylor iria acabar. Eu preciso desligar agora, me deixe informada sobre tudo, o.k? — Dianna sentou na beirada da cama e Demi desviou o olhar da mãe.

— O.k minha querida, se cuida.

— Você também. — Demi desligou, respirou fundo e finalmente encarou Dianna. A mulher estava com os braços cruzados e um olhar interrogativo.

— Pensei que você fosse menos vingativa. — Suspirou. Demetria sempre teve o gênio forte e sempre queria se vingar de tudo. Aquele jeito arrogante prejudicava ela e as pessoas que a rodeava, será que ela não percebia isso?

— Mãe, eu não quero falar sobre isso. — Disse se enrolando com uma manta roxa, só queria dormir e esquecer de todos os problemas pelo qual estava passando.

— Guardar as coisas pra você mesma vai acabar te sufocando, converse comigo e tire o peso dos ombros. — Demi não disse nada por alguns segundos mas depois acabou explodindo.

— Eu quero acabar com eles, eu quero fazer os dois paguem por cada lágrima que eu estou derramando por causa deles. Eu quero que eles paguem pela cena que eu vi, a maldita cena deles transando se repete na minha mente toda vez que eu deito a cabeça no travesseiro e eu não consigo dormir em paz! Eu quero que eles paguem por eu estar aqui nesse fim de mudo. Tudo o que Taylor conquistou foi graças à mim, eu a coloquei no topo e eu vou derrubá-la. — Desabafou de uma vez por todas, Dianna encarava um canto qualquer do quarto, estava chateada com a filha, aquele fim do mundo era aonde ela tinha sido criada, aonde Dianna e Eddie criou as duas filhas com muito amor e carinho, trabalharam duro para dar uma vida boa e confortável para elas mas parecia que para Demi aquilo não era o suficiente.

— Eu vou deixá-la descansar, o.k? Pense direitinho e veja se isso vale à pena. — Sorriu fraco e saiu do quarto, Demi deitou-se novamente e sentiu sua consciência pesar.



JRAY BISTRÔ
 03:10 da tarde

Paul sorriu e acenou para um cliente que saiu satisfeito do bistrô. Joseph havia ido para mais uma reunião assinar com novos fornecedores e ele estava responsável pelo restaurante enquanto Miley não chegava. Naquele horário o restaurante não ficava muito movimentado, sempre lotava mais no horário do almoço e no horário do café da tarde, entre às quatro e meia e cinco horas. O barulho do sininho anunciou a entrada de Miley no bistrô e Paul franziu o cenho ao vê-la branca, Miley não tinha nenhuma expressão no rosto, parecia que tinha visto um fantasma.

— Miley, querida, você está bem? Aconteceu algo? Você está branca, parece até que viu um fantasma. — Ele perguntou preocupado, Miley sempre era agitada e animada. Ele foi rapidamente até a cozinha e voltou com um copo de água para ela.

— Pior papa Jonas, eu vi o demônio. — Disse virando o copo d'água e Paul franziu o cenho sem entender nada.

— Demônio? Seja mais especifica, Miley.

— Demetria está de volta. — Paul arregalou os olhos. — Quando fui almoçar ela já estava lá em casa e pela quantidade de malas, eu acho que ela vai ficar por um bom tempo. — Paul se apoiou no balcão preocupado com o impacto que a volta de Demi poderia causar na a vida do seu filho. — Será que eu conto pro Joe? — Perguntou indecisa e Paul suspirou, por mais que quisesse proteger o filho ele não poderia, a cidade em breve estaria comentando e ele iria descobrir de um jeito ou de outro.

— Ele vai saber uma hora ou outra... você o conhece, ele odeia fofocas e mentiras, eu acho que deve contar pra ele a... — A frase morreu quando Paul avistou Joe atrás de Miley

Contar o que? — A voz de Joseph fez Miley ficar ereta no banquinho, ela olhou para trás e sorriu amarelo.

— Joe... — Miley disse tentando disfarçar. — Chegou cedo. — Joe revirou os olhos entediado, conhecia Miley o suficiente para saber que ela estava tentando lhe enrolar.

— Estou esperando vocês me contarem — Ele brincou e se apoiou no balcão. Joe observou as feições do pai e da amiga e acabou constatando que era algo sério, ele sentiu-se um pouco incomodado e uma ansiedade crescer dentro de si. — Eu estou começando a ficar assustado. — Disse encarando Miley e em seguida Paul.

— Demetria está na cidade! — Miley disse de uma vez por todas, ela e Paul encararam Joseph esperando por alguma reação, ele estava parado digerindo o que tinha ouvido... Demetria? Diabos! Ele sabia, sabia que estava se sentindo estranho desde que sonhou com ela por algum motivo, era um maldito sinal! Podia imaginar todos os motivos do mundo menos que Demetria voltaria. Ela não estava com uma vida de Hollywood Star? O que ela estava fazendo de volta?

— Joseph, meu filho, diga alguma coisa. — Pediu preocupado, Joe estava apoiado no balcão olhando fixamente para um canto qualquer. Ele à odiava e a queria o mais longe possível, por acaso a vida estava fazendo uma brincadeira com ele? Uma brincadeira de muito mal gosto, por sinal.

— Quer que eu diga o que, papa? A volta dela não vai mudar na minha vida. — MENTIRA! Seu subconsciente gritou. Miley e Paul se entreolharam e olharam para Joseph, sabiam que ele estava tentando à todo custo se convencer pois ele tinha noção de que sua vida iria mudar com aquela noticia. — Eu vou para o meu escritório... tenho muita coisa pra resolver... — Ele adentrou uma das mãos no cabelo e caminhou rapidamente até sua sala, fechou a porta e sentou-se num pequeno sofá que havia ali. Estava se sentindo sufocado e não parava de pensar nela. A volta dela com certeza abalaria sua vida, ele sabia que uma hora ou outra coisas do passado iria voltar à perturba-los. Praguejou baixinho e fechou os olhos. Como será que ela estava? Será que ela ainda era aquela garota risonha e fofa que corava bruscamente quando recebia um elogio?  — O que diabos você está pensando, Joseph? — Disse mentalmente se auto repreendendo. Não queria mais saber dela, não queria saber mais nada sobre ela.



Casa da Dianna, 03:40 da tarde.


Demetria mexeu-se na cama escutando um choro distante, estava embalada por um sono gostoso mas o choro parecia ser cada vez mais real e cada vez mais forte! Ela se esticou e abriu os olhos, sentiu a cabeça latejar ao ouvir o choro estridente de Sophia seguido por tosse. Demi bufou irritada e levantou, estava cansada e queria dormir mas parecia impossível. Entrou no quarto de hospede aonde a menina estava e encontrou Dianna balançando a menina que vez ou outra tossia e respirava ofegante. — Eu não consigo fazê-la parar de chorar e eu acho que ela vai ficar gripada. — Era só o que lhe faltava! Ela não estava em condições de cuidar nem de si, imagine de uma criança. — Ela já esteve assim antes?

— Eu não sei... — Demi disse, ela não sabia nada sobre a menina. — Ela não está com fome?

— Não, ela comeu à alguns minutos atrás. — Demi suspirou.

— Mãe, faz ela parar! — Choramingou e Dianna franziu o cenho, pelo visto elas tinha mais um problema. Queria dar um grande sermão em Demi por não saber nada sobre a filha, por não dar a devida atenção que a menina merecia e precisava, estava por um fio com Demi e sentia que ia explodir à qualquer momento. Sophia não tinha culpa dos erros que Demetria cometia em sua vida.

— Está tudo bem, meu amor. — Dianna disse baixinho balançando Sophia nos braços, aos poucos a menina foi cessando o choro e respirando melhor. — Pode voltar à dormir, deixa que eu cuido dela. — Demi assentiu e saiu do quarto sem se importar com a menina, Dianna estava decepcionada com a filha mas decidiu guardar aquilo para si mesma. Sophia não quis mais dormir e Dianna acabou descendo com ela, Daniel estava sentado no sofá assistindo O Rei Leão, a menina sorriu com a chupeta na boca e apontou para a TV ao ver o pequeno Leão Simba. Sophia era uma garotinha tão meiga e doce, como Demi não conseguia enxergar isso? O som da campainha atrapalhou seus pensamentos e Dianna correu para abrir a porta, ela sorriu ao ver Paul parado em frente à sua porta segurando um saco do restaurante

— Trouxe alguns Donuts para tomarmos café. — Ele falou levantando o saco de papel em suas mãos, Dianna sorriu e deu espaço para ele entrar.

— Venha, entre. Quero que conheça minha netinha. — Disse animada e Paul riu. Dianna sempre falava da netinha apesar de não vê-la muito. Às vezes, depois de muita insistência Demi mandava fotos da pequena para Dianna. Ela levou Paul até a sala e apontou para a garota que estava sentada ao lado de Daniel. Sophia tirou a atenção da TV e olhou para Paul curiosa. Ela sorriu mostrando os oito dentinhos que tinha na boca, Paul sorriu e se aproximou.

— Sophia esse é o vovô Jonas. — Daniel falou sorrindo 

— Ei pequena. — Ele disse pegando-a no colo com todo o cuidado do mundo

— Bobô. — Ela repetiu tentando falar "vovô" e eles riram, a menina também riu e tocou o rosto de Paul com a mãozinha direita. Ele sorriu emocionado, a pequena era um verdadeiro amor. Sophia deitou a cabeça na curva do pescoço de Paul e olhou para Dianna.

— Vamos para cozinha, vou preparar o café e fazer algo para Dan comer. — Olhou para o garoto que tinha sua atenção na TV, ele adorava os filmes da Disney. Paul assentiu e foram para a cozinha, ele sentou-se ao redor da mesa redonda que havia na cozinha e aconchegou Sophia melhor em seu colo.

— Então quer dizer que Demi está mesmo de volta? — Dianna assentiu enquanto colocava a água para ferver. 

— Foi uma surpresa enorme quando a vi na minha porta mas confesso que estou muito feliz em recebê-la de volta mesmo que o motivo não seja bom.

— Eu confesso que estou preocupado com essa volta dela, eu temo por Joseph, ele demorou muito para superar, arrisco dizer que ele ainda não superou totalmente mas nunca vai admitir isso. Foi difícil seguir em frente mas ele conseguiu e está trilhando um futuro maravilhoso, eu tenho medo que Demi atrapalhe isso, entende?

— Entendo sim, Demi machucou muito as pessoas por aqui mas eu acredito firmemente que ela vai aprender com os erros dela. Ela não veio pra cá lavar nenhuma roupa suja, Paul. Ela veio atrás de carinho e paz, Demi não veio atrapalhar a vida de ninguém. Eu sei que uma hora todas as coisas do passado vão acabar vindo à tona mas eu espero que eles consigam passar por cima de tudo e serem pelo menos amigos.

— Eu realmente espero que isso aconteça, Dianna. — Paul suspirou. — Eles faziam um belo casal apesar de todas as diferenças que eles tinham, lembra quando eles fugiam e ficavam dias sem aparecer em casa? — Eles riram.

— Eu queria matar os dois. — Disse rindo com a memória, tudo era tão fácil naquela época. — Eddie ficava muito bravo com Joseph e deixava Demi de castigo por semanas.

— Eu ainda lembro quando Joseph chegou em casa dizendo que conheceu Demi.


— Eu conheci uma garota, pai! — Os olhos de Joseph brilhavam e ele tinha um sorriso bobo no rosto, Paul nunca havia visto o filho daquele jeito antes. — Ela é a garota mais linda que eu já conheci e tem o sorriso mais bonito do mundo! A risada dela é tão divertida que eu poderia ouvir por horas e horas  — Paul sorriu, o filho estava apaixonado? Ele só tinha quinze anos! — Ela é tão engraçada, as bochechas dela coram quando ela recebe um elogio, e quando ela fica sem graça, ela coloca uma mecha do cabelo para trás da orelha.


— Eles cresceram e as coisas mudaram completamente, eu acreditava firmemente que eles iriam casar e veja o que acabou acontecendo.

— Eles vão se concertar Paul, eu sei que vão. — Ela virou-se para encarar o amigo. — Só se tem um amor na vida e eu sei que Demi nunca amou alguém tão intensamente como ela amou Joseph.


Paris, Hotel Le Meurice
06:30 da tarde. 


Taylor estava deitada na cama de um dos maiores hotéis de Paris. Ela comia morangos e folheava uma revista de fofoca. Ela e as outras modelos já estavam em Paris para a semana de moda, estavam ensaiando e experimentando os vestidos para não dar nada errado na hora. Ouviu a campainha do quarto tocar e levantou indo até a porta, abriu e sorriu ao ver Karl parado na porta. 

— Karl aconteceu alguma coisa? — Perguntou dando espaço para ele adentrar no quarto. Karl suspirou e entrou no quarto, ele estava de terno, óculos escuro e segurava seu celular. 

— Precisamos conversar. — Taylor franziu o cenho, ele sentou no sofá e Taylor sentou de frente para ele, pela cara dele coisa boa não era e Taylor sentiu-se um pouco desconfortável. 

— Aconteceu alguma coisa? 

— Eu quero saber o que aconteceu entre você e Demi. — Demi não queria contar o motivo, mas para ela querer acabar com Taylor, ele sabia que era algo grave, queria saber de tudo, precisava saber se era algo sério e se isso afetaria de alguma forma sua marca. 

— Você falou com ela? — Mordeu o lábio inferior quando viu Karl assentir. — Se ela não te contou nada, eu também não irei contar. 

— Você está fora do desfile. — Ela arregalou os olhos e abriu a boca, como assim estava fora do desfile? Eles tinham um contrato, eles não podiam fazer isso com ela, podia? 

— Você não pode fazer isso, Karl. Eu estou no auge e temos um contrato! — Disse nervosa.

— Vamos quebrar o contrato e vamos pagar a multa, eu não sei o que você fez mas Demi está furiosa e quer ver você no fundo do poço. — Taylor não pensou que Demi estivesse falando tão sério, ela estava brava e com razão, mas acabar com a carreira de Taylor não era demais? Como ela tinha coragem?

— Se eu contar o que aconteceu você tenta convencê-la ao contrário? Eu dependo disso para viver! — Implorou

— Eu posso tentar. — Karl disse passando a mão pelos cabelos branco.

— Eu dormi com Bradley, Demetria flagrou eu e ele na cama, na casa dela! — Disse de uma vez e viu Karl arregalar os olhos, agora entendia o ódio repentino de Demi, o porque ela ficaria distante por um tempo indeterminado, ela amava Bradley, eles eram um casal poderoso, agora tudo fazia sentido!

— Como você teve coragem, Taylor? — Ele levantou do sofá num pulo. — Demi era sua melhor amiga, ela te ajudou tanto, ela faria tudo por você.

— Aconteceu, Karl. A gente não escolhe por quem vamos nos apaixonar, eu sei o que eu fiz foi errado mas eu não tenho culpa.

 —Não tem culpa? Céus, Taylor! Você poderia ter conversado com ela sobre isso, você não devia ter traído ela dessa maneira, não sei com quem eu estou mais decepcionado, com você ou com Bradley! — Suspirou tentando manter a calma. — Eu queria poder te ajudar mas não tenho como, a coleção é da Demi, ela desenhou cada detalhe de cada vestido, eu dei apenas um empurrãozinho, então ela é quem manda na coleção desse ano e por isso eu serei obrigada à fazer o que ela me pediu. Desculpa Taylor mas você está fora de todos os desfiles da semana de moda.

— Você não pode fazer isso, não pode! — Taylor disse chorando, as semanas de moda estavam dando um "up" em sua carreira, o que a imprensa diria sobre sua saída repentina? O que seria da sua carreira? — Eu vou processar vocês, temos um contrato.

— Você não pode nos processar Taylor, vamos pagar cada centavo da multa, aliás Demi disse que Bradley irá pagar.

— Bradley não vai pagar nada. Meu Deus, Demetria é louca, louca! Eu era a melhor amiga dela, ela deveria te alguma consideração por mim, por tudo o que já vivemos juntas.

— Você não pensou nisso enquanto transava com o marido dela. Eu ainda preciso ligar pra Bradley e soltar essa bomba, infelizmente não há nada o que eu possa fazer por você além de comprar sua passagem de volta para os Estados Unidos, arrume suas coisas e me encontre no saguão do hotel em três horas, eu vou avisar as outras modelos sobre sua saída e escolher a nova modelo que irá vestir o vestido principal. — Ele saiu sem dar chance de Taylor se defender.



JRAY BISTRÔ
07:00 da noite



Joseph estava sentado em sua mesinha e encarava as papeladas do restaurante, ele precisava ler e assinar todas elas mas por algum motivo ele não conseguia se concentrar. Seus pensamentos estavam longe e bagunçados. Escutou três batidas na porta e murmurou um "entra" logo Selena apareceu em seu campo de visão e ele sorriu.

— Miley me disse que não há um ser humano que lhe tire daqui. — Disse brincando e Joe revirou os olhos, Miley era tão exagerada.

— Miley é muito dramática, eu não sai daqui ainda porque tenho muitas coisas pra resolver. — Apontou para as papeladas e Selena riu sentando numa cadeira disponível. — Como foi lá na reunião? — Selena sorriu tristonha e suspirou.

— Eles disseram que eu deveria aguardar e que entrariam em contato, é sempre a mesma coisa! Eu estou pensando e... acho que não vale mais à pena batalhar por esse sonho, eu só estou me desgastando e desgastando minha família. Dan passa mais tempo com Dianna do que comigo, eu não quero que meu filho cresça com uma mãe ausente, eu não quero que ele passe pelo o que eu passei.

— Selena, todo sonho vale à pena! — Ele sorriu e segurou uma das mãos da amiga. — Olhe para mim e Miley, quando imaginamos que abriríamos um restaurante juntos? Quando as coisas vem fácil elas vão fácil, às coisas vão melhorar e quando você menos esperar tudo vai se resolver, o.k? Pense direitinho e veja se vale à pena desistir, Dan ama você e sempre diz que você é a melhor mãe do mundo, ele não poderia ter uma mãe melhor. — Selena sorriu emocionada e limpou as lágrimas. Ela e Joseph eram amigos desde o ensino fundamental e nada conseguia quebrar aquela amizade.

— Obrigada, Joe. Não sei o que eu faria sem seus conselhos. — Joe sorriu de lado se gabando e ela lhe deu um tapinha na mão. — Não se gabe por isso, querido. — Brincou. — Mas mudando de assunto... eu sei que tem algo errado com você, o que aconteceu?

— Não tem nada de errado comigo...

— Joseph! — Ele respirou fundo.

— Demetria está de volta na cidade. — Observou as expressões de Selena mudar, ela parecia surpresa e apreensiva? — Miley disse que parece que ela vai ficar por muito tempo.

— Uau... isso é... estranho. — Ela não sabia o que dizer. — Mas como você está?

— Não adianta eu mentir pra você... eu estou apreensivo com o estrago que a volta dela pode causar. Eu estou preocupado com você e com Miley. — Selena o observou por alguns minutos, era mais do que isso e ela sabia.

— Eu entendo, mas... muita coisa mudou, Joe! Eu não sou mais aquela Selena idiota que deixava Demetria pisar em mim e me ofender. Eu aprendi à me defender, a vida me ensinou muita coisa. Essa sua preocupação não tem nada haver com sentimentos que você nutri por ela, né?

— Claro que não! — Ele levantou da cadeira e passou a mão pelo cabelo. — Eu não sinto nada por Demetria, nada! Ela morreu pra mim no momento em que... — A porta foi aberta e os dois olharam para trás, Elisa sorriu sem graça e sentiu as bochechas corarem.

— Desculpa, eu volto outra hora.

— Não, não precisa. — Selena pegou sua bolsa e levantou. — Eu já estou de saída... Joe lembre-se que a pior mentira é aquela que contamos para nós mesmos. — Elisa franziu o cenho e olhou para os dois, Selena acenou e saiu do escritório. Agora ela era uma mulher madura, as coisas do passado estavam no passado, não iria deixar Demi lhe abalar.

— Do que ela está falando? — Elisa perguntou se aproximando e o abraçando por trás.

— Bobagens. — Fez um gesto com a mão.

— Você parece tenso... Que tal irmos para casa? Eu posso fazer uma massagem em você e te fazer relaxar. — Ela disse com a voz rouca e sedutora, Joe sorriu de lado e a beijou brevemente. Relaxar parecia uma ótima ideia!

--

ei garotas, tudo bom com vocês? 
já peço desculpa pela demora mas a vida não está colaborando comigo, minha vida está completamente bagunçada, eu tô levando uma rasteira atrás da outra, não tá fácil pra ninguém! 
eu espero que vocês gostem do capítulo, o final acabou de ser escrito. eu não sei o que dizer sobre ele, mas tenham paciência, logo logo as coisas vão começar à esquentar, ainda tem muita coisa pra acontecer... enfim, espero que esteja grande x.x | respostas aqui
até o próximo, bjs amores. 


selena vai matar com bondade nessa fanfic. 

08/11/2016

Capítulo 2. Come Back

se tiver qualquer erro peço desculpas, eu não revisei.


Dia Seguinte.
Apartamento da Demi, 08:00 da manhã

Demetria estava sentada numa poltrona de frente à enorme janela de vidro que lhe dava uma visão ampla da cidade que nunca dormia. Ela segurava uma xícara cheia de café e observava os pingos de chuva cair, o céu estava cinza e fechado, vez ou outra um raio partia o céu. Demi havia passado a noite toda sentada naquele mesmo lugar, ela não conseguia tomar uma decisão clara, seus pensamentos estavam bagunçados, sua mente lhe bombardeava perguntas. Como Taylor teve coragem de fazer isso com ela? Havia confiado sua vida em Taylor, contava tudo pra ela, contava sobre seu casamento, sobre suas noites quentes com Bradley, sobre sua família! — Estúpida! — Sussurrou para si mesma. Escutou o barulho da porta abrindo e não precisou olhar para trás pra saber que era ele.

— Demi... — Ele disse baixinho. — Eu achei que você estava dormindo... Eu vim do hotel e...

— Não minta! — Disse observando as gotas que desciam pelas enormes janelas. — Eu sei que você dormiu com ela, eu sinto o maldito perfume dela. — Demi colocou a xícara de lado e levantou, olhou para ele e sentiu uma imensa vontade de abraçá-lo e chorar, chorar como um bebê.

— Foi um erro mas podemos seguir em frente, vamos resolver as coisas e conversar — Maldito! Ele não se sentia nenhum pouco culpado, estava agindo normalmente como se nada estivesse acontecendo e isso só serviu para deixar Demetria ainda mais furiosa.

— Eu não vou conversar sobre nada com você, Bradley.

— Eu tenho noção do erro que eu cometi, mas foi algo que aconteceu naturalmente, ela dava em cima de mim e eu acabei me sentindo atraído por ela.

— Claro, claro que você sentiu atraído por ela porque não existe uma puta no mundo que não faça seu pau subir, não é mesmo? — Ela riu sarcástica e Bradley serviu um copo de whisky e virou sentindo a garganta arder, não era dessa maneira que ele imaginou que seu jogo fosse acabar, maldito deslize! A porta da sala foi aberta e os dois olharam para Marina, a babá de Sophia. A mulher ficou sem graça ao perceber o clima tenso entre os dois.

— Bom dia! — Disse sentindo as bochechas corarem. Era a primeira vez que chegava naquela casa e não via Demi e Bradley prontos para trabalhar.

— Bom dia, Marina. — Demetria sorriu fraco. — Aproveitando que você já chegou, me faça um favor. — A mulher assentiu prontamente. — Arrume as coisas de Sophia numa mala e coloque tudo o que você achar que ela vai precisar para passar um tempo indeterminado no Tennessee. — Marina assentiu e subiu rapidamente.

— Tennessee, Demetria? Você está louca? — Perguntou adentrando uma mão nos cabelos. — O que você vai fazer naquele fim de mundo?

— É naquele fim de mundo aonde minha família mora. — Ela subiu o primeiro degrau da escada e suspirou fundo. — Se você ainda sente algo por mim, ligue para os seus contatos e arrume um carro pra me buscar lá em Nashville... — Subiu as escadas e sentiu as mãos tremerem quando abriu a porta do quarto, foi ali que seus pesadelos haviam começado. Demi se despiu e adentrou no chuveiro quente, suas lágrimas se misturaram com a água que caia do chuveiro. Ela não demorou muito, queria sair daquela casa o mais rápido possível. Saiu do banho enrolada num roupão branco, foi direto para o closet, vestiu uma calça jeans clara apertada, uma regata branca e um sobretudo rosa claro. Calçou um salto alto, penteou os cabelos e começou arrumar sua mala. Ela colocou as coisas de qualquer jeito, não sabia quanto tempo ficaria lá e se precisasse de algo compraria lá mesmo. Demi saiu daquele quarto e entrou no quarto da filha, Marina estava sentada com Sophia no colo e tinha lágrimas nos olhos.

— Desculpa, Sra. Lovato. — Marina disse assim que viu Demi parada olhando para ela com a sobrancelha arqueada, Demi era intimidante e esbanjava sofisticação. — Eu estava me despedindo dela. — Marina cuidava de Sophia desde que a garotinha tinha cinco dias de vida, sentiria falta de cuidar dela, considerava a menina como uma filha e tinha muito amor e carinho por ela. Esperava que Demi percebesse a filha maravilhosa que tinha.

— Tudo bem. — Sorriu sem graça. Ela não entendia porque Marina era tão apegada à Sophia, era apenas uma criança! — Quando terminar pode descer. Eu sinto muito te dispensar assim em cima da hora. — Marina assentiu entristecida. — Bradley vai pagar os últimos dias que você trabalhou, o.k?

— Eu entendo, Sra. Lovato. — Levantou com a pequena Sophia no braço, a garotinha tinha um ursinho nos braços que havia ganhado de Dianna e chupava sua chupeta. — As coisas acontecem quando menos esperamos, a vida é imprevisível. — Demi assentiu segurando-se o máximo para não chorar novamente, só iria desabar nos braços da sua mãe. Era tudo o que ela mais precisava naquele momento, do abraço, do carinho e da voz doce de Dianna lhe dizendo que tudo iria ficar bem. Demi colocou os óculos escuros, pegou sua bolsa e desceu junto com Marina.

— Eu chamei o motorista para levá-la no aeroporto e quando você chegar vai ter um carro lhe esperando, o.k? — Demi apenas assentiu. — Esse tempo será importante para nós dois, nunca se esqueça que eu te amo.

— De nada me vale suas palavras, Bradley. — Seu tom de voz foi frio e ela se surpreendeu consigo mesmo. — Adeus, Bradley. — O motorista lhe ajudou com as malas, ela pegou Sophia dos braços de Marina e adentrou no elevador.


Nashville, Tennessee.
Casa da Dianna, 10:30 da manhã



— Bom dia, Dianna. — Liam disse adentrando na cozinha de mãos dadas com Miley. Dianna estava terminando de preparar o café, ela não havia se sentindo bem durante a noite e acabou perdendo o sono, sentia que tinha algo de errado mas ela não sabia distinguir o que era.

— Bom dia, Liam. — Ela sorriu e beijou a testa da filha mais nova. — Eu já estou terminando de prepara o café, eu acabei dormindo mais do que deveria. — Disse colocando a garrafa de café em cima da mesa. Pretendia ligar para Demi mais tarde, havia visto num canal de fofoca que a coleção de roupas da filha havia sido muito elogiada na semana de moda de Nova York, queria parabenizá-la e saber se estava tudo bem com ela.

— Ora mamãe, não há nada de errado acordar um pouco mais tarde, ok? Não precisa se sacrificar por isso, você é humana e também precisa de um tempo pra si.  — Miley disse conduzindo Dianna pelos ombros para sentar-se a mesa, às vezes Dianna passava tanto tempo ajudando as outras pessoas que esquecia dela mesma.

— Eu acho que você deveria arrumar um namorado, ainda existem bons partidos nessa cidade. — Liam brincou e Dianna riu fazendo uma careta.

— Querido, eu já estou velha para arrumar um namorado. — Ela riu. — Estou muito realizada com minha vida e não preciso de um namorado. — Miley riu e colocou as torradas na mesa, junto com suco e algumas frutas.

— Também acho que a senhora deveria arrumar um namorado, eu não me importo... Se Paul não gostasse da mesma fruta que a senhora, eu até diria que ele é um bom partido. — Liam riu e Dianna armou uma carranca.

— Miley mais respeito com Paul, ele é como um irmão pra mim e eu estou muito bem sozinha, ok? Esse assunto está encerrado. — Miley prendeu o riso e levantou as mãos em sinal de redenção, sentou ao lado do namorado e tomou um gole do seu café. A campainha tocou e Dianna levantou para atender, era Selena. Dianna cuidaria de Daniel enquanto Selena ia para uma reunião com algum fornecedor.

— Bom dia, vovó Dianna. — Daniel disse animado e abraçou a perna de Dianna. Ela sorriu e alisou o cabelo do garotinho. Dan adorava ficar com Dianna, eles brincavam muito juntos e ele sempre lhe ajudava a cozinhar.

— Bom dia, Dianna. — Dianna sorriu e cumprimentou Selena com um beijo. — Nicholas vem buscá-lo à tarde, ok? Se ele der trabalho não exite em repreendê-lo.

— Ei, eu não dou trabalho! — O pequeno disse cruzando os braços, Dianna riu e assentiu.

— Vamos ter uma tarde muito legal juntos, não é mesmo Dan? — Ele assentiu, o garotinho estava com uma mochila de carrinho com vários brinquedos dentro.

— Obrigada por tudo Dianna. — Selena sorriu com sinceridade, Dianna sempre lhe ajudava com tudo. Ela e Nicholas estavam passando por uma crise financeira e as coisas estavam difíceis, a loja estava quase falindo e Nick não conseguia arrumar um emprego pela cidade.

— Não precisa agradecer, sabe que pode contar comigo em tudo o que precisar. — Selena sorriu e lhe abraçou, ela havia perdido os pais ainda quando era criança, foi criado pela avó que faleceu quando ela ainda estava na adolescência, por isso casou e construiu sua família cedo. Dianna era uma verdadeira mãe pra ela.

— Eu preciso ir agora. — Separou o abraço com lágrimas nos olhos e beijou a testa do filho.

— Vai dar tudo certo, ok? Vou estar torcendo por você, minha querida. — Elas se despediram e Selena partiu, Dianna entrou em casa com Daniel e ele sorriu animado ao ver Miley e Liam.

— Tio Liam, quando você chegar podemos jogar futebol?

— Claro! — Liam riu e levantou junto com Miley, eles estavam atrasados.

— Precisamos ir. — Miley virou o copo de suco. — Hoje eu e Joseph vamos entrevistar o novo garçom. — Ela estava animada, o bistrô estava crescendo e ela não via a hora de transformá-lo num restaurante de verdade.

— Boa sorte, querida. Se der mais tarde eu e Dan damos uma passada lá.

— Tchau dinda, bom trabalho! — Miley sorriu e beijou a testa do garoto.

— Tchau querido, hoje eu venho almoçar em casa, ok? — Dianna assentiu. — Não almocem se mim. — Brincou. Liam se despediu de Dianna e Daniel e saiu com Miley lhe puxando e reclamando do atraso.

— Bom, parece que agora somos apenas nós dois, Dan. O que você gostaria de fazer? — Dianna perguntou fazendo cocegas na barriga dele.

— Podemos construir uma cidade de legos e depois assistir filmes. — Ele disse entre as gargalhadas.

— Isso me parece uma ótima ideia.


***

A manhã havia passado num piscar de olhos, Dianna passou a amanhã toda brincando com Dan de lego, depois eles assistiram Peter Pan e o pequeno acabou adormecendo, Dianna o colocou no quarto de hóspede e depois desceu para começar a preparar o almoço. O rádio tocava baixinho e ela dançava e cantarolava uma música qualquer do James Taylor, seu cantor favorito. O barulho da campainha ecoou pela casa atrapalhando seu momento de paz, ela franziu o cenho e secou suas mãos num pano de prato, largando-o em cima do balcão logo em seguida. Ela caminhou apressadamente até a janela e estranhou quando viu o carro de luxo estacionado do outro da rua, em frente à sua casa. foi até a porta e quando abriu levou um susto mas logo seu sorriso foi de orelha à orelha ao ver Demetria parada em frente à sua porta com sua netinha nos braços. — Querida, que surpresa! — Dianna disse depositando um beijo na testa da pequena Sophia que dormia profundamente e em seguida depositou um beijo na testa de Demi. Ela abraçou Demi carinhosamente e sentiu as lágrimas molharem seus ombros, seu coração de mãe apertou e naquele momento ela soube que tinha algo de errado. — Meu amor, o que aconteceu? — Perguntou preocupada.

— Eu senti saudades. — Disse com a voz embargada. Dianna alisou as costas da filha e beijou a bochecha dela. Sabia que tinha mais do que saudades mas não ia interrogar a filha naquele momento, os vizinhos observavam a cena e com certeza alguns minutos depois a cidade toda estaria comentando a volta de Demetria.

— Venha vamos entrar. — Quando Demi entrou na casa ela sentiu uma sensação diferente. Era como se finalmente tivesse encontrado sua verdadeira casa depois de estar anos perdida! Observou com os olhos todo o local e nada havia mudado, desde que ela havia ido embora, estava tudo do mesmo modo. — Deixe-me colocá-la numa cama. — Disse pegando a neta nos baços, a menina se mexeu mas logo se acomodou nos braços da avó. — Se você tivesse avisado que viria eu teria preparado as coisas por aqui. — Ela disse subindo as escadas com a neta.

— Eu não queria incomodá-la. — Demi falou baixinho, sentou-se num dos sofás e tirou os óculos escuros. Seus olhos estavam vermelhos e pesados, havia sido uma longa viajem e seu corpo gritava por um banho e uma cama. A voz do cantor country James Taylor encheu seus ouvidos e ela sentiu um momento de nostalgia tomar conta de si, ela havia crescido naquele lugar, escutando aquelas musicas. A mão de Dianna tocando em seu ombro lhe despertou das memórias, ela olhou para a mãe e sorriu fraco sentindo as lágrimas inundarem seus olhos.

— Minha filha, o que aconteceu com você? — Demi deitou a cabeça no colo da mãe e chorou, despejando toda sua dor e sua frustração nas lágrimas. Dianna alisou os cabelos de filha e disse palavras doce para acalmá-la. — Mamãe está aqui pra você, vai ficar tudo bem. — Disse com a voz serena enquanto acariciava os cabelos dela. — You are my sunshine, my only sunshine. You make me happy when skyes are gray, you never know dear, how much I love you... — Demi sorriu entre as lágrimas, Dianna cantava aquela música para ela e Miley dormir quando elas eram crianças. Demi sentiu-se incrivelmente bem nos braços da mãe, aos poucos o choro foi cessando, seu corpo estava entorpecido.

— Eu pensei que ontem havia sido um dos melhores dias da minha vida... — Dianna sorriu, estava ciente do sucesso que a filha fazia em Nova York. — Minha coleção foi um sucesso, eu pensava que nada poderia me abalar... — Disse baixinho, Dianna escutava cada palavra com toda atenção. — Eu fui pra casa com um único pensamento: comemorar a noite com Bradley. — As lágrimas começaram a descer. — Só que quando eu cheguei em casa eu o flagrei transando com a minha melhor amiga. — Ela não conseguiu segurar o choro e deixou as lágrimas molharem a almofada. Dianna suspirou e alisou os cabelos da filha, nunca havia passado por isso e não sabia nem o que falar.

— A vida sempre dá uma rasteira na gente quando nós menos esperamos, não é mesmo? — Demetria assentiu se aconchegando ainda mais no colo da mãe. Dianna lembrou da morte de Eddie e suspirou, aquela havia sido a maior rasteira que a vida havia lhe dado e ela passou anos para superar, até entrou numa depressão. — Deus sabe de todas as coisas querida, nada nessa vida acontece por acaso, agora você pode não entender mas mais pra frente vai ficar tudo claro e você vai entender perfeitamente o motivo de tudo isso. Tudo vem como uma aprendizagem, nada é em vão. A melhor coisa que você pode fazer no momento é tirar um tempo pra você, colocar os pensamentos em ordem e tomar uma decisão pensando no que é melhor pra você e pra sua filha. Eu amo você, meu amor, você pode sempre contar comigo, não importa o que aconteça, sempre estarei aqui pra você, ok?

— Eu amo você, mamãe. — Disse com a voz embargada. Dianna sorriu e beijou a bochecha da filha. Elas ficaram ali abraçada por um longo tempo, Demi sentia-se incrivelmente bem nos braços da mãe, era confortável e quente.

— Você está com fome? — Demi assentiu, não havia comido nada desde a noite passada e se perguntava como havia conseguido passar tanto tempo sem comer. — Então acho melhor eu adiantar o almoço, Miley disse que viria almoçar em casa hoje mas não chegou ainda. — Disse olhando para o relógio que marcava 01:30 da tarde. Demi estremeceu ao ouvir o nome da irmã, elas não se falavam desde que Demetria foi embora deixando para trás um furacão de problemas. Não sabia se Miley havia lhe perdoado pela besteira que ela havia feito.

— Eu vou tomar um banho e vestir uma roupa mais confortável. — Dianna assentiu e elas se levantaram.

— Seu quarto está da mesma maneira que você deixou, suas coisas ainda estão lá... estão meio empoeiradas porque quase ninguém fica lá mas depois eu posso dar uma geral lá. — Disse indo para a cozinha terminar de preparar o almoço

— Não precisa se preocupar... — Demi sorriu e subiu para tomar banho.


***

Miley se despediu de Paul e Joseph e adentrou no carro de Liam. O garoto que estava escalado para a vaga de garçom havia se atrasado para entrevista e acabou atrapalhando o horário dela. Miley e Liam foram o caminho todo conversando sobre o garoto, ele era jovem e disse que precisava muito do emprego, o garoto lembrava Joseph quando era mais novo e Joseph acabou por contratá-lo. — Tem certeza que não quer entrar? — Ela perguntou se desfazendo do cinto de segurança

— Hoje eu vou almoçar com meus pais. — Miley assentiu e deu um selinho nele. 

— Tudo bem, amor. — Ela sorriu — Nos vemos no restaurante, certo?

— Certo. — Liam sorriu e lhe deu mais selinho. Miley desceu do carro, acenou e ele deu partida. Ela franziu o cenho quando viu um carro de luxo estacionado do outro lado da rua em frente à sua casa, nunca havia visto um carro daquele porte na cidade antes. Ela deu os ombros e adentrou em casa — Mãe? — Ela gritou mas parou assim que viu três malas num canto da sala, quem seria? Foi até a cozinha e encontrou uma Dianna sorridente colocando a mesa.

— Você está atrasada para o almoço. — O sorriso de Dianna estava diferente... Miley franziu o cenho quando viu três lugares na mesa.

— De quem é aquelas malas? — Perguntou curiosa indo até o fogão desligar o fogo do arroz. — Nossa visita parece ser importante pois aquele carro estacionado ali...

— Mãe, quem é aquele garotinho... — Aquela voz era familiar... Miley franziu o cenho e quando virou-se quase caiu para trás, arregalou os olhos e abriu a boca tentando emitir algum som. Aquilo estava mesmo acontecendo? Podia imaginar até o presidente em sua casa menos Demetria. Demi também parecia sem reação e não sabia o que fazer, estava parada na porta com os olhos fixos em Miley. A irmã estava tão diferente, seus cabelos que antes eram longos e castanhos avermelhados agora estavam curtos e loiro platinado, ela estava linda e crescida.

— Querida, a sua irmã vai passar um tempo conosco. — Dianna disse sorrindo, Miley olhou para mãe sem nenhum expressão, o impacto tinha sido grande! Demi sorriu sem jeito e Miley a ignorou completamente.

— Mãe... é... eu... acho que perdi a fome. — Dianna lhe olhou com a cara feia, sabia muito bem o que Miley estava tentando fazer e não iria deixar. 

— Miley, não comece. Você vai sentar na mesa e almoçar. — Miley revirou os olhos mas obedeceu a mãe ao ver que não tinha escolha, Demi suspirou e sentou de frente para irmã. Dianna serviu o almoço, o silêncio estava sendo perturbador, era possível ouvir o som dos talheres batendo no prato. Vez ou outra Miley encarava Demi que já estava começando a se sentir intimidada com o olhar da irmã sobre si. 

— Liam não quis almoçar? — Dianna perguntou tentando amenizar aquele clima desagradável que havia se formado. 

— Não, ele foi almoçar com os pais. — Cortou um pedaço da carne e olhou para Demi. — Acho que com essa nova hospede eu vou mantê-lo o mais longe possível daqui. — Miley sorriu sínica. Demi sabia muito bem sobre o que ela estava falando, sentiu-se incomodada e largou os talheres no prato. 

— Eu vou ver como Sophia está... — Levantou da mesa e subiu o mais rápido possível. Dianna encarou Miley com a cara feia e ela se encolheu. 

— Desculpa, mas eu não consigo entender como a senhora consegue recebê-la aqui em casa depois de tudo o que ela fez. — Falou indignada. 

— Todos nós cometemos erros, Miley. Demetria também é minha filha e eu a amo assim como amo você. Já se passaram anos e eu acho que está na hora de você perdoá-la. 

— O que diabos ela veio fazer aqui, afinal? — Desconversou, perdoar Demetria não estava em seus planos. 

— Ela está passando por um momento difícil e precisa de nós. — Miley riu, aquilo era uma piada? Desde quando Demi precisava delas?

— Quer dizer que a rainha está enfrentando problemas no paraíso? — Falou irônica. — Achei que ela tinha uma vida perfeita, o que aconteceu? O marido deu um pé na bunda dela? — Dianna não disse nada e Miley arregalou os olhos. — É sério? O bonitão deu mesmo um pé na bunda dela? 

— Não, Miley! — Dianna levantou e retirou o prato da mesa, havia perdido sua fome. — Tudo o que importa aqui é que Demi vai passar um tempo aqui, goste você ou não. Quero que trate ela bem, você sabe que eu não tolero ódio dentro da minha casa. 

— Eu vou voltar pro trabalho, essa notícia afetou minha mente.  — Ela levantou, pegou sua bolsa e terminou de beber seu copo de suco de uva. 

— Prometa que vai ser gentil com sua irmã. — Dianna se aproximou de Miley e abraçou a filha pela cintura. — Seu pai não gostaria de ver vocês duas brigadas dessa maneira. — Seu pai era seu ponto fraco e Dianna sabia disso. — Miley! — Cobrou uma atitude de Miley e ela revirou os olhos. 

— É só ela não pisar no meu calo. — Beijou a bochecha da mãe. — Contratamos o novo garçom, fiquei encarregada de treiná-lo, preciso ir, se eu demorar Joseph vai descontar do meu salário. — Fez uma careta e Dianna riu. 

— Vá com Deus, querida. — Miley assentiu e saiu. A volta de Demetria não afetaria apenas ela, Selena e Joseph seriam os mais afetados e ela temia por eles. 

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gente se ficou pequeno já peço desculpas mas a semana não colaborou comigo o enem fodeu comigo legal, li tanto que eu não queria ler e nem escrever por um bom tempo, travei legal. mas agora estou de volta e é pra ficar, eu espero que dessa vez nada me interrompa. 
fiquei muito feliz com os comentários de vocês, melhorou o dia ruim que eu tive, amo muito vocês, obrigada por tudo, sério mesmo, vocês são demais <3
acho que é isso! | respostas aqui.
vou correr pra não atrasar o próximo
bjs meus amores.


um gif da rainha da fanfic.