29/07/2018

31. Stay With Me


Acordar com Joseph lhe enchendo de beijinhos era uma novidade e tanto. Demi o abraçou pelo pescoço ainda com os olhos fechados e suspirou profundamente tentando conter o sorriso que queria nascer em seus lábios. Como era bom ter alguém para dormir abraçada durante toda a noite, ela poderia se acostumar facilmente em acordar todas as manhãs daquela maneira. Dormir com Joseph fez com que ela se sentisse protegida e ela não se sentia daquela maneira há muito tempo. — Bom dia, amor. — Joe disse a beijando carinhosamente no pescoço, ele colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha e sorriu ao fitar os olhos marrons. O que era aquilo? Havia uma bandeja com café da manhã na cama que ele havia preparado especialmente para ela.

— Eu não acredito que você fez isso. — Demi disse se levantando. Na bandeja havia os mais variados tipos de coisas, desde frutas, pães, iogurte e vitamina. — Desse jeito eu vou ficar mal acostumada. — Falou o abraçando pelo pescoço, ela estava se sentindo tão feliz e tão bem, ter Joseph por perto não era mais um incomodo, muito pelo contrário, gostava de ter a companhia dele, muito mais do que deveria. — Eu adorei a surpresa. — O beijou na bochecha e no ombro. — Eu já volto. — Fez uma careta porque deveria estar uma verdadeira bagunça e correu até o banheiro para fazer sua higiene matinal. — Alana ainda está dormindo? — Perguntou após voltar do banheiro. Ela sentou na cama novamente e pegou uma rosquinha, estava com uma aparência tão boa que não resistiu.

— Sim, eu acabei de passar no quarto dela e acho que ela vai demorar um pouco para acordar. — A filha era a coisa mais linda dormindo, Joseph ficou mais de cinco minutos na porta do quarto observando a filha dormir profundamente, as bochechas levemente rosadas e os suspiros entre o sono pareciam muito com Demi enquanto dormia.  — Eu quero levar vocês para conhecer o meu apartamento, o que acha? — Perguntou acariciando as bochechas. Demi mordeu mais um pedaço da rosquinha e lambeu os lábios por conta do açúcar que sujou seus lábios.

— Hmm... o que vai ter de bom lá? — Perguntou brincalhona e riu quando Joseph arqueou a sobrancelha de forma sugestiva adentrando uma das mãos em seu moletom tocando sua cintura.

— Bom, vai ter eu. — Sorriu malicioso e começou a beijando na bochecha carinhosamente, Demi sorriu fechando os olhos gostando de sentir aquele contato. Ela deixou que ele a conduzisse a se deitar na cama e o abrigou entre as pernas. — Está bom para você? — Demi assentiu com a cabeça e acariciou o cabelo da nuca dele com a ponta das unhas. — Você é tão linda, Dem. — Joe começou beijando-a pelo pescoço, subiu os beijos para o queixo aonde deu uma mordidinha, a beijou na bochecha e depois nos lábios como ela queria. Beija-lo era bom, trazia um turbilhão de sentimentos que eram impossíveis ser descritos, era algo que ela só sentia quando estava com ele.

O beijo durou longos segundos até eles precisarem de ar. Demi finalizou o beijo com um selinho demorado e fitou os olhos esverdeados que ela tanto gostava, o coração batia forte no peito e ela sentia as borboletas fazerem uma festa em seu estômago. — Obrigada pelo café da manhã e por passar a noite comigo. — Disse enquanto alisava a barba dele. Joe sorriu e deitou ao lado dela, puxando-a para deitar em seu peito. Demi o beijou no peito e começou a fazer desenhos imaginários no peito dele.

— Você está se sentindo bem, amor? — Perguntou preocupado porque ela poderia estar sentindo dor de cabeça por conta da bebida. Demi assentiu com a cabeça e suspirou pensando na noite anterior.

— Eu acho que a Kristen está chateada comigo. — Disse baixinho e fechou os olhos quando Joe beijou seus cabelos. Ela nunca mais iria beber e aquilo era uma promessa séria, se não fosse Joseph, provavelmente teria acordado na cama daquele cara que estava bebendo com ela e ela estaria arrependida. — Ela meio que tentou me impedir de fazer besteira e eu fui rude com ela.

— Vocês são melhores amigas, querida. Tenho certeza que isso não vai durar muito tempo. — Esperava que Joseph realmente estivesse certo. Era raro as vezes que ela e Kristen brigavam, mas quando acontecia sempre era uma briga explosiva porque ambas eram cabeça dura e tinham o gênio forte. — Você pode conversar sobre isso com ela e se desculpar, tenho certeza que ela vai entender seus motivos e te desculpar. — Ah como era bom ter alguém ao seu lado para conversar e compartilhar seus pensamentos. Demi ergueu a cabeça para olha-lo e beija-lo novamente porque era bom e ela gostava muito daquele contato com ele.

— Mamãe? — Diabos. Demi empurrou Joseph pelo peito e quando olhou para o lado encontrou a filha parada na porta do quarto segurando sua boneca de pano. Aquilo não deveria estar acontecendo, Alana não deveria estar vendo aquilo, não até que as coisas estivessem oficializadas. Alana colocou uma mecha do cabelo bagunçado atrás da orelha e abraçou mais sua boneca de pano porque ela estava com vergonha de ter pego os pais naquela situação. Joseph soltou Demi e levantou, sentando-se ao lado dela e sorriu para a filha. — Filha, vem aqui. — Demi a chamou e a garotinha caminhou até a cama.

— Vocês vão me contar que estão namorando? — Alana perguntou com um sorriso enorme no rosto. Demi olhou para Joseph sem saber o que fazer e ele não estava muito diferente, sorriu quando a filha sentou em seu colo e beijou sua bochecha carinhosamente. — Esse era o meu maior sonho e eu estou muito feliz por estar se realizando. — Seria cruel demais desmentir e quebrar o coração da garotinha, por isso Joe apenas sorriu e assentiu com a cabeça.

— Mas é segredo, amor. Você não pode contar para ninguém ainda, ok? — Alana assentiu prontamente e animada por estar compartilhando um grande segredo com os pais. Ela chamou Demi com as mãozinhas e passou um bracinho em volta do pescoço da mãe e o outro em volta do pescoço do pai, juntando suas cabeças.

— Nós somos uma família agora, uma família feliz e unida como eu sempre sonhei. E eu acho que está na hora de vocês dois terem uma relação amorosa, assim o papai vai colocar uma sementinha dentro da mamãe e eu vou ganhar um irmãozinho. — Tinha alguma criança mais esperta do que aquela? Demi sentiu as bochechas corarem e se desfez do abraço levantando-se, aquela conversa estava indo longe demais.

— Já chega desse assunto. — Demi prendeu o cabelo em um coque alto. — Alana vá escovar os dentes e depois desça para tomar café. — Alana assentiu, beijou a bochecha do pai e saiu do quarto saltitante com a ideia de ganhar um irmãozinho e feliz porque os pais estavam finalmente juntos. Já para Demi a ideia de ter outro filho estava fora de cogitação, não queria passar por outra gestação e não queria outro filho, pelo menos não nos próximos dez anos. — Eu vou tomar um banho rápido, tem uma escova de dente reserva lá no armário do banheiro caso queira usar. — Disse e caminhou em direção ao banheiro, deixando a porta encostada.

— Está tudo bem, Demi? — Joe perguntou após adentrar no banheiro. O box era de vidro, mas estava embaçado por causa do vapor da água quente, então ele não via muita coisa. Ele pegou a escova de dente fechada dentro do armário e apoiou-se na pia enquanto escovava os dentes. — Você não ficou chateada pelo o que eu falei para Alana, ficou?

— Chateada não, preocupada. — O seu maior medo era que Alana pensasse que eles eram uma família que viveriam juntos para sempre, as coisas entre ela e Joseph não eram oficiais, se não desse certo a garotinha ia sofrer e ficaria ainda mais difícil de lidar com a situação. — Eu só não quero que a minha filha sofra caso isso o que temos não dê certo, entende?

— Eu entendo você, Demi. Um relacionamento não é fácil, requer muita confiança, paciência e dedicação, se nós dois estivermos dispostos a tentar, eu não vejo o que pode dar errado, querida. Eu quero muito tentar, quero muito construir a nossa família. Só depende de você, linda. A decisão está nas suas mãos.

— Eu preciso de tempo, Joseph. As coisas estão acontecendo de uma maneira rápida demais, eu preciso analisar aonde eu estou me metendo. Eu não quero falar disso agora, pode ser? — Joe apenas assentiu com a cabeça virando-se para lavar o rosto, ele queria uma resposta positiva dela, mas entendia que Demi tinha sofrido muito com tudo o que havia acontecido entre eles e era normal ela ter receio. Aquele assunto ia trazer muito dor de cabeça para ambos e ela não queria estragar o dia agradável que estava planejado.

Quando adentrou na cozinha, Alana já estava sentada no balcão comendo cereal e Joseph estava ao seu lado, eles estavam jogando um joguinho no celular de Joe e riam de alguma coisa. Demi sorriu ao ver como os dois eram unidos, eram uma dupla e tanto. — Querida, quando você terminar suba para trocar de roupa. — Alana assentiu com a cabeça sem prestar atenção no que a mãe dizia, ela estava mais focada no celular e em conversar com o pai. O som da campainha soou pelo apartamento e Demi sorriu imaginando ser a melhor amiga já que ela sempre aparecia aquele horário para tomar café ou apenas para incomodar. Demi abriu a porta do apartamento e desfez o sorriso ao encontrar Ryan parado com duas sacolas nas mãos. Ela deu espaço para o melhor amigo adentrar no apartamento e recebeu de bom agrado o beijo carinhoso na testa. — Bom dia, Dem. Eu trouxe pães. — Disse caminhando em direção a cozinha, estava tão acostumado com aquele apartamento que já se sentia de casa. — Eu fiquei preocupado com você, tampinha. Ontem você foi embora de repente e não avisou a ninguém. — Ryan parou assim que viu Joseph com Alana, ele franziu o cenho, mas não deu tempo de falar nada porque Alana soltou o celular e correu até ele.

— Tio Ryan! — Alana gritou animada e correu até estar acolhida nos braços do tio. Ela o abraçou fortemente pelo pescoço até os bracinhos tremerem. Joseph arqueou uma sobrancelha e foi impossível não sentir ciúme da filha porque geralmente era para ele que Alana corria. — Eu estava com saudades, por que você sumiu?

— Eu também estava com saudades de você, pequena. A sua ajuda fez falta lá na padaria, sabia? — Disse tocando a ponta do nariz da garotinha. — E eu prometo que não vou sumir novamente, sempre estarei por perto para cuidar de você e da sua mãe. — Alana sorriu assentindo e beijou carinhosamente a bochecha dele.

— Mamãe, agora nós temos dois protetores, o papai e tio Ryan. — Demi assentiu com um sorriso sem graça. Alana era inocente o suficiente para não perceber a tensão entre os adultos. Demi colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e segurou a mão de Joseph que estava repousada em sua cintura.

— Ryan, esse é Joseph, pai de Alana, e Joe esse é Ryan, meu melhor amigo. — Demi os apresentou e observou os dois homens, Joseph encarava Ryan de uma forma ameaçadora, como se quisesse marcar território.

— Nós já nos esbarramos algumas vezes por aí. — Demi arqueou uma das sobrancelhas encarando Joseph e o mesmo deu os ombros. — Ele trabalha naquela padaria ali da esquina, né? — Perguntou abraçando Demi pela cintura, ele apoiou o queixo no ombro dela e beijou a bochecha dela. Demi sabia muito bem o que Joseph estava tentando fazer.

— Eu sou o dono de lá. — Ryan disse cruzando os braços. Ele encarou Demi e sentiu o coração doer ao ver como os olhos dela brilhavam enquanto ela olhava para Joseph tão admirada. Ryan sempre esteve ao lado dela a apoiando e dando carinho quando ela mais precisava e ainda sim ela preferia o cara que havia machucado seu coração. Jamais iria entender.

— Eles fazem as melhores massas do mundo, a torta deles é incrível e não existe nenhuma igual em Los Angeles, você precisa experimentar. — Demi disse sorrindo porque era verdade, a torta que era preparada na padaria de Ryan era uma das melhores da cidade e fazia muito sucesso pela vizinhança.

— Tio, você sabia que o meu pai e a minha mãe estão namorando, mas é segredo, não pode contar para ninguém. — Alana falou naturalmente com um sorriso no rosto, Ryan franziu o cenho e encarou os dois em sua frente. O desconforto entre os três era evidente menos para Alana que ainda era muito nova para entender.

— Filha, vá trocar seu pijama, seu pai vai te ajudar. — Alana assentiu e foi para os braços do pai. Joseph não questionou, apenas pegou a filha nos braços e subiu com ela pendurada em suas costas.

— Então você e Joseph estão juntos novamente? — Ryan perguntou cruzando os braços e encarando Demi seriamente.

— Não estamos juntos, ele me ajudou ontem à noite e acabou dormindo aqui, não aconteceu nada demais. — Demi mordeu o lábio inferior se sentindo nervosa, o olhar de Ryan era de puro julgamento e ela estava se sentindo uma pessoa burra por pensar em voltar com o homem que machucou seu coração. — Ele é o pai da minha filha, era meio óbvio que iriamos acabar nos aproximando novamente.

— Eu te perguntei há alguns dias se você ainda sentia algo por ele e você disse que sentia raiva, ódio e rancor. O que mudou, Demi? Bastou ele pedir desculpas e você aceitou? Eu só estou tentando entender porque eu não quero que você se machuque e se decepcione com ele novamente.

— Ryan, aconteceu. Toda essa aproximação mexeu muito comigo, ele me pediu desculpas sim e vem tentando mostrar que mudou e que é uma pessoa melhor, eu não mando no meu coração. Eu lutei de todas as formas que eu pude para tentar evitar, mas eu não consegui. Joseph está conseguindo quebrar todas as barreiras do meu coração e não há nada o que eu possa fazer, eu estou apaixonada por ele, Ryan, e eu não consigo evitar. — Desabafou cansada de toda a situação. Ela era mais do que apaixonada por Joseph, ela ainda o amava. Não era fácil admitir seus sentimentos por ele, o medo de se machucar sempre falava mais alto, porém ela não queria mais se privar de sentir e de tentar ser feliz, ela sentia falta de um homem ao seu lado, não apenas para fazer sexo, mas para lhe apoiar e estar ao seu lado acima de qualquer coisa. Passar aquela manhã com Joseph foi especial e só serviu para lhe mostrar algo que já sabia, queria ficar com ele.

— Infelizmente não escolhemos por quem vamos nos apaixonar. — Ryan disse cabisbaixo. Ser apaixonado pela melhor amiga era uma porcaria, ainda mais quando ela era apaixonada pelo cara que havia quebrado seu coração. Não havia nada que ele poderia fazer para mudar aquela situação, os olhos de Demi brilhavam ao citar que estava apaixonada por Joseph, eles iam ficar juntos, independentemente de qualquer coisa. — Eu espero que ele não quebre o seu coração, Demi.

— Eu também. — Sorriu fraco sem mostrar os dentes e suspirou. — Eu amo você como um irmão, Ryan. E eu quero você na minha vida, quero que você esteja lá para mim quando o idiota quebrar o meu coração. — Ryan sorriu e a puxou pela mão para um abraço apertado. Demi passou os braços em volta da cintura dele e ficou na pontinha dos pés para beija-lo carinhosamente na bochecha.

— Eu amo você, Demi. — Demi sempre ficava sem jeito quando ele lhe dizia aquelas palavras porque ela sabia o real significado delas. Demi o abraçou um pouco mais forte e sorriu para ele antes de se afastar. — Você fica a coisa mais fofinha do mundo com as bochechas coradas, sabia? Você fica parecendo Alana quando ela corre e fica com as bochechas vermelhas. — Disse apertando as bochechas gordinhas de Demi, ela fez careta e deu um tapa na mão dele.

— Besta. — Ryan riu e observou Demi. — Você falou com Kristen? — Perguntou mordendo o lábio inferior num gesto de nervosismo e ansiedade. Ela odiava quando elas brigavam e as coisas ficavam estranhas, ela pegou seu celular em cima da bancada da cozinha e checou suas mensagens, franziu o cenho ao ver que havia uma mensagem de Wilmer, o coração acelerou e ela se sentiu mal.

— Ela foi tomar café da manhã com a namorada lá na padaria e depois foram para a praia. Vocês brigaram? — Demi negou com a cabeça e suspirou. — Eu acho que ela nem lembra do que aconteceu ontem no pub, não acho que você tenha que se preocupar com isso.

— Ela ainda não me deu notícia de vida, você sabe que ela sempre aparece por aqui de manhã ou se não manda mensagem.

— Bom, eu acho que você está se preocupando a toa. Ela está namorando, ela me disse que vai conversar com a mãe dela sobre ser bissexual hoje, então creio que ela vai precisar do seu apoio. — Demi assentiu com a cabeça e sorriu porque era nítido que Kristen estava feliz com Stella e tudo o que ela mais queria era que a amiga fosse feliz. — Eu preciso voltar para a padaria, depois eu passo aqui, ok? — Demi assentiu com a cabeça e recebeu um beijo na testa. — Se cuida e qualquer coisa me liga.


Apartamento de Joseph, 14:15 da tarde. 

O dia estava ensolarado e fechado. Era um ótimo dia para ficar em casa deitada no sofá assistindo série e comendo besteira. Eles haviam passado no supermercado antes de irem para o apartamento de Joseph porque segundo o mesmo em sua casa os armários estavam sem nada, eles compraram tudo o que precisava para preparar um bom almoço e alguns ingredientes para fazer uma sobremesa. Foi divertido preparar o almoço, até mesmo Alana havia ajudado e Batman estava a todo momento próximo a eles esperando que alguém lhe desse um pouco de comida ou que acidentalmente caísse no chão para que ele pudesse pegar.

Depois do almoço, Joseph mostrou cada detalhe do seu apartamento e levou elas para conhecerem o condomínio. O apartamento de Joseph era três vezes maior que o de Demi e as cores predominante do apartamento era cinza, branco e preto, o condomínio tinha um enorme playground aonde Alana e Batman brincaram e correm até se cansarem e duas piscinas aonde os moradores podiam aproveitar no dia de sol.

Agora eles estavam deitados no sofá, Alana estava deitado no colo do pai e vez ou outra fechava os olhos se rendendo ao sono pós almoço. Demi havia levado um pen drive aonde guardava fotos e vídeos de todos os momentos da vida da filha e eles estavam assistindo, Joseph tinha lágrimas nos olhos e acariciava os cabelos da filha, eram tantos momentos importantes que ele havia perdido da vida da filha. Momentos desde que Alana veio ao mundo até de poucos meses atrás aonde ela havia feito sua primeira apresentação de balé. — Querido, você está chorando? — Demi perguntou o analisando, ela havia se levantado para retirar o pen drive da televisão já que as fotos e vídeos haviam acabado.

— Eu perdi muita coisa, Demi. — Joe beijou o topo da cabeça da filha que estava adormecida em seus braços e suspirou. — As coisas poderiam ter sido diferentes se eu não fosse um idiota naquela época, Alana não cresceria longe de mim e você não teria passado tantas dificuldades.

— As coisas aconteceram da maneira que tinha que acontecer, nem eu e nem você pode mudar isso. O que importa agora é que você parte da vida dela e que ela ama você. — Demi sorriu porque ele era muito carinhoso com a menina. Ele beijou a bochecha da filha e se levantou com ela delicadamente.

— Eu vou deita-la no quarto. — Demi assentiu com a cabeça e pegou Batman no colo para acariciar os pelos do cachorrinho, Batman era um cachorro manhoso e até rosnou baixinho gostando do carinho que Demi estava fazendo em seu pescoço, mas ao ouvir um barulho que vinha do corredor, ele correu para verificar o que era.

— Vem cá. — Demi chamou Joe assim que o viu nas escadas, ela deitou no sofá e sorriu quando ele deitou ao seu lado. Ela entrelaçou suas pernas e alisou o rosto dele com o dedão. — Você está sendo o melhor pai que Alana poderia ter e eu estou muito orgulhosa de você. — Joseph sorriu ao ouvir aquelas palavras e deu um selinho nos lábios dela.

— Você e Alana foram as melhores coisas que já aconteceu na minha vida. Eu amo vocês e vou sempre dar o meu melhor para ver vocês com um sorriso no rosto. — Disse aquelas palavras olhando nos olhos amarronzados de Demi que não conseguiu conter o sorriso apaixonado. Ela não queria pensar em nada, não queria pensar em seus pais e na bagunça que sua vida estava, só queria aproveitar aquele momento com ele.

— Obrigada por ter insistido em fazer parte da nossa vida. — Fechou os olhos e deixou que ele encaixassem seus lábios em um beijo lento. Uma das mãos de Joseph foram até a nuca dela intensificando o beijo, suas línguas se entrelaçavam em uma perfeita sintonia e as mãos dela tocavam seu peito por dentro da camiseta. Demi segurou a barra da camiseta dele e separou o beijo para tira-la, ela mordeu o lábio inferior brevemente gostando do que via, ele tinha um abdome bem definido com leves camadas de pelo.

Joseph se levantou apenas para deitar em cima dela e beija-la no pescoço, acariciando a cintura dela e apertando o bumbum que ele tanto gostava. Demi fechou os olhos gostando de sentir os leves chupões que ele dava em seu pescoço, ela abriu a boca e gemeu baixinho perto do ouvido dele enquanto puxava o cabelo da nuca dele. O intimo se contraia de desejo e sua pele estava arrepiada, ela queria avançar as coisas e não ia impedir caso acontecesse. — Você é linda, Demi. — Joe disse acariciando e apertando as coxas desnudas dela, o fato dela estar usando short jeans não ajudava nada sua situação.

— Joseph. — A voz dela saiu rouca, Demi umedeceu os lábios e arranhou as costas de Joe quando ele apertou o seu bumbum. — Eu quero você. — Demi falou baixinho e o empurrou pelo peito fazendo ele se deitar no sofá. Ela se sentou em cima dele e tirou sua camiseta branca, ficando apenas com o sutiã preto rendado. Joseph gemeu baixinho porque Demi estava sentando em cima da sua ereção, ele mordeu o lábio inferior e não excitou em apertar o seio dela mesmo por cima do sutiã. Demi se inclinou e o beijou novamente dessa vez de uma forma mais agressiva. Gemeu na boca dele quando num ato de instinto se movimentou em cima dele como se já estivesse no ato, mesmo com o jeans lhe atrapalhando. Eles estavam tão envolvidos no momento que não ouviram quando a porta do apartamento foi aberta. Demi deu um selinho no lábio dele finalizando o beijo porque ouviu o latido de Batman vindo do corredor que dava acesso a sala, mas ainda sim ela desceu os beijos para o pescoço dele enquanto sentia as mãos dele apertando o seu bumbum com vontade.

— Querida, vamos para o quarto. — Disse acariciando a lateral do corpo dela. Demi respirou fundo e assentiu ainda com a cabeça enterrada no pescoço dele. Joe a segurou pela cintura e se levantou com ela em seu colo, Demi riu e entrelaçou suas pernas em volta da cintura dele fortemente enquanto ele subia as escadas em direção ao quarto.

— Joseph, a minha blusa. — Demi disse rindo porque a barba dele contra o seu pescoço. Joseph encostou Demi em uma das paredes do quarto assim que adentrou, ela segurou o rosto dele com as duas mãos e o beijou com vontade gostando de sentir como ele estava excitado. Era bom saber que causava aquele efeito nele.

— Fica comigo, Demi. — Pediu ofegante após finalizar o beijo ardente. — Eu prometo que eu vou te fazer a mulher mais feliz do mundo. — Joseph falou enquanto a conduzia para se deitar em sua cama de casal. Como podia uma mulher ser tão bonita daquela maneira? Os olhos doces amarronzados, os lábios avermelhados e perfeitamente desenhados, as sardinhas espalhadas pelo resto e as curvas perfeitamente desenhadas. Ah, aquela mulher era uma perdição.

— Você já me faz feliz, Joe. — Demi o olhou nos olhos e acariciou a barba dele com o dedão. — Eu odeio o fato do meu coração ser totalmente seu durante todos esses anos. — Aquilo era o máximo que ela poderia dizer. Ela fechou os olhos quando sentiu os lábios de Joseph beijando seu colo, ela suspirou quando sentiu uma das mãos dele atrás das suas costas brincando com o fecho do seu sutiã.

— Eu amo você, Demi. — Joe disse aquelas palavras acariciando a cintura de Demi e a olhando nos olhos, ela não conseguiu conter o sorriso que nasceu em seus lábios, céus, ela estava completamente apaixonada por aquele homem. — Eu te amo demais, Dem. Você é a mulher da minha vida. — Aquele sorriso alegrava o seu coração, Joseph deu um selinho nos lábios dela e depois na bochecha. Demi passou os braços em volta do pescoço dele e o abraçou fortemente como se ele pudesse a qualquer segundo escapar dos seus braços.

— Por mais que eu queria muito transar com você até ficar com as pernas bambas, isso não vai acontecer hoje. — Falou no ouvido dele e deu uma mordidinha no lóbulo dele. Joseph deu um chupão leve no pescoço dela e riu contra o pescoço dela.

— Amor, você não pode falar isso para um cara que está fodidamente excitado. — Demi riu e beijou o peito dele quando ele deitou ao seu lado e a puxou para deitar-se em seu peito. Demi fechou os olhos quando Joseph começou a acariciar os seus cabelos em um carinho gostoso de ser sentindo. O silêncio não foi desagradável, eles estavam curtindo a presença um do outro.

— Joe? — Demi o chamou e quando ele murmurou alguma coisa ela mordeu o lábio inferior brevemente. — Como foi o tempo em que você se casou com Sophie? — Perguntou curiosa. Ela queria saber mais sobre a vida de Joseph no tempo em que eles estiveram separados. Joseph suspirou e olhou para ela.

— Foi um casamento bom, eu não tenho do que reclamar. Nós éramos parceiros em tudo e nos gostávamos muito. Sophie não sabia que o casamento era um contrato de merda. Nós ficamos juntos durante quatro anos e alguns meses, teve um momento em que percebemos que éramos melhores como amigos, sabe? Nós parecíamos dois irmãos que moravam juntos, preferíamos assistir séries e comer besteira do que passar a noite transando ou fazendo passeios de casal. Sophie é uma boa pessoa e merece alguém que a ame de verdade, ainda somos amigos e temos contato, eu a amo como se ela fosse a minha irmã, entende? — Demi assentiu com a cabeça. — E você? Teve algum relacionamento sério durante esse tempo?

— Eu tive um namorado quando Alana tinha um ano, era sério e eu gostava muito dele, mas o nosso relacionamento terminou quando ele foi estudar em outro país, ele foi sincero comigo e disse que não estava preparado para assumir a responsabilidade que era ser pai. — Deu os ombros, ela havia ficado tão triste com o fim do relacionamento porque gostava muito do rapaz na época, mas ele havia sido sincero com ela e isso era o que mais importava.

— O que importa é que você está comigo agora. — A mão dele alisou firmemente as coxas grossas e descobertas por conta do short jeans. Demi gostava de sentir as mãos firmes passeando pelo seu corpo, a sensação era maravilhosa e fazia os pelos se arrepiarem. Ela não perdeu tempo quando ele ficou em cima de si e a beijou lentamente, não tinha pressa nenhuma nos toques e no beijo, Demi tocou o pescoço dele o trazendo para mais perto e aprofundando ainda mais o beijo, ela entrelaçou as pernas em volta da cintura dele e desceu as mãos pelas costas largas enquanto sentia uma das mãos dele tocando sua barriga.

Eles estavam envolvidos no momento que ignoravam os latidos constantes de Batman vindo do andar de baixo. O beijo foi finalizado com um selinho demorado quando faltou ar, Demi gemeu baixinho e mordeu o lábio inferior quando a mão dele tocou seu seio coberto pelo sutiã, era incrível como o clima entre eles mudava facilmente. As mãos de Demi pararam no cinto da calça jeans de Joseph, ela queria que aquilo acontecesse, queria senti-lo de forma mais intima.

Kelly subiu as escadas com o pequeno cachorrinho em sua cola latindo constantemente, ela não sabia que o filho havia adotado um cachorro. A porta do seu quarto estava aberto e quando ela adentrou sorriu porque Alana estava dormindo em sua cama profundamente. Kelly franziu o cenho, aonde o filho estava? Ele não havia dito que ia trazer a neta para passar o dia com ele, Kelly encostou a porta do quarto e quando abriu a porta do quarto do filho arregalou os olhos assustada. — Jesus Cristo! — A voz assustada da mãe de Joseph foi o suficiente para Demi empurrar Joseph fortemente pelo peito e por pouco ele não caiu da cama. Tinha como aquela situação ficar mais constrangedora? A sorte era que eles não tinham ultrapassado os limites, ainda estavam vestidos, exceto Demi que só estava apenas de sutiã e short jeans.

Demi sentia o rosto vermelho como um pimentão. Ela colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e desviou o olhar da mãe de Joseph. — Eu vou esperar por vocês lá na sala. — Kelly disse e saiu fechando a porta. Demi cobriu o rosto com as duas mãos e franziu o cenho quando Joseph a puxou para abraça-la e deita-la na cama.

— Por que diabos você está rindo? Isso não é engraçado. — Demi falou quando viu que Joseph estava rindo baixinho enquanto tinha o rosto enterrado em seu pescoço, ela estava tão envergonhada e ele estava levando tudo na esportiva. — Porra, Joseph, sua mãe quase pegou a gente transando.

— Querida, não é nada que ela já não tenha feito na vida. — O tapa que ele recebeu na barriga foi forte e o fez rir ainda mais. Demi mordeu o lábio inferior e sentiu as bochechas corarem porque lembrou que a sua blusa estava na sala.

— Joe, a minha blusa está jogada em algum lugar da sala. — Murmurou e encostou a cabeça no ombro dele sem acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. A culpa era toda dele porque ele a fazia pensar e fazer loucura quando estavam juntos trocando caricias. — A sua mãe deve estar achando que eu sou uma vadia.

— Ela não está pensando nada disso, meu amor. Eu vou buscar a sua blusa e já volto, ok? — Demi assentiu com a cabeça e o observou sair do quarto vestindo apenas calça jeans, ele era tão bonito. Joseph era alto, tinha as costas bem definidas e músculos bonitos que chamava atenção. Demi suspirou e mordeu o lábio inferior se sentindo sortuda por ter aquele homem.

— Que pouca vergonha era aquela, Joseph Jonas? — Kelly perguntou dando vários tapas no braço do filho que riu e tentou se esquivar dos tapas da mãe.

— A senhora é adulta o suficiente para encarar a situação como algo normal. — Falou procurando a blusa da Demi com os olhos, mas ele não fazia ideia de onde havia jogado. — Você disse que ia passar a tarde na casa da minha vó. — Disse sem entender o que a mãe estava fazendo em casa tão cedo, uma vez que sua avó morava a mais de três horas longe da sua casa.

— Eu passei a tarde na casa da sua vó e ainda tomei um café na casa do seu tio com a namorada dele, se eu soubesse que você está acompanhado eu não teria vindo. — Kelly disse e jogou a blusa branca de Demi no peito dele. — Você e essa garota estão juntos ou estão apenas transando quando dá vontade? — Perguntou cruzando os braços e encarando Joseph de forma séria. Ela não apoiava aquele relacionamento.

— Mãe, Demi é a mulher que eu amo e nós estamos tentando novamente. Ela é a mãe da minha filha e eu exijo que a senhora respeite ela, está entendendo? Eu sou completamente apaixonado por ela e é com ela que eu quero construir a minha família. Demi vai descer e eu quero que a senhora trate-a com educação e gentileza, é o mínimo que ela merece vindo da senhora.

— Joseph, essa menina não é a mulher certa para você. Lembra de como você ficou mal quando ela desapareceu do dia pra noite? Ela vai quebrar o seu coração novamente, essa garota é pura encrenca e só você não consegue enxergar isso.

— Eu sou um homem independente totalmente capaz de tomar as minhas próprias decisões, o que a senhora diz não vai mudar o que eu sinto por ela e eu não vou discutir isso com você. Eu transo, namoro, caso com quem eu quiser, goste a senhora ou não. — Disse irritado e subiu as escadas sem olhar para trás. Ele só queria ter um dia divertido com a filha e a mulher que amava, por que sempre tinha algo para atrapalhar? Joe adentrou no quarto desanimado e entregou a blusa para Demi que vestiu rapidamente, ele sentou na cama e suspirou quando Demi engatinhou até ele e o abraçou por trás, a falta de apoio da sua mãe lhe deixava triste.

— O que foi, querido? — Demi perguntou ao ver como ele parecia frustrado e beijou a bochecha dele franzindo o cenho ao ouvir o barulho de trovão.

— Nada, linda. — Ele sorriu e beijou os lábios dela em um beijo rápido porém apaixonado. — Eu amo você, Demi. — Eles trocariam outro beijo se Batman não tivesse adentrado no quarto latindo e abanando o rabo ao lado de Alana. Demi sorriu e se afastou dele arrumando o cabelo.

— Pai, eu estou com fome. — Alana disse bocejando, havia dormido bastante e só acordou por conta dos trovões que soavam forte lá fora. Demi caminhou até a janela e franziu o cenho porque estava começando a anoitecer, o céu estava fechado e ventava forte alertando que uma tempestade estava prestes a acontecer.

— Eu acho melhor nós irmos embora, parece que vai chover e eu ainda tenho algumas coisas para fazer em casa.

— Mas mãe eu não aproveitei nada. — Alana reclamou porque havia dormido boa parte da tarde e agora estava chateada porque teria que ir embora, mal havia explorado a casa do pai. — E eu estou com fome. — Disse se aninhando nos braços do pai, Alana passou um dos braços em volta do pescoço de Joseph e deitou a cabeça no ombro dele.

— Eu vou preparar algo para vocês comerem e depois eu deixo vocês em casa, pode ser? — Ele até pediria para ela ficar mais porém com a sua mãe no apartamento sabia que não era uma boa ideia. Demi assentiu e suspirou porque teria que enfrentar a mãe de Joseph e estava morrendo de vergonha.

O olhar de Kelly sobre si era de puro julgamento, como se ela fosse a pior vadia da terra. Demi umedeceu os lábios porque não queria que a filha percebesse a situação tensa entre as duas, não era saudável. Alana sorriu ainda abraçada no pai, a pequena acenou animadamente e beijou a bochecha de Kelly quando Joseph se aproximou. — Oi vovó Kelly, tudo bem? — Kelly olhou para a garotinha e sorriu. Alana conseguia amolecer até o mais duro coração com aquele sorriso angelical de criança.

— Oi querida, eu estou bem e você? — Alana foi para os braços da avó de bom agrado quando Kelly a chamou. Demi caminhou com Joseph até a cozinha para ajudá-lo a preparar algo para Alana comer enquanto a filha contava para avó como amava o cachorrinho Batman e o que estava aprendendo no colégio.

*** 

Bastou eles saírem do apartamento de Joseph para começar a chover e se não fosse a mãe de Joseph entregar dois guarda-chuvas para eles, eles não iriam sair do carro tão cedo porque a chuva estava forte e o trânsito um verdadeiro caos. Alicia Keys tocava em um volume baixinho no rádio e Joe estava focado na estrada porque era perigoso dirigir quando estava chovendo uma vez que a estrada ficava mais escorregadia facilitando um acidente. — Pai, tem um cachorrinho na chuva. — Alana disse olhando pela janela. Eles estavam parados no sinal vermelho e ela avistou o cachorro na chuva procurando algum lugar para se esconder da chuva. — A gente tem que ajudar ele. — Aquela avenida era perigosa e toda vez que o cachorro de porte médio tentava atravessar um carro passava furiosamente por ele espirrando água no cachorro.

— Aonde, querida? — Joseph franziu o cenho procurando o cachorro com os olhos. Alana apontou prontamente e Joe sentiu o coração encolher porque era nítido que o cachorro estava passando frio e fome. — Nós vamos ajudá-lo, ok? — Alana assentiu sorrindo e quando o sinal abriu Joseph seguiu para fazer o retorno e chegar aonde o cachorro estava.

— Joseph, como você vai ajudar esse cachorro? — Demi perguntou com o cenho franzido quando Joe estacionou o carro perto de onde o cachorro estava, ele desfez o cinto de segurança e destrancou a porta do carro.

— Eu vou levá-lo conosco e depois eu vejo o que eu faço. — Aquilo não era uma boa ideia. Demi respirou fundo e observou Batman que dormia tranquilamente ao lado de Alana sem se importar com nada do que estava acontecendo ao seu redor.

— Eu também quero ir. — Alana disse já se desfazendo do cinto de segurança como o pai. Céus, Alana e Joseph juntos iriam lhe deixar louca a qualquer instante.

— Nada disso mocinha, você vai ficar aqui esperando. — Alana cruzou os braços e bufou baixinho. Desde quando Alana fazia aquele tipo de coisa? Demi teve vontade de rir, mas se manteve séria para mostrar que não havia gostado da atitude da filha.

— Fiquem no carro, eu já volto. — Demi assentiu e ele saiu do carro antes mesmo de Demi mandá-lo levar o guarda-chuva e dessa vez quem bufou foi ela. Joseph caminhou cuidadosamente até o cachorro de porte médio e de pelos caramelizados, ele abaixou-se para ganhar a confiança do cachorro e tocou os pelos dele. — Ei garoto, você está aqui sozinho? — Conversou com o cachorro para tentar mostrar que não iria machuca-lo. — Eu vim te ajudar. — O cachorro caminhou até ele mancando e deixou que Joseph tocasse seus pelos novamente. — Você machucou a sua patinha? Meu Deus, que judiação. — Ele não iria deixar o cachorro ali sozinho, poderia acontecer algum acidente com ele. — Você consegue caminhar até o carro comigo, garotão? — Joseph ficou de pé e chamou pelo cachorro que o olhava com certa dúvida, mais uma vez ele abaixou-se e acariciou o pelo do cachorro para mostrar que estava tudo bem e que era de confiança, o cachorro o cheirou e finalmente começou a segui-lo.

Joe abriu a porta do carro e puxou o banco do motorista para o cachorro adentrar no carro. Joseph sentou-se no banco do motorista e passou uma das mãos pelo cabelo, ele estava encharcado. Alana riu baixinho e reclamou quando o cachorro se chacoalhou para se secar, espirrando água por todo o carro. — Ele é um cachorrão. — Alana disse sorrindo para o cachorro grande que estava perfeitamente acomodado no banco de trás ao lado de Batman que se espreguiçava.

— Eu acho que ele é um labrador. — Joe comentou colocando o cinto de segurança, ele espirrou e ligou o ar do carro. Demi arqueou a sobrancelha e revirou os olhos. — Ele está com a patinha machucada, eu vou levá-lo no veterinário.

— Joseph está tudo fechado, olha o tamanho desse cachorro, aonde ele vai ficar? — Demi perguntou e teve vontade de estapear Joseph quando ele espirrou novamente. Seu apartamento era pequeno e já tinha Batman, ela não tinha espaço para abrigar um cachorro daquele tamanho. — E se ele tiver um dono?

— Bom, nós podemos levá-lo para o seu apartamento. — Disse escolhendo suas palavras com cuidado porque não queria receber alguns tapas de Demi, os tapas dela ardiam. — Eu vou verificar a gravidade do ferimento da patinha dele, se for muito grave eu busco ele amanhã de manhã para leva-lo para o veterinário, se não for muito grave eu levo ele para casa comigo.

— Ele pode ficar lá em casa somente essa noite e nem um dia mais. — Demi apontou o dedo para ele e tentou se esquivar quando Joseph tentou lhe beijar na bochecha, mas acabou recebendo o beijo de bom agrado.

— Nós precisamos dar um nome para ele, papai. Ele vai ser o irmão do Batman e agora o Batman não vai mais se sentir sozinho quando nós não estivermos em casa. — Joe assentiu com a cabeça e encarou Demi prendendo o riso porque a filha havia dado um ótimo argumento para que eles ficassem com o cachorro. — O nome dele pode ser Luck, igual o da Lulu Luck de My Little Pony.

— É um ótimo nome, querida. — Joseph e Alana tinham uma cumplicidade de outro mundo. Os dois se davam tão bem e eram tão unidos, Demi gostava daquilo, gostava daquela ligação que eles tinham. Ela sorriu os observando e levou uma das mãos até a nuca de Joseph para acariciar o cabelo daquela região.

Quando as portas do elevador se abriram no andar em que demi morava foi impossível não reclamar da barulheira que Luck e Batman faziam juntos. Batman ainda era um filhote e por isso brincava de morder a patinha traseira de Luck que retribuía as mordidas de brincadeira, o latido fino de Batman fazia eco pelo corredor e vez ou outra Luck também latia. Alana correu pelo corredor até a porta do apartamento com os cachorros atrás dela e só parou quando acidentalmente ela esbarrou nas pernas de alguém.

— Alana, você vai se... — Demi parou assim que olhou para a porta do seu apartamento e viu sua mãe parada ali segurando uma bolsa preta. — O que você está fazendo aqui? — Ela sabia que o dia estava sendo bom demais para ser verdade. Clarice olhou para a filha e depois para Joseph que estava atrás de Demi com a mão na cintura dela.

— Eu quero conversa com vocês.

--

me desculpar pela demora já está ficando feio para a minha cara, não é mesmo? como vocês estão? ai gente essas últimas semanas tem sido uma verdadeira loucura para mim, eu tive um bloqueio desgraçado e quando finalmente voltei a escrever eu fui pega de surpresa no trabalho com a notícia de que a demi tinha sofrido uma overdose, acho que essa semana não tem sido nada fácil para nós e eu ainda estou abalada com isso. Infelizmente a única coisa que podemos fazer é orar por ela e mandar boas energias para ela se recuperar o mais rápido possível, ela é uma mulher forte e sei que vai superar essa fase difícil. enfim, sobre o capítulo eu não sei o que fazer, essa última parte foi um improviso desesperado que eu tive para tentar finalizar o capítulo de alguma maneira. me digam o que acharam nos comentários, ok? eu volto assim que puder. 

respostas aqui 


ah eu amo tanto essa mulher ♡

21/07/2018

aviso

meninas eu não abandonei vocês, eu sei que faz mais de duas semanas desde a última vez que eu postei o último capítulo, mas é que eu não estou conseguindo focar no capítulo. eu estou com um bloqueio maldito e eu não consigo pensar em nada para escrever, eu tinha metade do capítulo escrito mas estava relendo e os acontecimentos estão sem nexo, sabe? eu não quero postar qualquer coisa para vocês, sem contar que aconteceu algumas coisas nos últimas dias que me abalaram muito. eu sinto muito por deixar vocês todo esse tempo sem capítulo e sem notícias, eu vou tentar escrever alguma coisa e volto assim que tiver o capítulo pronto, ok? espero que entendam, até mais. ♡

01/07/2018

30. Drunk



O que Demi mais gostava no centro da cidade era a arquitetura dos mais variados prédios, casas, praças e estabelecimentos. Ela gostava de observar tudo detalhadamente e a decoração era o que mais lhe encantava, tinha certeza que havia escolhido a profissão certa para exercer. Em alguns finais de semana, Demi gostava de pegar a filha e ir para o centro da cidade visitar alguns pontos turísticos e tomar café nas cafeterias deliciosas que ficavam localizadas no centro. Alana estava sentada ao lado da mãe e saboreava um grande pedaço de bolo de chocolate enquanto observava pela janela algumas pessoas correrem e andarem de bicicleta na rua. — Mãe, quando eu terminar eu posso pedir um pedaço daquela torta de morango? — Demi desviou o olhar do notebook e encarou a filha, a garotinha estava com a boca toda suja de chocolate e fazia sua melhor carinha de cachorrinho que caiu da mudança. Demi riu e entregou um guardanapo para ela.

— Você ainda nem terminou de comer esse bolo. — Comentou mais focada em digitar o seu projeto da faculdade no notebook. Ela bebericou brevemente o seu copo de café e encarou a filha brevemente. — Se você conseguir comer esse pedaço de bolo eu posso pedir um pedaço da torta de morango para levarmos para casa, ok? — Alana assentiu sorridente e limpou a boca com o guardanapo.

— Nós poderíamos levar um pedaço de bolo para o Batman e para o meu pai também, ele prometeu que amanhã nós vamos passear no parque, nós três e o Batman também. — Demi comprimiu os lábios em uma linha reta e encarou a filha. Eles não eram uma família e Joseph não deveria ficar prometendo esses passeios em família para Alana.

— Cachorros não comem bolo, querida. — Disse e olhou a hora no canto da tela do computador. Era incrível como no final de semana a hora passava tão rápido, já eram quatro e meia da tarde e ela precisava voltar para casa para começar a se arrumar para o jantar com Wilmer. Só de pensar nele o coração batia acelerado no peito e a mente ficava uma confusão porque uma vozinha falava para ela ficar com ele e que ele não iria magoa-la, mas a outra vozinha dizia para ela se entregar para Joseph. Era como o anjinho e o diabinho.

— Por que? Bolo é tão bom. — A pequena falou pensativa e depois deu os ombros. — Ontem a professora falou que eu estou aprendendo a ler muito rápido, isso não é muito legal? — Disse com um sorriso animado após beber um pouco do suco de morango no canudo. Era incrível a facilidade que Alana tinha de mudar um assunto para outro totalmente diferente. — Eu acho que mereço um presente por isso. — Demi conhecia muito bem aquela carinha pidona, ela arqueou a sobrancelha e sorriu de lado. — Uma Barbie médica seria um ótimo presente. — Como era possível uma criança ser tão fofa e meiga como Alana? Demi mandou um beijo para a filha e sorriu quando a pequena lhe imitou, ela amava tanto aquela garotinha que o peito queria explodir de tanto amor por um serzinho tão pequeno.

— Você sabe que presentes é só em ocasiões especiais, não sabe? — Era quase uma regra. Demi era rígida com a educação da filha e sempre explicava para a garota que ela precisava fazer por merecer para ganhar presentes. As coisas levavam tempo e presentes eram apenas em ocasiões especiais como aniversário.

— E por acaso isso não é especial? Mamãe, eu estou aprendendo a ler. — Alana era uma criança meiga e fofa, mas quando queria tinha uma resposta na ponta da língua. — Meu pai vai ficar muito feliz com a novidade, eu tenho certeza que ele vai me dar um presente.

— Qualquer coisa que você pedir ele vai te dar. — Revirou os olhos porque era o que realmente acontecia. Tudo o que Alana pedia para o pai ele dava sem pensar duas vezes e isso irritava Demi profundamente. — Hoje a noite você vai ficar com a Kim, tudo bem? — Perguntou focada em salvar o arquivo em seu computador porque a hora estava passando e ela precisa se apressar se não iria acabar se atrasando.

— E a nossa festa do pijama?

— Só amanhã, bebê. — Sorriu e quando salvou o arquivo, fechou o notebook. — Vamos para casa? Eu preciso me arrumar e você tem que organizar os seus brinquedos que ficou espalhado pelo quarto. — Disse se levantando, Alana fez careta e bebeu o último gole do suco. Ela pegou a sua boneca de pano e segurou a mão da mãe enquanto iam até o caixa para pagar pelo o que comeram. — Eu vou levar um pedaço da torta de morango. — Demi falou para a atendente que assentiu prontamente e saiu para preparar o pedaço.

— Mãe, meu pai vai vir me ver hoje? — Alana perguntou sorridente enquanto tentava se equilibrar na quina da calçada. Elas já estavam caminhando em direção do local aonde o carro estava estacionado. — Ele prometeu que ia assistir o filme da Barbie e o Castelo de Diamante comigo. — Ter uma criança em casa era isso: passar o dia assistindo filme da Barbie e das princesas da Disney.

— Alana você vai cair. — Crianças podiam ser teimosas quando queriam. Se equilibrar na quina da calçada não era uma boa ideia e Demi já estava prevendo que a filha ia cair e se machucar. — Eu não sei se o seu pai vem hoje, você pode ligar para ele quando chegarmos em casa.

— Eu acho que é uma boa... — Alana não conseguiu terminar a frase porque acabou se desequilibrando e caindo de joelhos. Demi respirou fundo e ajudou a pequena a se levantar, Alana começou a chorar e reclamar do joelho que havia ralado e estava sangrando.

— Se você me escutasse isso não teria acontecido. — O alarme do carro foi desativado, Demi abriu a porta e ajudou a filha a sentar no banco de trás. Ela deu a volta, sentou no banco do motorista e colocou a sacola com a torta de morango no banco do passageiro.

— Está doendo. — Entre um soluço ou outro Alana disse e limpou as lágrimas com as mãos. Demi colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e virou-se para ver o machucado da filha, o pior era que ela não tinha nenhum paninho no carro para limpar o machucado.

— Quando chegarmos em casa você toma banho e eu coloco um curativo, não machucou muito. — Não havia sido nada grave, apenas um arranhão. Ela se acomodou melhor no carro e deu partida, o centro de Los Angeles não era muito longe da sua casa, era cerca de quinze minutos e o trânsito colaborou para que ela não demorasse. Será que Demi era tão dramática quanto Alana? Para descer do carro foi uma luta que só e a garotinha fez com que a mãe a carregasse até o elevador. E para tomar banho? Demi já estava começando a ficar estressada.

— Eu não quero tomar banho, vai doer. — Alana tentava de todas as formas convencer Demi, a menina já estava no banheiro pronta para tomar banho, mas não queria entrar no box de jeito nenhum.

— Você precisa lavar para não infeccionar, você quer que fique pior? — Demi perguntou já sem paciência. Ela ligou o chuveiro e abriu o box. — Alana, entra no chuveiro agora. — Chorando, Alana adentrou no box do chuveiro e chorou ainda mais quando a água quente entrou em contato com o ferimento do joelho.

— Está doendo e a culpa é toda sua, sua chata. — Disse emburrada e soluçando. A garotinha era uma atriz merecedora de Oscar. Demi mostrou a língua quando a garotinha lhe mostrou a língua e fez careta. — Eu nunca mais vou tomar banho. — Alana falou enquanto a mãe lavava seus cabelos, ela tentava a todo custo deixar o joelho fora de contato com a água quente. — E eu vou contar tudo para o meu pai.

— Tá bom, sua porquinha. Eu vou separar uma roupa para você. — Demi saiu do banheiro e foi até o quarto da filha, ela separou uma calça de moletom e uma blusa de manga comprida e foi até seu quarto buscar o pequeno kit de primeiros socorros. Quando voltou para o banheiro, ajudou Alana a terminar de tomar banho e a enrolou em uma toalha, levando-a para o quarto.

— Vai com cuidado, mãe. — Pediu quando Demi cuidadosamente começou a secar o ferimento no joelho. Após higienizar o local, Demi fez um curativo e ajudou a garotinha a vestir a roupa. — Eu vou assistir desenho enquanto meu pai não chega. — Alana saltou da cama e saiu correndo pelo corredor como se nada tivesse acontecido. Demi balançou a cabeça e arrumou a pequena bagunça que havia feito no quarto.

Joseph não esperava encontrar Blake no estacionamento do seu condomínio. Ela havia acabado de sair do seu carro e ele estava caminhando em direção a sua moto, havia prometido para Alana que passaria a tarde assistindo filmes da Barbie e comendo besteira com a garotinha. Ele sorriu para Blake e a cumprimentou com um beijo na bochecha. — Eu tenho um convite para te fazer e não aceito um não como resposta. — Blake falou sorridente. Joe arqueou uma das sobrancelhas e sorriu. — Quero te convidar para ir a um pub comigo essa noite, vou encontrar alguns velhos amigos e quero muito que você vá.

— Blake, eu estou indo ver a minha filha, não sei que horas eu vou chegar. Eu prometi que ia assistir vários filmes da Barbie com ela. — Sorriu porque só de pensar em ficar deitado com a filha assistindo era motivo de felicidade para ele, mesmo que fosse filmes da Barbie. Mas aquele não era o único motivo pelo qual não queria ir, Joseph era esperto e já tinha percebido que Blake estava afim dele e sabia também que Demi tinha ciúmes dela, ele não queria que nada atrapalhasse uma possível reconciliação entre ele e Demi.

— Você pode assistir filmes da Barbie com a sua filha e depois que sair de lá ir me encontrar, o que acha? Somos amigos e não tem nada demais em sair para beber um pouco e se divertir, não é um encontro ou nada do tipo. Por favor, o que eu tenho que fazer para você ir? — Perguntou segurando a alça da bolsa preta. Joseph riu e assentiu com a cabeça, ele poderia ir fazer companhia para ela, beber uma cerveja e depois voltar para casa. Nada demais.

— Tudo bem, Blake. Eu encontro você lá pode ser?

— Sim, muito obrigada. Vai ser muito divertido, você não vai se arrepender. — Ela sorriu e beijou a bochecha dele. Joseph colocou o capacete da moto e subiu dando partida logo em seguida. No meio do caminho ele passou em uma loja de doces para comprar algumas besteiras e não demorou muito para que ele chegasse até o condomínio em que Demi morava.

O porteiro liberou sua entrada e ele caminhou distraidamente até o elevador, estava tão distraído que quase não percebeu quando uma senhora o chamou para ajudá-la a colocar as compras no elevador. Ele fez todo o trabalho e sorriu quando a senhora simpática lhe agradeceu. — Ah muito obrigada, querido. — Ela sorriu e encarou Joseph. — Eu vejo você bastante por aqui. — Helena comentou mirando Joseph de cima a baixo. — Alana me falou que você é o pai dela, o que aconteceu entre você e Demi? É porque Demetria mora aqui há tantos anos e eu nunca vi você por aqui antes, você é mesmo o pai de Alana? — O que era aquele tanto de perguntas? Como uma senhora com um rosto tão meigo podia ser tão curiosa?

— É uma longa história, senhora. — Disse educadamente. — Mas eu sou sim o pai de Alana, eu e Demi nos envolvemos quando éramos mais novos e ela acabou engravidando, perdemos o contato e só os reencontramos há pouco tempo. — Explicou por cima para não entrar em detalhes, o que havia acontecido não era da conta de ninguém.

— Ah entendi, mas vocês estão juntos? — Perguntou curiosa, mas não deu tempo para que Joseph respondesse a pergunta porque as portas do elevador se abriram no andar em que Helena morava. A filha da senhora já estava esperando por ela na porta do elevador e a ajudou com as compras. Helena se despediu de Joe com um aceno e as portas do elevador se fecharam novamente.

A felicidade sempre o acompanhava quando Joseph tocava a campainha daquele apartamento. A ansiedade de ver a filha e a mulher que ele tanto amava sempre tomava conta de si. Ele esperou ansiosamente e quando a porta foi aberta perdeu o fôlego. Como uma mulher podia ser tão bonita como Demi? O vestido preto moldava todas as curvas magníficas que ela possuía e a maquiagem realçava ainda mais a beleza dela. Demi era capaz de deixar qualquer pessoa sem fôlego. — Você é a mulher mais linda que eu já vi em toda a minha vida. — Joe disse sorrindo porque ele era um filho da mãe sortudo por ter uma mulher daquela em sua vida. As bochechas de Demi coraram e ela só não mordeu o lábio inferior por causa do batom vermelho.

— Para com isso, Joseph. — Pediu envergonhada quando ele a puxou delicadamente pela cintura e a beijou no pescoço. Ela gostava da sensação que Joseph lhe causava toda vez que seus lábios estavam selados em sua pele.

— Você é linda, Demi. — Ele sorriu contra o pescoço dela e deu um selinho atrás da orelha dela quando Demi o abraçou pelo pescoço acariciando os cabelos da sua nuca com a ponta das unhas. — Eu trouxe chocolate para você. — Disse um tempinho depois. Demi sorriu e se afastou dando espaço para ele adentrar no apartamento.

— Como você está, linda? — Perguntou enquanto caminhava até a sala. Batman estava deitado no tapete da sala e assim que o viu levantou abanando o rabinho e latiu o olhando. — Oi garotão. — Sorriu animado e colocou as sacolas com os doces em cima do balcão, ele deu dois tapinhas em sua perna chamando Batman para perto e gargalhou feliz quando o cachorrinho pulou em sua perna latindo animadamente. O cachorrinho estava crescendo e ficando cada dia mais esperto. Demi estava sentada no braço do sofá e observava tudo com um sorriso no rosto, ela imaginava como seria ver aquela cena todos os dias, estava tão concentrada em Joseph que a pergunta dele ficou sem resposta. — Ele está ficando cada dia mais esperto.

— Esperto e traquina. — Respondeu pensando na bagunça diária que o cachorrinho fazia no apartamento. O cãozinho era pego no flagra constantemente mastigando chinelos, arranhando o pé do sofá de Demi e Alana estava sempre tentando acobertar a bagunça que o cachorro fazia.

— Aonde está Alana? — Perguntou estranhando o fato da filha não estar na sala. Demi franziu o cenho confusa porque até minutos atrás a garotinha estava deitada assistindo desenho na sala, quando ouviu o barulho de algo caindo no andar de cima, ela soube que Alana estava aprontando.

— Alana? — Demi gritou pela filha e subiu as escadas rapidamente com Joseph logo atrás dela. Quando eles adentraram no quarto, Joe teve que prender o riso para não gargalhar ao ver o rosto da filha. Alana estava com a boca toda borrada de batom vermelho, o blush nas bochechas da garotinha estava muito forte, a sombra azul nos olhos também e o pó de Demi estava quebrado em pedacinhos no chão. — O que diabos você está fazendo, Alana? — Perguntou irritada. — Quem deu permissão para você mexer nas minhas coisas?

— Eu só estava tentando ficar bonita para o meu pai. — Alana falou cabisbaixa porque sabia que a mãe iria brigar. Demi fechou os olhos e respirou fundo para não surtar, Alana era uma ótima criança, mas tinha os dias que ela acordava tão teimosa que ficava difícil lidar com ela.

— Alana vai para o banheiro lavar o seu rosto antes que eu te coloque de castigo. — Será que era TPM? Joseph se perguntou, Demi se estressava tão fácil que era até engraçado. Alana passou pela mãe correndo e pulou nos braços do pai dando um beijo na bochecha dele deixando a marca do batom vermelho.

— Você não precisa de maquiagem para ficar linda, princesa. — Sorriu e beijou a testa da filha carinhosamente, ele caminhou com ela até o banheiro e ajudou a garotinha a tirar toda a maquiagem do rosto, quando eles voltaram para o quarto Demi estava terminando de arrumar as maquiagens que estavam bagunçadas. — Querida, vai colocar o filme da Barbie para nós assistirmos enquanto eu ajudo a sua mãe a arrumar essa bagunça. — Alana assentiu prontamente e desceu as escadas correndo. — Não precisa ficar irritada por causa disso, Demi.

— Você não tem o direito de me dizer como eu devo ficar, Joseph. — Respondeu caminhando até o closet com a nécessaire de maquiagem em mãos, ela ficou na ponta dos pés para guardar as maquiagens em um lugar alto o suficiente para que Alana não alcançasse e Joseph não deixou de observar o bumbum avantajado e as coxas grossas quando o vestido subiu um pouco. — Ela está assim por sua culpa, porque você faz tudo o que ela quer.

— Eu não vou entrar nisso porque eu sei que vamos acabar brigando. — Era sempre assim que a briga entre eles começava. — Ela é uma criança, toda criança na idade dela apronta, é só uma fase. — Disse se aproximando cuidadosamente, ele a puxou pela cintura e sorriu daquele modo sedutor que era capaz de deixar qualquer mulher de calcinha molhada. — Você fica tão fofa quando está irritada. — Demi revirou os olhos e umedeceu os lábios o deixando dar um beijinho em seu ombro.

— Eu estou irritada com você porque você faz tudo o que Alana quer, ela está ficando mimada e teimosa. — Morder o lábio inferior foi inevitável quando as mãos de Joseph desceram para o seu bumbum, ela o abraçou pela cintura e levantou a cabeça para olha-lo nos olhos.

— Prometo que vou tentar mudar isso. — Ele não fazia aquilo para deixar Alana rebelde ou qualquer coisa do tipo, era porque se sentia na obrigação de dar tudo o que ele não pode dar quando ela era um bebê. — Eu não faço isso para te irritar, linda. — Era incrível como Demi cedia fácil a ele. Ela deixou que ele lhe desse um selinho demorado e se afastou.

— Pai, eu não acredito que você trouxe pipoca colorida. — Alana adentrou no quarto e Demi empurrou Joseph pelo peito porque os braços dele ainda estavam em volta da sua cintura e as mãos dele ainda apertavam seu bumbum. Demi encarou a filha e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha, será que Alana havia visto alguma coisa? — Você vem assistir o filme, papai? Já vai começar. — Perguntou com um sorrisinho nos lábios. Joseph encarou Demi e depois assentiu segurando a mão da filha.

Joseph desceu com Alana para assistir o filme e Demi ficou no quarto para terminar de se arrumar. Quando ela desceu as escadas sorriu porque era lindo ver Joseph deitado em seu sofá com Alana em seu peito, ele acariciava os cabelos loiros da garotinha. Alana prestava atenção no filme e com Joseph não era diferente, ele realmente estava interessado. Demi sentou próximo a eles e pegou um tablete de chocolate.

LOS ANGELES, HOTEL.


Los Angeles era uma cidade incrivelmente linda. Clarice não tinha palavras para descrever o quanto estava encantada pela aquela cidade, havia chegado de manhã, mas no caminho para o hotel eles passaram pela praia e foi tudo muito incrível. Aquelas férias estavam sendo merecidas, mas ela não via a hora de abraçar sua filha e pedir desculpa por tudo o que havia feito, por todas as decisões erradas que haviam tomado. George saiu do banheiro vestido em uma calça jeans e uma camisa polo preta. — Já está pronta, querida? — Perguntou se sentando na cama para calçar o tênis. Clarice assentiu e suspirou, ela não conseguia esconder o nervosismo. — Eu ainda acho que deveríamos avisar antes de irmos, não quero que você se decepcione quando chegar lá.

— Não me faça ficar ainda mais nervosa, George. — Reclamou passando uma das mãos pelos longos cabelos pretos. — Tudo o que eu mais quero é resolver toda essa situação entre nós, somos uma família e temos que ficar unidos, Demi é a nossa única filha e eu não quero mais ficar longe dela.

— Se Demetria não fosse tão orgulhosa isso não estaria acontecendo, tudo o que ela precisa entender é que tudo o que nós fizemos foi para o bem dela e ela não seria metade do que é hoje se não fosse a gente. Ela aprendeu a ser independente e forte por nossa causa. — George disse enquanto penteava os cabelos pouco grisalhos em frente ao espelho.

— George, você me promete que não vai ser ignorante? Eu quero muito que Demi nos perdoe e que sejamos uma família feliz novamente, eu quero fazer parte do crescimento da nossa netinha, isso é muito importante para mim e eu não quero que você estrague tudo com o que você idealizou na sua mente sobre a Demi ser uma médica e tudo mais, isso é passado e passado fica no passado, entendido?

— Eu não vou ser ignorante ou rude, querida. Eu também sinto falta da nossa filha e me sinto velho toda vez que vejo foto da nossa netinha e como ela cresceu, Demi é minha filha, minha única filha e eu a amo, tudo o que fiz foi pelo bem dela e quero que tudo fique bem entre nós. — Clarice sorriu feliz pela resposta positiva do marido e o abraçou pela cintura, ele acariciou o cabelo da amada e selou seus lábios em um selinho. — Podemos ir? — Perguntou colocando a carteira no bolso traseiro da calça jeans. Clarice pegou as duas caixas de presente que ela havia comprado para Demi e para a neta e assentiu com a cabeça.

O hotel em que eles estavam hospedados ficava no centro de Los Angeles. Eles passaram pela calçada da fama e naquela região o trânsito estava um caos, havia muito turistas que procuravam o nome dos seus artistas favoritos, conseguir o endereço do local aonde Demi morava não foi difícil, bastou entrar em contato com os pais de George. Quando chegaram ao condomínio em que Demi morava, eles tiveram que se identificar, explicaram a situação para o porteiro e ele permitiu a entrada dos dois no prédio.

Quando apertou a campainha o coração bateu acelerado no peito e George entrelaçou suas mãos sorrindo para tentar acalma-la. Foi impossível não sorrir ao escutar as gargalhadas altas da neta que vinha do apartamento, ela parecia estar feliz e isso era reconfortante. A porta foi destrancada e quando aberta Clarice sorriu ao se deparar com Demi, ela estava tão bonita.

— Mãe? Pai? — Demi perguntou com os olhos arregalados sem acreditar que estava vendo seus pais bem na sua frente. — O que... o que vocês estão fazendo aqui? — Ela estava sonhando só podia ser. Aquele não era um bom momento, na verdade era um péssimo momento.

— Nós viemos te visitar, filha. — Clarice disse sorridente. Ela deu um passo para se aproximar da filha. — Sei que você não esperava por isso, deve ter sido uma grande surpresa, mas nós queremos conversar e esclarecer tudo, nós somos uma família e não é certo existir esse espaço entre nós.

— Eu sinto muito se te magoamos, mas nós só queríamos o melhor para você, eu queria que você se tornasse uma mulher forte e independente, sei que o meu jeito de demonstrar isso não foi o melhor e eu sinto muito por isso. — George disse olhando nos olhos castanhos da filha. Demi encarava os pais sem saber o que dizer.

— Eu... — Quando Demi abriu a boca para dizer algo a porta foi aberta por Alana e ela abraçou as pernas da mãe enquanto gargalhava alto.

— Mamãe, me ajuda o papai quer me pegar. — Disse entre a gargalhada gostosa, as bochechas estavam rosadas de tanto correr e dar risada. Ela e Joe estavam brincando de fazer cócegas. Demi viu as feições confusas do pai e quando Joseph apareceu no campo de visão deles, ela sentiu que a confusão estava realmente armada.

— Joseph Jonas? O que diabos você está fazendo aqui? — George perguntou sem desviar o olhar dele. Joseph o encarou da mesma forma e abraçou Alana pelos ombros quando a garotinha lhe abraçou a perna olhando confusa para eles. — O que esse moleque está fazendo aqui, Demetria? — Cobriu uma explicação.

— Alana, sobe para o seu quarto. — Joe disse sério porque ele não queria que a filha presenciasse aquele momento. Alana assentiu e subiu as escadas correndo. Joseph se aproximou ficando ao lado da Demi e encarou George e Clarice.

— Você se esqueceu da surra que levou anos atrás, seu moleque? Eu não acredito que depois de tudo você teve a cara de pau de aparecer novamente. Eu te disse para ficar longe da minha filha, eu conheço muito bem o seu tipo, você vem de uma família destruída e não vai acrescentar nada na vida da minha filha, você estragou a vida dela anos atrás e eu não vou deixar você fazer isso novamente.

— Quem estragou a vida da Demi foi vocês mesmo. Vocês estragaram a vida dela quando a expulsaram de casa, que tipo de pai você é, George Lovato? Você expulsou a sua única filha de casa quando ela mais precisava de você, quando a sua única filha mais precisou de você a única coisa que você fez foi virar as costas e a deixar sozinha.

— Cala a sua boca, seu desgraçado. — George elevou o tom de voz e deu um passo em direção a Joseph se desvencilhando do toque da esposa que pedia para ele se acalmar. — Você usou a minha filha da pior forma possível. Você não é muito diferente do seu pai e por isso eu nunca vou permitir que vocês fiquem juntos, você é um vagabundo imprestável e eu não vou permitir que você estrague a vida da minha filha outra vez.

— George, por favor. — Clarisse disse tocando o ombro do marido tentando fazer com que ele se acalmasse. Ela sabia que o marido tinha o gênio forte e ela não queria que acontecesse uma briga. Não era para isso que eles estavam lá

— Eu estou sendo para a minha filha o pai que você não foi para a sua. — O soco foi certeiro bem no maxilar de Joseph, ele cambaleou para trás porque o pegou totalmente desprevenido. Demi gritou assustada e sentiu as lágrimas descerem pelas bochechas. Aquela situação lhe deixava totalmente sem ação, eram seus pais e o homem que ela amava, aquilo não era certo. — Vai me bater porque você não aguenta ouvir a verdade, George? Não aguenta ouvir que você foi um pai de merda para a sua única filha? Você se orgulha de abandonar Demi quando ela mais precisou de você? Você se orgulha por deixá-la sozinha e afastá-la de mim quando ela mais precisava de alguém ao lado dela? Por sua culpa eu fiquei anos longe da minha filha, por sua culpa a minha filha viveu cinco anos longe do pai. Você é um ser humano desprezível e tudo de ruim que aconteceu na vida da Demi é culpa sua, apenas sua. — Quando George se preparou para dar outro soco em Joseph, Demi se colocou na frente de Joe e George abaixou a mão.

— Por favor, parem. — Demi pediu entre as lágrimas. — Você não pode vir na minha casa e armar toda essa confusão, isso não é certo. Eu não sou mais aquela garotinha, eu sou uma mulher adulta e você tem que respeitar as minhas decisões. Joseph é o pai da minha filha e eu não vou permitir que você faça isso com ele.

— Eu pensei que você tinha colocado um pouco de juízo dentro dessa sua cabeça depois de tantos anos, esse moleque está te enganando e você mais uma vez está caindo na lábia dele como a idiota inocente que você é. Esquece que nós existimos, a partir de agora você é sozinha no mundo. — Disse aquelas palavras olhando-a nos olhos e só desviou o olhar para observar a mulher ao seu lado. — Vamos embora, Clarice.

— George... — Clarice disse sentindo o coração quebrado em pedacinhos, ela queria concertar as coisas, queria que eles fossem uma família novamente.

— Eu estou indo embora, se você for ficar, fique sozinha. — Falou caminhando para fora do apartamento. Clarice suspirou e encarou a filha, Demi a encarava com lágrimas nos olhos como se pedisse para ela ficar. Ela limpou a lágrima dos olhos da filha e se aproximou para abraçá-la. Demi passou os braços pela cintura da mãe e chorou como uma criança assustada.

— Eu prometo que vou voltar, filha. — Clarice beijou a testa de Demi e entregou as duas caixas com os presentes que ela havia comprado para a filha e suspirou. — Eu preciso ir, se cuida e dê um beijo na minha netinha por mim. — Disse e saiu atrás do marido. Demi adentrou no apartamento e limpou as lágrimas que desciam pelas bochechas.

— Sinto muito, Demi. Eu não deveria ter me intrometido no assunto de vocês. — Joseph disse arrependido porque se ele tivesse ficado calado e subido para o quarto com Alana essa confusão toda não teria acontecido. Demi colocou os presentes em cima da mesa e segurou a mão dele o puxando para a cozinha.

— Ele te machucou? — Perguntou verificando o maxilar de Joseph. Ele negou com a cabeça e fez uma careta quando Demi tocou levemente. — Vai ficar a marca. Eu vou pegar gelo para você colocar em cima. — Suspirou tristonha enquanto colocava o gelo no congelador da geladeira. Joe a puxou carinhosamente pela mão a abraçando de forma protetora.

— Ei, não precisa. Eu estou bem, linda. — Joe disse carinhosamente acariciando o cabelo dela. Demi suspirou e sentiu as lágrimas voltarem com força total, ela respirou fundo e limpou as lágrimas com as mãos, não queria chorar, mas era impossível conter a frustração que estava sentindo. — Você é uma mulher forte e independente, não precisa dele para nada.

— Ele é o meu pai. — Demi não precisou dizer mais nada. Ele era o pai dela e independente de qualquer coisa, Demi sempre iria ama-lo. Eles ficaram abraçados por longos minutos até Demi se acalmar mais. — Eu acho melhor você ir para casa, eu tenho um compromisso agora. — Disse se afastando. Ele queria ficar, mas percebeu que não tinha escolha. Ele subiu as escadas para conversar com a filha e acalmá-la, ele explicou o motivo da briga e garantiu que estava tudo bem. Se despediu de Demi com um abraço e um beijo na testa e foi embora logo em seguida.

— Kristen, aonde você está? — Perguntou assim que a melhor amiga atendeu o celular. Demi estava apoiada no balcão da cozinha e encarava um ponto qualquer.

— Eu estou aqui naquele pub em que vamos comemorar o aniversário do Ryan. Por que? Você já está indo jantar com Wilmer?

— Não, eu... eu posso te encontrar aí? Wilmer cancelou o jantar, ele está doente e não vai poder ir. — Mentiu porque não queria explicar tudo o que havia acontecido. — Sua mãe vai levar Alana para o cinema e eu não quero ficar sozinha.

— Eu estou te esperando, amiga. O Ryan quer muito que você venha e eu também, vamos comemorar como nos velhos tempos, quando éramos os três escoteiros. — Brincou animada. Demi sorriu e limpou a lágrima que escorreu pela bochecha, ela sentia falta do seu melhor amigo. Ryan era uma pessoa maravilhosa e com certeza estaria lhe dando os conselhos mais sábios que alguém poderia dar.

— Tudo bem, eu vou arrumar Alana e já chego aí.

— Quando chegar me manda mensagem, eu te amo, vadia. — Disse e desligou o telefone logo em seguida. Demi respirou fundo e subiu as escadas em direção ao quarto da filha enquanto pensava em uma desculpa para dizer a Wilmer que não iria comparecer ao jantar.


***


Kristen já estava esperando por Demi do lado de fora do pub. Ela sorriu quando a amiga desceu do uber e a cumprimentou com um abraço apertado porque elas haviam ficado o dia inteiro sem se ver. Ao sentir os braços da melhor amiga em volta do seu ombro, Demi sentiu vontade de chorar porque Kristen era a única pessoa que ela realmente poderia contar para qualquer coisa. — Amiga, você está linda. — Kris mirou Demi de cima a baixo e sorriu de maneira maliciosa. — Wilmer não sabe a mulher magnifica que ele perdeu essa noite. — O jantar romântico com Wilmer havia sido cancelado por uma mensagem de texto, cruel, mas o melhor que ela poderia fazer naquele momento. A cabeça e o coração estavam uma confusão. — Vamos entrar, só falta você. — Disse puxando Demi pela mão para adentrar no bar, estava lotado e a música latina tomava conta do local. Elas caminharam de mãos dadas até a mesa em que os amigos estavam reunidos. Seu olhar cruzou com o de Ryan e ela sorriu timidamente. 

— Eu jamais te perdoaria se você não viesse. — Ryan disse levantando-se para abraçar a melhor amiga. Demi abriu um enorme sorriso e passou os braços em volta da cintura dele e fechou os olhos quando sentiu os lábios de Ryan tocarem sua testa carinhosamente. 

— Eu senti muito a sua falta, não se afaste de mim novamente. — Pediu gostando da sensação de estar nos braços do melhor amigo, Ryan era como seu irmão que ela nunca teve, ele sempre protegia ela e Alana e ficar longe dele era terrível, gostava de rir das coisas idiotas que ele fazia e de passar a tarde assistindo filmes e comendo besteira. — Feliz aniversário, eu espero que você alcance todos os seus objetivos e realize todos os seus sonhos, você é uma pessoa incrível e merece o melhor. Amo você, grandão. 

 — Obrigado, baixinha. — Sorriu feliz por ter a amiga novamente em sua vida. Demi cumprimentou alguns amigos de Ryan que estava ali e sentou ao lado do amigo. Ela agradeceu quando o garçom lhe entregou uma garrafa de cerveja e deu um longo gole. — Como a minha sobrinha está? — Ryan perguntou após dar um gole na cerveja. 

— Ela está ótima, cada dia mais traquina. — Respondeu observando o movimento do pub. Os seus olhos foram de encontro com um par de olhos verdes de um moreno que lhe encarava sem disfarçar, Demi umedeceu os lábios e desviou o olhar encarando a melhor amiga que não tirava os olhos do celular. — Aconteceu alguma coisa, Kris? 

— Stella já deveria ter chegado, eu mandei mensagem, mas ela não recebeu. — Mordeu o lábio inferior sem desviar o olhar do celular, ela suspirou bloqueou o aparelho enquanto levava a garrafa de cerveja até a boca. — Ela deve estar presa no trânsito. — Deu os ombros. — Como foi a sua tarde? Eu ia passar lá antes de sair, mas achei que você estaria com Joseph e eu não queria atrapalhar. — Sorriu maliciosa e Demi murmurou um palavrão antes de beber a cerveja gelada. 

— Foi normal. — Disse porque não entraria em detalhes ali, deixaria para conversar sobre aquilo com Kristen em um outro momento. — Joseph apareceu por lá para assistir filme com Alana e eu vim para cá, nada demais. — Ela encarou novamente o homem de olhos verdes e sentiu as bochechas corarem ao ver que ele ainda tinha os olhos sobre ela, não podia negar que ele era bonito. 

— Ele não para de te olhar. — Kristen comentou, mas acabou perdendo o foco quando avistou Stella caminhar em sua direção. Ela abriu um enorme sorriu e levantou para cumprimentar a namorada com um beijo. — Stella, essa é a Demi, a minha melhor amiga do mundo todo. — Disse apresentando-as. — E Demi essa é Stella, minha namorada. — Demi levantou e sorriu porque Kristen tinha um sorriso feliz nos lábios, ela cumprimentou a namorada da amiga com um beijo na bochecha e um abraço apertado. 

— É um prazer conhecê-la, Demi. Kristen fala muito sobre você e eu já sinto como se eu te conhecesse há anos. — Brincou fazendo Demi rir. A conversa na mesa estava animada, eles conversaram sobre os mais variados tipos de assunto enquanto bebiam, relembraram velhos momentos e cantaram algumas músicas conhecidas. Por mais que tentasse se mostrar animada, vez ou outra Demi se pegava pensando nos pais e no desastre de mais cedo. O que havia de tão errado com ela a ponto dos pais não a amarem? "Esse moleque está te enganando e você mais uma vez está caindo na lábia dele como a idiota inocente que você é". Ela era inocente? O pai tinha razão? Joseph realmente queria algo sério com ela ou queria apenas engana-la? Eram tantas perguntas sem respostas e uma confusão de sentimentos. 

— Ei, eu acho que já chega de bebida por hoje. — Kristen disse tomando o copo de vodka com limão das mãos de Demi que a olhou com o cenho franzido e uma cara nada boa. — Você está passando dos limites permitidos, você toma remédio para pressão e não pode exagerar. 

— Você não é minha mãe, Kristen. — Demi disse séria encarando Kristen. Ela já estava cansada de todos quererem mandar em sua vida, ditando o que ela deveria ou não fazer e o álcool que corria em suas veias não ajudava nada a situação. — Eu vou beber o quanto eu achar que devo beber e você não vai me impedir. Eu já estou cansada de vocês quererem mandar na minha vida. — Levantou irritada e caminhou em direção ao bar, não sabia que a bebida já estava fazendo efeito até sentir que tudo estava girando em sua volta. — Por favor, uma tequila. — Pediu se apoiando no balcão. 

— Não consigo parar de te olhar desde que coloquei os olhos em você essa noite. — O dono do lindo par de olhos verdes disse alto ao lado de Demi para que ela pudesse ouvir. Demi virou o rosto e não conseguiu evitar o sorriso que nasceu em seus lábios. — Sou Jesse Williams. — Ofereceu a mão e Demi apertou no mesmo instante. 

— Sou Demi. — Se apresentou e agradeceu quando o barman colocou sua bebida em cima do balcão. Ela bebeu a tequila e colocou o copo sobre o balcão já com metade da bebida. — Então Jesse... você é daqui de LA? — Perguntou sentando-se no banquinho porque acabaria caindo no chão porque tudo em sua volta girava, não deveria ter bebido com o estômago vazio.

— Sou de Nova York, estou há uma semana em Los Angeles para um congresso de medicina, hoje eu tive um dia de descanso e resolvi conhecer a cidade. — Ele bebeu o resto da sua bebida e a encarou de cima a baixo demorando o olhar em cada pedacinho do corpo dela. 

— E o que está achando? — Perguntou se referindo a cidade. Mas Jesse estava mais focado em admirar o corpo da morena e por isso demorou para respondê-la. 

— Por enquanto eu estou adorando cada detalhe. 

Blake era uma mulher bonita e divertida. Ela tinha muitas qualidades e os amigos dela eram pessoas incríveis e legais, o clima entre eles estava bom, mas Joseph não conseguia se concentrar no momento porque estava pensando em Demi. Ele não deveria ter deixado ela sozinha. — Eu vou buscar mais uma cerveja, já volto. — Joe disse antes de se levantar e caminhar até o bar. Ele pediu por uma cerveja e quando olhou para o lado franziu o cenho ao ver Demi sorrindo para um homem que estava sentado ao seu lado. O que ela estava fazendo ali? Sentiu o ciúme tomar conta do coração ao ver a maneira em como os dois conversavam, ele cruzou os braços e pigarreou chamando a atenção dos dois.

— Joseph? — Ela estava surpresa porque ele era a última pessoa que ela imaginava encontrar naquele bar. 

— Demi, que surpresa agradável. — Joe sorriu e encarou o homem ao lado dela com uma sobrancelha arqueada. — Esse era o seu compromisso? — Demi franziu o cenho e bebeu o restante de tequila que havia em seu copo. Ela se levantou e pediu licença para Jesse enquanto caminhava para fora do pub com Joseph logo atrás dela.

— Joe, eu estou te procurando... — Demi parou e olhou para trás encarando a mulher loira e alta em sua frente. As duas se encararam por longo segundos até Blake sorrir de lado e desviar o olhar para Joseph. Ele estava tendo um encontro com Blake? Demi comprimiu os lábios em uma linha reta e continuou caminhando para fora do pub. 

— Eu não acredito que você está tendo um encontro com ela, você é um verdadeiro filho da puta. — Disse irritada assim que Joseph se aproximou dela. Eles estavam do lado de fora do pub em um lugar afastado, Demi estava encostada na parede e se abraçou assim que o vento gelado soprou. — Talvez eu devesse escutar o meu pai, você não vale a pena. 

— Então eu acho melhor você tomar uma decisão porque eu não aguento mais, porra. Eu não estou tendo porcaria de encontro nenhum com Blake ou qualquer outra mulher, você é a mulher que eu quero e eu já deixei isso bem claro para você, só que eu não posso te forçar a me querer também. Se você acha melhor seguirmos como os pais da Alana me avise porque eu não aguento mais beijar você durante a manhã e ver você saindo com outro cara durante a noite. — Ver Demi com Wilmer ou qualquer outro homem lhe deixava com ciúmes e machucava seu coração. Ele não queria apenas beija-la vez ou outra, ele queria um relacionamento sério, um futuro para eles. 

— Você não pode fazer isso comigo. Como eu vou me entregar para uma pessoa que me magoou tanto no passado? Se acontecer novamente eu não vou suportar e tem Alana também, eu não quero que ela sofra caso isso não der certo. — As lágrimas já desciam descontroladamente pelo rosto delicado e Demi apostava que a culpa era da bebida. — As coisas estão confusas, está tudo acontecendo muito rápido e eu não estou sabendo lidar com isso. 

— Shhh... — Joseph a puxou para os seus braços e a abraçou fortemente querendo protegê-la do mundo. Demi não merecia sofrer, ela merecia ser feliz e ele queria fazê-la feliz, só precisava de uma oportunidade. Deixou que ela chorasse liberando toda a frustração que estava sentindo, as lágrimas dela molhava a camisa preta dele, mas aquilo não importava. Demi precisava desabafar e Joseph estava ali para ela. 

— Eu estou cansada. Você pode me levar para casa e ficar comigo? Eu bebi mais do que deveria e não estou me sentindo muito bem, não quero ficar sozinha. — Pediu levantando a cabeça para olha-lo nos olhos, ela gostava como os olhos dele eram idênticos aos olhos de Alana, a cor dos olhos deles era simplesmente magnifica e ela adorava olhar para eles. 

— Claro, querida. Vamos, eu vou cuidar de você. — Joe beijou a testa dela carinhosamente e caminhou abraçado a ela até onde seu carro estava estacionado. Ele sentia que as coisas iriam começar a mudar para eles, Demi merecia ter alguém que a amasse ao lado dela e ele queria ser esse alguém. Queria dar o amor e carinho que ela tanto sentia falta. 

Assim que chegou em casa a primeira coisa que Demi fez foi sentar no sofá e retirar o salto, ela sentia seus pés latejarem e seu estômago revirar, nunca mais iria beber. Observou Joseph trancar a porta do apartamento com Alana adormecida em seus braços, eles haviam passado no apartamento de Kim para busca-la. — Eu vou coloca-la na cama. — Demi assentiu e subiu para o segundo andar com ele. Ascendeu a luz e arrumou a cama da filha para que Joseph pudesse coloca-la. 

— Eu vou tomar banho, já volto. — Disse baixinho e caminhou diretamente para o seu quarto. Como ela havia conseguido fechar o zíper daquele vestido? Se perguntava enquanto tentava a todo custo abrir o zíper das costas do vestido. Bufou irritada e chamou por Joseph. — Você pode me ajudar com o zíper? — Perguntou quando Joe adentrou no quarto. Ele assentiu e se aproximou dela, segurou a cintura dela e a virou delicadamente colocando os cabelos loiros de lado. Demi umedeceu os lábios e respirou fundo ao sentir a respiração dele em sua nuca. Joe desceu o zíper do vestido e mordeu o lábio inferior ao ver as costas nua da mulher que ele tanto amava, como ela era linda. — Obrigada. — Agradeceu e quando se virou sorriu de lado porque ela conseguia ver o desejo nos olhos dele. Ela o queria tanto quanto sentia que ele a queria, o desejo crescia em seu interior e tudo o que passava em sua cabeça eram as coisas mais loucas que queria fazer com ele e foi pensando nisso que Demi se aproximou e passou os braços em volta do pescoço dele juntando seus lábios. 

As mãos quentes dele tocando sua cintura com firmeza era o que ela precisava sentir enquanto a língua dele acariciava a sua na mesma intensidade. Demi segurou o rosto dele com as duas mãos e o puxou para cama e só parou quando sentiu as pernas baterem na cama. — Eu quero você Joseph. — Disse com os lábios ainda aos dele. Ela desceu as mãos até a barra da camisa dele e a puxou, tirando-a. Os olhos percorreram o abdome definido e ela não resistiu o desejo de tocá-lo ali. 

— Eu também quero você, Demi. — Joe confessou a tocando no bumbum. Ele a beijou no pescoço enquanto sentia as mãos delicadas passear pelo seu abdome e costas. Ele queria fazer amor com ela até deixa-la de pernas bambas, mas aquela noite nada iria acontecer. — Mas não hoje. — Demi franziu o cenho e ficou na ponta dos pés para alcançar os lábios dele e tentar convence-lo ao contrário. 

— Joseph, por favor. 

— Querida, eu quero transar com você, quero passar a noite toda te dando prazer. — O coração bateu mais forte no peito e Demi sentiu o íntimo se contrair ao ouvir aquelas palavras sussurradas em seu ouvido. — Mas você bebeu demais essa noite e eu não quero que amanhã você acorde e se arrependa do que aconteceu. — Demi fechou os olhos e respirou fundo ao sentir os lábios dele tocarem um pouco acima dos seus seios. — Quando eu transar com você, você vai ter a plena consciência do que estaremos fazendo e vai ser a sua primeira lembrança pela manhã quando você acordar nua ao meu lado.  — Demi gemeu baixinho só de imaginar como seria. — Vá tomar banho, linda. Eu vou descer e preparar uma aspirina com um copo d’água para ajudar na ressaca amanhã. — Ele saiu do quarto e a deixou sozinha. 

Demi respirou fundo, prendeu o cabelo em coque alto e adentrou no banheiro. Retirou o vestido, a calcinha e ligou o chuveiro. A água quente em contato com seu corpo serviu para ajudá-la a se acalmar. Céus, ela estava quase implorando por ele, o que estava acontecendo com ela? Nunca havia acontecido antes. 

Demi demorou o tempo que achou necessário no banheiro, o banho a ajudou a voltar com parte da sobriedade. Enrolou-se em uma toalha e caminhou diretamente para o closet, vestiu um conjunto de moletom confortável e sentou-se na cama, Joe adentrou no quarto com um copo d’água e um comprimido nas mãos. — Sinto muito pela demora, estava conversando com Kristen. Ela está preocupada com você. 

— Amanhã eu converso com ela, tudo o que eu mais preciso agora é da minha cama. — Disse Demi após tomar o comprimido com a água. Ela colocou o copo em cima do criado mudo ao lado da cama e passou a mão direta no cabelo soltando o coque. 

— Se você quiser eu vou para casa e amanhã de manhã passo por aqui para saber como você está. — Falou enquanto observava Demi arrumar a cama, ela puxou o edredom branco e o olhou com ternura. 

— Fica aqui comigo. — Pediu se sentindo carente, ela sentia falta de acordar com um homem ao seu lado na cama, de sentir braços fortes lhe abraçando e lhe protegendo, se aqueles braços fossem de Joseph seria melhor ainda. Ela sorriu quando Joe deitou ao lado dela e a puxou para que ela deitasse em seu peito e passou os braços ao seu redor. Demi se aconchegou nos braços de Joseph e suspirou se sentindo incrivelmente bem. — Eu não tenho dúvida, é com você que eu quero ficar, Joseph. — Demi disse antes de adormecer e deixar o coração de Joseph acelerado de amor, alegria e alívio. 

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eeei meus amores, como vocês estão? a gripe me pegou mas eu estou bem. sinto muito pela demora, mas aconteceram algumas coisas e eu tive me dedicar completamente a faculdade para não pegar uma dp e me ferrar, graças a deus deu tudo certo e eu estou de férias, só estou indo para o estágio mas é bem de boa e não cansa nada, agora eu tenho tempo para me dedicar ao blog. enfim, espero que vocês gostem do capítulo, eu escrevi na correria do dia a dia então não sei o que dizer. 
respostas dos comentários aqui | volto em breve, bjs.