30/05/2018

28. Thoughts


Joseph saiu do banheiro secando o cabelo com uma toalha. Ele desceu as escadas do apartamento e franziu o cenho ao ver Blake e sua mãe sentadas no sofá, tomando uma xícara de café como se fossem velhas amigas, elas conversavam animadamente uma com a outra e quase não notaram a presença dele na sala. — Joseph, meu filho. — Kelly sorriu e colocou a xícara de café sobre a mesinha de centro. — Sua amiga precisa da sua ajuda, o chuveiro dela queimou e ela precisa que você instale outro chuveiro para ela. — Blake sorriu um pouco sem graça e colocou a xícara de café em cima da mesinha de centro.

— Desculpa incomodá-lo, mas eu não conheço nenhuma outra pessoa, já chamei o sindico mas ele disse que não sabe fazer esse tipo de serviço. Você pode me salvar? — Ela perguntou observando disfarçadamente o peitoral de Joseph. Ele vestia apenas uma bermuda de moletom cinza e algumas gotinhas de água do banho recém tomado escorriam pelo abdome definido.

— Claro, eu vou só colocar essa toalha na lavanderia. — Disse e adentrou na cozinha indo em direção a lavanderia. Ele estendeu a toalha no varal que havia ali e alcançou uma camiseta branca que estava estendida, vestiu rapidamente e voltou para a sala. — Podemos ir? — Perguntou e Blake assentiu prontamente se levantando. Ela se despediu da mãe de Joseph com um beijo na bochecha e agradeceu pelo café. Os dois adentraram no elevador que ainda estava no andar, Blake morava há três andares acima de Joseph.

— Você tem ferramentas na sua casa? — Blake assentiu com a cabeça e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha. — Como você conseguiu fazer essa proeza? — Perguntou divertido com um sorriso nos lábios. Blake riu e deu um tapa no braço dele, fingindo indignação.

— Eu juro que não sei, eu liguei o chuveiro e simplesmente começou a sair fumaça e a água ficou gelada. — Eles saíram do elevador e ela abriu a porta do apartamento. Os dois adentraram e caminharam em direção ao banheiro, o cheiro de queimado ainda estava no ar e Joseph fez uma careta ao ver o chuveiro. — Eu vou pegar as ferramentas e uma escada. — Disse e saiu do banheiro, ela buscou a caixa de ferramentas e as escadas para que Joseph pudesse alcançar o chuveiro.

— Eu nem sei se comprei o chuveiro certo, não entendo nada dessas coisas... quando eu era casada meu marido quem concertava. — Ela observou Joseph subir nas escadas e entregou uma das ferramentas que ele pediu. — Sua mãe comentou que você também já foi casado, eu não sabia disso. Na verdade eu não entendo nada, você tem uma filha com aquela garota, já foi casado com outra, você parece ser um tremendo galinha. — Joe riu e balançou a cabeça.

— Quando eu era mais novo, eu realmente era um tremendo galinha. Fiquei noivo de uma garota apenas para o meu pai conseguir a presidência de um hospital, foi muito egoísta mas o acordo também me beneficiava e eu não tinha noção que as pessoas sairiam tão machucadas dessa história toda, enfim, eu estudei uma temporada na Inglaterra e quando eu voltei para oficializar as coisas com Sophie, conheci Demi. Eu me apaixonei por ela e ficamos juntos por um tempo, é uma história longa, ela engravidou, descobriu que eu era noivo de outra mulher e foi uma verdadeira confusão. — Disse resumidamente para não entrar em muitos detalhes, aquela história não era da conta de ninguém, além da dele e de Demi.

— Você deve ter dado bastante trabalho para os seus pais. Eu fiquei casada por cinco anos com o meu ex marido, até descobrir que ele me traía com uma vadia lá do trabalho dele. — Eles ficaram longos minutos conversando sobre os mais variados assuntos enquanto Joseph trocava o chuveiro. Quando terminou, Blake o agradeceu com um abraço e um beijo na bochecha, ela queria até pagar, mas Joseph não aceitou. Ele se despediu e voltou para o seu apartamento.

— Eu gostei da sua amiga, ela é muito simpática. — Kelly comentou quando o filho sentou ao lado dela no sofá para assistir o programa de culinária que ela estava assistindo. — Ela comentou comigo que vocês trabalham juntos lá na empresa e que você ajudou muito ela a se adaptar.

— Eu fiz apenas o que me pediram para fazer. — Deu os ombros e pegou o celular que estava em cima da mesinha de centro.

— Ela é uma mulher muito bonita, não acha? — Joseph olhou para a mãe com uma das sobrancelhas arqueadas e revirou os olhos, sabia muito bem o que a mãe estava fazendo.

— Ela é bonita sim, mas pode ir tirando essa ideia da sua cabeça. Ela é apenas uma colega de trabalho e agora minha vizinha, nada além disso.

— Pois você deveria pensar nessa possibilidade, ela é uma mulher madura, tem um bom cargo na empresa, vem de uma família bem estruturada, o que mais você poderia querer?

— Eu sei muito bem porque a senhora está dizendo isso. — Odiava quando a mãe entrava naquele assunto, ela o tratava como se ele fosse um adolescente. Ele era um homem independente totalmente capaz de escolher com quem ele queria se relacionar. E odiava ainda mais porque a mãe estava comparando Demi com Blake. — Está dizendo isso porque acha que Demi não é a mulher certa para mim, mas foi ela que eu escolhi para amar e é com ela que eu quero ficar, e as coisas entre nós já está acontecendo e eu não vou deixar a senhora estragar tudo.

— Joseph, pelo amor de Deus. — Kelly olhou para o filho irritada e cruzou os braços. Ela não via nada de bom saindo de um possível relacionamento entre Joseph e Demetria. — Essa menina só deixa confusão por onde passa, vocês dois são diferentes demais um do outro, nada de bom saiu da última vez em que vocês estiveram juntos e eu não vejo nada de bom saindo de um possível relacionamento agora.

— A senhora pode dizer o que quiser, nada vai fazer com que eu mude de ideia. Eu vou lutar para ter Demi de volta, nós seremos uma família, goste você ou não. — Joseph levantou-se e subiu as escadas diretamente para o seu quarto, ele trancou a porta e deitou em sua cama. Sua mãe conseguia tirar sua paciência com toda aquela implicância desnecessária que tinha com Demi.

O celular vibrou em cima da cama e foi impossível não sorrir quando viu o rosto de Selena estampado na tela do celular, era uma chamada de vídeo. Ele atendeu rapidamente, estava com tanta saudades da amiga. — Céus, finalmente eu consegui um tempo para conversar com você. — Selena disse se jogando em cima da cama do hotel, ela mordeu um pedaço da pizza e suspirou. — Eu estou com tantas saudades, só agora consegui me organizar direito e me acostumar com o fuso horário.

— Aonde você está mesmo? — Joe perguntou deitado na cama, conversar com Selena era bom e lhe acalmava.

— Eu estou na Irlanda, aqui é tão lindo, eu amo o meu trabalho. — O sorriso estampado no rosto da amiga era a prova de que ela realmente amava trabalhar com turismo. Ele sentia falta de ter a melhor amiga por perto todos os dias, mas felicidade tomava conta de si quando via aquele sorriso lindo no rosto de Selena, era merecia ser feliz mais do que tudo. — Me conte todas as novidades, eu acabei de ver a foto que você postou com Alana no final de semana, vocês são tão lindos, eu quero saber todos os detalhes.

— Demi e eu conversamos e ela decidiu me deixar participar da vida da minha filha. Quando chegamos ao apartamento, Alana me abraçou e me chamou de pai, eu nunca havia sentido nenhuma sensação como aquela antes, tem sido incrível ser o pai dela, é um amor tão grande que não cabe no peito, meu coração acelera sempre que ela me chama de pai, o sorriso dela é o mais bonito do mundo e ela tem um jeito tão encantador. — Selena observou Joseph atentamente enquanto bebia um pouco de refrigerante. Ele tinha um brilho nos olhos que nunca esteve ali antes e o sorriso dele estava diferente. — Demi costuma dizer que eu faço todos os gostos dela, mas eu não consigo dizer não.

— Eu não vejo a hora de voltar e conhecê-la melhor, você falou de mim para ela? Disse que eu sou uma tia incrível e que quando eu voltar vou levar vários presentes para ela? — Selena perguntou animada e Joe fez uma careta. — Joseph eu não acredito que você não falou de mim.

— As coisas tem sido uma correria, mas ela vai adorar conhecer você e eu não vejo a hora de você voltar.

— E sua relação com Demi, como está? Ela baixou a guarda?

— Em relação a Alana sim, ela já deixa sairmos sozinhos, deixou Alana conhecer minha família nesse final de semana e jantamos em uma pizzaria com a minha mãe, mas em relação a nós dois... é complicado. — Ele umedeceu os lábios e suspirou pensando em sua situação com Demi e como faria para que ela confiasse nele. — Nós nos beijamos duas vezes, ela deixa eu tocá-la e retribui tudo na mesma intensidade, mas depois fica me ameaçando dizendo que se eu cruzar a linha novamente ela vai afastar Alana de mim.

— Vocês se beijaram? — Selena sorriu de maneira maliciosa quando Joseph assentiu. — Isso é um progresso e tanto para quem não queria te ver nem pintado de ouro. — Ela gargalhou e se levantou para pegar mais um pedaço de pizza. — As pizzas da Irlanda são maravilhosas, você precisa provar. — Disse colocando mais dois pedaços de pizza no prato e voltou a sentar na cama.

— O que aconteceu com a sua dieta? — Joe perguntou de cenho franzido e Selena deu os ombros enquanto mordia sua pizza.

— Eu percebi que a vida é curta demais para gastar tempo fazendo dieta, eu posso morrer a qualquer momento e eu não quero morrer sabendo que eu perdi meu tempo comendo alface quando poderia estar comendo uma lanche do Mc Donald's. — Selena era uma pessoa tão aleatória, um dia acordava dizendo que precisava cuidar da alimentação e no outro dizia que precisava comer o que lhe desse vontade. — Mas voltando ao assunto de antes, eu acho que Demi só está assustada com tudo o que está acontecendo. Em um dia você reaparece na vida dela, no outro já faz parte da vida da filha dela e agora já estão se beijando por ai, é muita coisa para pouco tempo e eu acredito que ela tenha medo de se entregar e você quebrar o coração dela como da última vez.

— Eu não vou machucá-la, Sel. Eu quero tentar, eu quero que sejamos uma família, eu nunca quis nada como eu quero isso.

— Você precisa mostrar isso para ela e se você machucá-la dessa vez quem vai acabar com a sua vida sou eu. — Joseph riu e fez uma careta porque ultimamente o que ele mais recebia era ameaças. — Eu realmente acredito que vocês vão ficar juntos e serem muito felizes, Joseph. — Joe sorriu e pediu ao céus que Selena tivesse razão.

— Você sabe quando volta pra cá?

— Em breve. — Selena sorriu.

Apartamento de Demi
11:10 da noite 

Contas e mais contas. Demi estava sentada em volta da mesa de jantar, havia uma xícara grande de chá ao seu lado, uma calculadora e muitas contas para pagar. Começo de mês era sempre a mesma coisa, ela havia passado no banco para sacar dinheiro quando estava indo para a faculdade e agora estava fazendo as contas do que precisava pagar e separando o dinheiro. A empresa Mayer pagava bem os estagiários, mas não bem o suficiente para que ela conseguisse se manter sozinha, por sorte ela tinha os avôs que depositava dinheiro todo mês para ajudá-la e ainda tinha os benefícios que a Mayer dava como vale alimentação e a gasolina do carro que ajudava bastante.

Conta de água, luz, aluguel, internet, condomínio, faculdade e compra do mês. O dinheiro era contato e o que sobrava era pouco para ela passar o restante do mês, mas Demi conseguia fazer milagres, gastando com apenas o necessário. Ela guardou o dinheiro destinado a cada conta que precisava pagar e suspirou se sentindo cansada, trabalhar, estudar e cuidar de uma criança não era nada fácil.

— O que foi, menino? — Demi perguntou para Batman que estava deitado no chão da sala a observando atentamente. Ela se abaixou e acariciou os pelos do cachorrinho, ter um bichinho no apartamento estava sendo divertido e Alana estava menos arteira. Demi calçou suas pantufas e caminhou até a cozinha para colocar a caneca na pia, ela riu baixinho ao ver que Batman lhe acompanhava, verificou se os potes de ração e água estava ok e subiu para o quarto, arrumou sua cama e adentrou no banheiro para escovar os dentes.

Quando se deitou na cama, Demi suspirou profundamente. Sua cama era tão aconchegante e quentinha, ela ajeitou o travesseiro e fechou os olhos, estava cansada e não demorou muito para embarcar em um sono profundo. Trinta minutos haviam se passado, mas Demi podia jurar que havia pegado no sono apenas há cinco minutos. Ela franziu o cenho quando ouviu uma voz distante lhe chamar. — Mamãe. — Se não fosse a porta aberta, Demi não escutaria Alana lhe chamar. — Mamãe.— Céus. Demi levantou e caminhou até o quarto da filha para ver o que estava acontecendo.

 — Alana, o que foi? — Ascendeu a luz do quarto da pequena e franziu o cenho com a claridade repentina. Alana estava deitada na cama abraçada com sua boneca de pano, aparentemente não tinha nada de errado.

— Tem um monstro em baixo da minha cama. — Disse assustada.

— Querida, monstros não existem. — Demi estava visivelmente cansada e só de pensar que acordaria cedo no dia seguinte tinha vontade de chorar.

— Existem sim, ele tava fazendo barulho em baixo da cama. — O que uma mãe não faria por um filho? Demetria abaixou-se e levantou o lençol para olhar embaixo da cama. Era incrível como as crianças conseguiam ter uma imaginação fértil, não havia nada embaixo da cama.

— Não há nada embaixo da sua cama, filha. — Alana olhou para a mãe com certa dúvida e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha.

— Eu quero que você fique aqui comigo. — Não era como se aquela fosse a primeira vez que Demi perdia o sono por causa da filha, era assim desde que Alana tinha poucos dias de vida então ela já estava acostumada. Demi deitou ao lado da filha e sorriu quando sentiu a filha se aninhar em seus braços, como um bebê.

— Pode dormir tranquila, mamãe está aqui e vai te proteger. — Alana fechou os olhos se sentindo mais tranquila por ter a mãe por perto. Demi beijou a testa da pequena carinhosamente e acariciou o cabelo dela com as pontas dos dedos, mas era ela quem quase estava dormindo.

— Se o papai estivesse aqui ele poderia proteger nós duas. — A respiração pesou e Demi preferiu não dizer nada porque ela estava lutando para não pensar nele e em como era bom ter as mãos dele tocando seu corpo e seus lábios beijando seu pescoço. — Mamãe, promete que não vai dormir até eu dormir? — Alana tinha medo de ficar acordada sozinha. Demi assentiu com um murmuro e abriu os olhos, ela só queria dormir, era pedir muito?

— Eu prometo, querida. Pode dormir tranquila. — Demi continuou acariciando o couro cabeludo da filha com as pontas dos dedos e esperou pacientemente a filha dormir, demorou, mas quando Alana dormiu, Demi agradeceu mentalmente e se acomodou melhor para dormir. Ser mãe era fazer sacrifícios constantes.

Flashback on

Aquele não era o momento certo para Alana vir ao mundo. Era seu aniversário e ainda faltava uma semana para o dia em que Alana estava prevista para nascer, mas ainda sim Demi estava sentindo contrações fortes. Havia um bolo de chocolate em cima da mesa e ela estava sentando no sofá da sala tentando respirar fundo enquanto sua avó falava com a médica responsável pela sua gravidez.

— Respire fundo, querida. — William, avô de Demi disse tocando gentilmente a mão da neta para tentá-la acalmar, estava visível que Demi estava assustada, as lágrimas desciam pelas bochechas e o coração estava acelerado. — Tente se acalmar.

— Eu estou com medo. — A voz saiu embargada por conta do choro. Era uma mistura de sentimentos. O fato de Alana estar vindo antes da hora era assustador, pensar na ideia de que ia criar uma criança sozinha sem apoio necessário e o medo de não ser uma boa mãe tomava conta do seu ser e era impossível manter a calma.

— Você vai ser uma boa mãe, filha. Vai dar todo o amor e cuidado necessário para essa criança. — Disse sorrindo. Durante os oito meses e meio que haviam se passado seus avôs estavam sendo essenciais em sua vida. Haviam lhe acolhido e não haviam lhe julgado por ter engravidado aos dezessete anos, eles lhe davam todo o apoio que precisava e que seus pais não havia lhe dado.

— Nós precisamos levá-la para a Dra. Robbins analisar melhor essas contrações. — As suspeitas era que as contrações era apenas contrações de treinamento como vinha acontecendo há poucos dias, mas a dor estava mais forte do que o normal.

— Parece que alguém resolveu vir ao mundo mais cedo. — William disse sorridente. Ele pediu para a esposa buscar a bolsa da criança que já estava preparada há alguns dias e ajudou Demi a caminhar até o carro. Julie adentrou no carro após colocar as bolsas no porta-malas e sentou ao lado da neta.

— Respira fundo, meu anjo e tente manter a calma. Talvez você vai conhecer sua filha hoje, vamos finalmente ter a nossa pequena Alana nos braços. Você vai poder segura-la e protegê-la de todo mau. — Foi pensando nisso que Demi respirou fundo e tentou se acalmar. Ela iria conhecer sua filha, iria pegar sua garotinha nos braços pela primeira vez. 

Flashback off

E foi com um sorriso nos lábios que Demi adormeceu.

Dormir na cama da filha não havia sido uma boa ideia. Quando o celular despertou no dia seguinte, Demi tinha a sensação de que havia dormido apenas por uma hora e as dores nas costas por dormir de mal jeito incomodavam pra caramba. Ela se espreguiçou e fez uma careta quando a coluna doeu. Era a mesma rotina todos os dias. Não via a hora de se formar, ela teria mais tempo para se dedicar a sua filha e descansaria mais. Demi suspirou e se levantou caminhando diretamente para o banheiro para fazer sua higiene matinal.

Ao adentrar na cozinha para preparar o café da manhã, Batman já estava acordado esperando alguém para colocar sua ração. Demi sorriu quando o cachorrinho latiu e apoiou as duas patinhas em suas pernas, ela se abaixou acariciou o pelo abaixo do pescoço do cachorro e beijou-lhe carinhosamente na testa, não podia negar que Batman era um cachorro esperto e encantador. Quando ouviu a voz de Alana vindo das escadas, Batman correu latindo pela casa, animado por ver a dona.

— Hoje meu pai vai vim me ver? — Alana perguntou enquanto a mãe prendia seu cabelo em um rabo de cavalo. Ela estava sentada em volta do balcão tomando seu café da manhã.

— Eu não sei, filha. — Demi prendeu o cabelo da filha com um lacinho e sentou em volta do balcão para terminar de tomar seu café da manhã. — Hoje eu vou conversar com a sua professora e com a mãe da sua coleguinha. Se eu ouvir outra reclamação sua as coisas vão ficar feia para o seu lado, está me entendendo?

— Estou. — Alana disse encarando a mãe. Quando terminaram de tomar o café da manhã, Demi pediu para Alana ir buscar a mochila enquanto ela guardava as coisas do café da manhã. Alana desceu com a mochila nas costas, se despediu de Batman e não demorou muito para que elas saíssem de mãos dadas do apartamento.

Quando Demi chegou na escola para deixar a filha na sala, a professora, Catarina e a mãe já esperavam por elas para que pudessem conversar e resolver a situação da melhor maneira. Elas conversaram brevemente sobre o que havia acontecido, Alana pediu desculpas assim como Catarina, as duas se abraçaram e prometeram que não fariam novamente. Demi se despediu da filha com um beijo na bochecha e sussurrou no ouvido da pequena que estava orgulhosa, ela se despediu brevemente da professora e saiu acompanhada da mãe de Catarina.

O primeiro destino de Demi foi ir até o banco que havia próximo a empresa. Ela pagou todas as suas contas e depois seguiu para a empresa. Estacionou o carro em sua vaga de sempre, cumprimentou o segurança simpático e adentrou no elevador. Cada pessoa que entrava naquele elevador estava perdida em seu próprio mundo e todos eles tinham um objetivo em comum: trabalhar para se sustentar. Quando finalmente o elevador a deixou em seu andar, Demi guardou o celular no bolso traseiro da calça jeans. — Bom dia. — Cumprimentou Bella e sorriu.

— Bom dia, Dem. — Bella sorriu e colocou uma mecha do cabelo de Demi atrás da orelha. — A mãe de Joseph está na sua sala esperando por você. — O sorriso foi desfeito e o coração chegou a acelerar. O que ela queria?

— Obrigado por avisar. — Disse e antes de começar a caminhar até a sua sala respirou fundo. Demi adentrou em sua sala e encarou Kelly sentada no sofá próximo a porta. — Bom dia. — Demi disse apenas por educação, ela sentia que a mãe de Joseph não gostava dela. — Posso ajudá-la? — Perguntou educadamente enquanto colocava sua bolsa em cima da mesa.

— O exame de DNA que fizemos no final de semana chegou. — Kelly estava séria e não tinha nenhum rastro de felicidade em seu rosto. Ela colocou o envelope já aberto em cima da mesa de Demi e cruzou os braços. — Confesso que o resultado não saiu como eu esperava, mas Alana é uma garota encantadora e quero que saiba que não vamos deixar faltar nada para ela. — Demi franziu o cenho, ela não precisava da ajuda da família de Joseph. — Mas eu também quero que saiba que eu não apoio você e o meu filho juntos. Vocês são diferentes e eu quero que ele fique com uma mulher de verdade.

— Eu não quero ajuda de vocês para criar a minha filha, sempre consegui fazer isso muito bem sozinha, nunca deixei nada faltar para ela e isso vai continuar assim. E em relação ao Joseph, não estamos juntos e não vamos ficar, a senhora pode ficar tranquila. —  A voz saiu firme e séria, porém Demi não a olhava nos olhos.


— Você diz isso agora, mas se Joseph entrar por essa porta e te beijar você vai ceder a ele, eu sei que é isso o que está acontecendo. — As bochechas coraram fortemente. Ela colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e comprimiu os lábios em uma linha reta. Como Kelly sabia que ela e Joseph se beijavam durante o expediente? — Meu filho merece muito mais do que uma estagiária.

— Você deveria dizer isso a ele. — A paciência estava começando a diminuir. Ela sabia que a mãe de Joseph não gostava dela, mas isso não dava o direito de diminui-la. — Quem entra na minha sala fazendo mil e uma juras de amor é ele, não eu. E eu acho que a senhora tem razão, Joseph merece muito mais do que uma simples estagiária, talvez ele devesse ficar com Blake, ela é uma mulher de verdade e já é formada, os dois fariam um belo casal. — A ironia transbordava em sua voz. Demi sentou em volta da sua mesa e ligou o computador.

— Blake é uma mulher incrível e não usa filhos para se beneficiar.  — Retribuiu a ironia sem medir suas palavras.

— Escuta aqui. — Demi apoiou as duas mãos na mesa e se inclinou para frente. Ela não iria permitir que Kelly lhe tratasse daquela maneira, somente ela sabia de todas as lutas que havia enfrentado para chegar aonde estava e não deixaria aquela mulher lhe diminuir. — Tudo o que eu conquistei foi através de trabalho suado e de muita luta, eu nunca usei a minha filha para me beneficiar de qualquer coisa. Eu não preciso e não quero nada vindo de você e da sua família, eu só permiti que Joseph fizesse parte da vida da minha filha porque ele insistiu, você não me conhece e não sabe nada sobre mim e eu não vou deixar você me rebaixar dessa maneira. Agora sai da minha sala porque eu tenho mais o que fazer.

— Garota mal educada, não é a toa que os seus pais te expulsaram de casa.

— Está tudo bem por aqui? — Wilmer perguntou da porta da sala, ele havia ouvido parte da conversa e resolveu se aproximar para verificar se estava tudo bem.

— Assuntos de família. — Sorriu. — Eu preciso ir, espero que tenha entendido o recado. — Disse e saiu da sala sem olhar para trás. Demi sentou em sua cadeira novamente e suspirou, o que ela menos queria no momento era mais problemas para a sua vida.

— Quando você for ter um filho, escolha bem sua parceira para não ter dor de cabeça no futuro, principalmente com a família da pessoa. — Demi falou antes mesmo que Wilmer pudesse dizer alguma coisa, ele riu baixinho e se aproximou para beija-la, mas Demi virou o rosto e acabou recebendo um beijo na bochecha.  — Nós estamos no trabalho, eu não quero mais misturar as coisas. — Se justificou e Wilmer apenas assentiu se afastando.

— Como você está? — Perguntou acariciando a bochecha dela carinhosamente com o dedão.

— Eu estou cansada e você? — Sorriu quando viu o sorriso sapeca nos lábios dele.

— Eu estou bem, Demi. Eu pensei em almoçarmos em um restaurante mexicano hoje, o que acha? — Droga. Ela sorriu um pouco sem graça e retribuiu o carinho dele acariciando a barba com o dedão. Era a segunda vez que ela fazia desfeita de almoçar com ele e aquele não era o único motivo. — Pela sua cara não vai dar, né? — Demi assentiu e suspirou.

— Eu sinto muito, eu vou buscar a minha filha na escola e vou almoçar com ela. Me desculpa, mas eu prometo que posso recompensá-lo outro dia. — Wilmer arqueou uma sobrancelha de forma sugestiva e Demi sorriu, ela beijou a bochecha dele e depois o ombro. — Eu prometo que não vou desmarcar o nosso jantar no sábado.

— Então eu aguardo ansiosamente pelo sábado. — Wilmer se inclinou e roubou um selinho dos lábios dela. Demi sorriu abobalhada e o afastou pelos braços. — Vou voltar para o trabalho, qualquer coisa é só me chamar. — Ela assentiu com a cabeça e deixou que ele beijasse brevemente seus lábios.


***


— Filho, você vai almoçar comigo hoje? — Kelly adentrou na sala do filho e beijou a bochecha dele. Ela estava na empresa há um bom tempo, mas só agora havia conseguido tempo para conversar com o filho. Joseph sorriu de forma carinhosa para a mãe e voltou a focar seu olhar na tela do computador, estava terminando de fazer algumas anotações para ir almoçar.

— Mãe, eu vou almoçar com a minha filha. — Disse ainda focado em fazer suas anotações. Almoçar com Alana e Demi era sempre incrível, ouvir as histórias que a garotinha contava e ver o sorriso nos lábios dela, era maravilhoso.

— O exame de DNA chegou hoje de manhã, você quer ver? — Joe negou com a cabeça sem dar importância. Ele sabia que o exame havia dado positivo, caso contrario sua mãe já havia armado um enorme barraco e para ele aquilo não passava de um pedaço de papel, ele sentia em seu coração que era o pai de Alana e era tudo o que importava. — Se você está chateado pelo o que eu disse ontem, eu sinto muito, mas eu só quero a sua felicidade. Essa menina vai quebrar o seu coração e eu não quero que isso aconteça.

— Demi não é uma menina, mãe, e pelo amor de Deus, para de tentar rebaixá-la por causa da profissão, idade ou qualquer outra merda. Eu já falei que eu sou um homem independente e capaz de tomar minhas próprias decisões. A Demi é a mãe da sua neta e você deveria no mínimo repeitá-la. — Ele desligou o computador e fechou a agenda aonde havia feito as anotações. — Eu estou indo almoçar, nos falamos depois. — Joe guardou a carteira no bolso, pegou as chaves do carro e saiu da sua sala.

— Tem certeza que não quer almoçar com a gente? — Demi estava parada na mesa de Bella, ela segurava sua bolsa e tentava convencer a amiga de ir almoçar com ela, a filha e Kris.

— Obrigado pelo convite, mas eu vou almoçar com Nicholas. — Piscou de maneira maliciosa e Demi riu assentindo com a cabeça. Joseph sorriu para as garotas e parou em frente a Demi, a observando atentamente. Demi era tão bonita, as bochechas coradas, as sardinhas espalhadas pelas bochechas, nariz e testa servia para lhe deixar ainda mais fofa. Ela estava vestindo um jeans escuro rasgado no joelho, uma bota de cano baixo e um suéter cor creme. Os cabelos loiros estavam lisos caindo sobre os ombros, céus como uma mulher podia ser tão linda como ela? 

— O que foi? — Demi perguntou com o cenho franzido porque Joseph lhe olhava atentamente com um sorriso nos lábios.

— Eu estou observando sua beleza, querida. — Não tinha um pingo de ironia na voz dele. Bella riu baixinho e Demi revirou os olhos para a amiga. — Já está pronta? Vou almoçar com você e Alana hoje. — Ele estava se auto convidando? Demi o observou e cruzou os braços.

— Eu não te convidei para almoçar com a gente.

— Eu não preciso de convite para almoçar com a minha filha, linda. — Ele não a chamava linda para irrita-la ou qualquer coisa do tipo, era só porque ela era realmente linda e o apelido se encaixava perfeitamente. — Vamos? — Quando percebeu que não teria escolha, Demi assentiu e caminhou até o elevador ao lado dele, após se despedir de Bella.

— Depois que buscarmos Alana no colégio, nós vamos buscar Kristen no estúdio aonde ela trabalha, ela vai almoçar com a gente. — Joseph fez uma careta e assentiu. Ele achava o jeito de Kristen engraçado, mas realmente pensava que ela tinha antecedentes criminais, a cara dela estava tão séria enquanto o ameaçava.

— O que você tem? — Demi franziu o cenho porque Joseph olhava para as portas do elevador intrigado. Ela tirou o celular do bolso e começou a verificar suas mensagens, o sorriso foi até a orelha ao ver que a avó havia lhe enviado uma nova mensagem.

— Sua amiga já cometeu algum crime?

— Você está falando sério? — Perguntou abismada com a pergunta, ela até parou de digitar no celular para olha-lo. Ele assentiu sem desviar o olhar dela e colocou as duas mãos no bolso da calça jeans. — Claro que não, Joseph. De onde diabos você tirou isso?

— Ela quem falou e não parecia estar brincando. — Demi não disse nada porque sabia que Kristen provavelmente o ameaçou, ela fazia isso com todos os caras que Demi saía e só não fizera com Wilmer por falta de oportunidade. O elevador os deixaram no estacionamento da empresa, Joseph desativou o alarme do carro e abriu a porta para Demi entrar.

O rádio do carro estava ligado baixinho, Demi estava focada em trocar mensagens com a avó e Joseph vez ou outra cantarolava as músicas que tocava no rádio e estava focado na estrada. — Baby i've been around the world, but i ain't seen myself another girl like you. (Amor eu estive por todo o mundo, mas não me vi com outra garota como você). — Joseph a olhou quando parou no sinal vermelho. Demi colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e bloqueou o celular, ela o olhou e umedeceu os lábios ao pensar em como seria bom beija-lo. Justin Timberlake de fundo e Joseph dirigindo não era uma boa combinação.

— O que foi? — Demi perguntou ao perceber que ele também a olhava. O coração dela estava acelerado poque Joseph era um homem muito bonito e ele cantando Justin Timberlake era capaz de deixar qualquer mulher enlouquecida. E aquele sorriso dele? Só restou Demi revirar os olhos e fitar as pessoas atravessando na faixa de pedestre.

— Eu gosto de te admirar. — Sorriu e deu partida no carro quando o sinal ficou verde. — E pelo visto você também gosta de me admirar. — Disse de maneira brincalhona e riu ao ouvir ela lhe chamando de idiota. — Aonde sua amiga trabalha? — Perguntou porque não queria ficar em silêncio.

— No centro, não é muito longe. — Ele apenas assentiu, queria poder beija-lá e ir buscar Alana de mãos dadas com ela. O coração batia forte no peito só de estar ao lado dela e não queria imaginar como seria se Demi realmente não o quisesse.

— Nós podemos ir almoçar em um restaurante mexicano lá no centro, o que acha? — Por que Joseph e Wilmer tinham que ser tão parecidos? Tanto fisicamente quanto nas ações, era para deixá-la louca, Demi tinha certeza.

— Por mim tudo bem. — Disse e agradeceu mentalmente quando eles chegaram na rua da escola de Alana, era uma pequena tortura ficar naquele carro com Joseph e as coisas que ela queria poder fazer com ele naquele carro. Joe estacionou o carro e desligou o rádio antes de sair. O portão da escola já estava aberto e alguns pais saíam acompanhados dos filhos. Demi esperou um carro passar e atravessou a rua ao lado de Joseph. — Ela vai ficar feliz ao ver que viemos buscá-la juntos. — Demi comentou enquanto adentrava na escola. Ela cumprimentou uma moça que ficava no portão e subiu as escadas em direção a sala da filha.

— Boa tarde. — A professora cumprimentou os dois com um sorriso e chamou Alana. A garotinha colocou a mochila nas costas e abriu um enorme sorriso quando viu que os pais haviam ido busca-la juntos, era a primeira vez que acontecia. Ela pulou nos braços do pai e entregou a mochila para Demi.

— Eu estou tão feliz que vocês vieram me buscar juntos. — Alana falou com o sorriso indo de olheira a olheira. Demi sorriu ao observar como a filha estava feliz e ficou na ponta dos pés para conseguir beijar a bochecha da filha. Joseph sorriu e colocou Alana sentada em volta do seu pescoço. Joseph e Alana juntos era uma visão do paraíso. Demi observou os dois atentamente, Joe tinha jeito com criança e tinha algo sobre isso que o deixava ainda mais lindo e ela muito mais apaixonada por ele. — Pai, depois você pode me dar cinco dólares? — A garotinha perguntou quando já estava acomodada no banco de trás do carro do pai. Demi olhou para trás e arqueou a sobrancelha, Alana não tinha o costume de pedir dinheiro. — É que amanhã a professora disse que vai ter uma feira de artesanato na escola para ajudar as criancinhas e eu quero ajudar. — Joseph e Demi se entreolharam e sorriram orgulhosos da filha.

— Tudo bem, querida. — Disse e deu partida no carro em direção ao centro para buscar Kristen.

Tinha alguém mais engraçado que Kristen? Joseph não parava de rir desde que Kristen adentrou no carro, quem não estava gostando nada daquilo era Demi. Desde quando Kristen estava do lado de Joseph? A morena contava para Joseph as coisas engraçadas que Demi já havia passado quando era mais nova e ele ria sem parar. — Já chega vocês dois. — Demi disse com os braços cruzados. Joseph gargalhou, mas quando Demi o olhou de maneira mortal, cessou o riso rapidamente. — Com uma amiga dessa eu não preciso de inimigos.

— Não seja dramática, amiga. — Kristen disse e se arrependeu no mesmo momento. Demi estava de TPM e iria se vingar.

— O dia de conhecer sua namorada está chegando e eu mal posso esperar para te fazer passar vergonha. — No mesmo instante, Kristen ficou quieta, ela até se acomodou melhor no banco. Alana franziu o cenho e encarou a tia.

— Tia, você está namorando? — Alana perguntou curiosa. Kristen assentiu com a cabeça e sorriu quando Alana sorriu também. — Todo mundo está namorando menos a mamãe e o papai, eles poderiam namorar não é mesmo tia? — Kristen não conseguiu conter a gargalhada alta. Demi sentiu as bochechas corarem e ficou tão sem jeito, ela colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e xingou Kristen mentalmente, já Joseph tinha um sorriso nos lábios e só não piscou para a filha porque estava dirigindo.

— Ah querida, eu estou tentando conquistar a sua mãe. — Alana sorriu animada e até bateu palmas, Kristen ajudou a pequena e Demi só não os xingou porque Alana estava no carro, ela não tinha gostado da brincadeira e as bochechas estavam coradas. Ela e Joseph não iria acontecer e não era certo Joe ficar alimentando as esperanças da filha.

— Já chega dessa brincadeira sem graça. — Demi falou séria e eles pararam no mesmo momento.
Apesar do restaurante estar cheio, achar uma mesa disponível não foi um problema. Eles se sentaram em uma mesa de quatro lugares e após se acomodarem, analisaram bem o cardápio e fizeram os pedidos para o garçom. — Faz bastante tempo que não comemos comida mexicana. — Kristen disse dando um gole no suco de limão. — Finalmente Joseph acertou em alguma coisa. — Deu os ombros e sorriu de modo provocador.

— Tia, eu posso jogar no seu celular? — Alana pediu porque era entediante esperar pela comida. Kristen sorriu para a sobrinha e entregou o celular para a pequena. — A mamãe me colocou de castigo e por isso eu não posso mexer no celular dela. — Alana disse mais focada em mexer no celular da tia do que qualquer outra coisa.

— Ah querida, sua mãe só não quer que você veja certas fotos. — Olhou para a amiga e sorriu maliciosa. Demi arregalou os olhos e deu um tapa forte na perna de Kristen. As bochechas coraram e ela disse para a filha não dar ouvidos para o que Kristen dizia.

— Você é tão irritante. — Demi disse revirando os olhos para a melhor amiga. Joseph sorriu observando as duas, a amizade delas era engraçada. Alana olhou para o pai e sorriu, encostou a cabeça no braço dele e o abraçou brevemente.

— Elas são sempre assim. — Alana falou olhando para o pai. Joseph riu e beijou a testa da pequena carinhosamente. — Eu amo você, papai. — O verde dos olhos de Alana era lindo. Joe sorriu e teve que se controlar para não deixar as lágrimas descerem pelas bochechas.

— Eu também amo você, meu anjo. — Demi olhou para os dois naquele momento. O coração dela transbordou de alegria e amor. Joseph estava sendo um ótimo pai e ele havia se tornado um bom homem. Talvez ele merecesse uma chance.

CHICAGO 

Receber a notícia que duas enfermeiras que trabalhavam consigo havia sido demitida não agradou George em nada. Ele estava furioso e cobrava explicação do RH do hospital que até agora não havia dito nada convincente. — Quer saber? Dane-se, eu vou conversar com o desgraçado do Bruce. — Ele deu as costas e saiu da sala da administração furioso deixando a gestora falando sozinha. O elevador o levou até a sala da presidência e ele adentrou na sala de Bruce sem bater. — O que diabos você está pensando? Você não pode demitir as enfermeiras desse hospital, elas trabalham aqui há anos e duas delas trabalham comigo. 

— Estou fazendo corte de gastos, eu só quero os melhores trabalhando nesse hospital e estou demitindo funcionários desnecessários, aquelas suas enfermeiras não fazia nada além de ficar caminhando pelos corredores do hospital. 

— E porque você não demiti aquele bando de internos inúteis que não servem para porcaria nenhuma? Tem alguma coisa errada acontecendo, você está afundando esse hospital e Richard não vai ficar nada feliz em saber disso. — George disse apontando o dedo para Bruce. 

— Richard está do outro lado do mundo e quem manda nessa porcaria de hospital sou eu agora. Contente-se com o fato de ser apenas mais um funcionário, George. — Sorriu de maneira irônica. — Você precisa se conformar que perdeu a presidência do hospital para mim, todos aqui sabem que eu sou mais capacitado do que você, então não venha me dizer como agir porque quem manda aqui sou e você tem que me obedecer. 

— Eu não acredito nessa historinha de que você está cortando gastos, tem alguma coisa séria acontecendo e eu vou descobrir o que é. 

— Eu não tenho medo de você, George, e eu acho melhor você começar a seguir as minhas regras se não eu mando você para o olho da rua, e mando Clarice também que também já não serve mais para nada.

— Você não faria isso nem se quisesse. O aviso está dado, eu estou de olho em você e vou descobrir que merda você está escondendo. — George disse irritado e saiu da sala batendo a porta com força. Algumas pessoas que trabalhavam naquele andar olharam para ele de forma curiosa e ele adentrou no elevador. 

— Querido, aonde você estava? — Clarice perguntou assim que avistou o marido sair do elevador. Ela sorriu e deu um breve selinho nos lábios do marido. — Eu estava procurando por você, precisamos ir para casa arrumar nossas coisas para a viagem. — O dia estava chegando e ela estava ansiosa, não via a hora de ver sua filha, abraçá-la e pedir perdão por tudo. 

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é um milagre acontecendo? jhdjs como vocês estão, meus amores? dessa vez eu não demorei para voltar e tudo isso graças a essa greve maravilhosa que me deixou sem aula a semana inteira, amém greve. o que acharam do capítulo? me contem nos comentários, eu particularmente gostei, não tivemos beijo jemi, mas quem sabe no próximo não temos? os pais de demi estão bem perto de chegar, talvez no próximo, só preciso me organizar direitinho então não posso afirmar nada, mas quem sabe? bom, por hoje é isso, volto assim que puder e espero que tudo colabore para que não demore. | respostas dos comentários aqui | até mais. 


20/05/2018

Selinho - Selo Literário

meninas irei revisar o capítulo e posto ainda hoje.
até a noite o capítulo estará postado no blog, sinto muito pela demora e agradeço a paciência que vocês tiveram para esperar o capítulo, não desistam de mim. amo vocês. 

muito obrigada mirela pelo selo, adorei respondê-lo, de verdade 



Part. I – Sobre você.

1.    O que você considera fanfic?
Considero como fanfic todas aquelas imaginações loucas que criamos nossa cabeça que servem de inspiração para histórias incríveis.

2.    Como começou o seu processo de escrever e criar fanfics?
Eu sempre li muitas fanfics e livros, teve um momento da minha vida em que eu me vi sozinha e precisava de algo para distrair a minha mente, foi então que decidi escrever as histórias loucas que eu imaginava na minha cabeça, comecei escrevendo uma história no word e depois tomei coragem e criei o blog.

3.    Você gosta de escrever fanfics e/ou pretende levar isso mais a sério no futuro?
Eu amo escrever fanfics. Vejo muitas escritoras com sonho de publicar um livro e levar isso como algo mais sério, mas não é o meu sonho. Nunca se sabe o dia de amanhã, se um dia surgir a oportunidade, seria incrível ter algo meu publicado, mas não é um grande sonho. 

4.    Detalhe o processo de criação e desenvolvimento das suas fanfics.
Acho que isso é bem difícil porque comigo acontece de uma maneira muito aleatória. Geralmente penso na história como um todo, depois vou imaginando as cenas e vou encaixando uma na outra de uma maneira bem louca. No meio desse processo aonde eu fico imaginando as cenas, os personagens vão surgindo, a personalidade de cada um e tal... sempre gosto de imaginar uma história de vida para cada personagem, mesmo que não seja contada durante a história. 

5.    Você acredita em bloqueio? Como funciona e o que você faz com ele?
Sim, eu acredito em bloqueio. O bloqueio para mim é aquele momento em que você tem a cena toda na sua cabeça, mas não consegue desenvolver da maneira que você quer. Quando isso acontece comigo, eu escrevo o capítulo de maneiras diferentes e vou encaixando as partes que ficaram melhor. 

6.    Você tem uma conexão com seus leitores?
Sim. Eu adoro ler como as opiniões se dividem, adoro quando eles expressam suas opiniões e dão ideias para a fanfic ou até mesmo fazem uma crítica construtiva. Tento ao máximo expressar minha gratidão por eles em cada resposta que eu faço nos comentários.

7.    Você acredita que consiga transmitir o mesmo sentimento que tem ao escrever para o leitor?
Não sei dizer. É difícil saber se os sentimentos que coloquei naquele capítulo chegou da mesma maneira na pessoa, acho que isso depende também muito do humor da pessoa no dia em que ela está lendo o capítulo. 

8.    Em sua opinião, você tem o reconhecimento que acredita merecer?
Graças a Deus, sim. Eu estou muito feliz com o reconhecimento que tenho das minhas leitoras, elas são incríveis e me apoiam em tudo.

9.    Acredita que o termo fanfic ou algo similar é visto como algo negativo pelas pessoas fora desse meio? O que você acha que pode ser feito para quebrar esse “preconceito”?
Não acha que seja visto como algo negativo, mas como algo "besta". Acho que se as pessoas se interessem em pesquisar mais sobre, encontrariam histórias e escritoras incríveis, e mudaram esse pensamento. 

10. Sobre sua fanfic atual: Fale um pouco sobre ela e, se possível, conte algum spoiler para atiçar seus leitores.
A minha fanfic atual é bem clichê, mas eu estou amando desenvolver. A história basicamente gira em torno de uma mulher que teve o coração partido, sofreu o preconceito de ter engravidado cedo e lutou sozinha para conseguir dar uma vida estruturada para sua filha, ela mostra que é possível uma mulher ser independente e criar um filho em uma casa bem estruturada. Um spoiler: os pais da demi estão chegando e o circo vai pegar fogo ;)

11. Em relação ao futuro, quais são seus planos no mundo das fanfics?
Quero continuar escrevendo, só não sei se será nessa plataforma. Como a Mirella falou, o blogger já foi muito mais rico e agitado, muita gente abandonou o blogger e outras plataformas ganharam mais destaques. 

Part. II – Sobre o mundo fanfiction.

12. A quanto tempo lê fanfics e com qual frequência?
Comecei a ler fanfics em 2012, ou seja, seis anos. Eu leio bem menos do que eu costumava ler quando comecei, até porque muitas escritoras que eu lia abandonou esse mundo.

13. Sabe a média de quantas fanfics já leu? Inclua as finalizadas e canceladas.
Eu não faço a mínima ideia. Faz muito tempo que eu leio, se eu for contar com certeza vou deixar passar uma ou outra. 

14. Cite cinco fanfics ou mais que você leu e pensou: gostaria de ter criado algo assim.
Broken Frame da Jéssie. Em busca do amor, da Amanda e Criminal Case da Mirella. 

15. Seja sincera, você já se inspirou em outra fanfic para escrever a sua?
Em fanfic não.

16. Para você, qual é a diferença entre fanfic e livros.
Acho que o livro é bem mais detalhado que uma fanfic. 

17. Cite suas fanfics favoritas do old era do blogger.
Made in the u.s.a e Uma história sem fim. 

18. Agora cite suas fanfics favoritas da atual era do blogger.
Em busca do amor da Amanda e a segunda temporada de Broken frame da Jéssie. 

19. Em relação ao plagio, já sofreu algum plagio total ou parcial? Se sim, como reagiu.
Por enquanto não que eu saiba. 

20. Qual é a sua plataforma favorita para ler?
O blogger e estou começando a ler no wattpad

21. Acredita que o mundo fanfiction vai morrer em breve ou irá se fortalecer?
Acho que já está se fortalecendo, tem muitos fandoms surgindo e ganhando força nesse mundo.

22. Você se arrepende de ter conhecido o mundo fanfiction? Explique sua resposta.
Nem um pouco, eu conheci pessoas incríveis depois que entrei nesse mundo, esse mundo só me trouxe coisas incríveis. 

Part. III – Você como leitora.

23. Você comenta as fanfics que lê?
Sim, sempre que posso. As vezes com a correria do dia a dia eu não consigo, mas sempre que estou em casa e leio algum capítulo eu comento. 

24. O que diria para as leitoras que não comentam? Acha que isso pode mudar?
Diriam que os comentários incentivam muito as escritoras a continuar escrevendo, é incrível ler um "posta logo", anima demais, vocês não tem ideia. 

25. Quais são seus gêneros favoritos?
Romance, terror, drama... Eu leio qualquer gênero, sério. 

26. O que te prende em uma fanfic?
Aqueles capítulos que nos deixam ansioso para ler o próximo. Eu adoro criar teorias sobre o que pode acontecer, aquela sensação de ansiedade para esperar a continuação, a forma como a história está se desenvolvendo. 

27. Se pudesse entrevistar/conversar com uma ficwriter, qual escolheria?
Jéssie. Nós somos amigas e conversamos todos os dias, damos ideias para fanfic uma da outra e tudo mais, mas seria incrível. Ela é incrível. 

28. Qual fanfic que leu uma vez e leria novamente?
Two Pieces. 

29. O que te acha atenção ao entrar em um blog/perfil para ler?
A forma em que a fanfic é escrita. Os detalhes que a escritora coloca no capítulo para mim é muito importante. 

30. Se pudesse viver em uma fanfic que já leu? Qual seria?
Em busca do amor, da Amanda. 

31. Você prefere fanfics: capitulo único, divido por temporadas ou de uma temporada.
Depende muito do enredo da fanfic, mas geralmente de uma temporada ou duas. 

32. Escolha uma única fanfic que goste para responder as seguintes perguntas com justificativa
Em busca do amor, da Amanda. 
- Um casal: Demi e Joe.
- Um personagem favorito: Demi.
- Dois que considere ser vilões: Rose e Jake
- Quem mataria: Rose.
- Se você sua, qual personagem daria mais destaque: Selena.

33. Você pode transformar um personagem fictício em realidade? Quem escolhe?
Samantha e Samuel de Broken Frame, acho eles as crianças mais incríveis do mundo. 

34. Como dona de uma editora, você é capaz de oferecer a uma ficwriter a oportunidade de lançar um livro. Qual a escritora e qual fanfic daria essa oportunidade? Justifique.
Primeira temporada de Broken Frame da Jéssie. Eu achei incrível a forma como ela desenvolveu a história, os acontecimentos, os flashbacks... tudo se encaixou perfeitamente enfim, é uma das minhas favs. 

35. Agora você é capaz de bancar uma serie televisa, qual fanfic você acha ser capaz de transformar em uma serie de sucesso?
Acho que Criminal Case da Mirella, eu amo série criminal e acho que seria incrível ver uma série desse tipo. 

Part. IV – Repasse para quantos blogs desejar.

Paradise Fanfics

27. Stress


— O que você tem que está tão calada? — Kristen perguntou impaciente. Eram sete e meia da manhã e elas estavam no carro em direção ao estúdio aonde Kristen trabalhava. Elas haviam acabado de deixar Alana na escola e agora Demi iria deixar a amiga no trabalho para depois seguir para a empresa. Uma música do Ed Sheeran tocava baixinho na rádio e Demi estava extremamente quieta e focada nas ruas de Los Angeles. — Demetria, eu estou falando com você. — Disse dando um tapa na coxa da amiga. Demi franziu o cenho e encarou Kristen brevemente. Quando elas estavam juntas, sempre tinham assunto para conversar e raramente ficavam caladas.

— O que foi? — Perguntou confusa. O trânsito aquele horário da manhã era um caos, os carros estavam parados e algumas pessoas impacientes esqueciam a mão na buzina fazendo Demi ficar ainda mais estressada com aquela barulhada toda.

— Você está muito quieta para quem transou com Wilmer Valderrama no final de semana. — Kristen sorriu maliciosa, mas logo desfez o sorriso porque Demi não parecia animada. Demi arrumou o cinto de segurança no corpo e ajeitou o óculos de sol, apesar de ser sete horas da manhã alguns raios de sol já tomava conta do céu e isso a incomodava quando estava dirigindo.

— Nós não transamos. — O encontro com Wilmer havia sido um verdadeiro desastre e a culpa era exclusivamente de Joseph Adam Jonas. — Eu não sei com que cara vou olhá-lo hoje. — Murmurou dando partida no carro quando o trânsito começou a andar. Passear de mãos dadas na praia com Wilmer havia sido incrível até as coisas começarem a esquentar e ela ver o rosto de Joseph. Aquilo não era certo e ela estava se sentindo uma pessoa horrível.

— O que aconteceu? — Perguntou curiosa. O sinal fechou e Demi parou o carro novamente, aquela lentidão já estava lhe deixando ainda mais irritada e para piorar toda a sua situação ela estava de TPM, então qualquer coisa lhe deixava extremamente irritada.

— Eu não consegui me concentrar no encontro. Joseph estava na minha mente em cada beijo e em cada toque, a situação já estava ficando insuportável e eu pedi para ele me trazer de volta pra casa, eu estraguei tudo.

— Você deve estar assim porque se beijaram na cozinha, você não sente nada pelo Joseph, certo?

— Claro que não, foi só um beijo insignificante. Só porque nos beijamos não quer dizer que eu vou perdoá-lo por tudo o que ele fez e me jogar nos braços dele pedindo para sermos uma família feliz, isso é loucura. Eu sou muito melhor sozinha, não sei porque diabos ainda tento ter um relacionamento, não funciona.

— Meu Deus como você está dramática hoje. — Revirou os olhos e Demi a fuzilou com o olhar antes de seguir com o carro. Kristen riu baixinho e pegou seu celular assim que vibrou avisando que ela tinha uma nova mensagem pendente. — Você está assim porque está menstruada, você fica mais irritada, chata e dramática do que o normal.

— Eu não sou dramática e muito menos chata, é só a realidade. Se você não aguenta o meu humor quando eu estou assim, porque veio me pedir carona?

— Porque você era a minha única opção. Céus, hoje não tem condições nenhuma de conversar com você. — Kris falou mais focada em trocar mensagens com Stella do que conversar com Demi. Demi a xingou e só não acertou um tapa na amiga porque ela precisava focar nas ruas de Los Angeles. — Hoje eu vou almoçar com Stella, tudo bem?

— Quando as pessoas começam a namorar elas esquecem dos amigos. — Murmurou estacionando o carro em frente ao estúdio. Kristen gargalhou alto do drama da amiga e se inclinou para beijá-la na bochecha quando se desfez do cinto de segurança. — Tchau, manda um beijo para Stella. — Elas implicavam uma com a outra, mas Demi estava feliz que a amiga havia encontrado uma pessoa, ela merecia ser feliz com uma pessoa que a amasse de verdade.

— Mando sim, até mais tarde. — Acenou e saiu do carro. Demi acenou de volta e seguiu em direção a empresa. Mais uma semana que ela precisava vencer. O caminho até a empresa foi estressante, dirigir no trânsito era um saco e Demi só fazia porque era preciso, os motoristas não tinham respeito nenhum e dirigiam com pressa, se não tivesse cuidado facilmente um acidente poderia acontecer.

Assim que estacionou o carro no estacionamento da empresa, Demi se desfez do cinto e retirou o óculos de sol, pegou seu celular e sua bolsa e saiu do carro. Cumprimentou os seguranças com um breve bom dia e caminhou em direção ao elevador. Enquanto o elevador não chegava em seu andar, ela verificou suas redes sociais, curtiu algumas fotos no Instagram e respondeu algumas mensagens pendentes.

— Bom dia, Demi. — Bella disse assim que avistou a amiga. Demi sorriu e beijou carinhosamente a bochecha da garota. As olheiras em baixo dos olhos eram perceptíveis, trabalhar e estudar não era fácil, mas era preciso. — Adam já chegou e pediu para avisar que quer conversar com você na sala dele. — Demi franziu o cenho e sentiu o coração bater um pouco mais forte no peito. O que ele queria com ela? Só de pensar na possibilidade de Adam descobrir que ela beijou Joseph enquanto estava com Wilmer, sua cabeça dava voltas e voltas.

— Conversar comigo sobre o que? — Perguntou curiosa. Bella riu e deu os ombros enquanto separava algumas papeladas em pastas de diferentes cores.

 — Isso eu já não sei, você acha que o diretor da empresa iria me dizer o que quer conversar com uma funcionária? Foi a secretária dele que ligou avisando. — Demi mordeu o lábio inferior e assentiu pensativa, porque diabos ela tinha que ser tão curiosa? — É melhor você ir. — Bella disse de cenho franzido mais focada em seu trabalho do que em qualquer outra coisa. Demi assentiu e sentiu o coração acelerar ainda mais quando as portas do elevador se abriram e Joseph e Wilmer saíram de lá juntos e sorrindo, como velhos amigos.

— Bom dia, meninas. — O que era aquilo? Até juntos eles estavam falando. Desde quando eles eram amigos? Demi sorriu tensa para eles e pegou sua bolsa, Joseph esbanjou aquele sorriso de lado que ela tanto odiava e a encarou de cima a baixo. Demi colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e respirou fundo.

— Eu preciso ir. — Disse e saiu rapidamente em direção ao elevador afim de se livrar daquela tensão toda que estava sentindo. Joseph era apenas o pai da sua filha e nada além disso, ela não podia continuar imaginando como seria se eles fossem uma família ou como seria bom se pudesse beijá-lo a hora que quisesse. Ela estava com Wilmer e precisava focar nisso, quem sabe as coisas não ficariam sérias?

O andar da presidência sem dúvida era o mais elegante de todo o prédio. Até as pessoas que trabalhavam naquele andar pareciam ser mais sofisticados. Ela cumprimentou a secretária de Adam e umedeceu os lábios quando a moça indicou a porta, dizendo que Adam já esperava por ela. — Bom dia, Demi. — Adam disse assim que a porta se abriu. Ele sorriu e indicou a cadeira para Demi sentar.

— Bom dia, Adam. — Falou ajeitando a bolsa no colo. — Bella disse que você queria conversar comigo, algum problema? — Apesar de Adam esbanjar riqueza e sofisticação, ele era um cara simples e gentil, tanto que os funcionários o tinha como um amigo e o tratava de forma informal.

— Nenhum problema, Demi. — Ele sorriu porque percebeu que Demi estava nervosa. Ele guardou algumas cópias recém assinadas dentro de uma gaveta e entrelaçou seus dedos, colocando suas mãos sobre a mesa. — Eu senti sua falta no almoço de ontem. — Disse se referindo ao almoço que fizeram para apresentar Alana para toda a família.

— Joseph me convidou, mas eu já tinha um compromisso, fica para uma próxima vez... mas Alana gostou muito de conhecer a família do pai, ela ficou bem feliz e isso é muito importante para mim. — Sorriu sincera, a felicidade da filha era sua prioridade.

— Alana é encantadora, todos amaram conhecê-la. Ela é uma criança incrível e você fez um ótimo trabalho cuidando dela. — Demi agradeceu orgulhosa de si mesma porque todo esforço estava valendo a pena. — Joseph é como um filho para mim e agora nós somos uma família, você sabe disso, não sabe? — Demi assentiu porque de alguma forma eles eram uma família por conta de Alana que ligava os dois, mas ela sentia como se não se encaixasse naquela família. — Sua filha é minha sobrinha e eu quero que você saiba que pode contar comigo para qualquer coisa.

— Obrigada, Adam. Isso significa muito para mim. — Sorriu e deixou que Adam tocasse sua mão de uma forma carinhosa e paternal.

— Somos uma família agora e eu acho muito importante que você saiba que pode contar comigo para qualquer coisa, tanto você quanto Alana. Eu quero que ela saiba que a família do pai dela se importa com ela e quero que ela se sinta como parte da família, não só ela, mas você também. Ela é uma Jonas. — Disse de forma brincalhona e piscou. Demi riu baixinho e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha, as bochechas estavam coradas, ela estava sem jeito e não sabia muito bem o que falar.

— Alana gostou muito de todos vocês, ontem ela não parou de falar por um minutos como gostou de você e de conhecer a família do pai, no começo eu tive receio e fiquei com medo que ela pudesse ser rejeitada, mas agora eu sei que vocês são pessoas incríveis e que vão cuidar muito bem dela. — Era verdade. Ela já confiava sua filha em Joseph porque ele estava se mostrando um ótimo pai e alguns integrantes da família Jonas pareciam ser boas pessoas.

— Eu sei que Jospeh te machucou muito e acredite eu já fiz ele ouvir muito por isso. Ele é como um filho para mim e nós conversamos sobre tudo, ontem ele comentou comigo sobre o que aconteceu entre vocês na cozinha. — Céus, como ela queria um buraco para enfiar sua cabeça dentro. As bochechas ficaram terrivelmente vermelhas e ela pensou em várias formas diferentes de matar Joseph. — Não quero te constranger e nem nada do tipo, vocês são adultos e sabem o que fazem. Só quero que pensem na filha de vocês em primeiro lugar antes de tomar qualquer decisão, vocês estão cruzando uma linha perigosa, isso pode afetar a filha de vocês e pode afetar o relacionamento de vocês como pais. Eu só quero que tomem cuidado, o.k?

— O que aconteceu foi um erro que não vai voltar acontecer, nós vamos focar na nossa filha que é o mais importante no momento, eu e Joseph temos apenas uma relação amigável e nada mais do que isso. — Disse tentando convencer a si mesma. Ela não pensaria mais em como seria acordar todos os dias ao lado dele.

— Vocês jovens complicam tudo. — Adam disse brincalhão. Estava tão óbvio que Demi ainda sentia algo por Joseph e Joseph sentia algo por ela. Adam e Demi ficaram algum tempo conversando sobre novos projetos e arquitetura. Quinze minutos depois, ele foi chamado para uma reunião e Demi voltou para a sua sala. Quando o elevador abriu as portas no andar em que ela trabalhava, Demi franziu o cenho ao ver Joseph e Blake caminhando juntos até a mesa de Bella, ambos tinha um sorriso nos lábios e Blake abraçava Joseph pelos ombros.

— Céus, Joseph, você é terrível. — Ela disse toda sorridente. Joseph esbanjou aquele sorriso galanteador dele e piscou para ela. Demi revirou os olhos e caminhou diretamente para sua sala, passando por eles como um furacão. Ela fechou a porta da sala, jogou a bolsa em cima do sofá e sentou-se ao redor da sua mesa para começar as tarefas do dia. Não entendia porque se sentia tão irritada.

Tinha tanta coisa para resolver, e-mails para responder, reunião com uma cliente, prova para estudar e mais um monte de tarefas que precisava cumprir até as quatro da tarde. Demi ligou o computador e abriu o seu e-mail da empresa, respondeu o e-mail da Sra. Campbell confirmando sua reunião no horário de almoço e mais alguns e-mails pendentes. A porta do escritório foi aberta e Demi franziu o cenho ao ver Blake adentrar em sua sala. — Bom dia, Demi. — Disse séria caminhando em sua direção com uma pasta preta em mãos. — Preciso que você vá atrás da assinatura de todos os engenheiros desse departamento. — Disse colocando a pasta em cima da mesa. — É um projeto de urgência e preciso dessas assinaturas na minha mesa em trinta minutos. — Falou e saiu da sala sem dar chance de Demi responder. Demi era estagiária, mas não era estagiária de Blake, aquele não era o papel dela, aquela mulher nunca havia lhe dado um simples bom dia desde que chegou na empresa e agora queria manda-la fazer trabalhos que não eram de sua responsabilidade? Diabos.

Demi leu brevemente aquele monte de papel e deixou o computador em descanso enquanto saia da sala para buscar as assinaturas. A maior parte dos funcionários que trabalhavam naquele andar eram gentis e educados, mas como toda empresa tinha alguns que eram arrogantes, que nem a olhava e muito menos lhe desejava um bom dia. Demi revirou os olhos discretamente quando um desses engenheiros arrogantes lhe entregou os papeis assinados e praticamente a expulsou da sala. Ela verificou as assinaturas que já tinha e as que faltavam, o próximo da lista era Wilmer. Demi respirou fundo e caminhou lentamente para a sala dele verificando a hora no relógio de pulso, ela bateu na porta e entrou na sala assim que teve permissão.

— Bom dia, a Blake me pediu para buscar as assinaturas de todos os engenheiros desse departamento. — Demi falou se aproximando tentando ser profissional enquanto se aproximava. Wilmer arqueou a sobrancelha e leu brevemente os papeis quando Demi lhe entregou.

— Eu já conversei com Adam e disse que não iria participar desse projeto, fala para ela vir conversar comigo e você não deveria estar fazendo isso, você é minha estagiária, não dela. — Demi deu os ombros e sentou-se no sofá ao lado dele. — Como você está? Eu não recebi nem um bom dia hoje. — Demi sorriu envergonhada e se inclinou sobre ele, acariciando o rosto barbado, seu coração ficava aliviado em saber que nada havia mudado entre eles. — Você está linda hoje. — Wilmer beijou a bochecha dela e Demi agradeceu baixinho, ela estava vestindo jeans e um blazer, não tinha nada de diferente.

— Eu estou bem e você? — Perguntou baixinho fitando os olhos escuros. Wilmer  sorriu assentiu e selou seus lábios em um beijo calmo e gentil, ela retribuiu o beijo na mesma intensidade e separou alguns segundos depois porque estavam no local de trabalho.

— Almoça comigo hoje? — Ele perguntou alisando a bochecha dela carinhosamente.

— Desculpa, mas não vai dar. — Sorriu sem graça. — Eu tenho uma reunião com a Sra. Campbell durante o almoço, nós vamos fazer os últimos ajustes do projeto antes de irmos as lojas procurar pelos móveis. — Sorriu feliz porque seus projetos estavam caminhando bem e os clientes pareciam estar satisfeitos.

— Tudo bem, podemos almoçar amanhã. — Demi assentiu e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha, ela beijou a bochecha dele e sorriu porque ele era compreensivo e a entendia acima de tudo, era de uma pessoa assim que ela precisava em sua vida. 

— Eu preciso ir se não vou acabar me atrasando, nos falamos depois, tudo bem? — Wilmer assentiu, lhe deu um breve selinho e deixou que ela saísse da sua sala. Demi buscou a assinatura de uma engenheira simpática que aparecia apenas duas vezes na semana na empresa porque ela trabalhava em casa, elas conversaram brevemente sobre o projeto e depois Demi foi buscar a assinatura de Joseph. Ela só não esperava que Blake estivesse na sala dele e que os dois conversavam animadamente como se fossem amigos de infância. Ela estava tão irritada porque os dois estavam muito próximos. — Aqui estão todas as assinaturas, Wilmer disse que não irá participar do projeto, falta apenas a assinatura de Joseph, mas isso eu tenho certeza que você pode conseguir, com licença. — Joe franziu o cenho e encarou Demi. Por que ela estava tão irritada?

— Eu já volto. — Joseph disse para Blake assim que Demi saiu da sala. Ele caminhou até a sala dela e adentrou mesmo sem permissão. Demi estava sentada em volta da sua mesa e retirava os seus saltos para ficar mais sossegada enquanto trabalhava. — Ei. — Joe sorriu e se aproximou dela, sentando na cadeira disponível. Demi o olhou e arqueou a sobrancelha, será que ela não poderia trabalhar em paz?

— O que você quer? — Perguntou sem paciência nenhuma. — Vai ficar com sua amiguinha e me deixa em paz. — O que era aquilo? Demi franziu o cenho quando notou o que tinha acabado de dizer. Quando Joseph sorriu, ela teve vontade de voar no pescoço dele, estava na cara que ele estava adorando aquele pequeno ataque de ciúmes dela. O que Joseph fazia com sua vida não era problema dela, ele podia ter quantas amiguinhas quisesse, ela não estava nem aí.

— Eu estava pensando em irmos buscar Alana juntos na escola, o que acha? Ela vai ficar feliz. — Joseph sorriu, ele estava adorando aquele pequeno ataque de ciúme de Demi, mostrava que ela ainda sentia algo por ele e se continuasse insistindo talvez ela cedesse uma segunda chance.

— Não vai dar, eu vou almoçar com uma cliente. Eu ia te perguntar se não dar para você ir buscá-la na escola e ir almoçar com ela no meu apartamento, eu deixei o almoço pronto, é só esquentar e depois Kristen vai deixá-la no balé, eu vou falar com ela. — Demi digitou a senha do celular e abriu o aplicativo de mensagem para mandar uma mensagem para a amiga.

— Tudo bem, eu vou buscá-la. — Disse brincando com uma caneta qualquer. Demi revirou os olhos e se acomodou melhor na cadeira, ela bloqueou o celular assim que terminou de digitar, colocou o celular sobre a mesa e o encarou. — O que foi? — Joe perguntou ao ver o modo como Demi o olhava, parecia que ela imaginava várias formas diferente para matá-lo.

— Você é um idiota que não sabe manter essa sua boca fechada. Por que diabos você tinha que ir comentar com o seu tio sobre o que aconteceu na cozinha? O que aconteceu foi um erro que nunca mais vai voltar a acontecer, se você cruzar a linha novamente eu vou me certificar de que você nunca mais veja Alana na sua vida e eu não estou brincando. — Ela estava irritada porque enquanto falava Joseph mantinha aquele sorriso idiota nos lábios.

— Linda, você quis aquele beijo tanto quanto eu. Você está com ciúme de Blake sem nenhum motivo aparente, ela é apenas a minha amiga, eu só tenho olhos para você e o meu tio é como o meu pai, você não precisa ficar tão estressada, tenho certeza que comentou sobre o nosso beijo com a sua amiga.

— É diferente. — Não era diferente, Joseph havia desabafado com alguém de confiança da mesma forma que ela havia feito com Kristen. — E eu não estou com ciúmes de ninguém, o que você faz da sua vida é problema seu, contando que não afete a minha filha, eu não me importo.

— Eu jamais faria algo para afetar a nossa filha e eu não quero outra pessoa, eu quero ficar apenas com você e eu não vou desistir enquanto você não olhar nos meus olhos e dizer que não quer nada comigo  — Joe colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha e Demi tocou o braço dele, o afastando.

— Sai daqui, Joseph. Você já esgotou toda a minha paciência por hoje. — Falou digitando no computador, sem olhar para os olhos de Joseph. Joe sorriu, pegou um bloquinho de notas que havia em cima da mesa, desenhou alguma coisa e saiu da sala, deixando o bloquinho em cima da mesa. Quando a curiosidade falou mais alto, Demi pegou o bloquinho e sentiu o coração bater mais forte no peito. Havia um pequeno desenho, eram três bonequinhos de mãos dadas, dois bonequinhos de mãos dadas e um bonequinho menor, provavelmente ela, ele e Alana, e ao lado dos bonequinhos estava escrito "família". Por que Joseph tinha que ser assim? Ele conseguia mexer com a sua mente de uma maneira que ninguém mais conseguia. Demi mordeu o lábio inferior e guardou a folha desenhada dentro da bolsa.


Alana estava sentada em volta de uma mesa redonda com algumas coleguinhas, esperando pelos pais irem buscá-las. Era o dia do brinquedo e por isso ela estava com uma boneca nos braços, o dia do brinquedo era o seu dia favorito porque ela podia levar brinquedos de casa e passar uma boa parte do dia brincando com os coleguinhas ao invés de fazer lição. — O Justin é o pai da minha filha. — Catarina disse penteando o cabelo da boneca com uma escova de plástico.

— O pai da minha filha é o Gabriel. — Júlia disse sorridente fitando a boneca de cabelos pretos. Alana franziu o cenho quando as duas coleguinhas olhou para ela. A pequena encarou sua boneca sentada em cima da mesa e olhou para as amiguinhas.

— A minha filha não tem pai, a minha mãe disse que eu não posso namorar porque ainda sou criança e crianças não namoram. — Disse pensando no que Demi e Joe haviam dito para ela. Catarina olhou Alana com o cenho franzido e deu os ombros.

— Então a sua filha não vai ter um pai igual você. — Catarina falou sem maldade nenhuma. Alana olhou para a menina brava e cruzou os braços.

— Eu tenho um pai sim, o nome dele é Joseph e ele é o melhor pai do mundo, muito melhor do que o seu pai. — Alana falou irritada. Ela soltou sua boneca e encarou a coleguinha, ela tinha um pai e não achava justo as outras crianças falarem que ela não tinha pai só porque não havia convivido com ele. Agora ela tinha um pai e ele era o melhor pai de todos.

— Não fala do meu pai, sua feia. — Catarina falou puxando a trança do cabelo de Alana. Alana franziu o cenho e levou a mão ao couro cabeludo alisando o local, estava doendo e para se defender deu um tapa forte na barriga da garota. — Professora! — A menina gritou chorosa sentindo a barriga doer. Quando viu as lágrimas descerem pela bochecha da menina, Alana se arrependeu porque sabia que ia levar uma bronca da mãe.

— O que está acontecendo aqui? — A professora se aproximou das duas e afastou as garotas. As duas começaram a falar ao mesmo tempo com medo de levar uma bronca, a mulher de cabelos pretos na altura dos ombros pediu para que elas se calassem e pegou a agenda das duas para escrever um recado e já que estava no horário de ir para casa deixou as duas de castigo afastadas dos demais coleguinhas que brincavam pela sala.

Alana estava cabisbaixa sentada perto da porta segurando sua boneca. Joseph parou na porta da sala e franziu o cenho quando viu sua garotinha cabisbaixa, a professora a chamou e explicou toda a situação para Joe. Joseph colocou a mochila rosa da filha nos ombros e segurou a mão da menina enquanto eles caminhavam em silêncio até o carro, ele ajudou a pequena a sentar no banco de trás e colocar o cinto de segurança em volta dela.

— Pai não foi minha culpa, ela começou dizendo que eu não tinha um pai e puxou o meu cabelo. Eu juro que só estava me defendendo. A tia Kris disse uma vez que não era para mim deixar ninguém me bater e foi o que eu fiz. Eu juro que não fiz por mal e amanhã eu vou pedir desculpa. — Disse desesperada com medo da bronca que poderia levar do pai. Ela sabia o quanto Demi era rígida quando o assunto era escola e já havia conversado várias vezes com a menina sobre bullying e violência que acontecia nas escolas.

— Eu não vou brigar com você, querida. — Joseph olhou para a filha pelo retrovisor do carro e deu partida no carro com cuidado por conta das crianças que circulavam naquela região. — O que você fez foi errado, mas eu entendo que você só estava se defendendo.

— A mamãe vai brigar comigo e me colocar de castigo. — Falou tristonha, ela conhecia a mãe e sabia que estava encrencada.

— Eu vou conversar com ela, o.k? — Alana assentiu esperançosa, Joseph era o melhor pai mundo. — Hoje ela não vai poder almoçar com a gente porque teve uma reunião no trabalho, mas quando eu me encontrar com ela lá na empresa explico tudo o que aconteceu.

— Fala para ela que eu sinto muito e que nunca mais vou fazer isso. — Ela disse com esperanças de que o pai conseguisse livrá-la de um castigo. Joseph assentiu com um sorriso e ligou o rádio para a filha ficar mais calma e sossegada, eles chegaram ao apartamento e Joseph abriu a porta com a chave reserva que Demi havia lhe dado antes de ir almoçar. Batman correu até Alana e abanou o rabinho feliz por ter a dona em casa.

Alana jogou a mochila no chão e pegou o cachorrinho no colo para fazer carinho e mimá-lo. — Oi Batman, eu senti sua falta. — Disse toda carinhosa com o cachorrinho e Joseph sorriu orgulhoso por ver que a filha cuidava tão bem do cachorrinho que ele havia dado. Ele colocou suas chaves em cima da mesa de jantar e caminhou até a cozinha para lavar as mãos e ver o que Demi havia preparado para o almoço. Alana correu até a cozinha atrás do pai com Batman em sua cola para ajudá-lo a preparar o almoço.

Verduras e legumes. Nada muito apetitoso. Joseph e Alana fizeram caretas juntos porque eles queriam comer algo melhor como uma pizza ou hambúrguer. Joe olhou para a garotinha que segurava o pote de ração de Batman nas mãos e sorriu de lado. — Se almoçarmos algo diferente você promete que não irá contar para sua mãe?

— Eu prometo, papai. — Alana disse risonha adorando ter um segredo com o pai.

— Certo, vá colocar ração para o Batman que eu vou ligar para pedir nosso almoço. — Alana assentiu animada e foi colocar a ração para o cachorrinho. O almoço de Joseph e Alana se resultou em hambúrgueres, batatas-fritas e refrigerante, se Demi visse aquilo iria surtar, mas um dia ou dois não faria mal a ninguém. Depois que eles terminaram de comer, se livraram da prova do crime e sentaram no sofá para assistir um capítulo de Bob Esponja.

A porta se abriu e Kristen adentrou no apartamento da melhor amiga com várias sacolas nas mãos. Joseph e Alana olharam para ela de forma curiosa, Kris deixou as sacolas em cima da mesa de jantar e caminhou até o sofá aonde Joe estava com Lana, Batman estava deitado ao lado deles e observava tudo atentamente. — Por que vocês estão com essa cara de que estavam aprontando? — Perguntou desconfiada colocando uma das mãos na cintura, Kristen conseguia farejar encrenca de longe.

— Não estamos aprontando nada. — Os dois falaram juntos e Kristen riu achando aquilo engraçado.

— Eu vou fingir que acredito. — Ela encarou Joseph e depois olhou para a sobrinha que estava perfeitamente acomodada nos braços do pai prestando atenção em seu desenho favorito. Era uma cena fofa de se ver. — Mocinha está na hora de ir se arrumar para o balé, vista sua roupa e depois desça para prender o cabelo. — Alana assentiu, beijou a bochecha do pai e subiu as escadas correndo. — Se precisar de ajuda me grita. — Gritou enquanto Alana subia as escadas. Kris sentou-se no braço do sofá e observou a televisão para depois encarar o homem sentado ao seu lado. — Se você machucar a minha amiga eu vou acabar com a sua raça. — Kristen disse sem rodeio dando um tapa no braço de Joseph que a olhou assustado.

— O que eu fiz? — Perguntou confuso alisando o local agredido, estava ardendo.

— Eu sei de tudo o que aconteceu entre vocês, desde o dia em que os seus olhares se cruzaram naquela festa no sítio dos seus pais até o beijo que aconteceu ontem na cozinha e eu estou falando sério, se você estiver só brincando com ela é melhor parar porque eu não vou deixar ninguém machucá-la.

— Eu quero ela de volta. — Disse sério a olhando nos olhos. — Durante todos esses anos eu nunca deixei de amá-la, eu sempre estava pensando nela e pedindo aos céus que nós nos reencontrasse para que eu pudesse concertar as coisas, eu tenho uma filha com ela, esse foi o melhor presente que ela poderia me dar e eu quero construir uma família com ela.

— Vai ser divertido ver você correndo atrás dela como um cachorrinho, mas saiba que se você der mancada eu vou atrás de você no inferno, eu juro que acabo com você, está me entendendo? Demi é como uma irmã para mim e eu não vou deixar ninguém machucá-la, ainda mais você que é um babaca.

— Eu errei com a Demi e eu quero concertar as coisas.

— Você não errou com ela, você foi simplesmente o maior filho da puta que existe no mundo, o mais trouxa, idiota, babaca, egoísta, ridículo, sem noção, infantil e otário que existe no planeta. — Joseph fez uma careta com todos aqueles xingamentos que recebeu, ele achava engraçado o jeito de Kristen e ficava feliz por saber que Demi tinha pessoas que gostavam dela e a protegiam. — Eu vou estar te observando de perto, Joseph. Qualquer vacilo e eu acabo com a sua vida. E eu não estou brincando, você não me conhece e não sabe dos meus antecedentes criminais. — Joseph a encarou procurando algum vestígio de zoeira nos olhos de Kristen mas ela estava séria e o encarava sem desviar o olhar, ele franziu o cenho pensando se realmente ela tinha algum antecedente criminal.

— Tia, eu preciso de ajuda. — Alana gritou do topo da escadas, a meia calça do balé estava no meio das pernas e ela não conseguia fazer subir. Kristen fez uma carinha fofa para Joseph adorando ver a cara assustada dele, ela subiu as escadas para ajudar a sobrinha se arrumar para o balé.


***


Quando Bella mandou uma mensagem avisando que Joseph havia acabado de chegar do almoço, Demi não pensou duas vezes em largar suas tarefas e caminhar até a sala dele. Ela adentrou assim que teve permissão e sentou no sofá da sala dele. — Como foi o almoço? — Perguntou curiosa. Joe desviou o olhar do notebook para olhá-la e sorriu. 

— Foi bom, nós almoçamos, assistimos desenho e depois fui levá-la para o balé junto com a sua amiga. — Deu os ombros e Demi franziu o cenho enciumada, mas assentiu. — Nós precisamos conversar. — Disse sério. Ele não queria que Demi brigasse com Alana, ele havia conversado com a garotinha no carro e ela havia prometido que não faria novamente.

— Sobre o que? — Ela já estava em estado de alerta, até a postura havia mudado.

— Alana.

— Aconteceu alguma coisa? — Joe silenciou o celular assim que começou a tocar e o nome de Blake vibrou na tela. Demi acomodou-se melhor no sofá esperando pela resposta dele.

— Ela se envolveu em uma briguinha hoje na escola. — Demi fechou os olhos e massageou as têmporas. Duas brigas em um mês. Ela conversava tanto com a filha sobre aquilo, Alana não era uma criança que brigava com os coleguinhas, o que diabos estava acontecendo? — Foi uma briguinha besta, parece que uma coleguinha disse que ela não tinha pai e puxou o cabelo dela, Alana apenas se defendeu dando um tapa na barriga da menina.

— Já é a segunda vez que isso acontece em um mês. — Demi disse respirando fundo, Alana estava encrencada.

— Demi, ela só estava se defendendo. Eu já conversei com ela e ela prometeu que não vai voltar a acontecer, não precisa se estressar com algo bobo, ela vai pedir desculpa para a menina amanhã.

— Joseph, é a segunda vez que isso acontece dentro de um mês, Alana precisa aprender que toda ação tem uma consequência. Eu sempre conversei com ela sobre isso, ela sabe que não devemos resolver os nossos problemas com violência, mas parece que entra por um ouvido e sai pelo outro. Ela me prometeu da outra vez que não faria mais e acabou acontecendo novamente.

— Eu entendo você, mas eu já conversei com ela e está tudo bem. Eu prometi que conversaria com você e que você não a colocaria de castigo. Ela só estava se defendendo.

— Você não deveria ter prometido isso, ela sabe que vai ficar de castigo pelo resto da vida dela. Sabe o que mais me irrita? É o fato de você estar sempre querendo o ser o melhor pai do mundo, o super-herói enquanto eu estou saindo como a vilã, a mãe chata que coloca de castigo, e você passa por cima de todas as minhas ordens, você está me rebaixando na frente da minha própria filha. — Demi se levantou e passou uma das mãos pelo cabelo. Ela estava irritada porque Joseph não deveria ter prometido nada.

— Isso não é verdade, eu só não acho necessário você fazer uma tempestade em copo d'água por uma situação que da para ser resolvida apenas com uma conversa.

— Você não sabe de nada, Joseph. Sua opinião é insignificante na maneira como eu educo a minha filha, você não estava lá para ela quando ela chorou com medo do bicho que tinha dentro do guarda-roupa, você não estava lá para pegá-la no colo quando ela chorou de madrugada pedindo mamadeira, você não estava lá para ela quando ela chorou no primeiro dia de aula porque estava com medo de ir para escola. Você também não estava lá para segurar a minha mão durante o parto, você não está lá quando eu contei para os meus pais que estava grávida, você não estava lá por mim quando eu fui expulsa de casa, você não estava lá quando eu mais precisei de você, então a sua opinião é insignificante para mim. — Disse extremamente irritada e com lágrimas nos olhos. Demi odiava ficar naqueles dias porque sempre ficava mais emotiva, estressada e irritada que o normal.

— Eu não estava lá porque você não me contou que estava grávida, se você tivesse me dito desde o momento em que começou a desconfiar, nada disso teria acontecido. Eu não teria perdido cinco anos de vida da minha filha e você não teria passado por tudo isso sozinha, eu não vou aceitar que você jogue a culpa disso em cima de mim.

— É por isso que eu não te dou uma segunda chance, você é um idiota e eu tenho certeza que na primeira oportunidade vai quebrar o meu coração, nós dois não funcionamos mais juntos. — Disse magoada e com os olhos cheios de lágrimas. — E eu não escondi a gravidez de você, eu não tive oportunidade de contar. — Demi limpou as lágrimas que escorriam pelas bochechas e se afastou dele. — Eu queria contar, queria estragar o seu maldito casamento, mas meu pai não deixou. Eu não sou culpada de nada.

— Eu não disse que a culpa era sua, eu disse que você deveria ter me contado desde o momento em que começou a desconfiar. — Joe se levantou e se aproximou dela. — Você não é a culpada de nada, Demi. As coisas aconteceram da forma que deveriam ter acontecido e nem eu e nem você poderia impedir isso. — Cuidadosamente, ele segurou a mão dela e beijou carinhosamente, Demi suspirou e deixou que ele entrelaçasse suas mãos. — Eu não vou quebrar o seu coração. — Disse acariciando a bochecha dela com o dedão e a olhando nos olhos. — Eu não seria idiota de cometer o mesmo erro duas vezes. — Ele estava próximo demais. Se afaste, o cérebro dela dizia, mas o coração dizia para ela se aproximar.

— Não me faça criar falsas esperanças. — Pediu de olhos fechados. Joseph tocou a cintura dela gentilmente e beijou a bochecha dela.

— Não é falsas esperanças. Eu estou te prometendo, se você me der uma segunda chance, eu vou te fazer a mulher mais feliz do mundo, eu vou te tratar como a rainha que você merece ser tratada. Não é só mais uma promessa, eu quero construir a minha família com você, a mãe da minha filha. — Ele disse calmamente. Por que ela tinha que ser tão vulnerável a ele? Demi conseguia sentir a respiração dele e ela não podia fazer nada porque já estava entregue ao momento.

Quando sentiu os lábios dele sobre os seus, Demi entreabriu mais os lábios e permitiu que a língua dele se entrelaçasse com a sua. Ela passou uma das mãos pelo braço musculoso gostando de sentir como ele era forte e passou um braço pelo pescoço dele o puxando para mais perto. Joseph a abraçou pela cintura e caminhou com ela até encostá-la sobre a mesa de madeira. A mão de Joseph alisou a coxa torneada, subiu para a cintura dela e agilmente adentrou o blazer. Aonde está a sua sanidade? A mente de Demi gritava, mas ela ignorava porque gostava de sentir as mãos grandes e firmes passeando pelo seu corpo, quando Joseph tocou sua coxa com vontade, ela sentiu o intimo se contrair, o desejando de uma forma mais intima.

— Você é tão linda. — Disse no ouvido dela, a voz estava rouca e a respiração ofegante. Os olhos dela estavam fechados e ela não estava nem aí se estavam no ambiente de trabalho. Joseph deu um beijinho atrás da orelha dela, aonde havia sua tatuagem e desceu os beijos para o pescoço enquanto suas mãos repousavam no traseiro dela. Demi suspirou profundamente e puxou levemente o cabelo da nuca dele o afastando para fitar os olhos esverdeados que ela tanto gostava, ela umedeceu os lábios e o beijou novamente. Joseph a segurou firmemente pela cintura e a sentou na mesa deixando que um porta-canetas e algumas folhas caíssem no chão, Demi abriu as pernas para que ele ficasse sobre elas e passou uma das mãos pelo peitoral dele por cima da camisa social, quando ela desabotoou o primeiro botão da camisa, bateram na porta.

Demi o empurrou pelo peito com as duas mãos e se afastou, o que diabos ela estava fazendo? — Quem é? — Joseph perguntou frustrado. Por que as pessoas tinham que ser tão inconvenientes e chegar nos melhores momentos? Demi arrumou o cabelo e desceu da mesa tentando não pensar em como ele estava bonito com os lábios inchados e a camisa social amassada.

— Sou eu, Blake. — O que diabos aquela mulher queria? Demi revirou os olhos com vontade, sentindo o ciúmes ferver em suas veias. Por que aquela mulher vivia de baixo das asas de Joseph? Ela abriu a porta extremamente irritada e encarou a mulher. Blake colocou uma mecha do cabelo loiro atrás da orelha e encarou Demi com o cenho franzido. — Eu não sabia que ele estava ocupado. — Para um bom observador não era muito difícil entender o que havia acontecido dentro daquela sala.

— Ele não está ocupado e eu já estava de saída. — Disse e saiu da sala deixando os dois sozinhos. Demi arrumou o cabelo enquanto caminhava para a sua sala, mas parou assim que ouviu alguém chamar o seu nome, quando olhou para trás, sentiu o coração bater mais forte, Wilmer tinha um sorriso no rosto e segurava uma caixa de bombom nas mãos. Ela era uma verdadeira vadia.

— Você está ficando com a estagiária? — Blake perguntou com o cenho franzido. Ela encarou a mesa do amigo bagunçada e mordeu o lábio inferior ao vê-lo abotoar o botão da camisa. Joseph se abaixou para recolher os papeis e as canetas que haviam caído no chão.

— É complicado, eu estou tentando uma segunda chance, mas ela ainda está com receio e com medo. — Blake colocou os papeis em cima da mesa dele e se abaixou para ajudá-lo. — Vocês mulheres são difíceis. — Disse de uma maneira brincalhona e Blake o acertou com um tapa.

— Não somos complicadas, são vocês que complicam tudo. — Eles se levantaram após juntarem tudo e arrumaram a mesa. — Ela não deveria ficar com você, ela está com Wilmer. — Blake colocou uma mecha do cabelo loiro atrás da orelha e arrumou o blazer preto no corpo. — Isso é errado.

— Ela não o ama e eu duvido que ele não fique com outras mulheres por aí. Eu não vou desistir dela enquanto ela não olhar nos meus olhos e me pedir para desistir, eu quero que sejamos uma família, eu, ela e a nossa filha. Nós não nos reencontramos por acaso. — Blake não disse nada, apenas suspirou e direcionou o assunto para o trabalho que eles precisavam fazer.


***

Durante todo o caminho da escola de balé até o apartamento em que moravam, Demi não disse uma palavra. Ela estava séria e Alana estava com receio porque sabia que ficaria de castigo, era sempre assim quando fazia algo que a mãe não gostava. Demi abriu a porta do apartamento e Batman rapidamente correu até Alana com o rabinho abanando, a garotinha deixou a bolsa do balé de lado e pegou o cachorrinho nos braços. — Você está de castigo. — Demi disse após fechar a porta do apartamento. Ela colocou a bolsa em cima do sofá e retirou as sandálias.

— Mas meu pai disse que ia conversar com você. Eu juro que não fiz por mal. — Ela disse tentando convencer a mãe, ficar de castigo era tão ruim, ela não podia fazer nada.

— Ele conversou, mas ainda sim você está de castigo. Eu conversei com você sobre há alguns dias e você me prometeu que não faria novamente e você fez. Eu estou decepcionada com você, você sabe muito bem que violência não é uma maneira de resolvermos os nossos problemas, você não tem exemplo disso dentro de casa.

— Mas ela puxou o meu cabelo, eu só estava me defendendo.

— Eu vou conversar com a mãe dela amanhã, mas ainda sim você está de castigo, uma semana sem brincar com Mark no parquinho e você não vai poder sair para passear com o seu pai no final de semana. — Alana assentiu tristonha e sentou no sofá para tirar as sapatilhas do balé. Demi caminhou até a cozinha para lavar as mãos e começar a preparar um lanche da tarde para ela e a filha. — Alana o que você e Joseph almoçaram hoje? — Perguntou estranhando o fato do almoço estar da mesma forma que ela havia deixado. Alana comprimiu os lábios em uma linha reta e fez uma careta, estava ainda mais encrencada.

— Eu não me lembro. — Demi franziu o cenho e quando ela abriu a lata de lixo para jogar a casca da banana que estava comendo fora, sentiu a raiva crescer em seu interior. A prova do crime estava na lata de lixo, ela não queria acreditar que Alana e Joseph haviam comido Mc Donald's no almoço.

— Você e seu pai passaram do limite. — Demi caminhou até a sala e pegou o celular dentro da bolsa. — Qualquer dia desses vocês vão me deixar louca. — Disse e caminhou novamente para a cozinha com o celular no ouvido, ela estava ligando para Joseph, iria xingá-lo de todos os xingamentos possíveis.

— Alô? — A voz feminina do outro lado da linha fez Demi franzir o cenho. Ela até tirou o celular do ouvido para verificar se havia ligado para a pessoa certa.

— Quem está falando? — Ser curiosa era uma porcaria. Ela mordeu o lábio inferior e se apoiar na bancada da cozinha.

— É a Blake, Joseph acabou de entrar no banho, gostaria de deixar recado? — Joseph realmente era um idiota. Demi desligou o celular extremamente furiosa e o jogou em cima da bancada. Ela cobriu o rosto com as duas mãos e mordeu o lábio para não chorar. Ele havia lhe beijado, mas na primeira oportunidade levava outra mulher para o seu apartamento. Filho da puta.

— Aonde está sua mãe? — Kristen perguntou para a sobrinha assim que adentrou no apartamento e encontrou a menina sentada no sofá tristonha. Alana colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e apontou para a cozinha. 

— Hoje ela está estressada. — Alana avisou para a tia que não conseguiu conter a gargalhada alta enquanto caminhava até a cozinha

— É porque ela está naqueles dias, meu amor. — Kristen disse para a sobrinha e riu quando a menina franziu o cenho sem entender. — Até a sua filha sabe que você fica mais estressada que o normal quando está naqueles dias. — Kristen disse adentrando na cozinha, ela franziu o cenho ao encontrar a amiga parada encarando o nada.

— O que é estar naqueles dias? — Alana perguntou curiosa, adentrando na cozinha atrás da tia. Kristen beijou a bochecha da menina e a pegou no colo, colocando-a sentada em cima do balcão.

— É quando uma mulher fica mais estressada que o normal. — Demi revirou os olhos e abriu a geladeira para começar a preparar um lanche.

— Eu não sou estressada, são vocês que tiram a minha paciência. — Falou e colocou uma uva na boca. — Joseph e Alana se juntaram e formaram uma quadrilha contra mim. — Alana riu do drama da mãe e esticou o braço para alcançar uma banana. Agilmente, Demi preparou sanduíches, um suco de abacaxi e lavou algumas uvas, colocando-as em um potinho para a filha comer. — Eu vou tomar banho, quando você terminar de comer suba para fazer a lição de casa. — Disse para a filha que estava sentada no sofá com o prato de sanduíche entre as pernas e uma vasilha com as uvas ao seu lado. — Cuidado para o Batman não comer o seu lanche. — Avisou enquanto subia as escadas, mas Alana estava mais focada no filme da Disney que passava na televisão.

— Como foi seu dia hoje? — Kristen perguntou subindo as escadas atrás da amiga. Elas adentraram no quarto e Demi caminhou diretamente para o closet enquanto Kristen estava jogada em sua cama.

— Um inferno. — Resmungou enquanto separava uma calça jeans e uma blusa para que pudesse ir para a faculdade, ela gostava de ir mais confortável. — Eu e Joseph nos... beijamos hoje na sala dele. — Demi franziu o cenho quando viu a amiga na porta do closet, quando ouviu o que Demi havia dito, Kristen correu até lá com os olhos arregalados.

— Vocês o que?

— Nós estávamos discutindo e quando me dei conta já estávamos nos beijando, dessa vez foi mais intenso e se não tivessem batido na porta, eu teria continuado até o fim. Eu não sei o que está acontecendo comigo. E para piorar toda a minha situação, Wilmer me convidou para jantar sábado.

— Amiga que sorte a sua, você tem dois homens lindos atrás de você.

— Sorte? Eu estou me sentindo a pior vadia da face da terra! Eu beijei Joseph no ambiente de trabalho e quando eu sai da sala dele me deparei com Wilmer segurando uma caixa de bombom, com um sorriso lindo nos lábios. Eu não posso continuar com isso.

— Sinceramente? Eu acho que você de ficar com Joseph e quer ficar com ele, se você não quisesse já teria o dispensado da mesma forma que fez com Ryan. Você sente algo por ele e sente algo por Wilmer também, por isso está tão confusa e sem saber o que fazer.

— Eu não quero ficar com Joseph, mas parece que tem um ima que me atraí à ele. — Suspirou e sentou em um puf que havia ali. — Quando eu me dou conta já estou nos braços dele, retribuindo o beijo na mesma intensidade. Ele não me merece, eu acabei de ligar para ele e uma mulher lá do nosso trabalho atendeu e disse que ele estava tomando banho. Ele fala que me quer de volta, mas não perde a oportunidade de levar uma mulher para a cama.

— Ei, você nem sabe o que eles fizeram.

— Kristen, o que mais eles fariam? Ela estava no apartamento dele e ele estava tomando banho, você não viu os dois na empresa, vivem esbanjando sorrisos um para o outro, sem contar que ela vive de baixo da asa dele, passa o dia na sala dele e atrapalhou o nosso momento.

— Ah, você está com raiva porque ela estragou o momento de vocês. — Sorriu maliciosa.

— Claro que não. — Demi disse rapidamente negando com a cabeça. — Eu estou com raiva porque eu não deveria ter deixado isso acontecer, eu não sou o tipo de mulher que fica com dois ao mesmo tempo e foi a última vez que aconteceu. Eu nunca mais vou deixar Joseph se aproximar de mim dessa forma.

— Você vai dizer a mesma coisa da próxima vez que beijá-lo.

— Não vai ter próxima vez, eu já tomei a minha decisão. — Demi pegou a muda de roupa e saiu do closet caminhando diretamente para o banheiro. — E dessa vez eu estou falando sério. — Kristen riu e deitou-se novamente na cama da amiga, se espreguiçando e abraçando o travesseiro dela.

— Se você está dizendo quem sou eu para contrariar? — Disse irônica e ela apostava que a amiga estava revirando os olhos dentro do banheiro. — Sábado a noite vamos comemorar o aniversário do Ryan, Stella vai estar lá e se você não for eu nunca mais vou falar com você. Se quiser pode levar Wilmer também, vai ser divertido.

— Eu vou ver se ele quer ir. — Demi se despiu e adentrou no chuveiro. Ela iria focar em seu relacionamento com Wilmer, ele era um bom homem, lhe entendia e se preocupava com ela, ele tinha tudo o que ela procurava em um homem e ela não poderia encontrar alguém melhor para estar com ela.

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olá meninas, tudo bem com vocês? posso ouvir um amém? hahaha sinto muito pela demora, mas final de semestre é uma correria, provas, trabalhos para estudar, só jesus na causa porque não está fácil.. o que acharam do capítulo? eu gostei, mas queria ter finalizado ele de uma maneira melhor. 
as coisas entre o joe e a demi vão esquentar ainda mais e os pais dela estão chegando, se preparem para ver o circo pegando fogo. 
enfim, resposta dos comentários aqui | espero que gostem do capítulo. 

até o próximo meus amores.