27/07/2020

9. Christmas Lights


Dia seguinte...

— Agora é a sua vez! — Alana disse observando o seu tabuleiro. Demi e Alana estavam sentadas no chão da sala jogando o jogo "Cara a Cara" que basicamente se resumia em um jogador tirar uma carta com um personagem e o adversário tinha que adivinhar que personagem era apenas com perguntas sobre as características dos personagens. 

— Seu personagem é loiro? — Demi perguntou com a sobrancelha arqueada e Alana negou com um sorriso sapeca nos lábios. Era domingo a noite e elas haviam acabado de jantar, aos poucos Alana voltou a falar com a mãe e mal se lembrava dos acontecimentos do dia anterior, claro que ela sentia falta do pai, perguntava sobre ele direto e sempre pedia para falar com Joseph por chamada de vídeo, mas como o prometido, Joe estava indo vê-la todas as noites. 

Já Demi ainda estava tentando se acostumar com a sua nova rotina. Fazia apenas dois dia que Joseph havia ido embora, mas às vezes se pegava chamando por ele ou procurando por ele no lado vazio da cama, e então a realidade lhe batia fortemente mostrando que ele não morava mais com ela. Dormir a noite com aquela realidade foi difícil, as lágrimas molharam o travesseiro, mas havia colocado na cabeça que era apenas questão de costume, logo iria aprender a dormir sozinha. E era a isso que Demi se apegava. 

— O seu personagem usa óculos? — Alana perguntou e Demi assentiu bocejando. Ainda era sete horas da noite, mas ela já estava cansada e doida para dormir. O som da campainha ecoou pela casa e Alana sorriu animada, levantando-se. — É o meu pai. — Disse e correu para abrir a porta. Alana havia chamado o pai para finalmente ajuda-la a montar a árvore de natal. 

— Oi minha princesa. — Joseph sorriu pegando-a nos braços e depositando vários beijos no rosto da filha que riu porque a barba dele estava grande e fazia cócega. — Você está bem? — Alana assentiu o abraçando carinhosamente. — Boa noite, Demi. — Joe disse a olhando atentamente. Ele achava Demi extremamente maravilhosa quando ela estava sem maquiagem, as sardinhas ao redor do nariz a deixavam tão fofa e bem, ele não queria ter reparado, mas os seios dela pareciam maiores no decote da camisola de seda. 

— Boa noite, Joseph. 

— Nós estávamos jogando cara a cara, mas agora que você chegou podemos montar a árvore. — Alana falou buscando pelas caixas aonde Demi guardava todos os enfeites para colocar na árvore. Não demorou muito para que o chão da sala se tornasse uma verdadeira bagunça, os enfeites de natal estavam todos espelhados pelo chão da sala e Batman brincava de morder uma das bolinhas do chão enquanto Luke dormia profundamente no tapete da sala. 

Não tinha ninguém mais radiante do que Alana naquela casa. O sorriso ia de orelha a orelha apenas por estar montando a árvore de natal junto com o pai, a pequena que estava vestindo um pijama de pezinho e auxiliava o pai enquanto Joseph montava a árvore que não era muito grande, sentia-se a garota mais feliz do mundo. 

— Eu trouxe alguns biscoitos. — Demi disse saindo da cozinha com um prato de biscoitos amanteigados e dois copos de leite. Ela sabia que aqueles biscoitos eram um dos favoritos de Joseph. 

— Nossa árvore vai ser a mais bonita de todas. — Alana disse levantando do chão para pegar um biscoito. Aos poucos a árvore estava ganhando vida, faltava apenas montar alguns galhos para então começarem a enfeitar.  

— Eu amo esses biscoitos. — Joseph falou dando uma mordida. Demi o olhou e desviou o olhar para o celular. Ela não iria ceder só porque ele era bonito e tinha um sorriso lindo que a deixava de pernas bambas, sem contar o corpo que era um pedaço de mal caminho. — Você não vai comer? — Perguntou pegando mais um biscoito. Demi apenas negou com a cabeça e focou na televisão que passava um filme. 

— Já podemos colocar os enfeites? — Alana perguntou ansiosa depois de dar um gole no copo de leite. Joe assentiu sorrindo observando a filha, a garotinha estava com um sorriso no rosto desde que ele havia chegado e era sempre assim que ele queria ver sua menina: sorrindo e feliz. 

Os três enfeitaram a árvore de natal juntos. Bolinhas brancas, vermelhas e douradas, pequenos papais noel, presentinho e então o aguardado pisca-pisca. O sorriso estava nos lábios dos três, Alana estava radiante por estar fazendo aquilo com os pais, naquele momento não havia brigas, raiva e mágoa, era apenas uma família feliz aproveitando aquele momento bonito. 

— Falta a estrela. — Alana sorriu quando Joseph a pegou nos braços, levantando-a bem alto. Demi lhe entregou a estrela dourada com glitter e a garotinha encaixou na ponta da árvore dando o toque final. Joseph ligou o pisca-pisca na tomada e então as luzes começaram a piscar mostrando como a árvore havia ficado bonita. — Agora só faltou colocar os presentes embaixo da árvore, mamãe disse que amanhã nós podemos ir ao shopping comprar. Você quer ir com a gente, papai? 

— Eu acho que está na hora de uma mocinha ir dormir. — Demi disse verificando o horário no celular, faltavam dez minutos para as dez hora da noite e naquele horário, Alana já era para estar dormindo porque no dia seguinte iria para a escola. 

— Eu quero ficar um pouco mais com o meu pai. — Alana falou abraçando Joseph pelo pescoço. — Eu só vou dormir se meu pai dormir aqui hoje. — Demi e Joe se entreolharam sem saber o que dizer. — Por favor, papai. 

— Tudo bem, meu amor. — Joseph falou dando um beijo demorado na testa dela. — Então vamos subir para escovar os dentes e deitar porque amanhã a mocinha vai para escola. — Demi não disse nada, apenas observou os dois subirem juntos as escadas e os cachorros acompanharem. Ela deitou-se no sofá e se enrolou com a manta quentinha que ficava ali. Lá fora estava frio e no jornal mais cedo disse que havia previsão de chuva para aquela noite. 

Como não tinha muito o que fazer, Demi acabou sendo entretida pelo filme de comédia que passava na televisão enquanto comia o restante dos biscoitos que havia sobrado. Trinta minutos depois, Joseph desceu as escadas mexendo no celular. — Alana já dormiu. — Demi desviou o olhar da televisão para encara-lo. — Amanhã eu venho busca-la, eu disse que ia leva-la comigo para comprar os presentes de natal. 

— Eu também preciso ir comprar umas coisas, eu vou busca-la na escola e vou almoçar com ela num restaurante do shopping, quando eu terminar você pode ir busca-la. — Joe assentiu guardando o restante das coisas da árvore de natal que haviam sobrado pela sala. — Meus pais me ligaram ontem, eles vão chegar na sexta-feira... nós vamos comemorar o natal aqui mesmo, vou fazer um jantar simples. 

— Esse ano meu tio vai passar o natal com a família da namorada dele, acho que vou passar apenas com a minha mãe. — Disse a olhando após guardar a caixa com o restante das coisas num canto da sala. 

— Eu ainda não falei para os meus pais sobre a nossa separação, eu quero esperar as coisas... oficializarem para contar. Se você e a sua mãe quiserem passar a noite de natal aqui, vocês serão bem-vindos, acho que vai ser importante para Alana também. — Deu os ombros como se não se importasse. 

— Obrigada pelo convite, eu vou conversar com a minha mãe. — Demi assentiu e aproveitou que o filme havia ido para os comerciais para pegar os copos e o prato vazio para levar para a cozinha. 

— Minha mãe passou o número de um advogado muito bom, mas ele só vai estar atendendo no começo o ano. Eu pensei em contrata-lo se você não estiver com muita pressa. — Joseph disse encostado no balcão com os braços cruzados enquanto a observava lavar a louça. Por que ela era tão linda? E aquele bumbum bem moldado na camisola de seda? Era quase impossível para ele não olha-la, sentia falta de tudo sobre ela. 

— Faça como você achar melhor, Joseph. — Demi falou sem olha-lo. 

— Eu não quero me separar de você, Demi. — Joseph disse a tocando na cintura, ele nem mesmo sabia como havia ido parar ali. Demi suspirou profundamente sentindo o coração bater acelerado no peito, o corpo automaticamente esquentou só de sentir a mão máscula na cintura. — Eu amo você, só você. — Disse virando-a para olha-la nos olhos. — Você é a mulher da minha vida e eu sinto falta de você ao meu lado na cama, eu não quero acabar com a nossa família. 

— Joseph... — Demi sussurrou tentando formular uma frase coerente em sua cabeça. Ela não queria deseja-lo e não queria que o corpo correspondesse as investidas dele, mas fazia tanto tempo desde a última vez que eles haviam se tocado, o seu corpo sentia falta do corpo dele. 

— Eu amo você, Demetria. Você é a única mulher que existe na minha vida, a única que eu quero, a única que eu desejo. Não tem outra pessoa, é só você e eu não vou ser feliz se você não estiver do meu lado. — Joe disse puxando o corpo dela para mais perto do seu. Ele não podia fazer aquilo com ela. — Você é o amor da minha vida. — Disse no ouvido dela, passando o nariz pelo pescoço dela fazendo com que cada pelo do seu corpo se arrepiasse. Demi suspirou fechando os olhos e se entregou quando ele colou seus lábios num beijo intenso. 

Não tinha jeito. Era em vão lutar contra aquele sentimento. Ela o amava com toda a sua vida, o amor não ia embora de um dia para a noite, o sentimento não acabava de repente e naquele momento todo o amor, carinho e paixão que sentia por Joseph estava presente ali, mais forte do que nunca. Era como se o seu corpo precisasse dos toques dele. Quando Joe a segurou pela cintura prensando seu corpo contra o balcão da cozinha, ela levou a mão para o cabelo da nuca dele e apertou suspirando ao sentir Joe descer os beijos para o seu pescoço. 

— Amo você, meu amor. — Demi sorriu com os olhos fechados e levou as mãos para a barra da camiseta dele, puxando para tira-la. Ela não sabia que precisava tanto dele até aquele momento. — Linda. — Todos os elogios do mundo não eram suficientes para descrevê-la. Joseph sentia o coração bater tão forte de felicidade. Demi entrelaçou os braços em volta do pescoço dele, eles se olharam com sorrisos felizes nos lábios e caminharam juntos entre beijos e mãos bobas em direção a sala. 

Fazia um pouco mais de uma semana que as mãos dele não tocava aquela maravilha de bumbum, céus, como ele havia sentido falta de toca-la, de ama-la e dizer o quanto a amava. Joe não perdeu tempo e adentrou a mão na camisola, a tocando no bumbum com vontade. Demi o mordeu no queixo barbado e deixou que Joseph a deitasse no sofá. Por ela estar vestindo apenas uma camisola branca, Joe conseguia toca-la com facilidade, e por isso ele apertou com força o bumbum, suas mãos sentia falta de apertar o bumbum que tanto gostava. 

— Eu senti tanto a sua falta. — Era bom ouvir aquelas palavras da boca dele. Demi suspirou sentindo ele beija-la no pescoço e descer o beijo em direção ao decote em seus seios. Joseph subiu o vestido dela e beijou cada parte que era descoberta pelo vestido, começando pelo cós da calcinha preta. Ele subiu os beijos pela barriga e mordeu o lábio inferior quando viu os seios descobertos após tirar por completo a camisola. 

Ele não demorou para sugar os seios bonitos. Aquela mulher só podia ser a visão do paraíso e naquele momento, Joseph sentia-se no céu. Demi murmurou quando sentiu os seios doloridos. — Devagar. — Pediu fechando os olhos porque aquilo era bom. Os mamilos já estavam duros e o calor se instalava no ventre e entre as pernas, precisava tê-lo. — Amor, mais devagar. — Pediu novamente e Joe começou a chupar os seios de forma mais lenta para não machuca-la. 

— Parecem maiores. — Joe disse se referindo aos seios dela. — Linda. — Ele sorriu dando um selinho rápido nos lábios dela. — Maravilhosa. — Desceu os beijos para o pescoço e depois para o colo nu. — Perfeita. — Os beijos nos seios foram cuidadosos e cheios de amor para depois seguir a trilha de beijos para a barriga. — Deusa. — Jamais cansaria de elogia-la, faltava até palavras para descrever como a achava linda. Quando chegou abaixo do umbigo, ele segurou as laterais da calcinha e tirou jogando no canto da sala para depois começar a beija-la no íntimo que já estava pronto para recebê-lo.

Demi arqueou o corpo em direção ao dele quando sentiu a língua quente trabalhando. Ela mordeu o lábio inferior com força e chamou por ele com a voz rouca, como aquilo era bom. Demi adentrou os dedos no cabelo dele e puxou quando sentiu o dedo dele estimulando o clitóris. Foram minutos daquela forma: sentindo a língua quente lhe dando prazer. — Joseph. — Gemeu mordendo o lábio inferior e revirou os olhos de tanto tesão que estava sentindo, o corpo relaxou e então ela sorriu sentindo-se satisfeita. 

Joe foi recebido por Demi com um beijo de tirar o fôlego. Eles sorriram entre o beijo porque as mãos de Demi tentavam abrir o cinto da calça dele tamanha pressa, quando conseguiu, desabotoou os botões do jeans e empurrou como pode junto com a cueca. Demi o tocou no pênis ereto e mordeu o lábio inferior dele dando uma leve puxada. — Eu estou sem camisinha aqui. 

— Não tem problema. — Ela não conseguia pensar em nada naquele momento que não fosse tê-lo para si. Demi passou a língua no pescoço dele enquanto sua mão movimentava o membro com precisão. Ele deixou escapar um gemido rouco e quando Demi o empurrou para que ele deitasse no sofá e levou a boca até o pênis, Joseph xingou alto e segurou o cabelo dela a ajudando com os movimentos. 

— Demetria, eu vou... — Ele não terminou a frase, apenas a puxou pelo braço fazendo ela sentar em seu colo, escorregando por completo para dentro dela. Gemeram juntos e Demi apoiou as mãos no peito dele para conseguir se movimentar, ele deu um tapa forte no bumbum dela e a segurou pela cintura, ajudando com os movimentos. 

Demi se inclinou sobre ele colando seus lábios num beijo sem deixar de se movimentar para frente e para trás. Era tão bom que vez ou outra Demi fechava os olhos e gemia chamando por ele. Estavam tão concentrados no que estavam fazendo que nem perceberam que uma tempestade começou a cair lá fora. A televisão estava ligada num volume baixinho e as luzes da árvore de natal piscavam e mesmo assim estavam completamente envolvidos no mundo deles. 

Cada movimento que Demi fazia, Joseph podia jurar que ia ao céu e voltava. Ela era perfeita em tudo o que fazia e ele jamais conseguiria viver longe daquela mulher, aquela noite foi apenas uma confirmação do universo dizendo para ele não desistir dela. E ele não iria. Lutaria por ela com todas as suas forças. 

Os dois chegaram ao orgasmo juntos. Demi caiu no peito dele com os olhos fechados, o coração batia forte no peito, as pernas estavam bambas e o corpo numa sensação incrível de relaxamento. Joe a beijou carinhosamente na testa e puxou a manta para cobri-los. — Amo você, linda. — Demi não disse nada apenas sorriu ainda com os olhos fechados. Ela queria aproveitar o máximo aquele momento. — Você vai dormir? — Perguntou um tempinho depois, quando o silêncio tomava conta da sala e só era possível ouvir o barulho da chuva caindo lá fora. Demi apenas assentiu levemente com a cabeça porque estava sonolenta e mal conseguia ficar com os olhos abertos. 

— Então vai para cama, eu preciso ir embora. 

— Está chovendo e você está de moto. — Ela odiava a moto dele, mas não tinha nada que pudesse fazer. Joseph amava andar de moto, ele dizia que era mais rápido do que carro e conseguia ultrapassar o trânsito terrível no horário de pico. — Fica aqui hoje. — Se dirigir na chuva de carro era perigoso, de moto era muito pior, mas ainda sim, aquela era uma boa desculpa para dormir abraçada com ele a noite inteira. 

— Então vamos para cama, amor. — Demi levantou-se pegando sua calcinha e a camisola, eles apagaram as luzes e desligaram a televisão, subiram as escadas abraçados e deitaram na cama sem se importar em vestir a roupa. Demi entrelaçou suas pernas entre as de Joseph e deixou que o sono tomasse conta do corpo, pela primeira vez desde que ele havia saído de casa, Demi dormiu tranquila e com o coração leve. Foi a primeira noite de sono por completo de ambos.

Demi franziu o cenho quando sentiu frio, ela puxou mais a coberta para si e resmungou quando não sentiu o corpo quente ao seu lado. Passou a mão pela cama e abriu os olhos ao se deparar com o lado vazio da cama, havia sido um sonho? Não, o cheiro dele estava bem presente ali. Demi resmungou baixinho e esticou o braço para alcançar o celular, quando viu a hora arregalou os olhos e levantou-se imediatamente. Eram onze horas da manhã, Alana entrava na escola às oito. Ela vestiu a camisola que estava jogada no chão e caminhou até o quarto da filha que estava vazio. 

— Bom dia, Sra Jonas. — O coração bateu acelerado no peito quando Demi ouviu a voz atrás de si. Aquilo não se fazia com uma pessoa. — Desculpa se eu te assustei. — Betty disse sem graça. Demi nem mesmo estava se lembrando que agora eles tinham uma diarista que ia lá três vezes na semana. 

— Bom dia. — Demi sorriu fraco e aproveitou para pegar um copo de água. 

— O Sr. Jonas saiu hoje cedo, ele pediu para avisar que deixou Alana na escola e de lá ia visitar uma obra. — Demi agradeceu e subiu as escadas após beber o copo de água, ela caminhou diretamente para o banheiro para fazer sua higiene e tomar um banho. Como eles ficariam? Demi se perguntou enquanto sentia a água quente molhar o corpo. Não queria que Joseph criasse expectativas, fazer amor e dormir ao lado dele havia sido incrível, mas não mudava o que aconteceu entre eles. A separação ainda era uma opção. 

Depois de se trocar e secar o cabelo, Demi desceu as escadas com o notebook nas mãos. Ela precisava finalizar alguns projetos da empresa e ia fazer isso enquanto tomava café, o estômago estava roncando alto de fome e ela estava ansiosa para tomar um copo de suco e comer biscoitos. Quando chegou a cozinha, a mesa estava posta e Demi sorriu surpresa. Não estava acostumada em ter alguém para fazer as coisas para ela. 

— Você já tomou café? — Perguntou já sentada na mesa, ela abriu o notebook e digitou a senha do seu usuário para depois dar uma mordida no misto quente. — Senta aqui comigo. — Demi disse puxando a cadeira para Betty sentar ao seu lado. As duas tomaram café conversando sobre a vida, se conhecendo melhor. Betty contou que era mãe solteira, tinha um filho de dezenove anos, um de quinze e uma criança de seis, e Demi contou um pouco sobre como conheceu Joseph, como engravidou cedo e contou um pouco sobre seu casamento. 

Quando o relógio marcou meio-dia e trinta minutos, Demi subiu as escadas se arrumar. Ela tirou a calça de moletom e vestiu uma calça jeans, procurou por um suéter e calçou uma bota de salto. Passou uma maquiagem simples no rosto apenas para disfarçar as olheiras das noites mal dormidas. Demi pegou um casaco de frio para a filha e desceu as escadas depois de pegar sua bolsa. — Eu vou buscar Alana na escola e de lá vou almoçar no shopping, pode ficar a vontade. — Betty assentiu agradecida enquanto terminava de lavar a louça. 

Demi dirigia com cuidado enquanto ouvia John Mayer cantar a música Gravity. O trânsito estava um pouco mais intenso que o normal para aquele horário e tudo isso era por conta da chuva fraca que ainda caia. Demorou por cerca de vinte minutos para que Demi conseguisse chegar até a escola aonde a filha estudava, ela estacionou o carro, pegou o guarda-chuva e desceu ligando o alarme do carro. 

Demi teve que esperar alguns minutos até o sinal bater anunciando o final das aulas. Ela estava distraída conversando com a mãe de Julia, amiguinha de Alana e brincando com o bebê que tinha apenas três anos, o tempo passava tão rápido, um dia desses a mãe de Julia estava grávida. Demi cumprimentou a professora e Alana correu até sua mãe assim que a avistou, se despediu da professora e caminhou de mãos dadas com a mãe até o carro. 

— Como foi a aula hoje, meu amor? — Perguntou guardando o guarda-chuva molhado nos pés do banco do passageiro, ela colocou o cinto de segurança e ligou o carro dando partida. 

— Por conta da chuva nós não pudemos ir para a educação física e a professora deixou a gente brincar na sala, foi divertido. — Alana respondeu olhando para a janela do carro que estava embaçado por conta da chuva. — Eu fiquei muito feliz que o papai dormiu lá em casa ontem, você deveria deixa-lo voltar para casa. 

— As coisas não são tão simples assim, mocinha. — Demi disse sem desviar o olhar da estrada. — Você vai querer almoçar aonde? — Perguntou para mudar de assunto porque os reflexos da noite passada passaram pela sua cabeça e aquele não era o momento para pensar sobre aquilo. Ela nem mesmo sabia como havia deixado aquilo acontecer. 

— Eu quero comer no Mc Donald's. 

— Mc Donald's, filha? — Demi perguntou fazendo uma careta. Ela estava pensando em comer num restaurante que tinha comidas saudáveis. Alana confirmou assentindo com a cabeça, Demi ainda tentou convencer a filha mudar de ideia, mas foi sem jeito. A garotinha era igual ela: quando colocava algo na cabeça ninguém tirava. 

Demi estacionou o carro numa vaga disponível e saiu do carro de mãos dadas com a filha. Enquanto caminhavam em direção a praça de alimentação, Demi aproveitava para dar uma olhada nas vitrines pensando no que poderia comprar para presentar seus familiares, era muita gente. A filha, Selena, Kristen, Stella, os pais... Ela deveria comprar um presente para Joseph? Pensou consigo mesmo. 

Quando chegaram a fila do fast food, Demi sentiu a boca salivar só de olhar as imagens dos lanches, pareciam tão saborosos e quando a barriga roncou alto, ela sentiu as bochechas corarem. — Demi? — A voz masculina e a mão repousada gentilmente em seu ombro, fez com que Demi vira-se para ver quem era. Ela sorriu um pouco surpresa ao ver Nicholas. — Tudo bem? — Ele perguntou também com um sorriso nos lábios, ele estava acompanhado da filha. 

— Tudo bem, e você? — Demi perguntou educadamente o cumprimentando com um breve beijo na bochecha. 

— Estou bem, vim trazer essa pequena para comer um bom e velho mc lanche feliz. — Demi riu observando a filha dele que parecia muito com ele. A garotinha a cumprimentou com um aperto de mão e Demi sorriu encantada com a educação dela. — Eu vi você na fila e decidi dar um oi e pedir desculpas pelo o que aconteceu no jantar, acho que eu exagerei um pouco no vinho. 

— Está tudo bem, Nicholas. Não precisa se preocupar. — Sorriu para tranquiliza-lo. Ela virou-se para fazer o seu pedido porque havia chegado a sua vez na fila e ela nem mesmo havia percebido, eles fizeram os pedidos e aguardaram na fila ao lado para receber os pedidos. 

— Filha, esse é Nicholas, amigo da mamãe. — Apresentou e Alana sorriu o cumprimentando com um aperto de mão para depois focar na conversa com sua mais nova amiguinha. Eles receberam os pedidos poucos minutos depois e procuraram uma mesa para sentarem. Nicholas era um homem bonito e que sabia conversar sobre os mais diversos assunto, mas o assunto que mais os ligava era a arquitetura. 

— Eu gosto de trabalhar na parte de restauração de edifícios, eu estou sempre a frente desses projetos porque são os meus favoritos, a parte ruim é ter que trabalhar com os engenheiros, é inevitável, sempre rola uma briga ou outra. — Demi riu assentindo porque era verdade. Sempre tinha uma rixa entre engenheiros e arquitetos. 

— Na maioria das vezes eu trabalho com decoração, é a minha área favorita. E a melhor parte é que na maioria das vezes não tem um engenheiro para implicar. — Eles riram e Demi deu uma mordida no lanche, aquilo estava tão bom que ela até fechou os olhos enquanto mastigava. 

— Eu fico admirado em ver que você e Joseph trabalham juntos e parecem ser bem parceiros. Eu e a minha ex esposa brigávamos muito porque tínhamos uma empresa pequena de arquitetura e trabalhávamos muito tempo juntos, era estressante. 

— Apesar de trabalharmos na mesma empresa é raro as vezes que trabalhamos juntos no mesmo projeto e quando acontece a gente tenta não misturar o trabalho com o casamento. — Deu os ombros e mais uma mordida no hambúrguer. — Acho que as nossas filhas se deram bem. — Falou para mudar de assunto e observou as duas brincarem com os brinquedos que vieram de brinde no lanche.

— Podemos combinar um dia para levá-las para brincar no parque. 

Joseph caminhava tranquilamente pelo shopping com as mãos cheias de sacola. Ele odiava fazer compras, mas naquela época do ano não tinha como evitar, ele comprou presentes para as pessoas mais próximas de si e estava aliviado porque agora iria passar um bom tempo sem comprar nada. Joe mandou uma mensagem para Demi que respondeu minutos depois dizendo que estava na praça de alimentação terminando de almoçar e foi para lá que Joseph se dirigiu. Quando chegou na praça de alimentação, correu os olhos pelo ambiente tentando encontrar com Demi e a encontrou sentada um pouco mais afastada. 

O cenho foi franzido conforme se aproximava. Demi estava rindo de algo que Nicholas havia dito, olhando de longe até pareciam uma linda família almoçando. Inevitavelmente a raiva tomou conta de Joseph. Demetria estava brincando com a cara dele? Era algum tipo de jogo idiota? Ou ela queria apenas feri-lo? Aquele cara tinha tentado beija-la e ela estava ali com ele como se nada tivesse acontecido. — Boa tarde. — Joseph disse quando chegou a mesa em que eles estavam sentados. Ele encarou Nicholas com a sobrancelha arqueada e depois encarou Demi friamente. 

— Pai. — Alana sorriu e levantou da mesa abraçando o pai pela cintura. 

— Oi minha princesa. — Ele sorriu e beijou a testa da filha. — Você já terminou de comer? — Perguntou observando a filha que tentava ver o que ele tinha comprado, mas os presentes estavam embrulhados em papeis de presentes. Alana apenas assentiu mais interessada em descobrir o que eram aqueles presentes. — Eu já estou indo, deixo Alana em casa de noite. — Demi assentiu com a cabeça. Ele nem mesmo havia a cumprimentado, ela pensou que talvez eles estivessem bem depois da noite passada. 

Por que diabos as horas passavam tão rápido quando estávamos no shopping? Demi se perguntou olhando para o relógio do celular, já era quatro horas da tarde e ela se sentia cansada e faminta. Enquanto fazia suas compras Nicholas havia sido uma boa companhia, eles conversaram sobre a empresa e vários outros assuntos até ele receber uma ligação do trabalho e ter que ir embora. 

Demi pediu por um milshake no quiosque do Mc Donald's e decidiu ir para casa, ela havia comprado presente para todo mundo e o corpo implorava por uma cama. Era até estranho porque ultimamente ela se sentia mais cansada do que o normal. Demi agradeceu quando recebeu o milkshake e caminhou para o estacionamento, ela adentrou no carro, colocou as compras no banco do passageiro e deu partida manobrando o carro. 

***

Joseph estava jogado no sofá junto com Selena. Alana estava no quarto junto com a avó contando sobre como havia sido o seu dia. Selena estava comendo um pedaço de bolo de milho, ela havia chegado há alguns minutos atrás, estava visitando uma amiga. — Será que Demi já chegou? — Selena perguntou observando o amigo mexendo no celular. 

— Não sei e nem quero saber. — Selena franziu o cenho e deu um empurrão no ombro dele. 

— Credo, Joseph. Aconteceu alguma coisa? — Perguntou levando uma garfada de bolo até a boca. Kelly cozinhava extremamente bem e ninguém resistia aos dotes culinários da mulher. 

— Aconteceu que eu sou um trouxa idiota. 

— Eu não acredito que vocês brigaram de novo. — Selena disse revirado os olhos. Os dois pareciam cão e gato brigando daquela forma. Não era possível que sempre que estivessem juntos iriam brigar como duas crianças birrentas. 

— Não brigamos, pelo contrário, nós ficamos juntos. — Selena arregalou os olhos e encarou o melhor amigo rapidamente. — Eu disse que não iria desistir dela e nós dormimos juntos. Eu pensei que a gente estava se entendendo, achei que ela estava começando a ceder, mas ela estava me fazendo de palhaço. 

— O que aconteceu dessa vez? — Estava visível que Joe estava chateado. — O que quer que tenha acontecido, eu aposto que você entendeu errado. — O que ela mais queria era que Joe e Demi se entendessem e voltassem a ficar juntos. Eles dois eram ótimos separados, mas juntos eram incríveis. Eles costumavam ser tão parceiros e tinha tanto amor entre os dois, não era possível que anos de um casamento cheio de dedicação e amor iria acabar daquela forma. 

— Eu não entendi nada errado, Selena. Ontem ela ficou comigo e hoje estava almoçando com o babaca do Nicholas que já tentou beija-la, eu estou cansado de ser feito de idiota. Primeiro ela me julga, me acusa de coisas que eu não fiz, depois nós dormimos juntos para no dia seguinte me fazer passar de otário? Eu estou cansado dessas mudanças de humor dela, estou desistindo. Acho que o melhor é eu seguir com a minha vida e ela com a vida dela. 

— Eu não acredito que vocês dois vão acabar dessa maneira. 

— Eu também não, mas eu estou cansado, já deu. Eu vou procurar um advogado para darmos entrada no divórcio e procurar um apartamento para alugar, vida que segue. — Deu os ombros como se não se importasse, mas ele se importava e muito. Joseph encarou o aliança de ouro e suspirou profundamente tirando-a do dedo, não fazia mais sentindo usa-la.

Selena ficou no apartamento até a hora de jantar. Eles pediram uma pizza porque Alana havia insistido muito. Jantaram conversando sobre coisas aleatórias e riam das coisas que Alana dizia, quando deu oito horas da noite, Selena decidiu que era hora de ir embora e foi para casa junto com Alana que adormeceu na metade do caminho porque o dia havia sido cheio para ela. 
 
— Nós precisamos conversar. — Selena disse séria. Demi franziu o cenho, mas assentiu com a cabeça. Ela acordou Alana e ajudou a menina a tomar banho para depois coloca-la para dormir. Alana não demorou para dormir porque estava cansada, Demi fechou a porta do quarto e desceu as escadas. 

— Aconteceu alguma coisa? — Demi perguntou curiosa sentando-se no sofá ao lado de Selena. 

— Demi, você é a minha amiga e eu amo você, amo com todo o meu coração. Eu sei que você e Joseph não estão no melhor dos momentos, mas ele é como um irmão para mim, eu o conheço há muitos anos, eu vivi metade da minha vida ao lado de Joe e eu não vou permitir que você o machuque. Se você acha que o casamento de vocês não vai mais funcionar, que vocês não tem mais jeito, seja sincera com ele, não brinca com os sentimentos dele. Joe está muito chateado porque ontem você deu esperança para ele e hoje ele te encontrou com outra pessoa.

— Eu só estava almoçando com um amigo. 

— Esse cara com quem você estava almoçando tentou te beijar, Demi. Esse cara no mínimo tem alguma intenção com você.

— Ele tentou, mas eu não deixei porque eu era fiel àquele desgraçado do seu amigo. Nicholas me pediu desculpas hoje e eu o encontrei por acaso, não foi nada planejado. Joseph não pode me julgar, não quando eu encontrei um batom de outra mulher no carro dele, não quando ele comprou um colar caríssimos para a amante dele. Joseph não é um santo só porque eu dei um deslize e dormi com ele. 

— Isso é que não pode acontecer, Demi. Vocês não podem ficar brigando num dia e se amando no outro, vocês não são mais adolescentes e vocês tem uma filha, Alana não pode ficar no meio disso. Imagine como a cabeça dela não vai ficar vendo os pais brigando num dia e dormindo juntos no outro. Ou é ou não é. Ou ficam juntos ou separados. Hajam como os adultos que são. 

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ooi, meu amores. como vocês estão?
eu estou bem e super satisfeita por estar conseguindo escrever os capítulos sem nenhuma dificuldade, o que é um milagre. 
me digam o que acharam desse capítulo nos comentários... no próximo a demi vai finalmente descobrir que está grávida e já adianto que o capítulo está quase finalizado hahaha
se a minha vida não me tombar - o que é raro - eu posto muito em breve, enfim, por hoje é isso, muito obrigada pelos comentários do capítulo anterior, adorei ler a teoria de vocês. 

respostas dos comentários aqui | até o próximo.

02/07/2020

8. Our Marriage Is Over


Demi mexeu-se na cama e bocejou se esticando. Quando sentiu o corpo quente ao seu lado, virou-se imediatamente, sentindo um fio de esperança preencher seu coração, mas sentiu a decepção tomar conta de si quando viu que era apenas Selena. Por um momento pensou que a noite passada havia sido apenas um sonho, mas logo a realidade lhe atingiu lembrando-a que não era um sonho. Demi suspirou frustrada e deixou que as lágrimas descessem livremente pelas bochechas. A cabeça doía tanto porque havia chorado até dormir, tudo o que ela mais queria era que as coisas se resolvessem, mas quando lembrava do colar no pescoço de Madison, a raiva voltava com força total.  

— Ah, Demi. — Selena disse a abraçando quando percebeu que a amiga estava chorando. Consolar Demi na noite passada havia dado trabalho, não tinha muito o que fazer naquela situação a não ser consolar, dizer palavras positivas e oferecer o ombro amigo. — Essa situação vai se resolver. — Na madrugada, entre choro e soluços, Demi explicou para Selena o que vinha acontecendo entre ela e Joseph, todas as brigas, situações e mancadas e a primeira coisa que Selena faria quando encontrasse com Joe, era puxar a orelha dele e fazê-lo rastejar nos pés de Demi. 

— Dessa vez acabou de verdade. Eu não quero mais continuar desse jeito, eu vou mudar de empresa, vou seguir a minha vida com a minha filha e ele faça o que bem entender com a vida dele, afinal era exatamente isso que ele queria, ficar livre para ficar com quem ele quiser. — Demi suspirou e limpou as lágrimas com a manga do moletom. — Eu estou faminta, podemos ir tomar café na padaria? Eu estou morrendo de vontade de comer muffins de banana com gotas de chocolate. 

— Vamos levantar nossas bundas preguiçosas dessa cama e tomar um café da manhã digno de filme porque nós merecemos. — Selena disse se espreguiçando. — Nada de ficar derramando lágrimas por quem não merece. — Demi assentiu e levantou-se caminhando diretamente para o banheiro, ela fez sua higiene matinal e depois adentrou numa ducha quente porque precisava se sentir relaxada depois da noite mal dormida. 

Tudo bem, iria apenas na padaria, mas isso não significava que ela iria mal vestida. Demi estava usando um jeans preto e um suéter branco com cinza, o cabelo estava solto e ela aproveitou para passar um protetor labial de cor nos lábios. — Vamos? — Selena perguntou adentrando no closet, ela não estava muito diferente de Demi, estava vestindo um jeans escuro e uma camiseta branca, e o cabelo preso num rabo de cavalo. Demi assentiu e buscou pela carteira dentro da bolsa e o celular. 

A padaria não ficava muito longe, mas ainda assim decidiram ir de carro. A famosa padaria do ex amigo ainda era sucesso no bairro e a favorita de Demi, os pais de Ryan eram muito queridos e adoravam quando Demi levava Alana lá. — Bom dia. — Elas disseram juntas quando adentraram no estabelecimento. O pai de Ryan sorriu e cumprimentou as garotas com sorriso simpático, fizeram os pedidos e se acomodaram numa mesa próxima a janela que dava uma visão ampla da rua e do parque que havia ali em frente. 

— Você acha que Joseph foi para a casa da mãe? — Demi perguntou desviando o olhar da janela para olhar para Selena. — Eu estou querendo ir buscar Alana, mas não quero vê-lo. 

— Kristen mandou mensagem e disse que ele está na casa dela. — Selena disse colocando o celular em cima da mesa, ela agradeceu quando a jovem garota trouxe os pedidos e deu um gole no chá quente. — Eu estou com saudade da minha sobrinha, estou ansiosa para vê-la.

— Ela vai ficar arrasada quando souber que eu e o pai dela vamos nos separar. — Demi suspirou e levou a xícara de chá até a boca. Alana era tão orgulhosa de ter os pais juntos, era um dos maiores sonhos dela realizado e só de pensar que ela e Joe estavam prestes a acabar com aquilo, Demi sentia o coração doer e o estômago revirar. 

— Você e Joseph vão precisar conversar antes de contar para ela. Alana é uma criança e precisa de vocês dois, sei que agora não é fácil, porém mais pra frente vocês dois vão ter que aprender a conviver em paz e amigavelmente para o bem dela. Não quero ela no meio de uma guerra entre vocês dois. 

— Eu não quero que isso afete a minha filha, eu sei que assim como eu, Joseph quer o melhor para Alana. — Demi deu uma mordida no muffin e suspirou profundamente com os olhos fechados, estava quentinho e as gotas de chocolate derretiam na boca, como aquilo era bom. — Meu Deus, como eu amo esse muffin, eu poderia comer apenas isso pelo resto da minha vida. — Demi disse dando mais uma mordida generosa que quase acabou com o bolinho. — Me conta como foi as suas viagens. 

Tinha coisa melhor do que se sentir extremamente satisfeito? Era assim que Demi se sentia após comer quatro muffins e uma xícara de chá, sem contar a metade do croassaint de Selena. Sentada no banco do carona, Demi sentia-se tão relaxada que poderia dormir enquanto Selena dirigia pelas ruas de Los Angeles a caminho da casa de Kelly. O dia estava nublado e a previsão era para chuva, a voz do Chris Martin na música Fix You da banda Coldplay tocando na rádio apenas contribuía para que o sono aumentasse, porém os pensamentos de Demi estavam bem longe, impedindo-a de cochilar. 

O coração estava quebrado em pedacinhos. O que ele estava fazendo agora? Estava tão mal quanto ela? Estava triste? Estava se divertindo com outra mulher? Só de pensar que Joseph poderia estar com outra, o coração apertava no peito, mas ao lembrar da noite passada, a raiva voltava com força. Ele nem mesmo havia feito questão de se explicar. Quando sentiu vontade de chorar, ela engoliu o choro e suspirou profundamente, mudando o rumo dos seus pensamentos, já havia chorado demais na noite passada. A vida tinha que continuar e ela não podia chorar por ele para sempre. 

— Você percebeu que os papeis mudaram? Eu estou aqui te apoiando e Kristen está apoiando o Joseph, quem diria que isso iria acontecer. — Selena disse desviando o olhar brevemente para encarar Demi que até então estava quieta e pensativa. — Kristen me disse que vocês brigaram, eu sei que isso não vai durar muito tempo, vocês são como carne e unha, não conseguem ficar muito tempo longe uma da outra. 

— Ela me decepcionou quando escolheu apoiar Joseph mesmo sabendo tudo o que estava acontecendo. — Demi falou olhando a paisagem pela janela. 

— Talvez você apenas tenha entendido errado, ela me disse que estava apenas tentando ver os dois lados da história. — Selena parou no sinal vermelho e dedilhou os dedos no volante conforme a música que tocava. — Kristen apenas pensou que não fosse nada sério e que vocês iriam se resolver, ela sente a sua falta e precisa de você. — Demi suspirou, também sentia falta dela. Kristen era uma das únicas pessoas que conseguia fazê-la se sentir melhor quando estava tendo um dia ruim. 

O restante do caminho até o apartamento de Kelly foi um pouco silencioso e se tivesse demorado mais alguns minutos, era certeza que Demi dormiria porque vez ou outra ela fechava os olhos. Selena estacionou o carro em frente ao condomínio e elas adentraram assim que tiveram a permissão do porteiro. 

Do corredor do apartamento aonde Kelly morava era possível ouvir o som que Demi podia jurar que era de algum filme que Alana estava viciada. Elas riram e tocaram a campainha que foi atendida por Alana que ainda vestia pijama. — Tia Selena. — A garotinha gritou com os olhos arregalados sem acreditar que Selena realmente estava ali. — Eu não acredito. — Disse olhando para Selena atentamente sem acreditar que ela estava mesmo ali. — Eu senti a sua falta. 

— Eu também senti muito a sua falta. — Selena sorriu e pegou a sobrinha no colo, enchendo as bochechas dela de beijos, Alana estava tão crescida que era difícil de acreditar. A garotinha ficava cada vez mais linda e esperta com o passar do tempo. — Eu comprei muitos presentes para você. — Demi sorriu e beijou o topo da cabeça da filha que nem mesmo lhe cumprimentou de tão feliz que estava. 

— Selena, que surpresa. — Kelly disse saindo da cozinha assim que ouviu as vozes. Ela cumprimentou Selena com um beijo na bochecha e sorriu. — Você não avisou que viria, o quarto de hóspedes está uma bagunça. 

— Não precisa se preocupar, eu acho que vou ficar na casa da Demi por enquanto. — Disse e só então Kelly prestou atenção em Demi que estava sentada ao lado da filha. — Bom dia, Demi. 

— Bom dia. — Demi respondeu com um breve sorriso e desviou o olhar, as vezes Kelly lhe olhava como se quisesse descobrir algum segredo e isso lhe incomodava. 

— Vocês estão com fome? Tem bolo de laranja e bolo de cenoura com cobertura de chocolate que eu fiz para Alana ontem. 
 
— Eu fiz a cobertura. — Alana disse sorrindo e Selena sorriu abraçando a sobrinha fortemente tentando matar toda a saudade que estava sentindo. 

— Nós já tomamos café na padaria. — Demi falou colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha. — Nós só viemos buscar essa mocinha. — Disse recebendo um beijo estalado na bochecha da filha. 

— Joseph não quis vir? — Kelly perguntou cruzando os braços. Demi e Selena se entreolharam rapidamente sem saber o que dizer. Selena umedeceu os lábios e apenas negou com a cabeça dizendo que ele estava cansado. Rapidamente, Selena começou a falar sobre a festa da noite anterior e Demi suspirou pensando como seria difícil falar para a filha que estava se divorciando e que no momento que Kelly soubesse, iria julga-la como sempre fazia. 

***

Joseph havia visto cada minuto da noite passar. Não havia conseguido pregar os olhos nem por cinco minutos. Ele queria sentir raiva, mas tudo o que conseguia sentir no momento era frustração, não queria acreditar que seu casamento acabaria por um erro estúpido. Dois casamentos fracassados. Talvez o seu destino era ficar sozinho, ele era bom apenas em ser engenheiro e ser o pai de Alana. 

Ele cumprimentou brevemente o porteiro e adentrou com o carro no condomínio quando o portão abriu. Kristen havia lhe dito que Demi e Selena estavam na casa de sua mãe e decidiu passar em casa para buscar algumas roupas e depois decidir se iria para casa da sua mãe ou se ficaria em um hotel até arrumar uma casa fixa porque sabia se fosse para a casa de Kelly, teria que explicar o que aconteceu e não queria ouvir sua mãe falando mal de Demetria. 

Joseph estacionou o carro em frente a casa, pegou a chave de destrancou a porta, deixando sua carteira junto com a chave numa mesinha que havia ao lado da porta. Ele tirou os sapatos e subiu as escadas em direção ao quarto, se despiu e tomou um banho quente de quinze minutos, estava precisando daquilo. Depois que saiu do banho com a toalha enrolada na cintura, ele procurou uma roupa, vestiu-se e penteou o cabelo em frente ao espelho. 

Pegou uma mochila de viagem que tinha guardado na parte de cima do closet e começou a guardar suas roupas. Demorou cerca de trinta minutos para que ele arrumasse tudo o que precisava, ele pegou a mochila e quando estava descendo as escadas em direção a sala, a porta de entrada foi aberta e Demi, Selena e Alana adentraram em casa. 

— Pai. — Alana sorriu e correu para abraça-lo. Joseph pegou a filha nos braços e a beijou carinhosamente na testa. — Tia Selena voltou. — Falou animada, porém o sorriso foi se desfazendo quando ela observou a mochila nas costas do pai. — Você vai viajar? — Perguntou curiosa. Às vezes tanto Demi quanto Joe tinham que viajar a trabalho, não era algo frequente, mas às vezes acontecia. 

— Não. — Joseph disse e desviou o olhar da filha para encarar Demi brevemente que também o olhava com o cenho franzido, ela estava esperando para ouvir o que ele iria dizer. — Estou indo para casa da sua avó, vou passar uns dias com ela. — Alana enrugou a testa sem entender e encarou a mãe. 

— Por que? Eu não quero que você vá.

— Querida, sua avó... ela... — Disse tentando inventar alguma desculpa. Ele sabia que a filha ficaria triste quando soubesse que ele e Demi estavam se separando, mas antes de conversar com ela sobre aquele assunto, precisava conversar com Demetria e esclarecer as coisas. 

— Querida, eu tenho muitos presentes para você, que tal abrirmos enquanto a sua mãe e seu pai conversam? — Selena disse se aproximando para pega-la no colo, mas Alana virou o rosto e negou com a cabeça. 

— Eu não quero que meu pai vá ficar com a minha vó, eu quero ele aqui comigo. Por que você tem que ir ficar com a minha vó? Eu acabei de sair de lá e ela está bem, nem está precisando de ajuda. 

— Princesa, vai com a sua tia, prometo que já já a gente conversa. — Depois de muita insistência, Alana cedeu e subiu as escadas com Selena. Demi sentou-se no sofá e o observou atentamente, vê-lo daquela maneira, com a mochila nas costas pronto para deixa-la, mexeu com ela de uma forma intensa. 

— Eu pensei que você estava na casa de Kristen. — Demi disse tentando se manter forte, ela não choraria na frente dele. Não deixaria que ele pensasse que ela estava sofrendo por ele. 

— Eu estava, mas precisava buscar as minhas coisas, depois eu passo para buscar o restante que sobrou quando eu conseguir alugar uma casa ou estiver estabilizado em algum lugar. Vou procurar um advogado para darmos entrada nos papéis de divórcio. — Demi o olhou de maneira surpresa, tudo aquilo não parecia real e ouvi-lo falar daquela forma... era como se a realidade lhe batesse como uma onda forte bate numa rocha. Ele estava com tanta pressa para livrar-se dela? 

— Nós precisamos conversar com Alana sobre isso. 

— Eu pensei em contarmos para ela quando tudo estiver oficializado, não quero causar nenhum sofrimento sem precisão, mas quero que saiba que quando eu conversar com o advogado, vou ordenar a guarda compartilhada e eu não vou abrir mão disso, não quero ver a minha filha apenas nos finais de semana, quero participar da vida dela por completo. 

— Tudo bem, é um direito seu. — Ela não queria chorar, que droga. Demi suspirou profundamente e limpou a lágrima solitária que desceu pela bochecha. — Acho que Alana já está entendendo o que está acontecendo, é melhor você explicar o que está acontecendo antes de ir embora. Ela vai sofrer, isso é inevitável, mas com um tempo ela vai entender que foi melhor assim... — Demi respirou fundo e desviou o olhar. — Acho que é isso. Eu espero que você seja feliz com a sua vida. — Ser feliz? Aquilo só podia ser brincadeira com a sua cara. Como ele seria feliz longe dela? Joseph riu irônico e balançou a cabeça. 

— Você acha mesmo que eu vou ser feliz? Eu era feliz quando estava com você, mas você está acabando com o nosso casamento por causa de algo extremamente idiota e sem sentindo, por causa de uma fantasia estúpida que você criou na sua cabeça. 

— Fantasia estúpida, Joseph? — Demi levantou elevando o seu tom de voz. — Ótimo saber que para você meus sentimentos não passam de uma fantasia estúpida. Eu avisei milhares de vezes sobre essa garota e as intenções dela com você e você sempre esnobou os meus sentimentos, você nunca tomou uma atitude sobre isso, pelo contrário, você sempre gostou da atenção que recebia dela. Você nem mesmo tentou se explicar e agora já está procurando advogados para assinarmos o divórcio, tudo isso só me mostra como você está com pressa para acabar com o nosso casamento. 

— Eu não vou ficar aqui ouvindo as histórias que você cria nessa sua mente fértil, eu já disse que eu nunca tive nada com Madison, nosso relacionamento sempre foi extremamente profissional. Eu sou seu marido e minha palavra deveria bastar para você, deveríamos ter confiança um no outro, mas você mentiu para mim, você acabou com a confiança do nosso relacionamento e agora quer me culpar por algo que eu não fiz. 

— Ótimo, Joseph. Continue com esse pensamento de que você é um santo e nunca errou. 

— Eu não sou santo e já cometi milhares de erros na minha vida, mas desde o dia em que nos reencontramos na Mayer, eu nunca toquei outra mulher, eu sempre te contei tudo o que acontecia comigo, coisas que me desagradavam e que até nos faziam brigar, mas você no primeiro momento de crise correu para os braços de outro homem, jogando fora tudo o que construímos durante esses anos. 

— Eu não corri para braços de homem nenhum, Nicholas tentou me beijar, mas eu não deixei porque sempre fui fiel à você. O fato de eu conseguir outro emprego que vai me fazer ganhar melhor do que você, mexeu com o seu ego masculino, ontem você jogou na minha cara que eu só consegui esse emprego porque um homem queria me comer, você me desmereceu. Você nunca me apoia nas minhas decisões, eu cansei. Mas quer saber? Tudo isso não faz mais diferença, nosso casamento acabou e agora você está livre para ficar com quem você quiser e fazer o que você bem entender da sua vida. 

— Tudo o que eu disse ontem foi porque eu estava irritado, eu nunca quis desmerecer as suas conquistas, mas pelo visto você já tomou sua decisão e eu não vou implorar para que você me queira. Quando eu sair dessa casa, você vai estar livre para fazer o que quiser da sua vida. 

— Eu não quero que meu pai vai embora. — Alana disse descendo as escadas correndo. — Por favor, pai, não vai embora de novo, por favor. — As lágrimas descendo pelas bochechas de Alana fez com o coração de Joseph quebrasse em pedacinhos. Alana não tinha medo do escuro, não tinha medo de dormir sozinha e de nenhum bicho, o seu único medo era que o pai fosse embora novamente e não voltasse mais. — Não me deixa. 

— Meu amor, eu nunca vou te deixar. — Joseph disse pegando a filha nos braços, a abraçando fortemente. — Eu nunca vou te deixar. — Repetiu firmemente a olhando nos olhos. — Não importa o que aconteça eu sempre estarei aqui para você, sempre que você precisa, sempre que você me chamar. 

— Eu não quero você vá embora, por favor. 

— Eu preciso ir, querida. Mas eu sempre estarei por perto, independente de qualquer coisa. Você é a minha princesa, eu jamais vou te abandonar. 

— Eu quero ir com você, eu não quero ficar aqui. — Alana pediu com os braços em volta do pescoço de Joseph, abraçando fortemente. Apesar de ter apenas oito anos, ela já entendia o que estava acontecendo e do quarto, era possível ouvir os gritos de Joseph e Demetria. — Eu não quero ficar.

— Eu vou estar na casa da sua avó, você pode ir lá sempre que quiser e eu prometo que todos os dias eu vou vir aqui te ver, assistir filmes das princesas e te ajudar com a lição de casa. — Alana negou e deitou a cabeça no ombro de Joseph. 

— Eu não quero, eu quero que você fique aqui comigo. Eu quero que a gente seja uma família de verdade, no dia do casamento vocês disseram que estariam juntos para sempre. 

— Infelizmente as coisas mudaram, nós nos amamos, mas talvez a gente seja melhores como amigos. Eu não vou morar mais nessa casa, mas isso não quer dizer que eu vou deixar de ser o seu pai, eu sempre serei o seu pai, eu sempre vou estar aqui para você para tudo o que você precisar. Eu amo você com todo o meu coração, meu amor. Eu nunca, nunca, nunca vou te deixar. — Eles ficaram um longo tempo abraçados no meio da sala, Alana não queria deixa-lo ir e quando Joseph separou o abraço dizendo que precisava ir, Alana abriu um enorme berreiro pedindo para ir junto com ele. 

Com o coração quebrado em pedacinhos ao ouvir as súplicas da filha lhe pedindo para ficar, Joseph caminhou para o carro com lágrimas nos olhos, guardou a mochila no banco de trás e adentrou no carro fechando a porta. Selena correu atrás dele e entrou no carro também. Ela queria ter uma conversa séria com ele. 

— Isso tudo é sua culpa, meu pai está indo embora por sua culpa e eu nunca vou te perdoar por isso. Eu te odeio. — Alana gritou quando Demi tentou se aproximar dela, a garotinha correu em direção ao seu quarto e fechou a porta com força, buscou uma cadeira e observou o carro do seu pai pelas grades de proteção que haviam na janela. 

— Eu quero te matar, Joseph. Eu não acredito que você está deixando sua esposa e a sua filha. — Selena disse ainda assustada com o tamanho da briga entre Joseph e Demetria. Ela jurava que eles logo se resolveriam, mas parecia que ela estava redondamente engana, os dois não conseguiam ficar no mesmo cômodo por cinco minutos sem brigar. 

— Você quer que eu faça o que, Selena? Eu não vou me jogar nos pés de Demetria e pedir para que ela fique comigo para sempre, ela quem pediu a separação, ela quem me pediu para ir embora de casa. Eu não vou ficar implorando para que ela me aceite de volta. — Por mais que não concordasse, Selena entendia o lado de Joseph, mas também entendia o lado de Demi e era difícil ficar entre os dois.

— Eu vou te perguntar uma única vez e quero que você seja sincero comigo e se eu descobrir que você está mentindo, eu juro por Deus que arranco o seu pau fora e você nunca mais vai transar na sua vida. — Joseph revirou os olhos, mas assentiu com a cabeça a olhando nos olhos. — Você traiu a Demi? Nem que tenha sido apenas um beijo. 

— Selena, eu juro pela vida de Alana que eu nunca toquei nenhuma outra mulher desde o momento em que eu coloquei os olhos em Demi pela primeira vez na Mayer. — Respondeu sem quebrar a troca de olhares, olhando para Selena no fundo dos olhos. — Eu amo a minha família com toda a minha vida, com todo o meu ser. — Ele limpou a lágrima que escorreu e suspirou.

— Você é o meu irmão e eu acredito em você. — Selena disse limpando as lágrimas dos olhos dele. — Mas eu não posso deixar Demi sozinha agora e ficar ao seu lado, entende? Mas eu sempre que eu vou estar aqui para você. — Ela limpou a lágrima que escorreu em seus olhos e suspirou, doía nela ver o seu irmão do coração sofrer. 

— E eu não quero que você faça isso. 

— Eu acho que esse tempo vai ser bom para vocês esfriarem a cabeça e pensar direito em tudo o que aconteceu, vocês se amam e tenho certeza que daqui uns dias esse erro vai ser algo insignificante diante do amor e carinho que vocês sentem um pelo outro. Eu sei que as coisas vão se acertar para vocês. 

— Cuida delas por mim. — Selena assentiu prontamente e abraçou seu irmão do coração. Se despediram com um beijo na bochecha, Selena saiu do carro e o observou partir. E quando virou-se para voltar para casa, pela janela do segundo andar era possível ver Alana chorando na janela olhando o carro do pai partir. 

— Meu casamento acabou e a minha filha me odeia. — Demi disse quando ouviu a porta da sala bater. Selena suspirou e sentou-se ao lado dela no sofá. — Eu me sinto como se estivesse presa em um pesadelo que não consigo acordar. — A voz saiu embargada e ela encarou Selena com tamanha tristeza no olhar. — Eu estou exausta. — Selena puxou Demi para um abraço e deixou que ela chorasse tudo o que tinha para chorar. 

Joseph agradeceu quando o porteiro liberou sua entrada no condomínio que sua mãe morava. Ele adentrou com o carro e estacionou na sua antiga vaga. Saiu do carro com a mochila e chamou o elevador, cumprimentou um morador que adentrou no elevador junto com ele. Enquanto o elevador parava para buscar mais pessoas, ele respondeu uma mensagem de Selena que lhe dizia que Demi havia adormecido depois de tanto chorar. Joe saiu do elevador quando o mesmo lhe deixou no andar em que sua mãe morava e adentrou no apartamento.

— Oi. — Ele cumprimentou a mãe com um beijo no topo da cabeça e sorriu para a amiga dela que estava sentada no sofá. — Tudo bem? — Perguntou educadamente. Kelly franziu o cenho ao ver o filho com a mochila e os olhos vermelhos, mas não perguntou nada. Na verdade ela sentia que algo estava acontecendo entre ele e Demetria, quando Demi esteve no apartamento mais cedo, ela estava calada e apressada para ir embora. — Eu vou subir. — Avisou porque não daria para conversar com a mãe naquele momento. 

Joseph subiu as escadas e adentrou no quarto de hóspedes. Ele deixou a mochila num canto ao lado da porta e deitou-se na cama, o cheirinho de Alana estava bem presente naquele quarto porque era ali que a garotinha dormia quando ficava na casa da avó, havia uns desenhos espalhados pela parede, lápis de cor e algumas bonecas. Joe sorriu pensando na filha e suspirou ao lembrar de como ela chorou pedindo para que ele ficasse. 

Alguns minutos mais tarde, a mãe adentrou no quarto após bater e receber permissão para entrar. Kelly se aproximou sentando-se na ponta da cama em que Joe estava deitado e o observou atentamente. — O que aconteceu? — Perguntou, Joseph sentou-se na cama e suspirou. — Demi veio aqui mais cedo e estava toda estranha, mal conversou e estava apressada. 

— Nós brigamos. — Não era a primeira vez que eles brigavam e também não era a primeira vez que o filho ia para sua casa depois de brigar com a esposa, mas era a primeira vez que ele ia com mochila. As brigas entre Joseph e Demetria não costumavam durar muito e logo eles estavam juntos se amando. — Dessa vez foi feio e acho que nós vamos nos separar. 

— O que ela aprontou dessa vez? — Era sempre assim. Não importava os dois lados da história, Kelly sempre estaria do lado do filho mesmo se ele estivesse errado. 

— Não foi uma coisa específica, foram várias coisas que acabaram se tornando uma bola de neve. Ela recebeu uma proposta de emprego em outra empresa e aceitou, escondeu isso de mim e estava indo se encontrar com um representante da empresa pelas minhas costas. Sem contar que Demi acha que eu estou traindo ela com a minha estagiária, tudo isso acabou se transformando em algo maior e ela me colocou para fora de casa. 

— Eu sabia, Joseph. Eu sabia que Demetria não é nenhuma flor que se cheire, eu te avisei tantas vezes sobre ela e você nunca me ouviu, sempre a defendeu com unhas e dentes para terminar dessa maneira. Sem contar que ela é uma ingrata, Adam sempre apoiou a carreira dela e agora ela quer sair da empresa. 

— Eu nem estou chateado por isso, a oportunidade de emprego que ela recebeu é boa e vai ser ótimo para a carreira dela. 

— Mesmo assim, Joseph. Demetria é muito ambiciosa, ela vai acabar caindo do alto com a cara direto no asfalto. 

— Não fala isso, eu quero que ela seja feliz com a escolha dela. — Ele jamais desejaria algo de ruim para Demi. Eles haviam sido muito felizes durante o namoro e o casamento, por mais que as coisas estivessem acabadas, ela ainda era a mãe da sua filha e sempre a respeitaria. 

— Você já almoçou? — Joe negou com a cabeça. — Eu fiz macarrão, vou trazer um prato para você e depois eu vou sair para caminhar com a minha amiga, tudo bem você ficar sozinho? 

— Mãe eu não sou mais um bebê, pode ir tranquila. — Kelly sorriu e beijou a bochecha do filho, para ela, Joseph sempre seria um bebê e por isso sempre o defenderia com unhas e dentes. 

***

Demi acordou por conta do estômago que estava roncando alto. Ela havia dormido no sofá e nem mesmo tinha percebido, bocejou e levantou deixando a manta de lado. Havia um pequeno bilhete em cima da mesinha de centro, era de Selena avisando que havia levado Alana e os cachorros para o parque. Demi caminhou até a cozinha e sorriu agradecida ao ver que Selena havia preparado o almoço. 

O arroz de forno que Selena havia feito estava fantástico e Demi repetiu mais duas vezes, enquanto almoçava ela mexia no celular e ao olhar a hora percebeu que havia embernado, era quase três horas da tarde. Céus, ela havia dormido demais. O celular vibrou em uma solicitação de chamada de vídeo, Demi sorriu ao ver o nome da mãe na tela do celular e aceitou rapidamente. — Oi, meu amor. — O rosto de Clarice e George tomaram conta do celular de Demi. 

— Oi, como vocês estão? — Demi perguntou sentindo o coração apertar no peito. Ela via os pais duas vezes ao ano. Nas férias do meio do ano, Demi viajava junto com Joseph e Alana para visitar os pais e nas festas de final de ano, George e Clarice iam para Los Angeles ver a filha e a neta. 

— Estamos bem, e você? — George perguntou. 

— Estou bem. — Demi deu os ombros e bebeu um gole do suco de uva. Ela não iria cavar a cova de Joseph para os pais, era bem provável que George pegasse o primeiro voo para encher Joe de porrada, só diria que iria se divorciar quando os papeis chegassem para ela assinar. 

— Cadê Alana e Jospeh? Estou com saudade da minha neta. 

— Joseph foi visitar a mãe e Alana saiu com Selena. 

— E você ficou sozinha? — George perguntou com o cenho franzido. 

— Eu estava dormindo, estou cansada do trabalho e preferi ficar em casa. — Mentiu. 

— Por isso está com a cara inchada? — George brincou e Demi riu um pouco sem graça. — Nós ligamos para avisar que já compramos nossa passagem, vamos chegar na sexta-feira. — Demi nem acreditava que no próximo final de semana já seria natal. O ano havia passado tão rápido e tantas coisas haviam acontecido. — O natal esse ano vai ser aonde? — Geralmente eles passavam o natal na casa de Adam junto com a família materna de Joseph. 

— Na verdade eu ainda não sei. — Ela mordeu o lábio inferior, tinha tanta coisa acontecendo que ela nem mesmo parou para pensar naquilo. Passar o natal com a família de Joseph aquele ano, estava fora de cogitação. — As coisas estão corridas por aqui, mas podemos fazer um jantar aqui em casa apenas para nós. 

— Está ótimo, não precisa se preocupar com a gente. — Demi assentiu e sorriu. Ela ficou longos minutos conversando com os pais, eles contavam sobre as coisas do hospital e como estavam a vida deles, há um tempo eles havia desacelerado o ritmo de trabalho e passam muito mais tempo juntos. 

Quando finalizou a chamada de vídeo, Demi aproveitou para tomar um banho e levar o cabelo. Foi o tempo em que Selena chegou em casa com Alana. — Ei, será que podemos conversar? — Perguntou para a filha que simplesmente a ignorou entrando no quarto e fechando a porta. Demi teve que respirar fundo para não perder a paciência. 

— Eu conversei um pouco com ela. Alana só está chateada porque viu você mandando o Joe ir embora, Ela tem medo que ele vá embora e nunca mais volte, você sabe que ela tem esse medo porque passou muito tempo longe dele. — Demi apenas assentiu com a cabeça e adentrou no quarto da filha. 

— Alana, vem aqui. — Demi chamou sentando na cama da filha. Alana estava em cima de uma cadeira próxima a janela observando a rua. Ela olhou para a mãe com certa dúvida, mas não saiu de onde estava. — Querida, eu e o seu pai amamos você, você é a nossa garotinha e o melhor presente das nossas vida, seu pai está com a sua avó, ele não vai te abandonar, ele te prometeu que sempre viria te visitar, certo? — Alana apenas assentiu com a cabeça. — E ele já quebrou alguma promessa que te fez?— A garotinha negou. — Então você deve confiar nele. 

— Eu quero ele aqui comigo. Meu pai foi embora porque você mandou ele ir embora, eu pensei que vocês fossem ficar juntos para sempre. 

— Alana independente de seu pai e eu estarmos separados, nós sempre seremos seus pais. Você sempre vai ser a nossa prioridade, nunca iremos te abandonar. — Demi suspirou e se aproximou da filha, colocando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. — Seu pai sempre vai poder vir aqui te ver e te levar para passear. — Alana apenas assentiu com a cabeça. — Eu pensei em montarmos a árvore de natal, o que acha? 

— Meu pai pode vir montar com a gente? — Eles sempre montavam a árvore juntos e Alana sempre ficava curiosa para descobrir o que era os presentes embaixo da árvore, mas Demi nem mesmo havia ido comprar os presentes ainda. 

— Querida, seu pai... 

— Se o meu pai não pode vir montar a árvore comigo eu não quero montar. — Alana deu as costas para Demi e voltou a olhar para a janela na esperança de ver o seu pai. 

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boa noite, vim matar vocês do coração mais uma vez.
as coisas entre joe e a demi parece que não vai melhorar, qual é o palpite de vocês? 
eu confesso que gostei bastante desse capítulo e espero que vocês também gostem. 
me digam nos comentários o que vocês acharam, assim que o próximo estiver pronto dou as caras por aqui novamente haha

respostas do capítulo anterior aqui 

bjs e obrigada pelo carinho, amo vocês.