12/06/2019

48. Engaged


— Amor, acorda. — Joe disse baixinho chamando pela namorada. Ele havia acabado de estacionar o carro na garagem do prédio aonde moravam. Demi estava dormindo desde o momento em que saíram do motel, havia sido um dia cheio e ela estava esgotada. Ele sorriu olhando o rosto tão sereno e tão delicado, beijou-lhe na bochecha e a chamou novamente. — Demi, chegamos. — Demi abriu os olhos e franziu o cenho olhando para os lados, ela sorriu para ele e se ajeitou no banco. — Chegamos, amor. — Demi assentiu e se desfez do cinto de segurança, abrindo a porta logo em seguida. Joe a ajudou segurando os saltos e a bolsa nas mãos, ativou o alarme do carro e os dois caminharam até o elevador. 

— Bom dia. — Cumprimentaram o casal que saiu do elevador de mãos dadas e os dois adentraram, apertando o número do andar do apartamento de Demi. Ela encostou a cabeça no ombro do namorado e suspirou quando ele rodeou a cintura dela com os braços, puxando-a para mais perto. — Precisamos passar na sua amiga para saber o que aconteceu. — Demi assentiu com a cabeça e de olhos fechados, ela poderia dormir ali mesmo com a cabeça encostada no peito quente dele. As portas do elevador se abriram e eles saíram, apertaram a campainha do apartamento de Kristen e poucos segundos depois a porta se abriu. 

— Graças a Deus vocês chegaram. — Disse exasperada. Demi franziu o cenho e levantou a cabeça para encarar a melhor amiga, ela estava com muito sono e quando estava daquela maneira o raciocínio ficava muito lento. — Aonde diabos vocês se meteram? Eu estava que nem uma louca atrás de vocês. 

— O que aconteceu? Alana está bem? — Joe perguntou encarando os olhos verdes claro da melhor amiga da sua namorada. Kristen assentiu rapidamente com a cabeça porque sabia que Demi podia surtar só de imaginar que Alana estava passando mal ou qualquer outra coisa. 

— Alana está ótima, ela está dormindo no quarto da minha mãe. Eu estava louca atrás de vocês porque o seu irmão está aqui, Joseph. — Joe franziu o cenho confuso e quando entrou no apartamento encontrou o irmão sentado no sofá encarando um ponto qualquer da sala com um copo de café na mão. — O porteiro não queria deixa-lo entrar, só liberou a entrada depois que eu cheguei e disse que o conhecia. Ele estava lá embaixo há mais de quatro horas. 

— Thomas, o que aconteceu? — Perguntou sentando ao lado do irmão mais novo, era para Thomas estar sentado na poltrona de um avião com destino à Chicago, não sentado no sofá da sala da melhor amiga da sua namorada. — Você está bem? 

— Estou. — Thomas sorriu. Aquele sorriso não era de alguém que havia passado por uma situação ruim e sim de alguém que estava muito encrencado. — Eu fugi do aeroporto quando meu pai deu as costas, daqui à duas horas era para eu estar chegando no aeroporto de Chicago, eu tenho certeza que o meu pai vai fazer um escândalo quando descobrir que eu não embarquei. 

— Você se envolveu em uma enorme encrenca, Thomas. Você conhece o pai que tem e sabe a confusão que ele vai fazer quando souber. 

— Eu sei, mas eu não queria embarcar sem falar com você, ele nunca iria permitir que nos víssemos novamente e eu gosto muito de você, eu sei que faz pouco tempo que nos conhecemos, mas você é muito maneiro e é o melhor irmão que eu poderia ter. — Demi sorriu para a amiga observando os dois e suspirou apaixonada pelo homem bonito sentado em sua frente. 

— Podemos deixar a dor de cabeça para depois, está tarde e acho melhor irmos para casa. — Joseph disse para o irmão que assentiu. — Eu vou buscar Alana no quarto. 

— Deixe Alana dormir aqui, Thomas vai precisar de um lugar para dormir. — Kristen falou para os amigos, o apartamento de Demi era pequeno e difícil de acomodar muitas pessoas. — Amanhã eu levo ela. — Demi assentiu com a cabeça, eles se despediram de Kristen e foram para o apartamento.

 Quando adentraram o apartamento, a primeira coisa que Demetria fez foi subir para o segundo andar ajeitar o quarto da filha para o cunhado dormir, enquanto Joseph preparava algo para o irmão comer. Ela arrumou a cama, buscou dois edredons quentinhos para aquecer Thomas e foi diretamente para o seu quarto tomar um banho quente para dormir relaxada, tudo o que ela mais queria era deitar na sua cama e só acordar depois das duas horas da tarde do outro dia. 

O banho não foi nada demorado, em menos de dez minutos, ela já estava vestida num conjunto de moletom quentinho do namorado, desceu as escadas e se apoiou no balcão ao lado de Joe, enquanto Thomas estava sentado em sua frente comendo um lanche natural com um copo de suco de uva. — Tudo bem por aqui? — Perguntou observando os dois que assentiram com um sorriso, Joe passou o braço em volta do ombro dela e beijou-lhe carinhosamente na bochecha. — Eu arrumei a cama da Lana para você dormir, no banheiro do corredor tem toalhas limpas caso você queira tomar banho e tem uma troca de roupa de Joseph que eu deixei em cima da cama caso você queira dormir mais confortável. 

— Obrigada, Demi. Além de ser uma mulher linda você é muito simpática, meu irmão tem sorte de ter você como mulher dele. — Demi sorriu envergonhada e Joseph mostrou língua para o irmão. — Quando eu arrumar uma namorada, se ela não for igual você, eu nem quero. 

— Cara, igual à ela você não vai achar não, ela é única, mas você pode achar uma parecida. — Demi revirou os olhos para o namorado e riu quando ele lhe tocou no bumbum disfarçadamente. — Eu sou um filho da mãe sortudo mesmo. — Demi entendeu aquela frase de duplo sentindo porque ele havia dito aquela frase enquanto lhe apertava no bumbum. 

Depois que Thomas terminou o lanche, eles subiram para o andar de cima, Demi mostrou aonde ficava o banheiro e o quarto da filha e disse para o cunhado ficar à vontade, logo em seguida adentrou no seu quarto porque estava muito cansada, Joseph estava no banheiro quando ela deitou se enrolando no edredom suspirando por estar na sua cama quentinha. 

Joseph saiu do banheiro vestindo apenas uma cueca box, ele riu quando olhou para cama e encontrou Demi dormindo profundamente, desceu as escadas para estender a toalha na lavanderia observou brevemente os cachorros aconchegados em suas caminhas confortáveis e quentinhos e subiu novamente. Apagou a luz do quarto e deitou ao lado de Demi na cama, a abraçou pela cintura e não demorou para adormecer. 

O interfone tocando sem parar no andar de baixo interrompeu o sono pesado de Joseph. Ele suspirou e levantou a cabeça em alerta pensando se era um sonho ou se o interfone realmente estava tocando, franziu o cenho com o silêncio absoluto na casa e quando deitou a cabeça novamente resmungou alto porque o interfone voltou a tocar. — Joseph. — Demi resmungou incomodada com o barulho do interfone, ele levantou, calçou os chinelos e desceu as escadas para ver o que estava acontecendo. 

— Oi? — A voz saiu tão embolada que nem ele mesmo entendeu o que tinha dito. Que horas eram, afinal? 

— Desculpa estar interfonando esse horário, mas tem um homem aqui embaixo que exige entrar no condomínio para falar com Demetria Lovato ou Joseph Jonas, o nome dele é Bruce Jonas. Eu gostaria de saber se posso libera-lo, ele está descontrolado e disse que se não entrar vai chamar a polícia. — Diabos. Joseph xingou alto e colocou uma das mãos na testa. Aquilo era hora para Bruce estar em frente ao condomínio procurando por briga? 

— Eu vou descer para conversar com ele, não o libere. — Disse e desligou o interfone, subiu as escadas até o quarto para buscar um moletom e olhou a hora pelo relógio do celular da namorada. Seis e meia da manhã. 

— Joe? — Demi chamou por ele estranhando a movimentação no quarto e quando ela mexeu-se na cama e não encontrou o corpo dele ao lado do seu, franziu o cenho e levantou a cabeça o chamando novamente. — Aconteceu alguma coisa? — Perguntou ao vê-lo em pé vestindo o moletom, ela estava tão cansada que deitou a cabeça novamente no travesseiro e encarou o namorado lutando para deixar os olhos abertos.

— Meu pai está lá embaixo querendo entrar no condomínio e ameaçando chamar a polícia. Ele deve ter descoberto que Thomas está aqui. — Diabos. Demi murmurou um palavrão e levantou para acompanhar Joseph, ela calçou a sandália e caminhou para o banheiro para prender o cabelo em um coque enquanto Joe acordava Thomas, estava mais que na hora de resolver aquela situação. 

Que merda estava acontecendo no portão de entrada do condomínio? Quando os três saíram do elevador e caminharam por entre o jardim que dava acesso ao portão principal do prédio, era possível ouvir os gritos de Bruce com o porteiro que tentava o acalmar. Thomas caminhava ao lado do irmão com a cabeça baixa com vergonha da confusão que havia sido criada por culpa dele. 

— Abre essa merda desse portão, eu vou dar uma boa surra nesse moleque para ele virar gente que presta. — Bruce disse quando avistou os dois filhos caminharem lado a lado. Joseph parou em frente ao portão e pediu desculpa para o porteiro, Demi e Thomas estavam um pouco mais atrás e por isso Joe pediu para que o porteiro abrisse o portão. — Eu vou... 

— Você não vai nada. — A voz saiu séria e firme mostrando que Joseph estava sem nenhum pingo de paciência. — Primeiro você vai diminuir esse seu tom de voz, são seis e meia da manhã, você está em frente ao condomínio em que a minha namorada mora e por isso deve respeito. 

— Eu não vou perder o meu tempo com você, Joseph. O meu negócio é com esse garoto rebelde, Thomas entra no carro agora. — Bruce disse sério olhando diretamente para o filho mais novo que encarou o pai e depois o irmão com dúvida sobre o que fazer. — Anda moleque. — Quando Bruce tentou avançar sobre Thomas, Joseph o impediu o empurrando para trás. — Maldita foi a hora que eu inventei de trazer você para Los Angeles, eu tenho certeza que por trás disso tem seu dedo no meio. 

— O único problema que temos aqui é o fato de você querer afastar dois irmãos. Eu não entendo porque você é tão ruim, eu nunca vou conseguir entender como um homem pode ter um coração tão maldoso. 

— Me poupe desse seu papo furado. Thomas entra no carro agora. 

— Eu não quero. — Thomas se pronunciou se aproximando do irmão. — Eu não sou mais uma criancinha, eu posso fazer minhas próprias escolhas e eu não quero voltar para Chicago agora, eu quero passar mais tempo com meu irmão. — Bruce riu irônico e balançou a cabeça. 

— Você vive de baixo do meu teto e sou eu quem te sustento, então você vai obedecer as minhas ordens até você ser dono do seu próprio nariz, agora vamos embora, eu vou comprar outra passagem e você vai voltar para Chicago com a sua mãe ainda hoje. Eu sabia que trazer vocês para cá só ia resultar em confusão. 

— Querido.. — Raquel o chamou saindo do carro com o celular em mãos, ela havia ligado para a polícia para dizer que eles haviam encontrado Thomas e que não seria mais necessário mandar uma viatura, Bruce havia chamado a polícia para conseguir adentrar no condomínio de Demi. — Bruce, se acalma. — Pediu ao ver alguns olhares de moradores curiosos. — Thomas, meu filho, eu estava preocupada com você. — Joseph não impediu que ela se aproximasse para abraçar o filho. — Não faça mais isso, eu pensei que algo grave tinha acontecido com você. 

— Eu prometo que não faço mais isso se vocês me deixarem ter contato com o meu irmão. — Demi observou a mulher atentamente. Ela era bonita e jovem, os cabelos eram pretos e batiam na altura do ombro, tinha um corpo esbelto e a pele morena. Aquela mulher tinha no máximo quarenta anos ou nem isso. 

— Eu acho que está na hora de resolver isso como adultos, Bruce. — Raquel falou olhando para o marido, ela não era muito de se opor contra a opinião do marido pois acreditava que ele sabia o que era o melhor para a família deles, mas seu filho estava sofrendo e ela odiava vê-lo assim. — Eles são irmãos e não tem como separa-los definitivamente. 

— Raquel eu conheço Joseph, ele não é uma boa influência para Thomas, em menos de uma semana de convivência Thomas já aprontou mais do que no ano inteiro, imagina o que ele vai ser capaz de fazer se eu permitir que eles convivam. Joseph é manipulador, interesseiro, e mentiroso. O que você acha que pode se esperar de um moleque que engravidou uma menina de quinze anos estando noivo de outra mulher? — O soco de Joseph foi certeiro no maxilar do pai que o fez cambalear para trás, ele não tinha intenção de fazer aquilo, mas não tinha sangue de barata para ouvir as porcarias que saía da boca de Bruce. O porteiro do prédio segurou Joseph pelo braço para impedi-lo de avançar sobre o pai novamente. — Está vendo como ele fica irritadinho quando eu toco no assunto? É porque ele sabe que é verdade e essa menina é inocente demais para perceber que ele está apenas brincando com ela novamente. — Apontou para Demi que pedia baixinho para Joseph se acalmar e quando Bruce se referiu à ela, Demi virou-se sem medo nenhum e se aproximou do homem para dizer umas verdades na cara dela. 

— Eu até posso ser inocente igual vocês costumam falar, mas você é um velho de mais de cinquenta anos que age como um adolescente rebelde de dezessete anos, você manipula seus filhos para que ele façam as suas vontades como se você fosse um rei e é por isso que você não gosta de Joseph, porque no momento em que ele decidiu que não faria mais suas vontades, você se rebelou contra ele. Outra coisa, você está na minha casa e eu exijo respeito! Quem você pensa que é para vir até aqui causar esse escândalo seis e meia da manhã? Agora me faça um favor e se retire daqui, Thomas tem dezenove anos, já é um homem capaz de tomar suas próprias decisões, ele sabe que é muito bem-vindo na minha casa caso escolha ficar. — Demi disse séria e firme, ela já havia aguentado demais. 

— Querido, vamos para casa, já deu por hoje. — Raquel suspirou e observou Demi abraçar Joseph para verificar se ele estava bem. Bruce encarou os dois e depois encarou Thomas.

— No momento em que eu entrar naquele carro eu vou lavar as minhas mãos para você, você pode esquecer toda a sua mordomia. A decisão está nas suas mãos. — Bruce disse e deu as costas caminhando em direção ao carro. Raquel suspirou e virou-se para encarar o filho.

— Mãe... — Thomas a chamou e a abraçou como um menino confuso. Raquel lhe beijou na testa e sorriu para o único filho. — Eu quero ficar com vocês, mas eu não quero não poder ver o meu irmão, ele é sangue do meu sangue, nós nos divertimos juntos, com ele eu posso ser quem eu realmente sou, posso desenhar, andar de skate, jogar futebol, como os jovens normais da minha idade. Por favor, não deixa o papai tirar isso de mim. 

— Eu vou conversar com ele sobre isso, mas você tem que fazer por onde merecer... — Sorriu.— Vamos para casa, já tivemos confusão demais para um dia que mal começou. 

— Eu posso ficar? Eu juro que não vou fugir, só quero passar o dia com o Joe e conhecer melhor a minha sobrinha, de tarde eu volto para casa. Eu prometo. — Raquel suspirou e encarou Demi e Joe que estavam abraçados encarando os dois. 

— Eu levo ele em casa. — Joseph disse sério encarando a mulher morena em sua frente. Raquel assentiu com a cabeça e umedeceu os lábios. 

— Sinto muito por toda a confusão, nós só estávamos preocupados com ele. — Demi assentiu com a cabeça sabendo que não era apenas aquilo, Bruce tinha ido atrás de arrumar confusão. — Estarei te esperando em casa às quatro, tudo bem? — Thomas assentiu e abraçou a mãe mais uma vez antes de vê-la ir embora. 

Eles conversaram brevemente com o porteiro e subiram de volta para o apartamento. Joseph trocou poucas palavras com eles e subiu para o quarto, Demi se espreguiçou bocejando e subiu novamente para o quarto atrás do namorado enquanto Thomas voltava para o quarto de Alana. — Está tudo bem? — Demi perguntou deitando na cama ao lado do namorado que estava de olhos fechados. Joe não respondeu, Demi os cobriu e o abraçou pela cintura passando uma das pernas entre as dele. — Amor, fala comigo. — Pediu o beijando na bochecha. 

— Por que você está comigo, Demi? — Que tipo de pergunta era aquela? Demi franziu o cenho sem entender e encarou os olhos do namorado quando ele abriu os olhos. — É sério. Eu te fiz sofrer tanto, sua vida poderia ter sido tão diferente se eu não fosse um babaca idiota, eu não mereço você. 

— Joseph, eu estou com você porque eu amo você. Que tipo de pergunta é essa? — Demi suspirou e passou para deitar-se em cima dele. Ela deitou a cabeça no peito dele e deu um beijinho singelo no pescoço dele e fechou os olhos quando ele lhe abraçou com os dois braços em volta da cintura. — As coisas realmente poderiam ter sido diferentes para nós dois se as coisas tivessem sido esclarecidas desde o momento em que nos conhecemos naquela festa, mas tudo acontece por um motivo. Hoje nós temos uma família linda, uma filha maravilhosa e eu não me arrependo de nada. E sinceramente? Eu faria tudo de novo se fosse preciso para estarmos juntos novamente, nós ainda temos muito para viver juntos, vamos nos casar, ver a nossa menina crescer e quem sabe dar um irmãozinho para ela? — Era o suficiente para Joseph sorrir imaginando o futuro deles. Ele conseguia imaginar ele e Demi morando em uma casa com um quintal enorme, muitos cachorros e pequenos Joseph's e pequenas Demi's correndo pela casa. 

— Eu amo muito você, Demetria. Muito mesmo, você é a mulher da minha vida e obrigada por me dar mais uma chance de te fazer feliz. — Demi sorriu e levantou a cabeça para conseguir dar um selinho nos lábios dele. — Eu te amo muito, muito, muito, muito. — Disse a enchendo de beijinhos que a fez rir e suspirar de paixão por ele. — Eu prometo que sempre darei o meu melhor para ver vocês felizes e bem. 

— Você já nos faz muito felizes, você é um homem incrível. — Joseph os cobriu novamente e beijou a testa de Demi. Eles sorriram, trocaram um selinho e fecharam os olhos para voltar à dormir. O coração que antes estava agitado, agora estava calmo e com a certeza que a cada dia se tornaria um homem melhor para Demi e sua filha. 

— Tia, porque eu dormi na sua casa? — Alana perguntou para Kristen quando as duas saíram de mãos dadas em direção ao elevador para ir até o apartamento de Demi. Alana apertou o número do andar em que morava e encarou a tia curiosa esperando a resposta da pergunta. 

— Porque os seus pais ficaram até tarde fazendo coisas de adultos. — Respondeu a sobrinha com um sorriso angelical porque sabia que a menina não iria entender a malicia que ela havia dito aquela frase. Alana assentiu pensativa com o cenho franzido e virou-se para encarar o espelho do elevador. 

— O que são coisas de adulto? — Alana era tão curiosa, ela estava numa fase que perguntava o porquê de tudo, mas parte da curiosidade havia sido puxada de Demi, estava para nascer alguém mais curiosa do que aquela mulher. 

— São coisas como: namorar, sair à noite, dirigir um carro, entrar em uma festa... isso são algumas coisas que só adultos podem fazer. — Tentou explicar da melhor maneira possível, até porque Demi a mataria se soubesse que ela havia conversado com Alana sobre as reais coisas de adulto que Joseph e Demetria andavam fazendo por aí... 

— Namorar não é coisa  de adulto, minha amiga da escola tem um namorado. — Falou e saiu do elevador de mãos dadas com a tia quando as portas se abriram no andar. — E eu também tinha, mas a mamãe disse que eu não podia namorar, o papai falou só quando eu tiver trinta anos. 

— Seu pai é um idiota e não quer que os outros façam com você o que ele fez com a sua mãe. — Pensou alto e se arrependeu logo em seguida porque Alana a olhava tentando entender o que ela queria dizer. — Você não pode namorar agora porque ainda é muito pequena, mas também não quer dizer que você só vai poder namorar com trinta anos. 

— Eu não quero namorar, meninos são chatos. — Disse dando os ombros e esticou os pés para alcançar a maçaneta da porta para abri-la. Ela adentrou no apartamento correndo chamando pelos cachorros, mas parou assim que avistou Thomas sentado no sofá comendo um pedaço de pão e os cachorros em volta dele balançando os rabinhos atrás de um pedaço do pão. — Oi. — Alana disse tímida encarando o rapaz sentado no sofá. 

— Oi pequena. — Thomas disse cumprimentando a garotinha com um sorriso. Alana ainda estava vestida com seu pijama de pezinho com pequenos desenhos dos super-heróis, como a mulher maravilha, homem de ferro, thor... ela havia ganhado de presente da tia no dia que foram ao shopping. 

— Joseph e Demetria ainda não acordaram? — Kristen perguntou sentando ao lado de Thomas no sofá, ela pegou o controle da televisão e ligou procurando algo interessante para assistir. — A noite daqueles dois deve ter sido super exaustiva para estarem dormindo uma hora dessas. — Thomas riu com o comentário e Kristen esticou os pés sobre a mesinha de centro e pegou Batman no colo porque ele arranhava o sofá com as patinhas pedindo para subir e se Demi visse aquilo, o cachorrinho estava encrencado. 

— Você é o irmão do meu pai? — Alana perguntou um pouco tímida afim de puxar assunto com o garoto. Thomas sorriu para a menina e assentiu com a cabeça puxando assunto com ela também, que em poucos minutos já estava super a vontade com a presença de uma pessoa que ela não estava acostumada. 

Joseph bocejou e puxou o braço que Demi dormia em cima delicadamente. Ele se esticou e encarou o nada por alguns minutos pensando no que havia acontecido mais cedo, era um sonho ou realidade? Ele havia batido no pai? Sentiu o coração pesar porque ele não era aquele tipo de homem, odiava violência e acreditava fielmente que nada no mundo era resolvido com a violência. As risadas no andar de baixo lhe chamou atenção principalmente a risada gostosa da filha, ele sorriu e esticou o abraço para alcançar o celular de Demi para verificar a hora. Demi mexeu-se na cama e o abraçou pela cintura, apoiando o queixo no ombro dele. Três mensagens chegaram no Instagram de Demi quando ele desbloqueou. 

"Oi Demi, tudo bem?"
"Eu estou na cidade e faz muito tempo desde a última vez que nos vimos, eu estava vendo as suas fotos e Alana está enorme. Eu estou com saudade de vocês e seria legal nos encontrarmos novamente e colocar as novidades em dia."
"Me manda mensagem, vou deixar meu número. Beijos"

Não havia nada demais naquela mensagem, se o nome do cara que havia enviado as mensagens não fosse Alex. O ex namorado de Demi. Joe bloqueou o celular e respirou fundo, ele havia escutado uma breve conversa entre Demi e Kristen no dia anterior sobre Alex querer ver suas garotas. Ele guardou o celular e virou para abraçar sua mulher, não gostava nem de imaginar outro cara em seu lugar. Joe beijou a bochecha da namorada que dormia tranquilamente ao seu lado e depois o pescoço. — Amor. — A chamou carinhosamente tocando-a na cintura. Demi resmungou e mexeu-se na cama para virar-se para o outro lado. — Dorminhoca, acorda. 

— Amor, me deixa dormir. — Resmungou puxando mais o cobertor para si e quando Joseph lhe abraçou novamente, depositando um beijo atrás da orelha aonde havia sua tatuagem, ela resmungou ainda mais e deu um soco no braço dele. — Sai. Porra, Joseph! — Joe riu a puxando para mais perto mesmo com ela resmungando e o xingando. 

— Acorda, coisa linda da minha vida. — Disse enchendo o rosto dela de beijinhos. — Bom dia, rainha. — Sorriu a observando admirado, ela era muito linda. O rosto rosado com as sardinhas na região do nariz e das bochechas e os olhos pequenos por conta do sono era a coisa mais linda para se ver ao amanhecer. — Você é linda demais, sabia? 

— Nem vem que dessa vez você não vai conseguir me comprar com elogios fofos, eu estou com muito sono e você não me deixa dormir. — Joe sorriu sapeca, aquele sorriso bonito de menino que mexia com ela, mas ela estava com muito sono, ele havia acabado com todas as suas energias na noite passada. 

— Eu amo você, linda. — Disse a puxando pela cintura, descendo a mão para o bumbum avantajado, ele jamais cansava de apertar o bumbum bonito. Demi o abraçou pela cintura e beijou o braço dele em cima da tatuagem que ele havia feito em homenagem à ela e Alana. 

— Eu também amo você, bebê, mas me deixa dormir. — Sorriu fechando os olhos. Joseph lhe beijou na testa e quando ia responder a porta foi aberta bruscamente por Alana que adentrou chamando pelos pais com um sorriso enorme no rosto. Sorte que eles não estavam fazendo nada demais e estavam vestidos porque seria constrangedor se a filha tivesse os pegado no flagra. 

— Acordem! — Alana disse sorridente se esforçando para subir em cima da cama. — Nós podemos ir andar de bicicleta hoje? — Perguntou animadamente sentando entre os pais. Demi choramingou porque não existia mais nenhuma possibilidade dela voltar a dormir, Joseph riu do drama da namorada e assentiu com a cabeça puxando a garotinha para beija-la na bochecha.

— Nós podemos fazer o que você quiser, meu anjo. — Joseph falou abraçado à menina. Alana riu quando Joe lhe deitou na cama e começou a ataca-la com cócegas na barriga. A gargalhada da garotinha era alta e exagerada igual a da mãe e Joe adorava ouvi-la. 

— Pai, para. — Pediu entre as gargalhas se contorcendo na cama. Demi riu observando os dois atentamente, sentindo o coração cheio de alegria e amor, ela amava tanto aqueles dois que não cabia em palavras. — Mãe, me ajuda. — Lana já tinha lágrimas nos olhos de tanto dar risada e quando teve oportunidade rolou para o outro lado da cama fugindo do pai. 

— Vamos fazer uma pausa enquanto eu e a mamãe levantamos para escovar os dentes e tomar café. — Alana assentiu e deitou na cama aonde Joseph estava deitado para esperar pelos pais enquanto eles adentravam no banheiro para fazer sua higiene matinal. 

— Ontem eu, a vó e o vô assistimos a pequena sereia e quando eu crescer eu quero ser uma sereia e morar no fundo do mar. — Alana disse quando Demi voltou para o quarto prendendo o cabelo em um rabo de cavalo alto. — Mãe, eu quero aprender a nadar, nadar bem fundo para eu conhecer as sereias. — Demi riu se aproximando da filha para abraça-la fortemente. Tinha como negar algo para aquele sorriso angelical e sonhador? 

— Você pode ser o que você quiser, meu amor. Uma astronauta, uma médica de animais, uma sereia, qualquer coisa que você quiser. — Alana sorriu tocando o rosto de Demi com as duas mãos, observando-a atentamente, aquela era uma mania que Alana tinha desde pequena, ela sempre segurava o rosto das pessoas que ela amava com as duas mãos observando atentamente, gravando cada detalhe, para depois dar um beijinho. — Mas se você for morar no fundo do mar, eu vou sentir muito a sua falta, muito, muito, muito e acho que vou morrer de tanta saudade. 

— Mas eu sempre vou voltar para superfície para ver você e o papai. — Disse toda sapeca. — Podemos criar um peixe? — Pediu quando Demi lhe deu um beijo estalado na bochecha e outro no pescoço. — Por favor, mamãe. Eu quero um igual o linguado da pequena sereia, igual a Dory e o Nemo. 

— Podemos pensar sobre isso. — Demi sorriu colocando uma mecha do cabelo loiro da filha atrás da orelha, um peixe não dava trabalho igual dois cachorros, só precisava trocar a água e colocar comida vez ou outra. — A senhorita já tomou café da manhã? 

— Sim, o vovô fez panquecas com mel e bolo de laranja, a vovó Kim brigou com ele porque ele derramou farinha no chão e ela disse "Homens não fazem nada direito" — Alana contou para a mãe rindo. — O vovô fez uma carinha na minha panqueca, os olhos eram morangos e o sorriso uma banana, a tia kris ficou com inveja e o vovô teve que fazer uma carinha pra ela também. — Demi riu feliz porque estava nítido que a filha havia se divertido e era sempre assim quando a garotinha estava com a família de Kirsten e Demi se sentia abençoada por saber que tinha tanta gente que amava sua garotinha. Joseph sorriu encostado na porta do banheiro, ele já estava ali há muito tempo observando as duas mulheres da sua vida conversando. Sem dúvidas, Alana e Demi eram as melhores coisas que haviam acontecido na vida dele 

— Finalmente, achei que teria que subir atrás de vocês. — Kristen disse quando Demi e Joseph desceram as escadas do apartamento. — Vocês são péssimos para receber visita em casa, o coitado do Thomas estava aqui morrendo de fome e vocês dormindo, a noite deve ter sido selvagem mesmo para vocês dormirem até essa hora. — Thomas gargalhou alto olhando do irmão para a cunhada. 

— A noite foi realmente muito selvagem. — Joe piscou para a melhor amiga da namorada com um sorriso malicioso nos lábios que deixou Demi de bochechas coradas. Ele riu e beijou a bochecha dela carinhosamente, adorava vê-la envergonhada porque ela ficava muito fofa. — Estou brincando, eu vou preparar algo para comermos, o Arthur não pode ficar com fome. — Disse e caminhou para cozinha antes que Demi lhe atacasse com tapas. 

— Quem diabos é Arthur? — Kristen perguntou com o cenho franzido sem entender nada. Demi revirou os olhos e sentou ao lado da amiga no sofá. 

— A Demi não te contou? — Joe perguntou do balcão da cozinha com um sorriso divertido nos lábios. Demi alcançou uma almofada e tacou em direção ao namorado que desviou prontamente. — São os hormônios da gravidez. — Disse e no mesmo momento Thomas e Kristen olharam para Demetria com os olhos arregalados sem acreditar. 

— Eu não acredito. — Kristen disse encarando Demi atentamente procurando algum vestígio. 

— É mentira desse idiota. — Demi falou sem conter a risada porque a cara de surpresa dos dois era engraçada. — Eu estou falando sério, eu não estou grávida. — Ela não conseguia parar de rir e isso fazia com que Kristen não acreditasse nela. — Amor! — Cobrou uma posição de Joseph jogando outra almofada na direção dele. 

— Ela não fez nenhum teste de gravidez hoje para saber se ela está grávida ou não, mas até o momento não há nenhuma suspeita. — Disse se aproximando da namorada que o acertou com um chute, eles estavam apenas brincando, por isso ele se inclinou para beija-la na bochecha e abraça-la enquanto as torradas não ficavam prontas. 

— Joseph você é um babaca. — Kristen revirou os olhos com vontade porque por um momento ela realmente acreditou que a amiga estava grávida. — Agora quando você estiver grávida de verdade eu não vou acreditar. — Mostrou língua para eles porque eles ainda estavam rindo de como ela havia caído na brincadeira. — Vocês são muito idiotas, sério. Não seja como seu irmão, Thomas. 

— Pai, me ajuda. — Alana o chamou no topo da escada. Ela precisava descer as escadas com a casinha que havia ganhado de Selena e como a casinha era grande e ela era pequena as chances de alguma coisa acontecer era grande, ela já havia arrastado a casinha do quarto até o topo das escadas. 

— Por que você não brinca com essa casinha no quarto? — Demi perguntou encarando a filha no topo da escada. 

— Porque eu quero brincar ai. — Deu os ombros e desceu as escadas para chamar o pai novamente. — Pai, você me ajuda? — Pediu o abraçando pela cintura. Alana levantou a cabeça para encarar o pai e sorriu do modo mais angelical que conseguiu. Joe a pegou no colo sorrindo e beijou-lhe na bochecha. — E você brinca de Barbie comigo? — Passou os dois bracinhos em volta do pescoço de Joe e sorriu quando ele assentiu. — Eu te amo, papai. — Disse animada quando Joe a colocou no chão para conseguir pegar a casinha. 

Não demorou muito para o horário de almoço chegar e não poderia ter sido mais divertido. Joseph e Demi preparam o almoço enquanto Thomas brincava com Alana que falava sem parar, a menina estava ligada no duzentos e vinte. Eles almoçaram na mesa de jantar conversando sobre os mais aleatórios assunto, comeram a sobremesa que Demi havia preparado e depois do almoço se juntaram na sala para jogar alguns jogos, assistir desenhos animados e brincar com os cachorros. 

Agora eram por volta das quatro e meia da tarde e eles estavam no parque que tinha próximo ao apartamento de Demi. Alana estava andando em sua bicicleta e Demi e Joe estavam atrás dela caminhando de mãos dadas enquanto os cachorros corriam para lá e para cá felizes por terem espaço para correrem. — Nós precisamos comprar uma casa com um quintal enorme para os cachorros brincarem. — Joe comentou observando Batman correr atrás de Luke selvagemente. — Eu gosto desse bairro, é calmo e seguro. 

— Esse é um dos motivos pelo qual eu escolhi morar aqui, queria uma vizinhança segura para criar a nossa menina. Sem contar que é perto de tudo. — Sorriu. — Você está gostando de morar aqui? — Perguntou se referindo ao bairro, o apartamento de Joseph não ficava muito longe do dela, mas o bairro dele sem dúvida era de uma classe mais alta. 

— Estou, é um lugar calmo e tranquilo. — Respondeu passando um dos braços em volta dos ombros dela. Demi sorriu e o beijou brevemente na bochecha, entrelaçando suas mãos. — Eu estava pensando... você se forma na faculdade no próximo mês e acho que está na hora de comprarmos uma casa maior, nós já vivemos juntos e acho que uma casa maior seria perfeita para acomodar melhor todos nós e o Arthur. — Disse para pirraça-la. 

— Kristen quase teve um ataque do coração quando você fez essa brincadeira com ela. — Disse lembrando da cara engraçada de espanto da amiga. Joe riu apertando levemente suas mãos entrelaçadas. — E se tivermos um outro filho o nome dele não vai ser Arthur e também tem a possibilidade de termos outra garotinha, você já pensou no nome de uma menina? 

— Três mulheres na minha vida... — Disse pensativo. — Eu vou ser um homem de muita sorte. — Demi riu e o abraçou pela cintura levantando a cabeça para olha-lo nos olhos, ela estava tão feliz que conseguia imaginar facilmente o futuro ao lado dele. — Alana não vai muito longe. — Falou desviando o olhar brevemente da namorada para encarar a filha que não estava muito distante deles.

— Eu sou uma mulher de muita sorte por ter você na minha vida. — Sorriu e ficou na ponta do pé para conseguir alcançar os lábios dele. — Te amo. — Disse antes de selar o lábio em um selinho demorado. Ela sorriu entre o selinho e puxou levemente o cabelo da nuca dele. — Seu cabelo está grande. 

— Sim, eu vou corta-lo amanhã, estou pensando em passar a dois, o que acha? — Arqueou a sobrancelha e sorriu de lado para a namorada, aquele sorriso de menino sapeca. 

— Vai ficar lindo de qualquer jeito, meu amor. — Beijou a bochecha dele e voltou a caminhar com Joseph lhe abraçando de lado. — Cadê o Batman? — Perguntou estranhando o cachorrinho não estar por perto. Alana estava sentada na grama perto de Luke e a bicicleta jogada no chão, mas o cachorrinho não estava por perto. 

— Olha ele ali, amor. — Disse apontando em direção ao cachorro que latia ferozmente para alguns pombos que estavam por ali. — Vem, vamos comprar pipoca para você e para Lana. — Batman estava próximo ao carrinho de pipoca e foram para lá que eles caminharam. O parque estava até cheio para o fato de ser um domingo à tarde. Havia muitas crianças brincando e correndo, casais de namorados e amigos que jogavam futebol. 

— Cara, eu nem acredito que você voltou. — Ryan disse enquanto caminhava ao lado do amigo. Ele estava na padaria quando foi surpreendido pela visita de Alex. Eles eram amigos há muito tempo e começaram a faculdade juntos até Alex ganhar a bolsa para estudar em outra cidade. 

— Eu também, as coisas não mudaram muito desde que eu me mudei, mas ao mesmo tempo parece que está tudo diferente. — Comentou observando o parque em que ele costumava ir com os amigos, era uma sensação de nostalgia enorme. — Eu conversei com Kristen pelo instagram essa semana e mandei mensagem para Demi também, mas ela não me respondeu. Eu vi algumas fotos de Alana, ela cresceu tanto. 

— As coisas entre nós mudou bastante, eu briguei com a Demi e nós não nos falamos tem um pouco mais de duas semanas, Kristen tomou um partido e ficou ao lado dela como sempre. — Deu os ombros. — Alana está enorme mesmo, ela é uma garotinha muito esperta. 

— Por que vocês brigaram? Vocês três eram carne e unha, vivam grudados. — Disse rindo, mas o cenho foi franzido quando avistou a mulher loira abraçada à um homem alto moreno perto do carrinho de pipoca. — Ei, aquela não é a Demi? — Perguntou para o amigo que resmungou e assentiu com a cabeça. Alex caminhou até onde eles estavam e sorriu. — Eu não acredito no que estou vendo, Demi! — Demi virou-se quando ouviu seu nome e olhou surpresa para o ex namorado. 

— Alex. — Falou ainda surpresa por encontra-lo ali. 

— Quanto tempo. — Sorriu e se aproximou um pouquinho mais para abraça-la. Demi desfez o abraço do namorado e abraçou o ex namorado e velho amigo. — Você não mudou nada, aliás, só o cabelo que está loiro. — Disse a observando atentamente, ela ainda continuava muito bonita. — Está linda. — Beijou-lhe na bochecha, Demi sorriu em agradecimento e enlaçou sua mão esquerda na mão direita de Joseph.

— Alex, esse é Joseph, meu namorado. Amor, esse é Alex, um velho amigo. — Joe sorriu educadamente e apertou a mão do rapaz que era do mesmo tamanho que ele, Joseph olhou para o lado e arqueou a sobrancelha para Ryan, a vontade de soca-lo era grande desde que ele havia mandado sua mulher ir se foder. 

— Prazer em conhecê-lo, Joseph. 

— Papai, me leva para ver os patinhos. — Alana chegou correndo e abraçou o pai pela perna. O cabelo da garotinha estava uma bagunça e a respiração estava ofegante de tanto ela correr pelo parque junto com os cachorros. 

— Levo, princesa. — Alana sorriu animada e Joseph pegou a filha no colo. Alana sorriu para Ryan e acenou animadamente. 

— Eu não acredito que essa é Alana, como ela está enorme. — Alex sorriu para a garotinha. — Oi, pequena. — Falou observando como ela parecia com Demi e o fato dela ter chamado o namorado de Demi de pai, eles estavam juntos há muito tempo? Se perguntou porque quando namorava com Demi, ela ensinava Alana a chama-lo de tio. 

— Oi. — Alana respondeu tímida nos braços dos pais. —Tio Ryan, por que você sumiu? — Perguntou sorrindo para o tio que ela não via há muito tempo. — Eu senti sua falta. — Ryan sorriu e colocou as mãos no bolso do moletom.

— Eu também senti sua falta, pequena. — Demi o encarou seriamente e virou-se para Alex. 

— Eu estava conversando com Ryan e nós podíamos marcar de jantar em um restaurante, estou com saudades da Kris. Nosso grupo era tão unido, lembra? 

— Muitas coisas mudaram, Alex, mas podemos marcar um dia sim. — Disse e virou-se para o namorado que pagava o rapaz do carrinho de pipoca. — Eu preciso ir agora, nos vemos depois. — Se despediu de Alex com um breve abraço e nem mesmo olhou para Ryan, agradeceu quando namorado lhe entregou o saquinho de pipoca e o abraçou pela cintura enquanto caminhavam para longe dali. — Quer? — Perguntou para o namorado colocando uma pipoca na boca dele. 

— Ele era seu namorado, né? — Joe perguntou abraçando-a pela cintura enquanto Alana corria para próximo do lago para ver os patinhos que ficavam por ali. — Eu escutei outro dia Kristen conversando com você sobre ele estar de volta na cidade. 

— Nós namoramos um tempo quando Alana tinha um aninho, ele foi meu primeiro namorado sério depois que Alana nasceu, terminamos porque ele ganhou uma bolsa para estudar em outra cidade, foi um relacionamento bom e não tenho más lembranças, mas está no passado. — Deu os ombros e ficou na ponta dos pés para enlaçar os braços em volta do pescoço dele. — Ah não, Joseph. Você não vai ficar emburrado, vai? 

— Eu não estou emburrado. 

— Está sim. — Disse percebendo como ele olhava para qualquer lugar menos seus olhos. — Por que você sempre fica assim quando falamos de algum ex meu? Eu estou com você e é você que eu quero. 

— Você está certa. — Joe disse ao perceber que ficar inseguro era bobagem. — É que você é muito gostosa e eles ficam olhando para você com uma cara de "olha o que eu perdi" e o idiota do Ryan estava lá te olhando como um babaca, eu ainda quero soca-lo por ter dito aquelas coisas para você. — Resmungou. Demi sorriu e ficou na pontinha dos pés para dar um selinho nos lábios dele. 

— Amo você. — Sorriu e virou-se para observar a filha junto com outras crianças observando os patinhos. — Filha não chega muito perto. — Pediu para Alana porque ela era a criança menor no meio das outras. Demi suspirou quando Joseph a abraçou por trás passando os braços em volta do seus ombros, ela estava muito feliz. 

Passaram mais alguns minutos no parque e depois foram lanchar em uma lanchonete próximo ao parque, quando adentraram no carro em caminho para o apartamento de Demi, Alana adormeceu por conta do dia agitado e Demi e Joseph foram ouvido as músicas que tocava no rádio, o silêncio não era perturbador, pelo contrário. 

Quando chegaram ao apartamento, os cachorros foram diretamente para a lavanderia aonde ficava os potes de ração e água e Joseph subiu com Alana para o quarto. Demi sentou no sofá sentindo-se preguiçosa, ela tirou a bota e deitou-se com o celular em mãos, sorriu quando Joseph desceu as escadas sem camisa. — Tem um lugar aí para mim? — Perguntou com um sorriso brincalhão nos lábios. Demi assentiu dando espaço para ele deitar ao seu lado e entrelaçou suas pernas e o abraçou pela cintura. 

— Você fica muito bonito sem camisa. — Demi sorriu maliciosa e tocou o peitoral dele com uma das mãos, a barriga bem definida e os braços musculosos era muito bonito e de deixar os olhos da mulherada brilhando e com Demi não era diferente. — No parque tinha muitas mulheres de olho em você. — Comentou lembrando de como algumas olhavam para Joseph sem nem disfarçar. 

— Não vou nem falar dos idiotas que ficavam olhando para o seu bumbum bonito. — Sorriu e deu um tapa no bumbum, fazendo Demi sorrir e descer a mão em direção ao membro dele. — Amor, não comece. — Joe pediu quando Demi lhe apertou com um sorriso sapeca nos lábios. Ele não precisava de muito para ficar duro e aquele momento não era o mais apropriado. 

— Eu não estou fazendo nada demais, querido. — Piscou fingindo uma falsa inocência e desabotoou o botão da calça jeans para conseguir adentrar a mão e aperta-lo por cima da cueca. — Amor, você é tão fraco. — Riu quando o sentiu duro. Ela lhe deu um selinho nos lábios e o abraçou fortemente pela cintura o achando muito fofo. 

— É porque você é muito, muito, muito gostosa. — Ele a apertou com vontade no bumbum e fitou os lábios rosados, sorriu e deu um selinho demorado que acabou se transformando em um beijo mais profundo quando Demi o tocou no pescoço e guiou a língua para a boca dele. Joe a tocou na cintura e virou-se ficando com metade do corpo em cima dela. Demi desceu as mãos pelas costas largas e arranhou levemente com a unha. 

O celular de Demi tocando e vibrando em baixo da coxa de Demi quebrou o clima entre eles. Demi o empurrou levemente pelo peitoral o fazendo deitar de lado no sofá, ele resmungou e Demi riu distribuindo vários beijinhos pelo rosto dele enquanto tinha o celular na mão. — Não atende não. — Joe pediu a puxando pela cintura fazendo-a sentar em seu colo, beijando-a no pescoço. 

— É a Kris, pode ser algo importante. — Falou sorrindo porque a barba dele estava crescendo e fazia cócegas em seu pescoço. — Ela foi conhecer a família da namorada hoje. — Disse e saiu de cima de Joseph porque era uma chamada de vídeo. 

— Amiga, você não vai acreditar. — Kristen disse com um sorriso enorme no rosto quando o rosto de Demi apareceu na tela do celular. — Adivinha. — Demi franziu o cenho curiosa, Kristen parecia estar em um banheiro. 

— Kris, eu não sei... aonde você está? — Perguntou observando as feições da amiga atentamente. 

— Eu estou na casa dos meus sogros, eles são incríveis Demi, tipo... eles são demais, me trataram tão bem como se eu fosse filha deles e adivinha? — Kristen falava tudo com uma certa rapidez e Demi tentava acompanhar cada palavra da amiga. 

— Kristen, fala logo. Não deixa eu me corroendo de curiosidade. — Resmungou e quando Joseph lhe abraçou pela cintura e sorriu maliciosamente para Kristen quando sua cabeça apareceu na chamada de vídeo. 

— Kristen você pode ser rápida? Estávamos no meio de algo muito quente, se é que me entende. — Piscou dando um beijinho no pescoço da namorada. Demi riu porque sabia que Joe estava falando aquilo apenas para implicar com sua melhor amiga. 

— Você é tão nojento, seu corno. — Kristen disse fazendo careta e Demi riu revirando os olhos porque aqueles dois não tinha jeito mesmo. — Enfim, hoje nem você vai conseguir me estressar porque eu acabei de ser PEDIDA EM CASAMENTO! — Gritou animadamente mostrando o anel de noivado que havia ganhado da namorada, agora noiva. 

— Eu não acredito nisso, amiga. — Demi disse se levantando, empurrando o namorado bruscamente e por pouco ele não caiu do sofá. — Como isso aconteceu? Você disse que ia conhecer os pais dela hoje, meu Deus, Kristen. 

— Amiga eu não estava esperando, eu juro. Nós nunca tínhamos conversado sobre isso antes, eu cheguei aqui e foi tudo normal, os pais dela são uns amores e no meio do almoço, Stella levantou e me pediu em casamento na frente de todo mundo e detalhe: os pais dela já sabiam que ela faria o pedido. Eu vou me casar! — O sorriso nos lábios de Kristen era enorme e os olhos brilhavam como Demi nunca tinha visto antes. 

— Aaaah, amiga! Eu estou tão feliz por você, mas tão feliz, você merece toda essa felicidade e eu mal posso esperar para organizarmos tudo. — Joseph fez uma careta já imaginando como seria aquelas duas falando sobre casamento todo momento. 

— Eu estou tão feliz, assim, em primeiro momento eu pensei que era loucura, mas eu finalmente acredito que encontrei o amor da minha vida e quero muito me casar com ela, ter filhos... eu estou muito feliz. — Sorriu emocionada e suspirou. — Eu preciso voltar agora, estou no banheiro contando para você quando eu chegar eu passo ai para contar todos os detalhes.

— Tudo bem, estarei esperando por você. 

— Ta bom, amiga e parem de transar no sofá, eu gosto muito de deitar aí. — Resmungou e finalizou a chamada de vídeo. Demi tinha um sorriso muito bonito no rosto e aquele sorriso era felicidade por ver a melhor amiga tão feliz. Kristen tinha um coração de ouro e merecia toda felicidade do mundo. 

— Kristen vai casar, você acredita nisso? Ela sempre falava que nunca ia encontrar alguém com quem quisesse realmente casar e construir uma família e olha só agora, ela encontrou o amor da vida dela. 

— Ela merece. — Joseph disse observando Batman que tentava pegar seu dedo e Joseph mexia a mão sem parar para deixar o cachorrinho nervoso. — Se você não tivesse recusado meus pedidos de casamento, você também já estaria casada. — Demi arqueou a sobrancelha e o beijou na bochecha, deitando a cabeça no peitoral. 

— Amor, eu não quero casar agora, mas vamos casar algum dia. Temos a vida toda para passar juntos, não tem porque ter pressa, eu não vou para lugar nenhum. — Prometeu e fechou os olhos cogitando a ideia de tirar um cochilo também, eram seis horas da tarde e estava começando a escurecer, estava garoando lá fora e o vento entrava pelas janelas da sacada. 

— Quero que você seja minha esposa, quero uma casa espaçosa com um quintal para nossa filha correr junto com os cachorros, quero viver uma vida inteira com você e quando estivermos velhinhos, veremos como nossa história de amor foi única. 

— Eu te amo, bebê. — Sorriu quando teve o topo da cabeça beijado. — O que acha de assistirmos uma série deitados aqui no sofá enrolados em um cobertor quentinho? — Sugeriu sentindo os pelos dos braços se arrepiarem quando a brisa soprou pelas janelas. 

Escolher a série que iriam assistir foi o mais complicado, eram milhares de séries dos mais diferentes gêneros, e como ambos gostavam de séries criminais, assistir terror, e coisas do gênero optaram por The Walking Dead. Eles assistiram mais da metade da primeira temporada, os dois estavam abraçados no sofá enrolados na manta quentinha que os aquecia do frio lá fora. 

— Eu pensei que a senhorita tinha desligado o seu celular. — Foi a primeira coisa que ela o mandou fazer enquanto escolhiam a série que iriam assistir. Demi o empurrou pelo bumbum e mostrou língua para ele. — Ei, não me provoca. — Falou quando sentiu o bumbum contra a virilha. 

— Homens são tão fracos. — Demi riu e esticou o braço para atender o celular. Quando ela viu o nome da mãe na tela, mordeu o lábio inferior e suspirou pensando se atenderia ou não. — É a minha mãe. — Disse para o namorado encarando o telefone que não parava de tocar. 

— Atende, bebê. Pode ser importante. — Demi assentiu, aceitou a chamada e sentou-se no sofá. 

— Alô? — Por que o coração tinha que bater tão rápido no peito? 

— Oi Demi, é a mamãe. — Quantos meses fazia que Demi não escutava a voz da mãe? Elas não trocavam mensagens diariamente, algumas vezes para saber se estavam bem e ligação era algo bem raro de acontecer. — Como você está, querida? 

— Eu estou bem e você? — Perguntou mordendo o lábio inferior fortemente porque não estava acostumada com a mãe lhe tratando bem daquele jeito. A relação delas havia esfriado desde que os pais a mandaram para morar na casa dos avós. 

— Eu estou bem também. Como está minha netinha? 

— Ela está bem, está dormindo. — E então o silêncio prevaleceu entre elas por longos segundos e Demi só sabia que a mãe ainda estava na linha porque era possível ouvir a respiração pesada de Clarisse do outro lado da linha. — Vocês estão bem? — Demi perguntou se referindo à mãe e ao pai porque não era normal aquela ligação. 

— Estamos bem, seu pai está aqui do meu lado e está te mandando um beijo. 

— Manda outro para ele. — Encarou o namorado que brincava com os dedos da sua mão direita aonde havia a aliança e franziu o cenho.

— Eu sei que você deve estar estranhando essa ligação, não costumamos ter muito contato desde... desde que tudo aconteceu, você deve saber que Joseph esteve aqui em Chicago a pouco tempo atrás e ele conversou com a gente e... eu e o seu pai queremos conversar com você sobre a nossa situação, percebemos que o tempo está passando e não é certo vivermos assim, somos uma família e você é nossa única filha, deveríamos ser unidos. — O coração faltava sair pela boca, os olhos marejaram e ela suspirou porque a saudade da família aumentava cada dia um pouquinho mais, porém já havia se acostumado com a ausência. 

— Eu... eu... 

— Eu sei que nós te machucamos muito e o que fizemos com você foi imperdoável, mas estávamos desesperados e não soubemos como agir corretamente, nós não merecemos você, mas queremos mais uma chance de voltar a fazer parte da sua vida, você sempre será a nossa garotinha. 

— Mãe, eu... vocês... — Demi estava tão confusa e a cabeça trabalhava a milhões, ela queria conseguir dizer algo, mas as palavras não saíam. Respirou fundo quando Joseph entrelaçou suas mãos como se estivesse lhe passando força. 

— Eu sei que você não estava esperando por isso, nós vamos te dar um tempo para pensar sobre o que falamos aqui, pode ser? Se você quiser conversar com a gente, eu e o seu pai voaremos até aí para resolvermos essa situação. Eu te amo muito, filha. 

— Tudo bem. — Demi disse e Clarisse desligou o telefone. O que havia acabado de acontecer? O cérebro de Demi ainda estava tentando raciocinar, ela encarou um ponto qualquer da sala até Joseph a puxar pela cintura para deita-la em seu peito e abraça-la fortemente. — Meus pais querem conversar sobre tudo o que aconteceu e quer concertar as coisas. 

— Isso é bom, não é? — Joseph sorriu porque ele sabia que ela sentia falta dos pais. Demi não assentiu, mas também não negou, ainda estava pensativa. — Amor, a vida está te dando outra oportunidade de ter os seus pais por perto, vocês são uma família e precisam estar unidos, a decisão está em suas mãos, só tome cuidado para não tomar a decisão errada e depois pode ser tarde demais. — Beijou-lhe na bochecha. Demi desbloqueou o celular e mandou uma mensagem para a mãe. 

"Eu aceito conversar sobre tudo o que aconteceu para resolvermos a nossa situação, sinto falta de vocês." Enviou e suspirou de olhos fechados.

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Meus amores, como vocês estão? Eu estou bem e cansada, mas faz parte... a demora se deu pelo mesmo motivo de sempre: A faculdade, aparentemente estou de férias ainda falta o resultado de algumas provas, então não é nada definitivo.
Me digam nos comentários o que acharam dos acontecimentos, espero que o próximo não demore tanto para sair... enfim, por hoje é isso, obrigada por todos comentários e pela paciência em esperar, até o próximo, amo vocês