29/04/2020

6. Broken Trust

capítulo não revisado... ignorem qualquer errinho 

— Eu estou indo para empresa. — Demi disse para a amiga descendo as escadas com a bolsa em mãos. Havia surgido um problema para ela resolver. Demi estava perfeitamente vestida como uma mulher de negócios, o salto alto preto fazia barulho quando ela andava, a camisa de botões era listrada nas cores preto e branco e a calça jeans tão apertada que chamava atenção para o bumbum avantajado. 

— Eu também estou indo. — Joseph disse levantando-se do sofá. Ele já estava há alguns minutos sentado ali conversando com Kristen que o aconselhava a conversar com Demi e esclarecer as coisas, era isso que ele faria durante o caminho até a empresa. O carro de Joseph estava estacionado em frente a casa deles, ele desativou o alarme e abriu a porta do carro. 

Demi franziu o cenho quando abriu a porta do passageiro e encontrou um batom no banco do passageiro, ela o pegou e abriu o batom da cor vermelha. O coração estava acelerado no peito e ela não queria acreditar no que seus pensamentos estavam dizendo sobre aquele batom. — De quem é esse batom, Joseph? — Demi perguntou, a garganta já estava seca e as pernas bambas. 

— Eu não sei, não é seu? — Joe perguntou confuso, as únicas mulheres que entravam naquele carro era Demi e Kelly. Demetria não respondeu a pergunta do marido, ela bateu a porta do carro com força e caminhou para longe dali procurando a chave dentro da bolsa para abrir a garagem. 

— Me solta, Joseph. — Demi disse quando Joe a segurou pelo braço. Ela se soltou bruscamente dele e se afastou. — Eu não quero olhar para sua cara, me deixa em paz. — Pediu abrindo a garagem, ela estava com tanta raiva que era capaz de fazer uma besteira. Demi desativou o alarme do seu carro e adentrou jogando a bolsa no banco do passageiro. 

O melhor a fazer no momento era focar no trabalho e não deixar que os seus problemas pessoais interferissem na sua vida profissional, Demi nem estacionou o carro no estacionamento da empresa, ela mandou uma mensagem pedindo para que Tiago descesse e a encontrasse ali. Em menos de dez minutos, seu estagiário estava em seu carro com os papéis necessários e eles caminharam para a obra onde havia acontecido um problema. 

O problema não era tão cabeludo, mas levaria tempo e dinheiro para que eles resolvessem e conversar com a cliente e explicar a situação foi um tanto quanto complicado porém Demi conseguiu explicar tudo da melhor maneira possível e deixar a cliente mais tranquila após garantir que eles resolveriam o problema da melhor forma possível. — Eu queria ter a mesma paciência que você para resolver os meus problemas. — Tiago disse quando eles já estavam dentro do elevador da empresa. 

— Nem eu sei de onde eu tirei essa paciência. — Demi brincou, porém era a mais pura verdade. Ela estava tão estressada que jurava que iria perder a razão, porém estava agradecida por ter conseguido converter as coisas. — Eu vou ficar na minha sala, qualquer coisa me chama. — Disse quando o elevador os deixou no andar de arquitetura. Demi caminhou diretamente para a sua sala sem falar com ninguém. 

Focar no trabalho era a melhor maneira para esquecer os problemas, porém o porta-retrato em cima da mesa chamou sua atenção, era uma foto dela, Joe e Alana. Demi encarou a foto por alguns minutos e suspirou profundamente. Era culpa dela tudo o que estava acontecendo? Joseph estava com outra mulher? Ele estava enjoado dela? Demi balançou a cabeça e focou sua atenção no notebook em sua frente. 

O relógio marcou seis horas na tela do computador, Demi estava tão concentrada que nem notou que seu expediente havia se encerrado. Ela suspirou, desligou o notebook, guardou o carregador dentro da gaveta e buscou pelo celular e a bolsa. Muitas pessoas daquele departamento já havia ido embora, restava só alguns arquitetos e assistentes, Demi se despediu com um aceno e chamou o elevador. 

A vontade de ir para cara era zero, por isso Demi estacionou numa cafeteria e pediu por um chá e um cookie para acompanhar. Ela tomou o chá calmamente sentada numa mesa afastada, a cafeteria não estava muito cheia, ela estava sentada numa mesa perto da janela olhando o movimento da rua que naquele horário estava um caos. Demi ficou pelo menos uma hora sentada naquela mesa sentada tomando seu chá e mexendo no celular já que não tinha outra coisa para se distrair. 

O carro de Joseph já estava perfeitamente estacionado na garagem, Demi estacionou o seu ao lado do dele e desceu pegando sua bolsa e logo em seguida ativando o alarme do carro. Ela entrou em casa pela cozinha e subiu diretamente para o quarto, ela estava doida para tomar um banho e vestir uma roupa de ficar em casa. 

Demi sentou-se na cama e retirou as sandálias de salto quando a porta do banheiro foi aberta e Joe saiu de lá vestindo apenas um short de moletom, o cabelo bagunçado por conta do banho o deixava muito bonito, porém Demi apenas o ignorou desabotoando a camisa. — Eu estava preocupado, te mandei uma mensagem, acho que você não viu. — Ela tinha visto sim, porém o ignorou. Demi não respondeu, apenas levantou indo para o banheiro e quando Joe a segurou gentilmente pelo braço, ela o olhou séria. — Nós podemos conversar? 

— De quem era o batom que estava no seu carro? — Perguntou seriamente o olhando de forma intimidadora. 

— Era de Madison. — Joseph respondeu sério e a decepção no rosto da esposa fez seu coração quebrar em pedacinho. Ela estava magoada e chateada, aquilo era perceptível nos olhos dela. — Eu dei uma carona para ela mais cedo e ela esqueceu lá, não aconteceu nada entre a gente. 

— E o batom dela na sua bochecha não era nada? Eu estou extremamente cansada dessa situação, eu cansei de te alertar sobre a intenção dessa garota com você, mas você sempre disse que eu estava enxergando coisa aonde não tinha, mas a verdade é que você gosta da atenção que tem dela, eu não sei... acho que faz bem para o seu ego masculino ter uma garota de vinte anos afim de você. 

— Eu nunca dei nenhuma esperança para ela, eu jamais teria algo com ela, ela é uma adolescente, eu sou casado, é errado de todas as maneiras.

— Eu não me importo mais, eu sempre pedi para você conversar com ela, não dar espaço, mas você nunca me ouviu, estou cansada de te alertar, cansada de bater na mesma tecla e nunca ser ouvida. Você chegou em casa com uma marca de batom na bochecha e eu encontrei um batom de outra mulher no seu carro, minha confiança em você acabou. 

— Você quer falar de confiança, Demetria? Você mentiu e escondeu coisas de mim, você estava jantando com dois homens enquanto eu estava em casa que nem um otário tentando te fazer uma surpresa, você mentiu para mim dizendo que estava jantando com uma cliente. Se alguém tem direito de falar sobre confiança aqui, esse alguém sou eu. 

— Eu errei e te pedi desculpas e o que você fez? Fingiu que aceitou as minhas desculpas para satisfazer suas vontades e no outro dia me tratou como um lixo. Você não tem moral para falar sobre confiança, Joseph. 

— Se você não tivesse mentido e escondido as coisas de mim, nada disso estaria acontecendo. Você causou essa situação e agora quer virar o jogo contra mim, eu reconheço meus erros e peço desculpas por isso, mas não tente fazer papel de santa porque você não é. 

— Por que eu aceitaria as suas desculpas? Quando eu quebrei o meu orgulho e fui te pedir desculpas, você disse que não mudava o que tinha acontecido, pois hoje eu te digo a mesma coisa: suas desculpas não muda o que aconteceu. Minha confiança em você está estraçalhada e você é o único culpado. 

— Se você não confia mais em mim e eu não confio mais em você, não temos motivos para continuar. — Foi como uma facada em seu coração. As lágrimas de Demi desceram pelas bochechas e ela não disse nada, apenas fechou a porta do banheiro e deixou que o choro saísse. Ela não queria que as coisas tomassem aquele rumo, mas ela estava chateada e não confiava mais nele. Havia o alertado tantas vezes sobre aquela garota e ela sempre saia como louca da história. 

As lágrimas se misturaram coma água quente que caia do chuveiro e ela deixou as lágrimas rolarem liberando toda aquela frustração que ela sentia. Demi sabia que no momento em que aceitasse trabalhar em outra empresa, ficaria ainda mais difícil concertar as coisas com Joseph. 

Ela saiu do banheiro com a toalha enrolada no corpo, caminhou diretamente para o closet e vestiu um pijama. O travesseiro de Joe não estava na cama e Demi soube que ele dormiria no sofá ou no quarto da filha que estava vago. Ela puxou o cobertor e deitou-se no seu lado da cama, a cama parecia enorme e fria sem ele ali, porém independente do que aconteceria entre eles, Demi tomaria a decisão que era melhor para sua carreira. Ela queria crescer e não seria um homem que a impediria de conquistar os seus objetivos. 

Ele não queria priva-la. Joseph jamais proibiria de fazer alguma coisa, ele não era aquele tipo de homem. Queria vê-la feliz independente de tudo, para ele, a questão de Demi estar cogitando a ideia de mudar de emprego não pesava em nada, o que pesava era o fato dela ter mentido e lhe escondido coisas. Eram casados, viviam juntos há quatro anos, ele a amava e sempre queria vê-la feliz e satisfeita, porém um casamento sem confiança não ia muito longe e ele sabia bem disso. 

Joseph mal pregou os olhos, ele foi dormir de madrugada quando o céu estava quase clareando. O celular tocando foi uma judiação, ele apertou a função soneca pelo menos quatro vezes e teve que levantar mesmo estando com dor de cabeça e as costas doloridas porque o sofá não era confortável para um homem grande como ele dormir. O barulho vindo da cozinha, mostrava que Demi já estava de pé preparando o café, Joe levantou-se e caminhou diretamente para o quarto para tomar um banho e se trocar. 

— Você sabe aonde está o meu terno preto? — Perguntou adentrando na cozinha. Demi estava em pé na bancada mexendo no celular e segurando uma xícara na mão. Ele tinha uma reunião importante no horário da manhã e por isso precisava estar vestido formalmente. 

— Está para lavar. — Demi respondeu sem desviar o olhar do celular. — Você não tem empregada, tirar cinco minutos do seu dia para colocar para lavar na máquina não faria suas mãos caírem. — Demi falou quando percebeu que Joe iria reclamar. 

— Talvez se você parasse de bancar a mulher maravilha e aceitasse alguém para nos ajudar, nos pouparia de muitas coisas. — Disse colocando a água no fogo para preparar seu café. — Amanhã vou procurar alguém para trabalhar aqui, goste você ou não. — Falou e saiu deixando-a sozinha na cozinha. 

As coisas no andar de engenharia estava uma correria, aquela era a última semana de trabalho deles antes de darem uma pausa para aproveitarem as festas de final de ano. As pessoas corriam para deixar tudo adiantado para que pudessem aproveitar o final do ano tranquilo e sossegados. Joseph estava passando umas papeladas em sua sala e no período da tarde ia visitar uma obra importante que estava quase sendo finalizada. 

Adam caminhava pelos corredores cumprimentando seus funcionários e parando para observar o trabalho de alguns, algumas pessoas ficavam um pouco envergonhadas por ver o diretor da empresa porque Adam sempre ficava em sua sala ou estava viajando. Ele sorriu para Madison a cumprimentando com um breve abraço, os pais da menina eram seus amigos de muito tempo e ele não pensou duas vezes antes de oferecer o estágio para a garota quando soube que ela estava cursando engenharia. 

— Joseph está? — Adam perguntou dando uma olhada no trabalho da menina pelo computador. Ele contratava muitos estagiários para sua empresa porque era importante passar conhecimento para os mais jovens e sem contar a ajuda que era enorme. 

— Sim, ele está revisando uns papeis importantes. — Madison disse sorrindo. Adam assentiu agradecido e bateu na porta da sala do sobrinho, entrando assim que teve permissão.

— E aí, filho? — Adam perguntou o abraçando, ele havia chegado de viagem há poucos dias e ainda não tinha tido de tempo de ir ver o sobrinho. — Acabei de sair de uma reunião, as coisas estão uma correria por aqui. — Falou puxando a cadeira para sentar-se de frente para Joe. 

— Como foi a viagem? — Joe perguntou curioso deixando os papeis de lado para dar atenção para o tio. 

— Foi uma correria, a empresa de Nova York está crescendo cada dia mais e eles estão conseguindo fechar contratos importantes com empresas que vão fazer os negócios de lá decolar ainda mais. — Adam disse orgulhoso. Wilmer estava sendo o responsável pela filial em Nova York, lá ele tinha uma posição de chefia e estava fazendo um ótimo trabalho. 

— Eu me arrependi de não ter aceitado sua proposta. — Joseph disse suspirando. Ele havia sido a primeira opção de Adam para comandar a filial porém Demi havia pedido para que o marido recusasse a proposta porque englobava muitas coisas e uma delas era se mudar para Nova York. 

— Você perdeu uma grande oportunidade, mas outras virão, seja aqui ou em outra empresa. — Adam sorriu. — Se mudar para outra cidade também não é algo simples, não é uma decisão que você toma de um dia para o outro. Você e Demi ainda são jovens e vão conquistar muitas coisas na vida. 

— Demi recebeu uma proposta para trabalhar na Bryant. — Naquele momento ele não estava falando com seu chefe, ele estava falando com seu tio que era como um pai para ele. Adam franziu o cenho e o olhou surpreso porque ele não esperava por isso. — Pelo o que eu sei ela vai ser chefe do departamento de arquitetura e ganhar o dobro do que ela ganha aqui. 

— É uma proposta tentadora, ela aceitou? 

— Ela disse que ainda não tinha uma respostas, nós brigamos. Ela escondeu isso de mim e mentiu. — Suspirou. — Eu não estou chateado porque ela está cogitando a ideia de sair daqui, entende? Eu estou chateado porque ela escondeu isso de mim. 

— Por que ela mentiu? 

— Porque ela acha que eu seria contra ela sair da Mayer. 

— E você seria? 

— Não, se ela acha que o melhor para ela é sair daqui, eu a apoiaria. Talvez eu ficasse sentindo por alguns dias porque nós trabalhamos juntos e nossa história recomeçou graças a essa empresa, mas eu não iria proibi-la de sair, eu jamais faria isso. 

— Demi não deveria ter escondido isso de você, mas entendo os motivos dela também. Infelizmente eu não posso obriga-la a ficar aqui, ela é uma ótima profissional e eu ficaria muito feliz se ela ficasse, mas a proposta deles é realmente muito boa e no momento eu não tenho como subi-la de cargo ou aumentar o salário dela. 

— Eu entendo e jamais pediria para o senhor fazer isso, Demi também nunca pediria algo assim, mas uma coisa pequena acabou se tornando algo maior e nós não estamos nos falando. Nós brigamos ontem, ela disse que não confia em mim e eu disse que não confio nela, eu nem sei aonde tudo isso vai nos levar. 

— Vocês dois precisam deixar o orgulho de lado e colocar os pratos na mesa, vocês são dois adultos e tem uma filha, não ajam como se fossem adolescentes. — Adam disse olhando nos olhos do sobrinho. — Não é fácil conviver com alguém diferente de você todos os dias, brigas é normal num relacionamento e acontece, o que não pode acontecer é vocês deixarem essas diferenças falar mais alto a ponto de ser insuportável conviver juntos. — Ele levantou-se e deu um tapa nas costas do sobrinho. 

— Eu preciso descer no andar de arquitetura para saber como andam as coisas por lá, sexta-feira vamos ter o jantar de confraternização na minha casa e eu quero você lá. — Avisou e Joe assentiu com a cabeça levanto o tio até a porta. 

Demi estava conversando com um fornecedor pelo celular, ela estava repassando os pedidos e os preços porque ela precisava daquelas entregas o mais rápido possível. Enquanto repassava os pedidos, ela tinha que esperar alguns minutos para que ele confirmasse se eles tinham o produto pronto para entrega, caso não tivesse, Demi poderia substitui-lo.

A porta foi aberta e Demi sorriu para Adam que a olhava como se tivesse pedindo permissão para entrar. Demi o chamou com a mão e levantou para cumprimenta-lo com um beijo na bochecha. Ela finalizou a chamada alguns minutos depois e sorriu para o chefe. — Ei, como você está? — Demi perguntou porque havia algumas semanas que eles não se viam. 

— Estou quebrado por conta da viagem, mas está tudo bem. E você, mocinha? — Perguntou sentando-se no sofá que havia no canto da sala e Demi sentou ao lado dele. — Não minta para mim. — Pediu porque estava nítido que nem ela e nem Joseph estavam bem. 

— Acho que Joe já te contou o que aconteceu. — Adam assentiu com a cabeça. — Eu estou triste com o que aconteceu, eu não queria que as coisas fossem tão longes, mas estou chateada com ele. 

— Eu quero que saiba que eu apoiarei a sua decisão. Se você achar que sair da Mayer é o melhor para você no momento, saiba que eu estarei ao seu lado e sempre que precisar as portas estarão abertas para você. — Demi sorriu agradecida e sentiu as lágrimas descerem pelas bochechas porque Adam foi o primeiro que lhe demonstrou apoio. — Você e Joseph deveriam conversar, vocês se amam. 

— Às vezes o amor não é suficiente em um relacionamento. Eu pedi desculpas e no outro dia ele chegou em casa com uma marca de batom na bochecha e eu encontrei um batom no carro dele, ele disse que não aconteceu nada, mas fica difícil acreditar quando não se tem confiança na pessoa. 

— Ele não me contou isso. 

— Ele também não deve ter contado que na noite em que brigamos ele saiu para beber com os amigos e várias mulheres. — Demi estava tão chateada, se fosse ela naquela situação, saindo para beber com as amigas e vários homens, ela com certeza estaria sendo julgada por todos ao seu redor. 

— Você acha que Joseph traiu você? — Adam perguntou sério a olhando, ele conversaria com o sobrinho sobre isso e tentaria entender os motivos dele, porém nada justificava uma traição. 

— Eu não sei, ele disse que não, parte de mim realmente quer acreditar que ele nunca faria isso comigo, mas aí eu penso no que ele fez no passado e fico confusa. — Suspirou. 

— O que está no passado, deve ficar no passado, Demi. Você o perdoou pelas coisas que ele fez e não deve ficar trazendo isso para o relacionamento de vocês, não é saudável e não vai fazer bem para nenhum dos dois. — Demi assentiu e limpou as lágrimas que desciam pelas bochechas. Adam tinha razão, ela havia o perdoado e não traria o passado para o presente. — Vocês dois são cabeças duras, mas se amam e eu tenho certeza que vocês vão se entender. — Adam deu um beijo na testa de Demi e a olhou sorrindo. — Sexta-feira eu quero vocês dois no nosso jantar de confraternização. 

— Eu estarei lá. — Demi confirmou com um sorriso.

***

— Pai, porque eu dormi na casa da vovó? — Alana perguntou curiosa. Não era a primeira vez que ela dormia no apartamento da avô, mas ela era curiosa e sempre queria saber o motivo. Ela adentrou no carro do pai, sentou no banco de trás e colocou o cinto de segurança enquanto o pai adentrava no banco do motorista. 

— Porque eu e a sua mãe precisávamos ter uma conversa de adulto. — Joe explicou dando partida no carro após colocar o cinto de segurança. Alana assentiu com a cabeça e então começou a contar para o pai o que havia feito na casa da avó durante o dia que ficou lá. 

Quando chegaram em casa, a menina correu para ver os cachorros e sorriu ao encontrar a mãe no sofá conversando com alguém no celular. Ela beijou a bochecha de Demi e sentou no sofá para tirar a sapatilha dos pés. — Tudo bem, nos vemos na sexta... até, beijo. — Demi finalizou a chamada e sorriu para a filha, um dia longe daquela garotinha era o suficiente para Demi morrer de saudade. 

— Oi meu amor. — Demi puxou a garota para o seu colo e a abraçou fortemente enchendo o rosto da filha de beijos exagerados. — A mamãe sentiu sua falta. — Disse entre os beijos exagerados. Alana riu quando a mãe lhe beijou no pescoço e se afastou. — Hoje eu quero dormir agarradinha com você.— Falou enquanto Joseph subia as escadas.  

— Eu, você e o papai? — Alana perguntou com um sorriso nos lábios, ela adorava dormir no meio dos pais, a sensação de estar protegida era incrível. 

— Você está com fome? — Demi perguntou sentando-se no sofá. — Nós podemos pedir alguma coisa. — Ela estava cansada e sem um pingo de vontade de cozinhar, por isso ela sempre recorria aos aplicativos de delivery que deixava a entrega na porta da sua casa. — O que você vai querer? — Perguntou abrindo o aplicativo no celular. As duas combinaram de comer comida italiana, Demi pediu duas porções grandes e mandou a filha subir para tomar banho. 

— Eu conversei com a minha mãe e ela me indicou uma moça para trabalhar aqui três vezes na semana, ela vai nos ajudar com a limpeza da casa. — Joseph disse quando chegou na sala, ele estava vestindo apenas uma calça de moletom. — Ela vem amanhã fazer um teste. 

— Você deveria ter conversado comigo primeiro, amanhã eu tenho uma reunião cedo.

— Minha mãe vai vir para ajuda-la e mostrar as coisas. 

— Você tem alguma recomendação ou vai colocar uma desconhecida qualquer para trabalhar na nossa casa? Eu nem conversei com essa mulher, nem sei quem é, você não tem noção? — Não era de hoje que Joe queria alguém para ajuda-los com a limpeza de casa, mas Demi sempre negou porque não queria uma desconhecida na sua casa. 

— Eu não sou irresponsável, Demetria. Ela é indicação da minha mãe, já trabalhou na casa dela e já trabalhou na casa do meu tio também, eu não sou um idiota de colocar qualquer pessoa dentro da minha casa. 

— Vocês estão brigando? — Alana perguntou descendo as escadas. Ela estava vestindo o pijama e segurava um elástico para a mãe prender o seu cabelo. 

— Não estamos brigando, estamos conversando. — Joseph disse para filha um pouco mais calmo. Alana o olhou para depois encarar Demi que mexia no celular para tentar disfarçar a raiva que estava sentindo, eles sempre tentavam não discutir na frente da filha.

— Então porque vocês estavam falando alto, quase gritando? — Era difícil enrolar Alana, a menina era esperta e pegava algumas coisas no ar. 

— Não estávamos gritando. — Demi disse e agradeceu quando o som do interfone tocou, era o porteiro avisando que o motoboy estava na porta do condomínio para fazer a entrega. Demi o agradeceu e calçou o chinelo para ir até a portaria porque era proibido que entregadores entrasse no condomínio para a segurança dos moradores. 

— Não vai comer? — Ela se importava com ele, por mais brava e magoada que estivesse, ela ainda se preocupava com o bem estar de Joe. Ele apenas negou com a cabeça e saiu da cozinha deixando a filha e a esposa comendo sozinhas. 

Depois de jantarem, Demi lavou o que sujaram e subiu junto com a filha para escovar os dentes. Quando Demi adentrou no quarto, Joseph levantou-se da cama, pegou seu travesseiro e caminhou para o closet pegar um cobertor e desceu as escadas sem olhar para trás. Demi escovou os dentes e sorriu quando a filha apareceu no quarto para dormir com ela. 

— Cada o papai? — Alana perguntou estranhando o fato do pai não estar ali com elas. Demi sorriu para a filha e deu um beijo na bochecha dela. A menina era tão linda e o amor que Demi sentia por aquela garotinha ultrapassava grandes barreiras. 

— Ele está na sala, mais tarde ele sobe. — Disse para não preocupar a filha que com certeza iria enchê-la de perguntas. — A mocinha foi para escola hoje? — Perguntou adentrando os dedos nos cabelos da filha para fazer cafuné. 

— Eu fui, insisti para vovó me deixar ficar em casa, mas ela disse que eu tinha que ir para escola para aprender. — Fez careta. — A professora disse que está perto de ficarmos de férias e eu estou animada. Eu e a vovó fizemos um bolo de chocolate, as amigas da vovó adoraram e até repetiram. Eu ia trazer para você, mas o papai comeu o último pedaço. 

— Está tudo bem, anjo. — Demi disse dando um beijo na bochecha estalado na bochecha rosada da filha. Elas continuaram conversando sobre o dia de cada uma até que Alana bocejou cansada fechando os olhos por conta do sono, a menina dormia cedo porque acordava cedo todos os dias para ir para escola. 

O celular despertando no dia seguinte foi uma judiação, estava começando a fazer parte da sua rotina ir dormir tarde e acordar cedo. As olheiras estavam começando a ficar perceptíveis, a sorte era que a maquiagem conseguia esconder. Demi esticou os braços se espreguiçando e abraçou a filha que dormia profundamente ao seu lado, ela beijou a bochecha da garota e levantou-se para tomar um banho para despertar. Demi não demorou muito no banheiro e logo após caminhou para o closet para escolher uma roupa para vestir, enquanto estava se trocando ela conseguiu ouvir a voz de Joseph no quarto acordando Alana. 

Como teria uma reunião na parte da manhã, Demi escolheu uma roupa mais formal, uma blusa de manga cumprida preta e uma calça social, penteou o cabelo e passou perfume. Joseph adentrou no closet vestindo apenas uma toalha na cintura, ele a olhou e ela saiu do closet rapidamente para se maquiar. Enquanto estava sentada na penteadeira se maquiando, Demi sentiu-se tonta, ela fechou os olhos respirando fundo e quando abriu novamente tinha a sensação de que tudo estava girando em sua volta. 

— Está tudo bem? — Joseph perguntou tocando-a no ombro. Demi respirou fundo e assentiu com a cabeça, deveria ser fome porque a barriga estava roncando alto. Ela concentrou em terminar o que estava fazendo e levantou-se para tomar café. 

— Bom dia, meu amor. — Demi beijou a bochecha da filha e pegou uma torrada que estava no prato dela, enquanto colocava a água para ferver no fogão para fazer um chá de camomila. 

— Bom dia, mamãe. — Alana sorriu e prestou atenção no joguinho que estava jogando no tablet. — Papai disse que hoje nós vamos conhecer uma moça que vai nos ajudar a limpar a casa. — Alana disse para a mãe com um sorriso. Demi assentiu com um sorriso e focou em preparar o seu chá para tomar com torradas. 

O som do interfone tocou e quem atendeu foi Joseph, era o porteiro e poucos minutos depois o som da campainha ecoou pela casa. Joe abriu a porta e cumprimentou a mãe com um beijo na bochecha, ele não havia falado nada sobre a briga com Demi porque conhecia a mãe que tinha e sabia que ela tomaria suas dores. — Bom dia. — Kelly disse adentrando na cozinha. Ela cumprimentou a neta com um sorriso e um beijo no topo da cabeça, e colocou a bolsa em cima de uma cadeira vaga. — Eu vim acompanhar a nova diarista. — Explicou para Demi, sentando ao lado da neta. 

— Aonde você a conheceu? — Demi perguntou dando um gole no chá. 

— Foi indicação do meu irmão, ela trabalhou lá por muito tempo, ela vai lá em casa um vez por semana, como eu moro sozinha não faço muita bagunça, Betty comentou comigo que estava procurando mais faxina e lembrei que Joe havia pedido uma indicação. Pode ficar tranquila que ela é de confiança. — Explicou e Demi apenas assentiu com a cabeça enquanto mexia no celular, Kristen havia mandado uma mensagem pedindo carona. 

— Eu vou buscar minha bolsa. — Disse e saiu da cozinha porque não queria se atrasar.

— Acho que ela não está muito confortável com a ideia de ter alguém trabalhando aqui em casa, mas ela vai se acostumar. — Joseph disse para a mãe enquanto bebia seu café na caneca. 

— Demi tem que entender que não é um problema não conseguir dar conta de tudo. — Kelly falou agradecendo o filho quando ele lhe deu uma xícara para ela se servir de café. O som do interfone tocou e Joe atendeu, era o porteiro novamente avisando que a diarista havia acabado de chegar. 

Demi calçou o salto e arrumou o cabelo, ela buscou a bolsa no closet e verificou se todos os seus pertences estavam ali, guardou o carregador do celular dentro da bolsa e a fechou, passou um batom nude nos lábios e desceu as escadas. — Demi, essa é Betty. Betty, essa é a minha nora, Demi. — Kelly disse apresentando-as. 

— É um prazer conhecê-la. — Demi falou simpática, trocando um aperto de mão com a mulher, observando-a atentamente. Betty tinha os cabelos pretos presos num coque alto e parecia ter mais ou menos quarenta e cinco anos. Ela vestia roupas simples: jeans e camiseta larga. 

— O prazer é todo meu, senhora. 

— Eu preciso ir trabalhar, Kelly vai te mostrar tudo, o.k? Até mais. — Disse tentando soar o mais gentil possível. Chamou pela a filha e se despediu deles com um simples "tchau". Ela caminhou para a garagem e tirou o carro enquanto esperava por Alana que estava buscando a mochila no quarto.

— Você e Joseph já se acertaram? — Kristen perguntou curiosa, ela estava inclinada procurando uma estação de rádio que lhe agradasse, as duas já haviam deixado Alana na escola e agora Demi dirigia o carro em direção ao estúdio aonde a melhor amiga trabalhava. — Vocês não podem ficar nessa situação o resto da vida, vocês precisam conversar e resolver as coisas. — Disse quando a amiga não lhe respondeu. 

— Ele causou essa situação, ele que se vire para concertar. 

— Demi, você é uma mulher adulta, não aja como se fosse uma adolescente de dezessete anos. Vocês dois deveriam sentar e conversar sobre tudo o que aconteceu, vocês dois estão errados nessa história, mas foi você que causou essa situação quando escondeu as coisas dele. — A sorte era que estavam paradas no sinal vermelho se não Demi com certeza teria batido o carro. 

— Ah claro, a culpa é minha. Caso você tenha a memória curta, eu vou te lembrar de uma coisa: Joseph chegou em casa com uma marca de batom, eu encontrei a porra de um batom vermelho de outra mulher no carro dele. Ele saiu de casa para ir para um bar com aquela garota e o amiguinho dele. 

— Ele me explicou a situação do batom, não é nada do que você está pensando. 

— Você estava lá no carro com ele enquanto aquela vadia dava para ele? — Demi perguntou indignada dando partida no carro quando o sinal ficou verde. Por mais que o coração dizia que Joseph jamais seria capaz de trai-la, a raiva estava falando mais alto naquele momento. 

— Se você deixasse o seu orgulho de lado e parasse para escutar o seu marido, nada disso estaria acontecendo. Falando desse jeito parece até que você não confia no homem com qual você se casou há três anos atrás. Desculpa, Demi, mas Joseph nunca te deu motivo para que você desconfiasse dele. 

— Joseph me deu motivos suficientes ontem, eu tenho certeza que se fosse eu com um homem dentro do meu carro doido para me comer, todo mundo estaria com os dedos apontados para mim. Eu sinto muito, mas eu não vou abaixar a minha cabeça, eu não vou deixar de fazer o que eu quero para agradar homem nenhum, e se tem uma coisa que eu não vou aceitar é carregar um par de chifres na minha cabeça novamente

— Você está com tanta raiva que não está se ouvindo, se continuar desse jeito você vai acabar com o seu casamento. Você vai acabar perdendo o homem incrível que você tem e tudo isso porque você tomou uma decisão precipitada. 

— Por que você está o defendendo tanto? Eu pensei que você fosse a minha melhor amiga, não a dele. — Demi disse sentindo-se chateada, ela não queria alguém para julga-la. Kristen era sua melhor amiga, deveria lhe apoiar.

— Eu não estou do lado de ninguém, vocês dois estão errados, mas alguém tem que dar o braço a torcer, vocês tem que ter uma conversa séria. Não adianta vocês virarem a cara um para o outro como crianças birrentas, essa situação só vai se tornar ainda mais desgastante, você vai mesmo deixar seu casamento acabar por causa de birra? 

— Por causa de birra? — Demi perguntou indignada. — Uau, é ótimo saber que a minha melhor amiga, a pessoa que deveria me apoiar acha que os meus problemas são apenas birra. Eu esperava mais de você como amiga. — Ela realmente estava chateada. 

— Você só está enxergando o seu lado por isso você está chateada. — Kristen se defendeu. Demi estacionou o carro em frente ao estúdio aonde a amiga trabalhava e desligou o rádio que tocava uma música romântica demais para o momento que ela estava vivendo. — Sério, Demi. Eu espero que você consiga reavaliar tudo isso, você e Joe tem algo especial, não deixe seu casamento acabar por conta de algo tão pequeno e e tão estúpido. — Demi não disse nada porque estava chateada, esperou Kristen sair do carro e deu partida sem dizer nada. 

***

oi meus amores, como vocês estão?
espero que todos estejam bem e se cuidando. 
mais um capítulo para vocês, espero que gostem... eu reescrevi esse capítulo tantas vezes que até enjoei deles. 
respostas do capítulo anterior aqui | volto assim que o próximo estiver pronto.
bjss