27/09/2020

11. Love Is Not Everything


Três dias depois...

Os dias passaram tão rapidamente que Demi se sentia perdida no tempo. Joseph mal havia olhado em sua cara nesses últimos dias, as coisas entre eles estavam frias como uma pedra de gelo. Demi tentou no máximo não pensar que estava grávida, ela focou no trabalho e até foi para o escritório um dia da semana para tentar se distrair, mesmo o bebê querendo lembra-la que ele estava ali dentro da barriga lhe deixando enjoada e fazendo-a vomitar tudo o que ela colocava na boca. 

Era sexta-feira e o voo dos pais estava marcado para chegar em trinta minutos. Demi estava sentada numa cafeteria esperando o tempo passar, ela até tentou comer um muffin de banana com gotas de chocolate, mas não lhe desceu bem e ela decidiu que o melhor era não forçar porque não queria vomitar ali no meio da cafeteria. Nervosismo era o seu nome do meio, os pais ainda não sabiam de nada do que estava acontecendo em sua vida e ela temia a forma que eles reagiriam quando contasse, porém a única coisa que sabia era: teria que contar. Os pais iriam ficar alguns dias vivendo com ela dentro de casa, seria impossível esconder que não estava mais com Joseph e como iria explicar os enjoos matinais? 

Que Deus protegesse a vida de Joseph Jonas. Sabia que o pai iria atrás dele depois que contasse que iriam enfrentar um divórcio e sem contar a bronca que ela tomaria, já era possível a voz do pai dizendo: "Eu te avisei sobre aquele moleque, Demetria. Eu sabia que ele não era o cara certo para você, o sangue dele não nega." Os dias haviam passado, mas Demi não tinha tomado uma decisão sobre o que faria com a gravidez, talvez pudesse esconder aquele detalhe dos pais até ter uma decisão concreta. Uma boa desculpa sobre os enjoos com certeza era uma boa ideia do que ter mais uma dor de cabeça. 

"Eu não acredito que você foi buscar os seus pais sozinha, eu disse que iria." Era uma mensagem de Joseph. Mais cedo ele havia dito que iria buscar os pais dela porque não queria que ela dirigisse tanto tempo sozinha, não queria que nada acontecesse com ela. Demi revirou os olhos e desbloqueou o celular visualizando a mensagem, ele estava online. 

"Eu estou grávida, não aleijada." Demi respondeu revirando os olhos brevemente. 

"Você é tão teimosa... eu só estou tentando evitar que algo de ruim aconteça com você e com... o bebê." Tocar naquele assunto era sempre delicado para ambos. Eles mal haviam falado sobre o assunto nos últimos dias que passaram, Demi sempre tentava agir como se nada estivesse acontecendo, como se não tivesse um bebê que crescia na sua barriga um pouquinho mais a cada dia. 

"Você não tem que se preocupar comigo, cuide da sua vida." Só depois que ela enviou a mensagem que pensou como havia sido grossa sem necessidade porque no fundo sabia que Joseph só queria o seu bem, porém foi tarde demais, ele já havia visualizado. Ela até esperou ele responder, mas conforme os minutos passavam, a resposta não veio e Joe saiu do aplicativo de mensagens. 

Demi respirou fundo e levantou-se arrumando o sobretudo preto ao corpo, o voo dos pais foi anunciado e ela caminhou para o portão de desembarque depois de pagar pelo muffin que ela nem comeu. Demi observou atentamente as pessoas saírem do avião e sorriu ao avistar os pais caminharem com uma mala maior do que a de costume. Demi foi de encontro a eles e sorriu. — Meu Deus, que saudade. — Disse abraçando a mãe fortemente. 

— Ah meu amor, você está tão linda. — Clarice disse tocando o rosto da filha, a observando atentamente. — Eu senti tanto a sua falta. — Sorriu observando o marido beijar a testa de Demi e depois abraça-la fortemente. 

— Eu também senti sua falta, filha. — George disse soltando o abraço. — Aonde está a pequena? — Perguntou enquanto caminhavam até o estacionamento aonde o carro de Demi estava. 

— Ela ficou em casa, implorou muito para vir porém como hoje a temperatura caiu mais do que o normal decidi que era melhor ela ficar em casa. — Demi falou enquanto caminhava abraçada a mãe. Ela sentia falta do carinho dos pais durante todo o ano e vê-los só duas vezes por ano era muita judiação, já havia pedido algumas vezes para que eles se mudassem para Los Angeles, mas nenhum argumento usado era bom o suficiente para fazê-los mudar de opinião. 

— Joseph está trabalhando? — Clarice perguntou quando eles já estavam acomodados no carro. Clarice estava sentada ao lado de Demi que dirigia e George estava no banco de trás. 

— Ele foi com Adam entregar cesta básica para famílias carentes. — Demi respondeu olhando para o pai brevemente. George assentiu sorrindo. 

— Joseph realmente amadureceu, eu sei que impliquei com ele durante muito tempo, mas hoje eu percebo que ele era o melhor para você, ele se mostrou ser um homem sério e íntegro, um homem de família que cuida muito bem de você e da minha neta. — Tarde demais para mudar o pensamento. Demi pensou consigo mesma, mas apenas assentiu focando na estrada. Se contar o que estava acontecendo com o pai odiando Joseph já era difícil, agora seria ainda mais com George o idolatrando. 

— Como estão as coisas em Chicago? — Demi perguntou mudando de assunto. Eles foram o caminho inteiro conversando sobre como estava nevando e fazendo frio em Chicago, sobre o hospital e assuntos aleatórios. Demi estacionou o carro na garagem e agradeceu mentalmente por já estar em casa, eles desceram e sorriram quando os cachorros correram para cumprimenta-los. 

— Vovó. — Alana gritou animada e correu pulando nos braços da avó, recebendo um beijo carinhoso na testa. — Eu senti muito a sua falta. — Disse beijando a bochecha do avó. — Eu tenho tantas coisas para mostrar para vocês, vocês nem vão acreditar no tanto de coisa que eu aprendi esse ano. — Falou sorrindo adentrando na casa junto com os avós. 

— Eu mal posso esperar para ver o que você aprendeu, meu amor. — George disse carregando a neta nos ombros. Para quem não havia aceitado a gravidez da filha anos atrás, hoje ele morria de amor pela netinha e sempre dizia que estava ansioso para ter mais netos. 

— Eu arrumei o quarto de hóspedes para vocês, deixei tudo limpinho. — Betty falou após cumprimentar os pais de Demi. — E o almoço está quase pronto, fiz questão de preparar um almoço reforçado. — Eles sorriram agradecidos e Betty se retirou de volta para a cozinha. 

— Se vocês quiserem subir para tomar banho e vestir uma roupa mais confortável podem ficar a vontade. — Demi disse sentando-se no sofá. A pequena viagem que fez até de ida até o aeroporto e volta até a casa havia lhe cansado de uma maneira que não era comum para ela, Demi podia deitar naquele sofá e dormir a tarde toda. 

— Vamos subir para nos instalar e já descemos para nos informar de todas as novidades. — Clarice disse sorridente dando um beijo na testa da filha, estar em família era sempre bom. Ela e o marido subiram com as malas e Demi deitou-se no sofá enquanto a filha estava no outro sofá jogando um jogo no celular da mãe. 

A porta da sala foi aberta e Selena adentrou sorridente enquanto falava no celular com alguém. Ela se aproximou de Demi se inclinando para cumprimenta-la com um breve beijo na bochecha e quando foi beija-la na barriga, Demi a empurrou levemente negando com a cabeça, Selena adorava pirraça-la acariciando a barriga ou beijando, na verdade Demi tinha certeza que aquela era uma maneira de tentar convencê-la a manter o bebê. — Eu preciso desligar... nos falamos depois, beijos. — Selena finalizou a chamada e sentou no sofá ao lado da sobrinha, puxando-a para senta-la em seu colo. — Seus pais já chegaram?

— Sim, eles subiram para tomar banho e trocar de roupa. Você não precisa ir para casa de Kelly, pode ficar comigo no meu quarto. — Demi sugeriu já que estava dormindo sozinha no quarto. Selena comprimiu os lábios em uma linha reta e negou com a cabeça, ela queria falar algo, mas não podia falar na frente da sobrinha. 

— Mãe, eu posso ligar para Julia? — Alana perguntou entregando o celular a mãe. Demi assentiu e ajudou a filha a ligar para a amiga por uma chamada de vídeo. Alana sentou ao lado da mãe e começou a conversar com a amiga sobre desenhos e músicas da atualidade que Demi não fazia ideia sobre o que se tratava. 

— Eu vou subir para tomar um banho, qualquer coisa me chama. — Alana nem mesmo prestou atenção na mãe. Demi levantou e subiu as escadas e Selena aproveitou para segui-la. 

— Joseph disse que vai almoçar com Adam e depois vai passar aqui. Você já contou para os seus pais a situação de vocês? — Perguntou deitando na cama. Demi suspirou e negou com a cabeça, sentando na beirada da cama. — Demi, você precisa contar. Seus pais vão perceber que tem alguma coisa de errado.

— Eu tenho medo do meu pai voltar a odiar Joseph novamente, ele veio o caminho todo o elogiando, dizendo como estava orgulhoso do homem que ele se tornou, se meu pai souber o que aconteceu, eu tenho certeza que vai ser uma grande confusão e eu só quero ficar em paz, eu estou cansada de brigas. 

— Eu entendo você, mas acho que eles vão perceber que tem algo acontecendo e corre até o risco de Alana contar alguma coisa, e sobre o bebê... 

— Selena, não! — Demi disse séria. Nos últimos dias, ela sempre evitava falar sobre aquele assunto, era algo praticamente proibido naquela casa e sempre que Selena tentava conversar, Demi fugia. — Quando Joseph chegar eu vou conversar com ele e nós vamos tomar uma decisão sobre o que vamos fazer. Eu posso conversar com a minha mãe e explicar para ela o que aconteceu, ela pode me ajudar a acalmar a fera. 

— Bom, você quem sabe, eu sinceramente ainda acho esse uma ideia de divórcio louca e impensada, você já deveria ter percebido que ele nunca te trairia e que ama você e a família que construíram juntos. Eu tenho certeza que você vai se arrepender desse divórcio.

— Eu vou tomar banho. — Demi falou se levantando para não continuar com aquela conversa. Os dias haviam passado e ela estava com a cabeça um pouco mais leve e conseguia pensar com mais clareza. Talvez ela realmente tivesse se precipitado, deveria ter ido atrás de evidências antes de tomar certas decisões, mas agora já estava feito e Joe não queria mais saber dela. 

***

Joseph adentrou na casa da mãe e colocou a chave e a carteira na mesinha que havia próximo a porta. Ele havia passado a manhã toda entregando cestas básicas para famílias carentes e estava cansado. — Oi meu filho. — Kelly disse quando avistou o filho. Ela recebeu um beijo carinhoso na testa e sorriu. — Tem almoço para você na geladeira. 

— Eu já almocei com o meu tio. — Joe disse sentando no sofá para tirar o tênis. — O que a senhora acha de irmos ao cinema hoje a noite? Podemos assistir algum filme de comédia e depois ir jantar num restaurante japonês ou italiano. — Sugeriu olhando para a mãe com um leve sorriso no rosto. Ele estava tentando seguir com a sua vida, o casamento estava prestes a acabar e ele não queria ficar remoendo o que havia acontecido, sua consciência estava completamente limpa e era isso que lhe importava. 

— Eu acho uma boa ideia, vai ser bom para você se distrair. — Nos últimos três dias, Joseph havia estado tão para baixo, ele mal comia e sempre que chegava em casa se trancava no quarto e só saia no dia seguinte. Joe não lhe contava o que estava acontecendo, mas sabia que era algo grave e Demi também não dizia nada. — Você precisa continuar com a sua vida, um divórcio não é o fim do mundo. 

— Eu sei. — O divórcio lhe deixava trise, mas não era aquilo que estava lhe colocando para baixo e sim a ideia de Demi abortar o filho que estava esperando. Só de pensar naquela possibilidade, ele se arrepiava, tudo o que sabia era que no momento em que Demi o fizesse, ele jamais a perdoaria. — Eu vou tomar banho e vou passar em casa para ver Alana, a gente poderia leva-la também. 

— Os pais da Demi já chegaram? 

— Creio que sim, quando falei com ela de manhã, ela estava no aeroporto, eu preciso saber se ela vai contar para eles sobre o divórcio, não vou deixar Demi me pintar como o vilão dessa história. — Disse e subiu as escadas em direção ao quarto que estava ficando. Ele tomou um banho demorado, vestiu uma calça jeans escura, uma camiseta branca e jaqueta de couro preta. Joe penteou o cabelo, passou desodorante e perfume. — Eu já estou indo, não vou demorar muito. — Ele beijou a testa da mãe e saiu pegando a carteira e a chave do carro. 

Joe dirigia com cuidado pelas ruas de Los Angeles, era três horas da tarde e as ruas ficavam uma loucura por sexta-feira e por conta dos turistas e pessoas que saiam para irem aproveitar a cidade e as praias. A música Your Body Is A Wonderland do cantor John Mayer tocava, ele suspirou pensando no tanto de lembranças que aquela música lhe trazia... adoravam escutar aquela música quando estavam sozinhos namorando. Joe balançou a cabeça tentando afastar aquelas lembranças e mudou a música. 

Ele estacionou o carro em frente a casa e desceu ativando o alarme. Ele sorriu ouvindo os latidos dos cachorros e adentrou em casa abrindo a porta com a chave que ainda tinha. Os cachorros pulavam animadamente ao seu redor animados por ter o dono de volta em casa, Joe abaixou-se para acaricia-los e sorriu quando Alana correu em sua direção. — Oi, anjo. — Joe pegou a filha no colo e a beijou na bochecha. 

— Joseph. — George disse animado se levantando do sofá para cumprimentar o genro com um toque de mão e um breve abraço. — Como você está, cara? Eu estava comentando sobre você nesse exato momento. — Falou sorrindo. 

— Eu estou bem, e vocês? Fizeram uma boa viagem? — Perguntou cumprimentando a sogra com um beijo carinhoso na bochecha. Ele sentou no sofá ao lado de George com Alana sentada em sua perna. Batman pulou no sofá e deitou ao lado do dono afim de receber carinho. 

— Fizemos uma viagem tranquila, mas agora que você chegou, nós temos um pedido para fazer para vocês. — Clarice disse animada. Demi e Joe se entreolharam e desviaram o olhar para a mulher morena sentada ao lado de Demi. — Eu e George vamos passar o ano novo em Orlando e gostaríamos de saber se vocês deixam Alana ir conosco, queremos aproveitar os parques com a nossa netinha. 

— Eu quero ir. — Alana pulou do colo do pai animada. — Eu sei que vocês estão brigados, mas por favor, deixa eu ir, por favor, eu prometo que vou me comportar. — Disse juntando as mãos como se estivesse fazendo uma oração. George e Clarice se entreolharam e depois encararam Demi e Joe com os cenhos franzidos. Como assim brigados? 

Demi suspirou profundamente, não era daquela forma que ela queria que os pais soubessem que ela e Joseph não estavam num dos melhores momentos. Ela colocou uma mecha do cabelo para trás e mexeu-se no sofá de uma maneira desconfortável. — Eu não vejo problema, tudo bem para você Joseph? — Perguntou encarando os olhos verdes que ela tanto amava. 

— Tudo bem, se você prometer se comportar e obedecer os seus avós. 

— Eu prometo. — Alana disse e foi abraçar os avós. — Vocês são os melhores avós do mundo. — Falou dando um beijo e um abraço na bochecha de cada um. — Eu vou subir para arrumar as minhas malas. 

— Nós vamos ajuda-la, vamos querido. — Clarice disse puxando o esposo pelas mãos. Os três subiram as escadas juntos conversando, deixando Demetria e Joseph sozinhos na sala. O silêncio se instalou na sala por longos minutos, nenhum deles sabiam muito bem o que dizer porque na maioria das vezes que se falavam, acabavam brigando. 

— Eu ainda não contei para os meus pais sobre o que aconteceu. — Demi começou dizendo porque eles precisavam conversar sobre o que fariam. — Eu não sei o que fazer, eu pensei em não contar porque eu não quero trazer mais confusão, eu só quero ficar um pouco em paz, sem brigas, sem raiva... se você quiser, você pode ficar aqui enquanto meus pais estiverem aqui. 

— Eu agradeço o convite, mas eu não quero. Eu ainda estou muito chateado com tudo o que aconteceu, você me acusou de algo que eu não fiz e toda vez que eu penso no que você está prestes a fazer com a sua gravidez, eu sinto muita raiva e eu não sei se vou conseguir te perdoar. 

— Eu estou tentando fazer o que é melhor para mim, será que você pode deixar seu umbigo de lado uma vez e pensar em quem está em seu redor? — Demi disse já começando a se estressar, ela estava grávida então qualquer coisa pequena se tornava algo enorme, as emoções estavam bagunçadas e misturadas e ela não sabia como administra-las. 

— E você, Demetria? Está pensando nas pessoas ao seu redor? Está pensando em mim e como você quer destruir o meu sonho de ser pai pela segunda vez? Está pensando na maneira que você me acusou de algo que eu não fiz apenas porque você é uma gananciosa que nunca está satisfeita com nada? — Falou e sentiu o coração doer quando viu os olhos de Demi marejados. 

— Tudo bem, vamos fazer como você acha melhor. Vou chamar os meus pais. — Demi suspirou e subiu as escadas em direção ao quarto da filha. Havia uma mala média em cima da cama de Alana e os três separavam algumas roupas de frio enquanto conversavam sobre tudo o que iriam fazer quando chegassem em Orlando. — Eu e Joseph queríamos conversar com vocês. — Demi disse na porta. — Querida, você fica aqui enquanto eu e o seu pai temos uma conversa de adultos com seus avós? — Alana assentiu e se aproximou da avó. 

— Por favor, não deixa eles se separarem. — Pediu baixinho. Clarice assentiu olhando para a neta e beijou-a no topo da cabeça. Os três desceram as escadas e sentaram-se no sofá. 

— Vocês estão brigados? — George perguntou de maneira séria encarando a filha e o genro que assentiram com a cabeça. — O que está acontecendo com vocês? 

— Nós vamos nos separar. — Joseph disse e Demi suspirou porque não esperava que Joseph fosse ser tão honesto e direto daquela maneira. George e Clarice se entreolharam e encararam os dois com os cenhos franzidos sem entender, eles se amavam tanto, como podia o amor simplesmente acabar daquela maneira? 

— Se separar? — Clarice perguntou sem acreditar no que tinha acabado de ouvir. 

— Sim, nas últimas semanas nós temos discordados de muitas coisas, pequenas coisas se tornam brigas grandes e explosivas, não conseguimos chegar num senso comum e sempre que estamos no mesmo cômodo acabamos discutindo. Não estamos mais conseguindo conviver e achamos que o melhor é nos divorciar. 

— Casamento é um compromisso sério, não é um namoro de adolescente que vocês se separam por qualquer coisinha. Eu e sua mãe estamos juntos há quase quarenta anos, nós passamos por grandes turbulências, mas estamos aqui. Vocês não podem acabar com o casamento de vocês por conta de briguinhas, vocês tem uma filha que precisa de vocês dois juntos. 

— Num casamento também tem que ter cumplicidade, confiança e responsabilidade. Eu acho que quando essas coisas estão faltando, não tem motivo para continuar, casamento não é feito só de amor. — Joseph falou entrelaçando as mãos, encostando os cotovelos no joelho.

— Joseph está passando um tempo na casa da mãe dele e já estamos vendo advogados para entrarmos com o pedido. 

— Eu sinto que tem algo a mais acontecendo que vocês não querem nos contar. Eu tenho certeza que vocês não vão se separar só porque não estão conseguindo chegar num senso comum. — Clarice disse. 

— Demetria arrumou um emprego na empresa rival da Mayer e escondeu isso de mim, ela estava saindo para jantar a noite com um cara que trabalha nessa empresa e mentia para mim dizendo que estava jantando com uma cliente, sem contar que ela me acusa de coisas que eu não fiz apenas para me ver sair como o vilão. 

— Joseph comprou um colar com a letra do nome dele e deu de presente para a garota que trabalha com ele. Ele diz que não comprou colar nenhum e que é coisa da minha cabeça, mas a prova está na fatura do cartão de crédito dele, eu tenho certeza que ele me traiu com ela e não quer assumir para não perder a fama de bom moço. 

— Você traiu a minha filha? — George perguntou levantando-se e Clarice levantou-se também para acalma-lo. 

— Eu não trai. Demetria nem procurou saber sobre a história e já foi me julgando, jogando pedras em mim e me acusando sem nem saber o que aconteceu. 

— Então porque você não me conta o que merda aconteceu? Eu estou até hoje esperando uma explicação e você não me deu nenhuma.

— Você quer saber o que aconteceu? O que aconteceu foi que Jack pegou meu cartão de crédito emprestado há algumas semanas atrás e comprou o presente para Madison, eu não me lembrava de ter emprestado o cartão para ele e só lembrei quando ele comentou comigo que ela havia gostado do presente. Foi isso o que aconteceu, mas você como sempre foi uma egoísta que só olhou para si. 

— Eu não acredito em você. 

— Eu não estou nem aí, você acredita no que você quiser, eu já cansei. 

— Já chega vocês dois. — George disse irritado com todas aquelas acusações. 

— Vocês estão brigando de novo? — Alana disse descendo as escadas com os olhos marejados. 

— Querida, isso não é assunto para criança, eu vou subir com ela e vocês por favor, se resolvam. — Clarice falou segurando a mão da neta, subindo as escadas novamente. 

— Vocês já pensaram em fazer terapia de casal? Eu já fiz algumas vezes com Clarice e me ajudou muito a passar por situações parecidas. Eu sei que agora parece que não tem mais nenhuma saída, mas não é bem assim. Vocês se amam, amor não é tudo em um relacionamento como Joseph disse, mas é uma das coisas cruciais, eu sei que vocês vão conseguir passar por isso, é só ter paciência. 

— Eu não sei vale a pena, George. Eu tenho muito respeito e carinho pela a sua filha, mas ela me magoou muito e eu não sei se quero continuar com isso. — Joe disse e levantou-se. — Eu vim para ver a minha filha, vou ficar um pouco com ela no quarto e depois vou para casa. — Falou e subiu as escadas. 

Demi respirou profundamente tentando acalmar os nervos, mas não conseguiu. As lágrimas desciam pelas bochechas sem parar, estava magoada, machucada, chateada, irritada... era um misto de emoção que machucava. George se aproximou da filha e a abraçou deixando ela chorar em seu peito. 

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Eu juro que pensei que nunca iria conseguir escrever esse capítulo, eu não conseguia nem escrever uma frase direito, mas felizmente saiu... não foi isso o que eu pensei para o capítulo, mas foi o melhor que eu consegui.
Confesso que estou um pouco desanimada, mas não quero abandonar a fanfic pela metade, enfim, espero que gostem do capítulo, volto assim que eu escrever o próximo, bjsss