30/04/2018

26. Taste

não revisei, ignorem qualquer erro e boa leitura!

Aonde o seu sono havia ido parar? Já eram duas horas da manhã e Demi não conseguia dormir. Alana já estava adormecida ao seu lado, ela tinha um dos bracinhos em volta do pescoço da mãe e dormia profundamente, chegava até suspirar. Demi observou a filha atentamente e alisou carinhosamente o rosto da pequena. Sua filha era tão preciosa, tão perfeita e era a coisa mais importante que ela tinha na vida, faria tudo para ver um sorriso no rosto daquela garotinha. Demi beijou a testa da filha e  suspirou profundamente.

Flashback on

Alana estar em silêncio era sinal de perigo, a garotinha estava aprontando e Demi tinha certeza daquilo. Demi guardou o último prato da louça que havia lavado e suspirou. O apartamento estava uma verdadeira bagunça e ela não tinha tempo para arrumar, um minuto que ela virava as costas, Alana estava por aí aprontando alguma arte. — Alana? — Chamou pela filha assim que adentrou na sala. Alana tinha dois anos de idade e parecia um pequeno furacão, por onde passava causava um enorme estrago. Demi subiu as escadas e franziu o cenho ao olhar a parede do corredor, aquilo era batom vermelho? — Alana Gracie Lovato. — Gritou do corredor e quando ela adentrou em seu quarto arregalou os olhos. Como uma garota daquele tamanho podia fazer tanta bagunça? A pequena Alana estava sentada em frente ao enorme espelho do quarto da mãe, ela tinha um batom vermelho nas mãos e rabiscava todo o espelho, sem contar o rosto e as pernas que estavam sujos de batom. — O que diabos você está fazendo? — Demi se aproximou e tomou o batom da mão da garotinha. Alana encarou a mãe e sorriu. — Você é um verdadeiro furacão, sabia? — Disse enquanto segurava a garota pelo braço para levá-la ao banheiro. 

— "Fuacão" — Alana disse tentando imitar a mãe. Demi não iria se deixar levar pela aquela carinha fofa de bebê. Ela tirou a frauda da pequena e ligou o chuveiro.

— Isso mesmo, você é um furacão e eu não estou aguentando mais. — Cada dia era uma coisa. Hoje havia sido as paredes riscadas de batom vermelho, ontem havia sido o talco de bebê que ela havia derramado pelo quarto, Demi não queria nem imaginar o que viria pela frente. Ser mãe não tinha folga e às vezes quando ficava muito difícil, uma semana longe era o que Demi mais desejada. 

— "Amo ocê, mamãe". — Alana sorriu sapeca e abraçou a mãe pela perna. Tinha como não se derreter com aquela fofura? Demi sorriu e beijou exageradamente a bochecha da filha. Cuidar de uma criança sozinha era difícil, era cansativo e tinha dias que ela pensava em desistir, mas era gratificante no final do dia ouvir um "Eu te amo" da pessoa que ela mais amava no mundo. 

Flashback off

Demi sorriu com a lembrança, Alana ainda aprontava, mas bem menos do que quando ela tinha dois, três anos de idade. Demetria bocejou a suspirou abraçando a garotinha com um dos braços, por um breve momento ela imaginou como seria ter Joseph deitado ali naquela cama, ele estaria ali protegendo elas com aqueles braços fortes e firmes. O que diabos ela estava pensando? A convivência constante com Joseph estava começando a lhe deixar louca, Demi suspirou novamente e fechou os olhos tentando se forçar a não pensar em bobagens, mas tudo o que ela via era o sorriso lindo de Joe quando estava com Alana. 

DIA SEGUINTE
10:30 DA MANHÃ

Joseph estava animado e ansioso. O coração chegava a bater mais forte no peito porque ele iria apresentar a sua filha para toda a sua família. Ele se encarou em frente ao espelho, pegou a sua carteira guardando no bolso traseiro da calça jeans, pegou as chaves do carro e desceu as escadas. — Bom dia, filho. Você não vai tomar café? — Kelly perguntou ao ver o filho todo arrumado. Ela sabia para onde ele estava indo.

— Não, eu como alguma coisa lá na Demi, estou indo buscar minha filha.

— Você quer mesmo apresentar a garota hoje? Poderíamos marcar outro dia quando o teste de DNA estiver pronto, acho que é mais seguro.

— Mãe essa história de novo não, eu já estou indo, te encontro lá na casa do meu tio. — Joseph disse e saiu sem dar chance da mãe dizer alguma palavra porque ele sabia que se prolongasse aquela conversa, eles iriam acabar brigando e ele não queria nenhum clima estranho durante o almoço. Joe chamou o elevador e esperou pacientemente o elevador que estava muitos andares acima.

— Joseph, bom dia. — Blake disse animadamente assim que as portas do elevador se abriram e Joseph adentrou. Ele sorriu e cumprimentou a colega de trabalho e sua mais nova vizinha com um beijo na bochecha. Blake estava enfrentando uma separação e ele havia ajudado ela a alugar um apartamento no seu condomínio. — Como você está?

— Bom dia, Blak. Eu estou bem e você? — Perguntou educadamente apertando o botão do estacionamento do condomínio.

— Eu estou bem também, estou indo malhar no parque, aceita ser minha companhia? — Ela sorriu e colocou uma mecha do rabo de cabelo atrás da orelha. Blake era uma mulher muito bonita, ela era alta, tinha os cabelos loiros e olhos azuis. A mulher já havia demonstrado interesse por ele várias vezes desde que haviam começado a trabalhar juntos, mas infelizmente ele só tinha olhos para uma única mulher.

— Acho que jeans não é uma boa roupa para malhar. — Brincou. — Eu estou indo ver a minha filha agora, podemos marcar para outro dia. — Piscou e a mulher loira assentiu com um sorriso. As portas do elevador se abriram na portaria, ela se despediu brevemente e saiu caminhando entre o jardim do condomínio, as portas se fecharam novamente e o elevador deixou Joseph no estacionamento subterrâneo. Ele desativou o alarme do carro e adentou dando partida logo em seguida.

Joe dirigiu tranquilamente até a padaria cantarolando uma música qualquer do The Weeknd que tocava na rádio. Ele adentrou na padaria e foi diretamente para a fila aonde seria atendido. Joe foi atendido por um senhor simpático, ele pediu algumas rosquinhas, pães tradicionais e muffins de banana porque ele sabia que Alana adorava. Quando foi para a fila aonde faria o pagamento ele franziu o cenho porque conhecia o rapaz que estava no caixa de algum lugar. — Quinze dólares, senhor... — Ryan encarou Joseph com o cenho franzido e fechou a cara, o que ele estava fazendo ali?— Você é o ex namorado da Demi, não é? — Perguntou após pegar a nota de vinte dólares das mãos de Joseph.

— Sim, eu sou. — Sorriu de lado. — Eu sou o pai da filha dela também. — Disse e teve vontade de rir quando viu o homem em sua frente franzir o cenho. Demi havia contado a verdade a ele? Eles estavam juntos? Ryan balançou a cabeça enciumado e contou o troco de Joseph. — Tenha um bom dia. — Joe disse após receber seu troco e guardá-lo no bolso. Assim que saiu Joseph franziu o cenho ao ouvir um latido, quando ele virou-se viu uma caixa com quatro filhotinhos de cachorro dentro. Ele sorriu encantado e se aproximou para analisar melhor os filhotinhos.

— Estamos doando, não temos condições de ficar com eles. — A jovem menina de cabelos ruivos disse assim que Joseph se aproximou. A garota não parecia ter mais de dezoito anos e estava ao lado de um garoto que aparentava ter a mesma idade, provavelmente era o seu irmão já que também tinha o cabelo ruivo e os traços eram semelhantes. Joe abaixou-se e acariciou os cachorrinhos. — Gostaria de ficar com um, senhor? — O garoto perguntou. Tinha como não se apaixonar por aquelas pequenas bolinhas de pelo? Joseph sorriu quando o cachorrinho preto lambeu a sua mão."Eu queria muito ter um cachorrinho mas a minha mãe disse que só posso ter um quando eu crescer mais" Ele se lembrou que Alana sempre comentava que queria um cachorrinho, será que Demi ficaria muito brava se ele chegasse lá com aquele pequeno presente? O sorriso surgiu nos lábios dele ao imaginar como Alana ficaria feliz.

— Eu vou levar esse aqui. — Disse apontando para o cachorrinho preto. A ruiva sorriu animada e pegou o cachorrinho com pelos pretos e encaracolados.

— Olha só Batman você vai ter uma nova família. — O garoto disse pegando o cachorro nos braços. Joe pegou o cachorrinho cuidadosamente no colo e beijou o topo da cabeça dele. — Nós já nomeamos todos eles, acho que vai dar um pouco de trabalho caso queira mudar o nome dele depois.

— Batman me parece um bom nome, acho que a minha filha vai gostar. — O cachorrinho foi colocado em uma caixa e ele o colocou no banco do passageiro do carro, as compras foram para o banco de trás e ele adentrou no carro dando partida logo em seguida. O caminho até o condomínio em que Demi morava não era muito longe da padaria e por isso ele não demorou mais de cinco minutos para chegar.

Joseph cumprimentou o porteiro educadamente e caminhou diretamente para o elevador assim que o senhor permitiu sua entrada no condomínio. O elevador lhe deixou no andar em que Demi morava, ele apertou a campainha e esperou pacientemente que alguém abrisse a porta, até pensou que não havia ninguém no apartamento, mas suspirou aliviado assim que ouviu a porta destrancando. — Acho que vamos ter que começar a estipular um horário para você vir aqui. — Demi disse. Pela cara amassada e a roupa que ela estava vestindo, Joe percebeu que ela havia acabado de acordar. Ele não conseguiu deixar de notar as coxas bonitas expostas pelo short de malha curto.

— Papai. — Alana sorriu e levantou a cabeça para receber um beijo assim que Joseph se aproximou. A garotinha estava sentada no sofá com uma tigela de cereal e assistia desenho animado. Joe entregou a sacola com as coisas que havia comprado nas mãos de Demetria e sentou ao lado da filha no sofá, colocando a caixa média no chão.

— Eu trouxe um presente para você. — Ele apontou para a caixa em cima do tapete e observou a filha encarar a caixa com curiosidade. Demi franziu o cenho enquanto arrumava o balcão para começar a preparar o café da manhã. Ela havia ido dormir tarde e se sentia cansada, se pudesse ainda estaria dormindo.

— O que é papai? — Perguntou curiosa largando a tigela de cereal. Ela se aproximou da caixa e sorriu animada. — Eu posso abrir?

— Claro que sim, querida. — Alana sentou no tapete e abriu a caixa. Ela arregalou os olhos e abriu a boca sem acreditar que era aquilo mesmo que ela estava vendo. O coração da garotinha acelerou no peito e ela não conseguiu conter o grito de alegria.

— Ai meu Deus, mamãe, olha só isso. — A pequena disse animadamente sem conter a empolgação. Ela pegou o cachorrinho preto nos braços cuidadosamente e alisou o pelo dele. — Oi bebê, eu sou Alana. — Demi se aproximou curiosa quando ouviu os gritos da filha, assim que viu a pequena bola de pelo preto no colo da filha, ela arqueou a sobrancelha e encarou Joseph. — Mamãe olha só isso, o papai me deu um cachorrinho, eu estou tão feliz, esse é o melhor presente do mundo! — Disse sem tirar os olhos do cachorro que lhe olhava curiosamente. — Qual é o nome dele? — Perguntou ainda animada, aquele sem dúvida era o melhor presente de todo o mundo.

— O nome dele é Batman, eu o encontrei perto da padaria e a moça que estava doando disse que ele já tinha um nome. Você gostou? — Perguntou com um sorriso nos lábios, a alegria daquela garotinha era a sua alegria e ele faria o possível e o impossível para vê-la sorrir sempre.

— Eu amei, é o melhor presente que eu já ganhei em toda a minha vida. Obrigada papai, você é o melhor pai do mundo, eu amo você do tamanho do universo. — Demi se controlou para não gritar com Joseph porque ela não queria estragar a animação da filha, por isso ela caminhou até a cozinha para começar a preparar o café. Um cachorro? Joseph havia passado por cima da sua ordem, ela havia dito a garota que daria um cachorro a ela quando a mesma crescesse e Joseph sabia disso, mas ele decidiu passou por cima das suas regras para ser o pai mais legal do mundo.

— Alana gostou do cachorro. — Joe disse adentrando na cozinha.

— É claro que ela gostou do cachorro, era o sonho dela ter um cachorro. — Disse sem olhá-lo. Demi tentou alcançar o pote aonde guardava o pó do café mas era baixinha demais para isso, ela xingou e revirou os olhos quando Joseph se aproximou para ajudá-la, a cozinha era pequena e por isso eles ficaram muito próximos um do outro.

— Você ficou brava? — Perguntou após entregar o pó de café na mão dela.

— O que você acha, Joseph? Eu disse que daria um cachorro a ela quando ela crescesse mais e você sabia disso, mas resolveu passar por cima da minha ordem para ser o melhor pai do mundo.

— Por que tanto drama, Demi? É só um cachorro.

— Alana só tem cinco anos, Jonas. Ela não tem responsabilidade com nada, a responsabilidade de cuidar desse cachorro vai ficar em cima de mim e eu não tenho tempo para cuidar de um cachorro, eu trabalho e estudo, mal fico em casa. Você não muda nunca, continua um egoísta que só pensa em você mesmo. — Será que ela sabia que ficava a coisa mais linda do mundo quando estava irritada? Ele sorriu e se aproximou dela, fitando os olhos castanhos claros

— Você pode me chamar de qualquer coisa, menos de egoísta. Eu realmente não pensei em você quando peguei esse cachorro, só pensei na felicidade da minha filha, isso é o mais importante para mim, a felicidade dela está acima de qualquer coisa. — Demi revirou os olhos tentando não se importar com o fato dele estar muito próximo a ela, próximo o suficiente para que ela sentisse a respiração dele.

— Me escuta bem, você vai arcar com todas as despesas desse cachorro, está me entendo? Comida, petshop, brinquedos, veterinário, você vai arcar com tudo e se...

— Mamãe, o Batman fez xixi no seu tapete. — Se olhar matasse, Joseph estaria em um caixão naquele exato momento. Alana adentrou na cozinha segurando o cachorrinho nos braços e sorriu sem graça para a mãe porque sabia que ela iria brigar. — Eu juro que tentei impedi-lo. — Demi respirou fundo sem tirar os olhos de Joseph.

— Você vai limpar e pagar um adestrador para ele. — Joseph assentiu comprimindo os lábios em uma linha reta para não rir. Parecia que ela ficava ainda mais linda quando estava brava.

— Tudo bem, querida. Eu vou limpar e o seu tapete vai ficar novinho em folha. — Ele sorriu de lado e piscou indo diretamente para a lavanderia. Demi revirou os olhos porque ela odiava aquele sorriso irônico dele. Alana riu do modo como o pai falou e colocou Batman no chão. — E o senhor vai aprender a usar o banheiro. — Joe disse para o cachorrinho quando passou por ele. Alana correu atrás do pai e o pequeno cachorrinho correu atrás de Joseph e Alana. Demi encostou-se no balcão e bufou, por que diabos Joseph tinha que ser tão bonito, tão atraente e tão sexy? Toda vez que ele se aproximava, ela conseguia sentir o calor dele e instantaneamente ficava arrepiada dos pés a cabeça.

— Mamãe, eu estou falando com você. — Quantos minutos ela tinha ficado encostada naquele balcão pensando em como Joseph era bonito? Demi balançou a cabeça e encarou a filha. — A senhora estava com uma careta engraçada. — A pequena riu da porta da cozinha e deu espaço para o pai passar para ir a lavanderia lavar o pano de chão. — Mamãe, por que você não quer ir almoçar na casa da família do papai? — Perguntou curiosa. Demi colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e virou-se para continuar fazer o café.

— Eu já te falei que eu tenho um compromisso. — Respondeu concentrada em fazer o café. Alana encarou a mãe e a abraçou pela cintura de forma manhosa.

— Eu quero que você vá comigo, deixa o compromisso para outro dia. — Pediu tentando convencer a mãe de ir também. Ela olhou para o pai que estava lavando o pano de chão e sorriu encarando a mãe. — Por favor, mamãe.

— Filha, nós já conversamos sobre isso ontem. Eu te expliquei que eu tenho um compromisso com um amigo e não posso desmarcar, você vai estar com o seu pai, ele vai cuidar muito bem de você e nós podemos marcar outro dia, tudo bem?

— Eu não quero que você saía com seu amigo. — Alana cruzou os braços emburrada. Demi parou o que estava fazendo e encarou a filha com o cenho franzido, Alana nunca teve ciúmes antes. Joe encarou a filha com um sorriso nos lábios e fez um breve sinal de positivo com o dedão.

— Eu não estou entendendo o motivo disso agora.

— Eu só quero passar o dia com você e com meu pai. — Demi respirou fundo e mordeu o lábio inferior.

— Alana nós passamos o dia todo juntos ontem e estamos juntos agora. Se você não quiser ir só com o seu pai, não tem problema, tenho certeza que ele vai entender, nós podemos marcar outro dia.

— Eu quero ir com ele, só queria que você fosse com a gente. — Alana disse apertando os bracinhos em volta da cintura da mãe. Demi sorriu e se inclinou para beijar o topo da cabeça da filha. — Eu amo você, mamãe, eu vou ir tomar banho. — Avisou e saiu correndo em direção ao andar de cima. Demi suspirou e encarou Joseph.

— Você vai mesmo sair com Wilmer? — Como ele sabia? Demi franziu o cenho e fitou os olhos dele de forma intensa, seu coração estava acelerado e o verde dos olhos dele estava mais escuro.

— Isso não é da sua conta, a minha vida pessoal não lhe interessa. — Disse tentando manter a postura, ela não queria que ele percebesse que todos os muros que ela havia construído contra ele em volta do seu coração estava sendo derrubado aos poucos.

— Você vai deixar de atender um pedido da sua filha para sair com um cara? — Ele estava com ciúmes e não tinha nenhum problema em admitir aquilo em voz alta, não podia mentir que os sentimentos que sentia por ela quando eram jovens voltou com força total depois que a reencontrou na empresa.

— Você sabe muito bem porque eu não vou a esse almoço, não se faça de idiota e eu já disse que a minha vida pessoal não é da sua conta, você deveria cuidar da sua vida. — Disse irritada, ela estava se controlando para não elevar o tom de voz porque ela não queria começar uma briga.

— Eu quero você de volta, Demi. — As palavras dele teve um grande impacto sobre ela. Demi sentia como se o seu coração fosse explodir dentro do peito, ela fechou os olhos sentindo as malditas borboletas fazerem uma festa no estômago. Joseph estava abrindo o seu coração e ele faria qualquer coisa para tê-la de volta.

— Não diga isso. — Demi pediu ainda de olhos fechados, ele não podia brincar com ela daquele jeito. — Você não me quer de volta, você só está confuso com toda essa nossa aproximação. — Era isso que ela dizia para si mesmo toda vez que se pegava pensando nele.

— Eu não estou confuso, eu sei o que eu sinto e o que eu sinto por você é forte, é bom e eu gosto de sentir. — Ele se aproximou e cuidadosamente tocou a cintura dela, Demi abriu os olhos e umedeceu os lábios, ela sabia o que ia acontecer e não ia impedir.

— Você não pode fazer isso comigo. — Sussurrou em uma inútil tentativa de para-lo, ela já estava entregue ao momento e queria aquele beijo tanto quanto ele. O verde dos olhos dele era incrível e capaz de enlouquecer qualquer mulher.

— Você quer isso tanto quanto eu, linda. — Disse no ouvido dela, passando o nariz levemente pela bochecha esquerda. Uma das mãos dele deslizaram da cintura para repousar um pouco acima do bumbum, Joe selou um beijo na curva do pescoço dela e sorriu satisfeito quando a viu suspirar.

— Joseph... — A voz sou falha e Joe não deu tempo para ela continuar a frase, ele selou seus lábios nos dela carinhosamente. Demi subiu uma das mãos para o pescoço dele e entreabriu os lábios para sentir a língua dele acariciar a sua. O beijo era lento, calmo e gentil. Demi tentava não pensar no quão errado aquilo era, ela só estava se deixando levar pelo momento. As mãos de Joseph desceram pelo bumbum avantajado, apertando como ele pensava em fazer a dias. Demi correspondeu ao toque intensificando o beijo e passando sua unha levemente pelo abdômen dele por dentro da camisa enquanto sentia o desejo crescer em seu interior, ela passou a mão pelo braço forte dele e com a outra mão livre, ela puxou levemente os cabelos da nuca.

— MAMÃE, É PRA LAVAR O CABELO? — Alana gritou do andar de cima. Demi pareceu despertar e empurrou Joseph pela barriga. Ela passou uma das mãos pelo cabelo e suspirou, o que diabos estava fazendo? O coração estava tão acelerado que a respiração estava ofegante, ela comprimiu os lábios em uma linha reta e saiu da cozinha rapidamente porque se ficasse perto dele era capaz de fazer uma loucura.

Joseph não conseguiu conter o sorriso que nasceu em seus lábios quando ela saiu da cozinha. Ele não iria desistir dela, não depois daquela carta branca que ela havia lhe dado. Joe caminhou até a sala e sentou no sofá, o cachorrinho de pelos escuros levantou assim que o viu e apoiou as duas patinhas na perna dele. Joseph sorriu e pegou o cachorrinho colo, pensando no que havia acontecido na cozinha e como foi bom tocá-la. Por que as mulheres demoravam tanto para se arrumar? Batman até havia dormido de tanto brincar, Joseph guardou o celular no bolso da calça jeans e levantou subindo as escadas em direção aos quartos.

Demi estava sentada na cama arrumando o cabelo da filha. Joe se escorou na porta e cruzou os braços observando as duas com um sorriso nos lábios. Elas eram as coisas mais lindas do mundo. As duas juntas iluminava o seu dia de uma maneira inexplicável e ele queria muito que eles fossem uma família. Alana sorriu assim que percebeu a presença do pai no quarto. — Papai, eu estou quase pronta. — Demi finalizou a trança lateral no cabelo da filha e prendeu o final da trança com um lacinho preto. Ela levantou e caminhou até o guarda-roupa.

— Aqui está o seu casaco caso você sinta frio. — Ela entregou o casaco rosa para a filha e sorriu, estava tentando de tudo para ignorar a presença de Joseph naquele quarto. Alana agradeceu educadamente e caminhou até o pai.

— Como eu estou, papai? — Perguntou dando uma voltinha. Ela estava vestindo um vestido branco com alguns detalhes azul e uma sapatilha. Joseph sorriu e se abaixou para pegá-la no colo.

— Você está linda, princesa. — Alana sorriu e beijou a bochecha do pai carinhosamente. Eles desceram as escadas com Demi atrás deles.

— Qualquer coisa me liga, Joseph. — Demi disse assim que abriu a porta do apartamento, aquela era a primeira vez que estava confiando sua filha nas mãos de uma pessoa que não fosse Kristen ou Kim. Demi suspirou sentindo o coração apertar no peito e se aproximou de Joseph para beijar a bochecha da sua garotinha. — Querida, toma cuidado, ok? Qualquer coisa eu vou te buscar.

— Tchau mamãe, amo você do tamanho do universo. — Alana abriu os braços e abraçou Demi com toda sua força. Demi a beijou na bochecha demoradamente e sorriu.

— Eu também amo você, meu anjo, do tamanho do universo. — Se afastou e sorriu exclusivamente para ela.

— Tchau, Demi. Até as seis eu já estou aqui, aproveite o seu compromisso. — Disse de forma irônica com um sorrisinho no canto dos lábios, aquele sorriso que ele sabia que Demi odiava. Ele saiu do apartamento e chamou o elevador. — Qualquer coisa eu ligo. — Avisou e adentrou no elevador após acenar, Demi revirou os olhos e fechou a porta do apartamento. Ela caminhou até a cozinha e sentiu a barriga roncar porque não havia comido nada, ela sentou em volta do balcão e aproveitou o café da manhã que Joseph havia levado e eles não comeram, enquanto tomava o café, Demi reviveu cada momento daquele beijo na cozinha.

— Kris, me deixa dormir. — Não era cedo. Já passava do meio dia, mas ela ainda tinha duas horas até começar a se arrumar para sair com Wilmer e ela queria aproveitar aquelas duas horas dormindo porque estava cansada e merecia. Demi suspirou quando se enrolou em seu edredom se sentindo aquecida. Kristen revirou os olhos e tirou o all star branco para deitar ao lado da amiga e do cachorrinho Batman que dormia aconchegadamente ali.

— Eu não sei como você não surtou quando Joseph chegou com esse cachorrinho aqui. — Kristen riu para provocar a amiga e alisou o pelo do cachorrinho.

— Eu surtei e fiz ele prometer que vai arcar com todas as despesas do cachorro. — Deu os ombros ainda de olhos fechados. Ela abraçou o travesseiro e abriu os olhos quando pensou nos lábios de Joseph sobre os seus, estava tentando ao máximo evitar pensar naquele beijo. — Como foi o encontro com sua amiga?

— Foi legal. — Disse sem muitos detalhes, ela deu os ombros e desviou o olhar da melhor amiga. — Você vai sair com Wilmer hoje? — Perguntou tentando mudar o foco do assunto. Demi franziu o cenho e umedeceu os lábios se ajeitando na cama. Wilmer. Seu coração apertou no peito ao pensar no que ela havia feito, não era certo, de alguma maneira ela estava com Wilmer e não deveria estar desejando tanto sentir os lábios de Joseph novamente.

— Não tente mudar o foco do assunto, eu quero saber mais sobre essa sua amiga. Faz quase uma semana que você está falando dessa garota, mas sempre que eu tento aprofundar o assunto você foge. — Kristen suspirou e se enrolou no edredom branco da melhor amiga.

— Eu fujo do assunto porque não sei como você vai reagir.

— O que está acontecendo? — Demi perguntou encarando-a. Kristen umedeceu os lábios e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha, sentindo as bochechas corar, aquela era uma das poucas vezes que Demi via a amiga com as bochechas coradas.

— Eu e essa minha amiga, nós estamos saindo... estamos ficando. — Demi assentiu sem saber muito bem o que dizer. Ela estava um pouco surpresa porque durante todos esses anos de amizade Kristen nunca havia demonstrado ter interesse em mulheres. — Você sabe que eu namorei com Robert durante anos e quando a gente terminou eu não me relacionei sério com ninguém, mas com ela é diferente. Nós nos conhecemos em um ensaio fotográfico, ela é modelo e é apenas alguns meses mais velha do que eu, saímos uma, duas, três vezes e nos beijamos... eu gosto dela, de verdade, Dem. — Fechou os olhos e teve vontade de chorar quando Demi a abraçou e acariciou seus cabelos. Era uma situação delicada porque ela tinha medo do que sua mãe iria pensar e também o mundo lá fora era cruel.

— Se você gosta dela não tem porquê ter medo. Eu estou do seu lado e nós vamos enfrentar essa situação juntas, você é uma mulher independente, você trabalha, paga as suas contas e já é maior de idade, quem sabe o que é melhor para você é você.

 — A minha mãe não vai me aceitar, Demi. Ela ama o Robert e ainda torce por nós, eu e ele já nos encontramos uma vez e deixamos tudo esclarecido, somos apenas amigos.

— Robert foi praticamente o seu primeiro relacionamento sério, vocês ficaram juntos por muito tempo, é normal que Kim sinta um carinho por ele. Sua mãe é uma mulher incrível, ela vai te entender e te apoiar.

— Eu ia te contar isso antes, mas eu estava com um pouco de receio e também já tinha muita coisa acontecendo em sua vida, eu não queria te encher com as minhas coisas. — Demi revirou os olhos e beijou a bochecha da amiga, ela merecia toda a felicidade do mundo. — Stella está falando sobre um relacionamento sério e eu nunca quis tanto algo como eu quero ela na minha vida, Dem.

— Você está apaixonada. — Foi impossível não sorrir de felicidade pela amiga. Kristen assentiu com um sorriso e escondeu o rosto no travesseiro. — Vocês já...? — Perguntou de forma maliciosa.

— Sim, duas vezes e eu fui aos céus e voltei. — Demi gargalhou e fitou a amiga, não tinha nada que lhe fazia mais feliz do que ver as pessoas que ela amava feliz.

— Eu quero conhecê-la, está me entendendo? — Kristen assentiu sorrindo, ela estava feliz porque sua melhor amiga lhe apoiava em tudo. — Podemos marcar, sei lá, uma noite da pizza aqui em casa, tenho certeza que Alana vai adorar conhecê-la. — Kristen abraçou Demi fortemente pela cintura e deixou que as lágrimas descessem pelas bochechas, ela tinha a melhor amiga do mundo. As duas ficaram abraçadas apreciando o carinho e amor que sentiam uma pela outra, a amizade delas era uma coisa única e rara de encontrar, era como se fossem irmãs.

— Agora mudando o foco do assunto, como você e Wilmer estão? — Dessa vez quem suspirou foi Demi. Ela choramingou e fechou os olhos porque estava se sentindo péssima, ela ficava apenas com Wilmer, e Wilmer ficava apenas com ela. Eles estavam ficando sério e o que ela havia feito era um tremendo erro. — O que aconteceu?

— Eu e Wilmer estamos bem, estamos ótimos. Ele me convidou para ir para praia hoje a tarde. Ele é um ótimo amigo e um ótimo amante, nós passamos parte da noite trocando mensagem, ele é alguém que eu quero na minha vida, queria... até Joseph me beijar na cozinha. — Kristen arregalou os olhos sem acreditar no que Demi havia dito, depois de processar aquelas palavras, ela abriu um sorriso.

— Eu não acredito. Amiga, você levou a sério o que eu falei ontem sobre aproveitar. — Gargalhou e deu um tapinha no bumbum de Demi. — Como foi? Eu quero saber todos os detalhes.

— Ele disse que me quer de volta e o que sente por mim é forte, eu tentei impedi-lo, eu juro, mas quando dei por mim eu estava desejando aquele beijo mais do que qualquer outra coisa. — Suspirou e sentiu os pelos do braço se arrepiarem só de lembrar em como havia gostado. — Eu retribui cada segundo daquele beijo e cada toque na mesma intensidade até Alana me gritar.

— Você está se sentindo mal porque está ficando com Wilmer. — Demi apenas assentiu e acariciou o pelo do cachorrinho quando ele se levantou e se aproximou delas voltando a deitar novamente.

— Isso é errado, eu não sou esse tipo de pessoa e nós estamos ficando sério, sabe?

— Amiga, eu gosto do Wilmer e acho ele uma ótima pessoa, mas vamos ser realistas. Ele é muito mais velho que você, uma hora a idade vai falar mais alto e vocês vão querer coisas diferentes. Ele tem quase quarenta anos, ele quer alguém para casar e construir uma família, você mesmo disse que não quer outro filho. Como essa relação de vocês vai funcionar?

— Não é como se eu estivesse planejando me casar com ele ou qualquer coisa parecida, nós estamos nos conhecendo melhor e curtindo o momento, o que tiver que acontecer, vai acontecer. Joseph também é mais velho do que eu e não há qualquer possibilidade de algo acontecer entre nós, só se eu fosse muito idiota para me deixar levar por meias palavras.

— Você e Joseph já tiveram uma história, é diferente e vocês tem uma filha juntos.

— Um história fodida que me fez sofrer pra caralho, eu não estou afim de passar por aquilo novamente.

— Demi, você está se cuidando? — Perguntou fitando os olhos marrons da melhor amiga. Demi suspirou e assentiu com a cabeça. — Você e Wilmer estão transando e você sabe que corremos o risco de engravidar por mínimo que seja.

— Eu estou me cuidando, Kris. Eu estou tomando anticoncepcional e ele se protegeu todas as vezes, não precisa se preocupar.

— Fico mais aliviada, acho que você deveria esperar mais uns anos antes de me dar mais um sobrinho. — Brincou e Demi revirou os olhos.

— Você não vai ter outro sobrinho, não de mim. — Ela não queria outro filho. Uma criança dava trabalho e a gestação de Alana havia sido difícil, ela não queria passar por aquilo de novo então outro filho estava fora de cogitação, sem contar que era muito nova.

O começo da tarde passou rapidamente. Demi e Kristen fizeram o almoço e almoçaram em frente a televisão assistindo a sexta temporada de Scandal, a série favorita delas. Depois do almoço, elas lavaram a louça e subiram para o quarto para Demi começar a se arrumar para o encontro com Wilmer. — Eu acho que você deveria ir com um macacão. — Kris opinou enquanto observava a amiga indecisa olhando para as prateleiras do closet. — Vocês vão para praia, eu acho que aquele seu macacão branco rendado vai ficar ótimo. — Disse e franziu o cenho quando percebeu que Demi não estava escutando o que ela estava dizendo. — Demetria, eu estou falando com você. — Reclamou jogando uma camiseta na amiga. Demi balançou a cabeça e suspirou.

— Desculpa, a minha cabeça está dando voltas, eu não sei com que cara eu vou olhar para Wilmer depois do que aconteceu. — Demi sentou num puff que havia no meio do closet e cobriu o rosto com as duas mãos.

— Demi, não é como se vocês estivessem namorando e você mesma disse que estavam se conhecendo, foi só um beijo. Agora levanta essa bunda grande dai e veste esse macacão. — Como não tinha escolha, Demi vestiu o macacão e se olhou no espelho para verificar como estava. — Final de semana que vem é o aniversário do Ryan, ele vai fazer a festa em um pub, você vai?

— Ele não está falando comigo. — Demi deu os ombros e se sentou novamente para calçar as rasteirinhas.

— Vocês dois são tão cabeça dura. — Kristen revirou os olhos e tirou o celular do bolso traseiro para responder uma mensagem de Stella. — Ele não está com raiva de você e nem magoado, eu pedi pra ele te mandar mensagem, odeio quando vocês ficam assim porque eu fico dividida.

— Ele não me mandou nenhuma mensagem, eu só espero que ele não fique insistindo nessa história de que gosta de mim, é chato e me incomoda. — Demi levantou e caminhou até o espelho para ajeitar o macacão e pentear o cabelo. — Eu passo maquiagem ou vou natural? — Perguntou indecisa, ela gostava de deixar suas sardinhas a mostra.

— Passa só um pouquinho de blush para tirar essa palidez e rímel, não esquece do protetor solar. — Demi assentiu e caminhou até o banheiro para passar o protetor no rosto.

— Você vai sair hoje? — Demi perguntou fazendo um biquinho para corar as bochechas com blush.

— Não, Stella viajou ontem para um desfile. — Sorriu e deu os ombros, Demi também sorriu porque fazia tempo que ela não via aquele sorriso apaixonado nos lábios da amiga. — Eu posso apresentar ela no dia do aniversário do Ryan, o que acha? E depois podemos marcar de ir assistir um filme com Alana.

— Pode ser. — Demi deu os ombros e suspirou quando ouviu o interfone tocar no andar de baixo. — Eu acho que é ele. — Mordeu o lábio inferior porque estava nervosa. Kristen pediu para a amiga respirar fundo e desceu para atender o interfone, conversou brevemente com o porteiro e sorriu quando viu Demi descer as escadas com sua bolsa.

— É apenas o Wilmer, não é nenhuma novidade. — Piscou e Demi revirou os olhos com as bochechas coradas. — Está levando camisinha? Uma mulher preparada sempre tem uma dentro da bolsa e eu já disse que eu não quero outro sobrinho tão cedo. — A melhor opção era ignorar aquele sorriso safado nos lábios de Kristen e foi isso que Demi fez, ela ignorou a amiga e pegou as chaves do apartamento. — Se divirta, ok? Você merece. — Elas se despediram com um breve beijo na bochecha e um abraço.

Quando as portas do elevador se abriram no térreo, Demi respirou fundo e mordeu brevemente o lábio inferior. Ela caminhou pelo jardim e sorriu quando se aproximou do portão principal e avistou Wilmer lhe esperando. Demetria estava acostumada a vê-lo vestindo roupas sociais ou jeans, por isso estranhou ao vê-lo vestindo shorts e regata, mas ele estava lindo e sexy com aquele sorriso nos lábios. — Oi. — Demi sorriu e deixou que ele lhe cumprimentasse com um breve selinho nos lábios.

— Oi. — Sorriu tímida e adentrou no carro quando ele abriu a porta para ela. — Como você está? — Demi perguntou quando ele se acomodou no banco do motorista e colocou o cinto de segurança. Ela se inclinou levemente sobre ele e acariciou o rosto barbado.

— Eu estou bem e você?

— Eu estou bem também. — Era impossível não esboçar um sorriso besta e sentir as borboletas no estômago quando estava perto dele. Ele era gentil e um verdadeiro cavalheiro, tinha tudo o que uma mulher procurava em um homem. Demi fechou os olhos e selou seus lábios em um beijo mais demorado. Eles passaram alguns minutos trocando carinho dentro do carro até se separarem ofegantes, Demi se ajeitou no banco e colocou o cinto de segurança enquanto Wilmer dava partida no carro.

— Como foi seu fim de semana? — Wilmer perguntou desviando o olhar da estrada para encarar a loira ao seu lado.

— Foi diferente... — Franziu o cenho e encarou a paisagem em sua frente. — Você sabe que eu finalmente permiti que Joseph se aproximasse da minha filha e desde então tem ele tem ido ao meu apartamento ver ela. Ontem ele passou o dia lá brincando com Alana e a noite nós fomos jantar em uma pizzaria, a mãe dele também foi e foi bem tenso... ela não gosta de mim e pediu que eu fizesse um exame de DNA.

— Deve ter sido complicado para você.

— Foi complicado manter um clima agradável, ela tentou me alfinetar algumas vezes tentando insinuar coisas, sabe? Mas é como eu falei para ela, eu não tenho nada a esconder. — Deu os ombros querendo mudar de assunto porque um deslumbre do jeito que Joseph lhe beijou passou pela sua mente e ela balançou a cabeça espantando aquela lembrança. — E o seu final de semana como foi?

— Foi tranquilo, finalizei alguns projetos, jantei com alguns amigos e fui visitar a minha irmã, ela ganhou bebê faz pouco tempo, eu tenho o sobrinho mais fofo do mundo. — Demi sorriu ao ver o tamanho do sorriso nos lábios dele, ela lembrou brevemente de quando Alana era um bebê e suspirou.

— Parabéns, você com certeza vai ser o tio mais descolado e legal que ele poderia ter. — Demi pensou brevemente como seria apresentar Wilmer para Alana, eles dois com certeza se dariam super bem, mas ainda não era a hora certa. Ela não os apresentaria até o relacionamento ficar sério e perceber que daria certo.

— Ela está surtando, acorda de uma em uma hora para ver se o bebê está respirando e não pode assistir uma reportagem sobre crianças desaparecidas que ela começa chorar. — Demi riu se lembrando que ela era do mesmo jeito.

— No começo é assim mesmo, quando Alana nasceu ela dormia comigo no quarto, mas de duas em duas horas eu estava acordada para ver se ela estava bem, se estava respirando e tudo mais... Nós ficamos meia loucas, mas depois passa, com o tempo ela vai pegando todos os truques e vai perceber que não é um bicho de sete cabeças.

— Você acha que os pais também ficam paranoicos? — Perguntou brincalhão e Demi riu o empurrando levemente.

— Isso eu não posso dizer, eu não convivi com o pai da minha filha, mas se for um bom pai, que se importa e se preocupa, com certeza vai ficar. — Disse. Durante todo o caminho até a praia eles foram conversando assuntos aleatórios que surgiam do nada, Demi gostava daquela naturalidade que eles tinham de conversar sobre qualquer coisa. Malibu era uma cidade linda e a praia era de tirar o fôlego de qualquer pessoa, foram pouquíssimas as vezes que Demi havia visitado aquela cidade, mas sempre ficava boba e encantada quando ia.

Caminhar descalça e de mãos dadas com Wilmer enquanto sentia a correnteza bater levemente em seus pés estava sendo incrível. Eles ficaram um bom tempo sentados em uma pedra observando o mar e se conhecendo ainda mais, o dia não estava muito quente e por isso a praia não estava lotada, havia algumas pessoas aqui e ali. Demi sorriu quando ele parou de caminhar e a puxou levemente pela cintura, ela fechou os olhos e deixou que ele a beijasse e a abraçasse pela cintura enquanto sua mão repousava no bumbum dela. Demi passou um dos braços em volta do pescoço dele o trazendo para mais perto e ficou na ponta dos pés.

Demi separou o beijo com um selinho e sorriu quando abriu os olhos, a respiração estava ofegante. Wilmer a abraçou pela cintura e se curvou para dar leves beijinhos no pescoço dela, quando fechou os olhos para aproveitar o momento o rosto de Joseph apareceu em sua mente e a imaginação lhe levou longe. Ela imaginava ele ali, ela imaginava as mãos dele lhe apertando com precisão e os lábios dele beijando seu pescoço daquela forma deliciosa. O coração quase saiu para fora quando ela ouviu a voz de Joseph lhe chamando no ouvido, ao invés de ouvir a voz de Wilmer. O que diabos estava acontecendo com ela?

— Demi, está tudo bem? — Wilmer perguntou observando-a melhor. Ele estava a chamando a algum tempo e ela não respondia. Demi balançou a cabeça e abriu os olhos, estava ficando louca.

— Está. — Respondeu com as bochechas coradas, ela colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e para não deixar o clima estranho o beijou no pescoço, na bochecha e finalmente nos lábios enquanto acariciava o cabelo da nuca dele. — O que estava dizendo?

— Que eu gosto de você. — Ele disse a pegando de surpresa. Demi o encarou e tentou abrir a boca para dizer algo, mas lhe faltou palavras e ela xingou mentalmente. Wilmer sorriu e colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha porque o vento soprou forte bagunçando os cabelos dela. — Eu realmente gosto de você, sei que temos uma grande diferença de idade, mas eu acho você uma mulher incrível e cada dia que passa eu quero estar mais perto de você.

— Eu... — O que ela deveria dizer? — Eu também gosto de você, você é um cara incrível e sempre me apoia em tudo o que eu preciso. Você é alguém que eu realmente quero ter na minha vida. — Wilmer sorriu e selou seus lábios novamente. Não era um pedido de namoro, eles apenas estavam esclarecendo os sentimentos que sentiam um pelo o outro. Demi sentiu o celular vibrar no bolso, ela separou o beijo com dois selinhos e sentiu a consciência pesar quando viu o nome de Joseph na tela do celular. O que estava acontecendo com ela?

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oi meninas, como vocês estão? 
sinto muito pela demora para postar o capítulo, mas sempre acontecia algo enquanto eu estava escrevendo. eu não sei se esse final ficou bom, não tive ânimo para revisar e só estou postando hoje porque não queria ficar mais tempo sem dar notícias, infelizmente o meu gatinho faleceu no final de semana e estou tentando superar essa perda, eu era muito apegada a ele e infelizmente Deus decidiu que era a hora de tirá-lo de mim. enfim, eu espero que vocês gostem do capítulo, obrigada pelos comentários. | respostas aqui | volto assim que puder. 


16/04/2018

25. Getting Closer


Não tinha jeito. Demi teria que se acostumar com Joseph frequentando a sua casa todos os dias. Ela teria que se acostumar com ele contando histórias para a filha dormir, teria que se acostumar com ele deitado em seu sofá com Alana assistindo desenhos na televisão. Já estava virando rotina e Demi não podia negar que toda aquela aproximação estava mexendo com ela, era como se ele já fosse de casa. Agora ela estava na cozinha terminando de preparar o almoço. Era sábado e Joseph havia batido na porta do seu apartamento às nove e meia da manhã com uma sacola de pães, frios e muffins de banana com canela, eles tomaram café da manhã juntos entre conversas animadas e risadas. O macarrão com queijo estava no forno e Demi estava terminando de preparar um mousse de chocolate para a sobremesa. — Precisa de ajuda? — Joe perguntou adentrando na cozinha. Ele se aproximou dela e cruzou os braços. 

— Não, eu já estou quase terminando. — Demi respondeu enquanto abaixava o fogo do forno. Ela colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e virou-se para encarar Joseph. Tê-lo em seu apartamento parecia ser tão certo que Demi até estranhava aquela sensação, às vezes ela se pegava observando ele e a filha juntos e imaginava como seria se eles fossem uma família. 

— Ontem eu conversei com a minha mãe. — Era incrível como quando uma parte da sua vida estava se ajeitando a outra estava desmoronando. Kelly estava tão triste e mau humorada por conta do divórcio que era difícil tentar conversar com ela sobre Alana ou qualquer outra coisa. — Ela e o meu pai estão se divorciando, está tudo um verdadeiro um caos e por isso ela está tão na defensiva quando se trata de você e de tudo o que aconteceu entre nós. 

— Ela não gosta de mim e eu posso conviver com isso, não precisa se preocupar. — Deu os ombros, ela colocou a sobremesa dentro da geladeira e lambeu o dedo sujo de chocolate. — E como você está se setindo sobre tudo isso que está acontecendo? Um divórcio deve ser bem difícil. — Ela se importava com ele? Demi franziu o cenho e limpou os cantos da boca que estava sujo de chocolate. Ela não tinha muito contado com os pais, podia contar nos dedos as vezes que falou com eles no telefone naquele ano, mas se soubesse que eles estavam se divorciando ficaria muito triste. 

— Eu me sinto triste pela minha mãe, ela tenta disfarçar mas da para perceber como ela está mal por tudo o que está acontecendo. Eu sei que ela amou meu pai de verdade e ele estragou tudo construindo outra família por trás das nossas costas. — Aquela situação era tão irônica porque lembrava da situação dela com Joseph anos atrás, mas Demi resolveu guardar aquilo para si. Não era um bom momento para jogar os erros dele na cara.

— Ele tem outra família? — Perguntou surpresa. Joe assentiu e encostou-se no balcão para olhá-la melhor. Ela estava vestindo um vestido cinza que moldava seu corpo, o vestido ia até metade das coxas e ela estava descalço, ela era tão baixinha e sexy.

— Sim, aparentemente eu tenho outro irmão e pelo o que a minha mãe falou ele tem dezoito anos ou seja, meu pai tem outra família há dezoito anos e só agora descobrimos. — Disse com desgosto. Demi fez uma careta e virou-se para lavar as mãos, Joe não conseguiu se conter e deu uma bela olhada no bumbum dela que era perfeitamente moldado pelo vestido.

— Homens são tão idiotas. — Revirou os olhos e abaixou-se para verificar o macarrão. Demi alcançou o pano de prato e retirou a travessa de macarrão do forno colocando em cima do balcão aonde eles iriam almoçar.

— Olá meus amores. — Kristen disse adentrando na cozinha com Alana pendurada em suas costas. Ela parou assim que viu Joseph, arqueou a sobrancelha e encarou a melhor amiga. — Joseph? Que surpresa! — Disse sem tirar os olhos de Demi, ela estava cobrando uma explicação pelo o olhar. Demi deu os ombros e deu um pulo assutada assim que sentiu uma bolinha de pelo em seus pés.

— Surpresa! — Alana gargalhou alto do susto da mãe e se sentou no chão da cozinha para brincar com a cadelinha de Kim.

— Eu preciso de um favor seu, tenho um trabalho para fazer agora a tarde e depois vou sair para encontrar uma amiga, a minha mãe viajou com o namorado e eu preciso que cuide desse animalzinho tão lindo e fofo para mim. — Kris fez uma carinha fofa e se aproximou para abraçar a amiga. Demi sabia como aquele animalzinho lindo e fofo era sapeca e destruía tudo o que via pela frente.

— Por favor, mamãe. Vamos ficar com ela, é só um dia, por favor, por favorzinho. — Alana disse juntando as mãozinhas e abraçando a mãe pela cintura para tentar convencê-la. Joseph sorriu olhando para a filha e Demi fez uma careta porque ela não tinha saída.

— Tudo bem, mas se ele comer meus chinelos ou fazer xixi no meu sofá as coisas vão ficar sérias para o lado dele. — Quem visse aquele serzinho pequeno e inofensivo nem imaginava o tamanho do estrago que era capaz de fazer.

— Não se preocupe Nina, você pode comer os meus chinelos. — Disse baixinho mas não baixinho o suficiente para que Demi não ouvisse. Joseph e Kristen riram alto da garotinha que franziu o cenho, o que era tão engraçado assim?

— Eu preciso ir agora se não vou acabar me atrasando. — Disse se despedindo de Alana com um beijo demorado na bochecha. Ela levantou-se e abraçou a amiga. — Qualquer coisa me liga e se eu fosse você aproveitava esse homão da porra e tirava o meu atraso. — Deu um tapinha no bumbum de Demi e sorriu de forma maliciosa. — Tchau Joseph, cuida das minhas meninas e amiga, se eu fosse você não perderia a oportunidade. — Piscou e foi embora antes que Demi fosse atrás dela e lhe atacasse com tapas e xingamentos.

— Vamos almoçar? — Perguntou tentando não imaginar como seria ter os lábios de Joseph sobre os seus e sentir as mãos fortes dele apertando todo seu corpo. Demi balançou a cabeça e mandou Alana ir lavar as mãos, toda aquela aproximação com Joseph estava começando a lhe deixar desnorteada.

O almoço foi divertido e animado. Demi estava conhecendo um lado de Joseph que ela não conhecia antes, ele era tão engraçado e atencioso, ajudou Alana a enrolar o macarrão no garfo e teve toda a paciência do mundo para ensiná-la. Ele contou algumas histórias para ela e foi impossível não ficar encantada em como ele levava jeito com criança, era uma coisa tão bonita de ver. Joseph e Alana seriam uma dupla e tanto. Depois do almoço eles foram para a sala saborear a sobremesa que Demi havia preparado, estavam os três sentados no sofá e na televisão passava um episódio de Bob Esponja. — Pai, você tem namorada? — Alana perguntou de repente, ela o encarou e sorriu quando teve o topo da sua cabeça beijada.

— Não, querida. Eu não tenho uma namorada. — Respondeu a olhando nos olhos.

— Por que?

— Porque eu não encontrei ninguém especial ainda. — A pequena assentiu pensativa e encarou a mãe que fingia estar prestando atenção na televisão, mas estava ouvindo tudo.

— A mamãe também não tem namorado, ela disse que não precisa de um. — Deu os ombros. Joseph assentiu sorrindo e encarou Demi que fez uma careta e evitou o máximo olhar para os olhos de Joseph. — Eu tenho um namorado, sabiam? — Os olhares de Demetria e Joseph pararam em Alana. A garotinha sorriu de forma sapeca e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha, ignorando os olhares assustados dos pais.

— Que história é essa, senhorita? — Demi perguntou com o cenho franzido. Alana olhou para a mãe e deu os ombros.

— Ah mamãe, ele é lá da minha escola. — Joseph encarou Demi e arqueou uma das sobrancelhas. Ele não queria nem imaginar sua garotinha com um namorado. Aquilo estava errado, muito errado e ele jurava que poderia ter um ataque do coração. — Ontem nós estávamos no parquinho e ele pediu para namorar comigo, ele segurou a minha mão e me abraçou. — Disse envergonhada. Demi cerrou os olhos e respirou fundo.

— Filha, você é muito nova para ter um namorado. — Demi disse tentando explicar da melhor forma possível.

— A Júlia também tem um namorado, ele deu um cartão para ela em forma de coração com os nomes deles dentro, foi muito fofo. — Sorriu. Demi mordeu o lábio inferior tentando prender o riso porque a careta que Joseph fazia era engraçada.

— Filha, você não pode ter um namorado agora. — Joe disse tentando controlar a vontade de ir atrás do garotinho que supostamente estava namorando a sua filha. Ele alisou o cabelo da menina e beijou a bochecha dela. — Você é minha princesinha e só pode namorar com trinta e cinco anos. — Alana fez uma careta e Demi não conseguiu conter a gargalhada alta.

— Papai, trinta e cinco anos é muito tempo.

— Por isso mesmo, querida. Promete para o papai que não vai arrumar um namorado tão cedo e que vai manter os garotos longe? Segunda-feira eu irei te levar na escola, quero me certificar que esse e todos os outros garotos vão ficar bem longe de você.

— Você é tão estúpido. — Demi riu e deu um tapa no braço dele.

— Você não pode manter todos os garotos longe de mim, o Mark é meu amigo e ele vem brincar comigo aqui em casa sempre que a mamãe deixa. — Joe encarou Demetria imediatamente cobrando uma explicação. Por que diabos ela deixava um garoto brincar com sua filha em seu apartamento? Demi virou os olhos e deu os ombros.

— Seu pai só está brincando, meu amor. Você pode ter amigos meninos, só não pode namorar ainda porque você é um bebê e bebês não namoram. — Demi disse puxando a filha para os seus braços. Alana riu passando os bracinhos em volta do pescoço da mãe e Demi a abraçou fortemente pela cintura. — Promete que vai parar com essa história de namorado? — Alana assentiu para o alivio dos pais e beijou a bochecha da mãe. — Promete também que vai parar de crescer? É tão injusto o fato de você estar crescendo tão rápido. — Demi disse manhosa e beijou a bochecha da menina várias vezes. — Eu te amo, bebê.

— Ei, eu não sou mais um bebê, eu já sou uma mocinha.

— Mocinhas já dormem sozinhas sem ir para o quarto da mãe no meio da noite com medo do bicho que tem em baixo da cama. — Alana arqueou uma das sobrancelha, imitando perfeitamente a mãe. Ela sentiu as bochechas corarem e escondeu o rosto no pescoço da mãe.

— Mãe, esse era o nosso segredo. — Disse envergonhada. Joe riu encantado com a sua filha, ela era tão perfeita e ele jamais se cansaria de admirá-la. Demi gargalhou e beijou a bochecha da menina. Nina saiu da cozinha caminhando preguiçosamente, a cachorrinha parou no tapete, se espreguiçou e olhou para Alana com curiosidade. A menina saiu do colo da mãe e sentou no tapete para brincar com o filhotinho de pug.

— Eu estava pensando se você topa ir jantar em uma pizzaria hoje a noite. — Joseph coçou a barba que estava por fazer e encarou Demi esperando por uma resposta. Ela umedeceu os lábios e assentiu dando os ombros. — Eu quero que a minha mãe conheça Alana, Demi. — Ele esperou por uma reação dela, mas tudo o que Demi fez foi se levantar e caminhar para a cozinha com as taças aonde eles haviam comido a sobremesa. — Eu sei que ela te tratou mal na empresa e tudo mais, mas eu não quero que você pense que ela te odeia, é tudo muito novo para ela também e ela está tentando se acostumar com todos os acontecimentos recentes.

— Isso não justifica o fato dela querer me rebaixar lá na empresa. — Joseph respirou fundo e passou uma das mãos pela sua barba, Demi estava na defensiva e quando ela ficava naquele estado eles sempre brigavam e o que ele mais queria naquele momento era evitar uma briga.

— Eu sei que não justifica, mas eu só quero que a minha família saiba que eu tenho uma filha, vai ter um almoço amanhã na casa do meu tio, meus avós vão vir pra cá e eu acho que é uma oportunidade perfeita.

— E eu acho que é muito cedo para isso, as coisas estão acontecendo muito rápido e eu não estou preparada para dar esse passo. — Ela conseguiu ver a decepção nos olhos dele. Demi virou-se e começou a lavar a louça suja do almoço. — E eu tenho um compromisso amanhã a tarde, não daria de qualquer forma. — Seu compromisso tinha nome e sobrenome. Wilmer Valderrama.

— Demi, uma hora ou outra isso vai acontecer. Eu sei que você não está preparada, mas não tem como fugir de algo que tem que acontecer. — Ele estava muito próximo, tão próximo que Demi conseguia sentir o calor dele envolvê-la.

— Olha, eu aceito ir na pizzaria jantar com você e se você quiser levar a sua mãe para conversarmos sobre a situação como os adultos que somos, tudo bem, mas eu não vou sentar na mesa com a sua família que eu nem conheço para almoçar, não vou agir como se fossemos uma família feliz, sendo que estamos muito longe disso. — Disse o olhando nos olhos. A troca de olhares entre eles era intensa e nenhum deles ousou interromper aquele contato visual. Joseph desviou o olhar para os lábios dela e umedeceu os seus, um beijo iria acontecer ali se Alana não tivesse adentrado na cozinha.

— Mãe, o seu celular está tocando. — Demi secou as mãos no pano de prato e agradeceu a filha, ela encarou Joseph brevemente e sentiu o coração pesar quando viu o nome de Wilmer brilhar na tela do celular, o que diabos ela estava fazendo? Joseph suspirou e começou a lavar a louça. Ele secou toda a louça e assim que terminou de guardar o último copo, Demi adentrou na cozinha novamente.

— Eu já estou indo para casa, eu venho buscar vocês as sete, pode ser?

— Não precisa, eu encontro você na pizzaria às sete, vai ser melhor. — Ele não iria insistir. Joseph apenas assentiu e caminhou até a sala. Alana franziu o cenho ao ver o pai pegar o capacete da moto em cima da cadeira e correu até ele.

— Papai não vai agora, por favor, nós nem terminamos de assistir Bob Esponja. — Era sempre assim quando Joseph estava se preparando para ir embora. Alana fazia manha para tentar convencê-lo de ficar, às vezes a menina até chorava e ele era obrigado a ficar até a garotinha dormir. Demi já estava tão acostumada com as visitas constantes de Joseph que quando ele ia embora, era como se algo estivesse faltando.

— Eu preciso ir para casa me organizar, princesa. Nós vamos jantar em uma pizzaria hoje, o que acha? E eu tenho uma pessoa muito especial para te apresentar. — Joe sorriu e abaixou-se para pegar a garotinha nos braços.

— Quem é, papai? — Perguntou curiosa.

— É a sua avó, meu anjo, ela quer muito te conhecer. — Alana sorriu e assentiu com a cabeça. Ela beijou a bochecha do pai e se riu baixinho quando Joe foi beijá-la porque a barba dele fazia cócegas. Eles se despediram com muitos beijos e abraços. Demi o acompanhou até a porta e se despediu dele com apenas um aceno de mão. Ela trancou a porta e respirou fundo, aquele homem estava lhe deixando louca.

Apartamento do Joseph 

Joe adentrou em seu apartamento, colocou as chaves da moto em cima da mesinha que ficava ao lado da porta e retirou seus sapatos. Ele guardou o capacete da moto em cima do sofá e caminhou até a sala, Kelly estava na cozinha e aparentemente estava cozinhando algo. — Finalmente você chegou, eu já estava preocupada, te mandei mensagem e você não respondeu. — Ela disse enquanto mexia a massa da torta de maçã. 

— Meu celular está desligado, eu gosto de desligar quando eu estou com a minha filha, gosto de me certificar de que toda a minha atenção estará sobre ela. — Sorriu e beijou a testa da mãe carinhosamente. Kelly não deixou de notar que toda vez que o filho chegava em casa estava com um sorriso feliz nos lábios e ela apostava que era aquelas visitar constantes que ele estava fazendo na casa de Demetria.

— Filho, você tem certeza que essa menina é sua filha? — Joseph respirou fundo cansado daquela situação. — Eu só não quero ver você decepcionado, eu sei o quanto você sofreu quando Demetria foi embora, você ficou muito mal e eu não quero te ver naquele estado novamente. Só Deus sabe do que essa garota é capaz de fazer com a sua vida, ela só deixa confusão por onde passa.

— Mãe, eu não quero discutir com você sobre isso, Alana é minha filha. Ela é minha filha e eu não quero ouvir mais nenhuma palavra sobre esse assunto. Sinceramente? Eu já não sei mais o que fazer para a senhora deixar essa birra de lado, o único vilão dessa história sou eu, eu usei Demi da maneira mais baixa e suja possível.

— Eu sou a sua mãe, não a mãe dela. Eu vou te proteger e te defender sempre que eu puder, ela se envolveu com você porque quis, você não a forçou a nada! — Joe teve que respirar fundo novamente e massagear as têmporas para não gritar com a mãe. — Enfim, você sabe a minha opinião sobre isso, eu só vou acreditar nessa história quando tiver um teste de DNA nas minhas mãos.

— O que a senhora está falando é um absurdo. O pensamento que você tem de Demi é tão injusto, ela sofreu tanto por minha culpa, passou por tanta coisa porque eu não estava do lado dela para ajudá-la. De todas as coisas que eu fiz na vida, o que eu mais me arrependo é de ter mentido para Demi e de não ter lutado por ela como eu deveria.  — Disse aborrecido. — Eu ia te chamar para jantar em uma pizzaria comigo, Demi e Alana, mas sinceramente eu nem sei se vale a pena. — Kelly parou de rechear a torta e encarou o filho cabisbaixo. Joseph levantou-se e subiu as escadas. Por que sua mãe tinha que ser tão cabeça dura?

Kelly colocou a torta dentro do forno pré aquecido e suspirou, ela lavou a louça que havia sujado calmamente cantarolando uma música antiga que tanto gostava. Nada mudaria sua cabeça, ela só iria acreditar naquela história quando estivesse com um exame de DNA nas mãos. Ela deixou o pano de prato em cima da mesa e subiu as escadas em direção ao quarto do filho. — Eu não quero que você fique chateado comigo, eu só quero te proteger e cuidar de você, não suportaria ver você sofrendo novamente da maneira em que sofreu quando aquela garota foi embora. Eu aceito ir para a pizzaria com você conhecer a menina.

— Promete que não vai tratar Demi com indiferença? Ela também é importante para mim. — Kelly suspirou mas assentiu.

— Eu prometo tentar, mas eu quero saber melhor sobre toda essa situação, quero tentar entender o lado dela. — Joseph assentiu e fechou os olhos quando a mãe acariciou os seus cabelos, era bom ser mimado pela mãe.

Apartamento de Demi 


— Mamãe, você acha que a minha vó vai gostar de mim? — Alana perguntou para mãe que estava lhe arrumando. Ela virou-se de costas para que Demi pudesse subir o zíper do vestido rosa que a garotinha estava vestindo. 

— Claro que sim, querida. — Kelly não era tão sem coração a ponto de tratar uma criança de forma indiferente, era? Deus que a perdoasse, mas se a mãe de Joseph tratasse a sua filha mal, Demi não iria pensar duas vezes antes de respondê-la deforma mal educada na frente de toda a pizzaria. 

— Eu estou ansiosa para conhecê-la. — A pequena sorriu e entregou a escova de cabelo para a mãe pentear o seu cabelo. — Eu estava pensando e a vovó Clarice nunca mais ligou. — Alana sabia quem era seus avós maternos. Demi já havia explicado para a garotinha que seus pais moravam em outra cidade e eram médicos, a pequena já havia falado com a avó algumas vezes no telefone. 

— Ela deve estar ocupada com o hospital, pequena. — E era verdade. Seus pais não tinham tempo para nenhuma outra coisa que não fosse aquele hospital, era assim desde que ela era do tamanho de Alana. — Disse enquanto desembaraçava cuidadosamente o cabelo da filha. — Seu cabelo está muito grande, acho que está na hora de cortar as pontinhas, o que acha? — Perguntou prendendo a franja da garotinha com um lacinho rosa para não ficar atrapalhando ela. 

— Por mim tudo bem. — Deu os ombros. Demi terminou de arrumar o cabelo da filha fazendo uns cachinhos nas pontas do cabelo, ela passou perfume na pequena e a beijou carinhosamente na bochecha. — Mãe, quando eu crescer eu quero ser médica igual a vovó. — Demi sorriu imaginando qual seria a reação dos seus pais caso ouvissem isso, era tudo o que eles sempre quiseram ouvir da boca de Demi. — Mas eu quero ser médica de animais. 

— Veterinária, pequena. Esse é o nome dos médicos de animais. — Alana assentiu pensativa.

— Então é isso o que eu quero ser, veterinária. — Falou decidida. Desde pequena Alana sempre gostou dos animais, ela sempre teve curiosidade em saber mais sobre eles e adorava assistir documentários sobre animais na televisão.

— Você pode ser o que você quiser, meu amor. É só dedicar e se esforçar. — Ela jamais forçaria sua filha a ser algo que ela não queria ser. Jamais cometeria os mesmo erros que seus pais. — Eu vou tomar meu banho, qualquer coisa é só me chamar e nada de abrir a porta sem a minha permissão. — Alana assentiu e Demi foi para o seu quarto se arrumar.

Demorou cerca de uma hora e quinze minutos para que Demi ficasse pronta. Secar o cabelo, alisar o cabelo, escolher uma roupa, se maquiar, tudo isso levava tempo e ela já estava atrasada dez minutos. Assim que a mãe saiu do closet, Alana suspirou aliviada e sorriu porque a mãe estava muito bonita. Demi estava vestindo uma calça jeans apertada rasgada nos joelhos, um suéter de lã que ficava caindo nos ombros e nos pés uma bota de cano curto. A maquiagem estava leve e natural. — Querida, vamos? — Demi disse focada em mandar uma mensagem para Joseph avisando que elas estavam saindo.

— Finalmente. — Alana murmurou se levantando. Demi riu e pegou um casaquinho para a filha, já que estava noite e ventava frio. — Eu vou levar a Nena. — Avisou segurando a boneca de pano que havia ganhado de Ryan. Demi apenas assentiu e desceu as escadas sendo seguida pela filha.

O caminho até a pizzaria só não foi silencioso porque Alana cantarolava as músicas que tocavam no rádio. Demi estava focada na estrada porque estava de noite e ela ficava mais atenta na hora de dirigir. — What about us? What about all the plans that ended in disaster? — Demi cantarolou quando a música da P!nk começou a tocar no rádio. A pizzaria não era muito longe do seu apartamento, demorou cerca de dez minutos até ela chegar lá, difícil foi achar um lugar para estacionar já que era sábado e a pizzaria estava cheia.

— Mamãe, eu estou com fome. — Alana reclamou fazendo careta. Demi ajudou a garotinha descer do carro e segurou a mão dela após pegar sua bolsa.

— Você já vai comer, querida. — Disse enquanto elas caminhavam em direção a pizzaria. — Seu pai já está esperando por nós. — Avisou, ela estava um pouco nervosa e tensa porque a mãe de Joseph estaria com eles. Demi respirou fundo antes de adentrar na pizzaria, ela procurou Joseph com o olhar e o encontrou sentado em uma das mesas do fundo, ele sorriu lindamente em direção a ela, o coração chegou a bater mais forte só de ver aquele sorriso e aqueles par de olhos verdes brilhando em sua direção.

— Olha ele ali, mamãe. — Alana apontou em direção ao pai e soltou a mão da mãe para correr para os braços do pai.

— Oi minha princesa. — Joseph beijou a bochecha da filha carinhosamente. Alana sorriu e passou os bracinhos em volta do pescoço dele apertando fortemente. 

— Papai, depois que você foi embora a mamãe ficou muito brava porque a Nina fez cocô perto do sofá dela, ela gritou e disse que a Nina era uma cachorra muito safada. — Kelly observou o filho e a garotinha nos braços. A menina já chamava Joseph de pai? Aquilo era errado pois ninguém havia comprovado com um exame que Joseph realmente era o pai da menina.

— Sua mãe é um pouco estressada, mas não diga a ela que eu falei isso. — Falou baixinho no ouvido da menina. Alana riu e assentiu encarando a mãe que havia acabado de se aproximar.

— Boa noite. — Demi disse cumprimentando Joseph e Kelly. Ela olhou brevemente para a mulher loira sentada na cadeira e umedeceu os lábios sentindo o nervoso tomar conta dela.

— Mãe, a Demi você já conhece e essa mocinha aqui. — Apontou para Alana em seu colo. — É a minha filha, querida, essa é a sua avó Kelly. — Alana olhou para a mulher loira um pouco tímida e esbanjou um sorriso tímido. Kelly encarou a menina atentamente, observando cada detalhe daquela garotinha.

— É um prazer conhecê-la. — Alana disse educadamente estendendo uma das mãozinhas para apertar a mão da avó. Joseph sorriu orgulhoso da educação que Demi tinha dado para garotinha deles. Kelly olhou para a garota e apertou a mão dela.

— Olá, garota. — Kelly disse sem saber como agir. Joseph sentou ao lado da mãe com Alana em seu colo enquanto Demi estava de frente para eles e observava tudo atentamente porque se Kelly vacilasse, ela pegaria a sua filha e ia embora sem pensar duas vezes. Joseph chamou o garçom e pediu que ele servisse um copo de suco de laranja natural para todos. — Quantos anos você tem? — Kelly perguntou estrategicamente.

— Eu tenho cinco. — Alana fez cinco com as mãos e mostrou para avó. — Eu e a mamãe fazemos aniversário no mesmo dia. — Kelly assentiu com a cabeça e fitou os olhos de Demetria enquanto tentava fazer as contas em sua cabeça.

— Você descobriu que estava grávida em que mês? — Perguntou para Demi. Joseph olhou para a ex-namorada e Alana encostou a cabeça no peito do pai.

— Novembro, final de novembro. — Deu os ombros e agradeceu quando o garçom serviu o suco para eles. Demi sabia exatamente o que Kelly estava tentando fazer. — Filha, você vai querer pizza de que sabor? — Perguntou para a garotinha porque sabia que a menina estava com fome, ela havia passado o restante da tarde brincando com a cadelinha de Kim e não quis comer nada.

— De queijo. — Demi assentiu e fez o pedido assim que o garçom se aproximou. Joseph e Kelly também fizeram seus pedidos. — Vovó, você já assistiu O Mágico de Oz? — Perguntou curiosa enquanto brincava com o cabelo da sua boneca de pano. Kelly arqueou a sobrancelha ao ser chamada de vó, mas decidiu que não iria repreender a garota.

— É um filme muito bom.

— Vai ter uma peça na escola e eu vou ser a Dorothy, você gosta dela? — A mulher mais velha demorou para responder porque estava concentrada demais olhando detalhadamente para a menina, ela não podia negar que os olhos da garotinha eram iguais os de Joseph e ela lembrava ele um pouco.

— Gosto sim, mas eu prefiro o espantalho, eu acho ele mais engraçado. — Alana olhou para a sua boneca e apenas assentiu. Demi franziu o cenho não gostando do modo como a mãe de Joseph estava tratando a sua filha. Joseph também percebeu e repreendeu a mãe pelo olhar.

— Alana vem pra cá. — Seu modo protetor estava em alerta máximo. Alana saiu do colo do pai, rodeou a mesa e sentou no colo da mãe. Demi beijou a bochecha da filha carinhosamente e abraçou pelos ombros.

— Você vai ser a Dorothy mais linda que eu já vi em toda minha vida, minha princesa. — Joseph sorriu para a filha. Ele estava começando a se arrepender de trazido sua mãe, ela estava estragando tudo.

— Você vai ir me ver, papai?

— Claro que sim, eu e a sua mãe estaremos na primeira filha torcendo por você. — Alana sorriu animada e bocejou logo em seguida. Havia passado o dia brincando com Joseph e Nina, ela estava começando a ficar cansada, a pequena encostou a cabeça no peito da mãe e inalou o cheiro tão familiar profundamente.

— Você gosta de cachorro? — Alana perguntou mais uma vez tentando puxar assunto com a avó. Kelly sorriu pela primeira vez para a garota e assentiu com a cabeça. — Eu queria muito ter um cachorrinho mas a minha mãe disse que só posso ter um quando eu crescer mais, hoje eu falei para ela que quando eu crescer eu quero ser médica de cachorro. — Demi e Joe se entreolharam e sorriram.

— Você tem que se esforçar muito, eu sou enfermeira sabia?

— Que legal! Teve um dia a mamãe foi para o hospital e uma enfermeira ficou cuidando dela, você sabia que quando não é natal o papai noel trabalha como médico? — Disse lembrando do dia em que Demi havia ido para o hospital e ela viu o médico que parecia um papai noel. — Mas ele disse que é segredo, não conta pra ninguém. — Kelly riu encantada com o jeitinho da menina.

— Sua mãe foi para o hospital? — Perguntou curiosa olhando para a Demi.

— Sim, ela foi, conta pra ela, mamãe.

— Eu desenvolvi pressão alta quando eu engravidei, desde então tem algumas coisas que eu preciso evitar, uns dias atrás uma situação fugiu do meu controle e eu acabei passando mal. — Deu os ombros e agradeceu mentalmente quando o garçom se aproximou trazendo as pizzas. Alana foi a única que conseguiu manter uma conversa na mesa, Kelly estava se deixando levar pelo jeitinho encantador da menina, as duas conversavam animadamente e o jeitinho de Alana lembrava muito de Joseph quando era pequeno.

— Joseph era um verdadeiro traquina, ele aprontava muito, mas era encantador como você. Uma vez eu fui chamada na escola porque ele colocou cola na cadeira da professora, ele disse que era para a professora ficar colada na cadeira para não passar mais lição, ele era terrível. — Alana riu e bebericou seu suco. Demi olhou para Joseph imaginando como ele deveria ser fofo quando era pequeno e foi impossível não sorrir.

— Mamãe, eu posso ir brincar ali? — Alana perguntou apontando para uma parte da pizzaria que havia um pequeno playground. Joseph havia escolhido aquela pizzaria exatamente por isso, Demi assentiu e prendeu o cabelo da filha em um coque improvisado.

— Eu levo ela lá. — Demi não disse nada, apenas observou a filha segurar a mão do pai e eles caminharam juntos até o playground.

— Meu filho está muito apegado a essa menina. — Kelly disse encarando Demi seriamente. Demi apenas assentiu e encarou a mulher da mesma forma, ela não iria se intimidar. — Eu não quero você me leve a mal, mas não foi feito um teste de DNA para comprovar a paternidade e se ele não for o pai dela? Você já pensou em como ele e a garota vão ficar?

— Eu não sei se você sabe, mas quem ficou com duas ao mesmo tempo foi o seu filho, não eu. Quando eu estava com Joseph, eu estava apenas com ele. Se você quer um teste de DNA para comprovar, tudo bem, nós fazemos o teste, eu não tenho nada a temer.

— Podemos fazer o teste essa semana?

— Como você quiser. — Sustentou o olhar de Kelly. Ela não tinha nada para esconder, se Kelly fazia tanta questão do exame, ela faria e iria adorar ver a cara de Kelly quando visse o resultado do teste. Demi mordeu um pedaço da sua pizza e observou a filha brincar no escorregador.

— Você sente algo pelo meu filho? — Demi olhou para ela com os olhos cerrados e negou com a cabeça.

— Seu filho me machucou, Kelly. Eu teria que ser muito idiota para continuar sentindo algo por ele. — Dizer aquelas palavras em voz alta teve um efeito. O coração acelerou e elas se sentiu uma idiota por ficar imaginando como seria se eles fossem uma família, ela se sentiu uma idiota por ficar imaginando como seria beijá-lo. Ela era uma idiota.


Chicago.
Casa dos pais da Demi 

George adentrou em casa e retirou os sapatos sociais. Ele desfez o nó da gravata e cumprimentou Sandra com um breve boa noite, ele estava em uma reunião com Bruce e se sentia exausto. George subiu diretamente para o quarto e sorriu ao encontrar a mulher deitada na cama com o notebook no colo. — Boa noite, amor. — Ele se aproximou e beijou brevemente os lábios da mulher. Clarice sorriu e se sentou na cama. — Como você está? — Perguntou se desfazendo do paletó e abrindo os botões da camisa social.

— Eu estou bem. — O que era aquele sorriso feliz nos lábios da mulher? George franziu o cenho e observou a esposa atentamente. — Eu tenho uma novidade. — Ela não conseguia esconder a felicidade. — Ela deixou o notebook de lado e puxou o marido para sentar-se na cama. 

— Você está começando a me assustar. — Brincou fazendo Clarice rir e dar um tapinha na barriga do marido. 

— Eu comprei nossas passagens para Los Angeles, no próximo final de semana nós vamos ver nossa filha e nossa netinha. — Ela não conseguia esconder a felicidade, estava tantos anos sem ver sua filha que a saudade falava sempre mais alto, ela estava ansiosa e animada. 

— Querida, você não acha que está um pouco em cima da hora? Eu tenho algumas coisas no hospital para resolver e... 

— Não, você sempre coloca o hospital acima de tudo, antes eu entendia, tudo o que você queria era se tornar o presidente mas isso passou, você não conseguiu e precisa se conformar com isso. Nós fizemos tudo pelo hospital e infelizmente o nosso esforço não foi recompensado, você não acha que está na hora de deixar o hospital de lado e começar a tentar arrumar a bagunça que nós fizemos na vida da nossa filha? 

— Eu não fiz nenhuma bagunça na vida de Demetria, quem bagunçou tudo foi ela quando resolveu passar por cima da nossa ordem e se relacionar com aquele moleque. 

— George, isso é passado. Eles nem devem ter contato mais, nós vamos visitar a nossa filha e você nem ouse dizer o contrário. 

— Você não vai nem avisar que nós estamos indo? 

— Não, eu quero fazer uma surpresa. — Sorriu animada. — Nosso voo saiu no próximo sábado, às nove da manhã. Eu reservei um hotel perto do apartamento da nossa filha, para ficar mais fácil. 

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meu deus como eu estava com saudades de postar para vocês. 
como vocês estão meus amores? eu estou bem e muito feliz por estar de volta, depois de todo sufoco eu voltei para valer. eu sinto muito pela demora, mas eu estava com um bloqueio terrível, perdi a conta das vezes que eu reescrevi esse capítulo, espero de coração que vocês gostem.
eu vou responder todos os comentários assim que tiver um tempinho, ok? muito obrigada pela paciência que vocês tiveram em aguardar o capítulo, volto assim que o próximo estiver pronto.
me digam nos comentários o que vocês acharam do capítulo. | a pegação entre demetria e joseph está bem perto de acontecer, vai sair fogo por todos os cômodos da casa, rs.