24/02/2021

18. Out Of The Woods

— Você já sabe o que vamos fazer no ano novo? — Joe perguntou abraçando-a por trás. Eles estavam sentados no sofá, Demi estava sentada com as costas encostada no peito de Joe. Uma manta cinza os protegiam do frio, a música Sweet Creature do cantor Harry Styles tocava baixinho enquanto a chuva forte caía do lado de fora causando barulho nas janelas de vidro. Tinha coisa melhor do que estar presa naquele mudinho aonde só existia os dois?

— Eu não sei... — Demi mordeu o lábio inferior pensativa. — Não há muito o que fazer, podemos preparar algo para comer e aproveitar os fogos no quintal. Você sabe que eu não me importo muito com essas coisas, só de estar com você será ótimo. — Um novo ano iria começar e com ele novas grandes responsabilidades, havia tantas coisas para pensar e resolver. — Eu estava pensando nas decisões que eu preciso tomar nesse novo ano, eu não sei se eu devo arrumar um novo emprego ou se eu tiro o ano em casa para me dedicar a gravidez e ao bebê, não sei se eu vou aguentar ficar tantos meses sem trabalhar. Eu preciso escrever um e-mail para a diretora da Bryant explicando os motivos pelos quais eu não vou mais trabalhar lá. 

— Eu acho que antes de você arrumar um emprego, você tem que esperar o médico te dar alta do repouso. Você sabe que eu posso cuidar de tudo enquanto você tiver esse tempo afastada, eu tenho certeza que emprego para você não vai faltar e qualquer coisa você pode voltar para Mayer. 

— Meu futuro profissional é algo tão incerto, eu estava tão animada para ter novos desafios, acho que o meu erro foi me empolgar demais, eu deveria pensado melhor e ter verificado todas as opções antes de me jogar de cabeça, mas agora é tarde demais para lamentar. 

— Se você quiser nós podemos processar aquele idiota, ganharíamos uma boa grana e aquele desgraçado pensaria milhões de vezes antes de assediar uma mulher. Eu faria questão de contratar o melhor advogado de Los Angeles apenas para ferra-lo. 

— Eu não quero ter dor de cabeça com isso, vou deixar essa história para lá e seguir a minha vida. A vida vai ensina-lo de uma forma ou outra e acho que depois dos socos que você deu nele, ele nunca mais vai chegar perto de mim. — Demi balançou a cabeça imaginando como Nicholas deveria estar naquele momento. 

— Mudando de assunto... enquanto você dormia sua mãe ligou, eu acho que ela estranhou o fato de você estar dormindo tão cedo e não sei se ela acreditou na minha desculpa. — Eram dez horas da noite e Demi havia dormido desde a seis, só acordou porque Joseph a chamou para jantar. — Eu acho que não tem problema se contar para ela e seu pai que estamos esperando um bebê, as pessoas que são mais próximas da gente já sabem e ela é sua mãe, com certeza vai querer acompanhar tudo. 

— É importante para mim ter o apoio deles. — Demi disse pensativa. Com certeza os pais ficariam felizes com a notícia porque sempre pediam por novos netinhos. — Podemos contar quando eles voltarem, mas eu não quero contar para Alana ainda. Eu quero esperar fazer os três meses e ter certeza que nós vamos ficar bem, quero fazer uma surpresa para ela, o que acha? Ela esperou tanto tempo por esse irmãozinho. 

— Ela vai ficar tão feliz. — Joe sorriu imaginando a animação da filha ao saber que ganharia um irmãozinho. Era com certeza o que ela mais pedia para os pais. — Outra coisa que eu pensei também é se vamos continuar nessa casa ou se você pensa em mudar. — Demi franziu o cenho. — Essa casa tem apenas três quartos e você sabe que precisamos de um quarto vago porque seus pais e Selena estão sempre por aqui... eu gosto muito daqui, mas se você quiser podemos ver um lugar maior. — Ele havia pensado em tantos detalhes, em todas as possibilidades porque queria que Demi e o bebê tivessem conforto. 

— É uma opção, mas acho melhor deixarmos para pensar nisso mais para frente, não sei se tenho cabeça agora para pensar em mudanças e reformas, eu também gosto muito daqui e acho que a gente consegue se virar com três quartos por um tempo. — Joe assentiu dando um beijo demorado na bochecha dela. — Você quer um menino ou outra menina? — Perguntou mesmo já sabendo a resposta. 

— Ah amor, eu sei que é clichê, mas o importante é vir com saúde. 

— Eu sei que você quer um garotinho. — Ele riu envergonhado. 

— A gente já tem uma princesa, mas eu vou ficar feliz do mesmo jeito se vier outra. Bom, eu teria o triplo de trabalho, três mulheres para dar conta, mas seria divertido. — Pensou imaginando Alana e outra mini Demi correndo pela casa. — Mas se vier outra menina, nós podemos tentar um menino novamente e depois fechar a fábrica, pode ser?

— Mas se vier um garotinho, a gente já fecha a fábrica agora. — Joe fez uma careta, mas assentiu com a cabeça. — Amor, se eu te disser com o que eu estou com vontade de comer, você promete que não vai rir de mim? — Falou com um sorriso envergonhado, Joe riu divertido e arqueou a sobrancelha. — Promete? 

— Prometo. — Disse sério. 

— Eu quero muito um pirulito de morango. 

— Pirulito? — Joe perguntou prendendo o riso. Demi assentiu com a cabeça mordendo o lábio inferior, a boca salivava só de pensar no sabor do pirulito de morango. — Bom, então eu vou ter que ir num mercado vinte e quatro horas atrás de um pirulito. 

— Amor são mais de dez horas da noite, eu acho que posso conviver com isso por uma noite. — Demi disse virando-se para acariciar o rosto dele. 

— Nada disso, eu vou realizar todos os seus desejos não importa a hora, pode ser dez horas da noite ou três horas da madrugada. — Joe deu um selinho nela e levantou. — Eu vou rapidinho, quer me esperar no quarto? — Demi assentiu e ele a pegou no colo levando-a para o andar de cima, deitou Demi na cama e ligou a televisão entregando para ela o controle. — Eu volto em cinco minutos. — Disse enquanto vestia o moletom. 

— Cuidado. — Ele assentiu dando mais um selinho em Demi e saiu descendo as escadas em direção a garagem, colocou o capacete porque de moto era muito mais rápido e deu partida na moto após abrir a garagem com o portão automático. Joe dirigiu até o supermercado mais próximo e só conseguiu encontrar os pirulitos na área de festa, era muita sorte encontrar um saco de pirulitos com trinta unidades do sabor morango. Ele não demorou nem quinze minutos para pagar e voltar para casa. — Joseph? — Demi gritou do quarto quando ouviu o barulho da garagem. 

— Oi? — Joe respondeu adentrando na cozinha, deixando o capacete em cima do balcão. — Tudo bem? — Perguntou quando adentrou no quarto.

— Sim, só estava verificando se era você mesmo, foi rápido. — Era raro as vezes que ficava sozinha em casa, quando Joseph não estava, Alana sempre estava lá para lhe fazer companhia. Os olhos até brilharam quando Joe lhe entregou o saco com pirulitos. Ela abriu e pegou um pirulito. — Você quer? — Perguntou enquanto tirava o papel que protegia o doce. 

— Não, agora você tem pirulito até enjoar. — Demi assentiu levando-o até a boca. Ela até gemeu baixinho ao sentir o sabor do doce, tinha coisa melhor que saciar um desejo? Joe tirou o moletom, apagou a luz e deitou ao lado dela. — Parece uma criancinha. — Brincou dando um beijo no pescoço dela. Joseph acariciou a cintura dela por dentro da blusa e voltou a beija-la no pescoço, Demi gemeu só não sabia se era por conta do sabor do pirulito ou pelo beijo cheio de malicia que Joseph dava em seu pescoço.

— Amor, você sabe que não podemos. — Disse com um suspiro porque vontade não faltava. Só de olhar para os braços fortes, as costas larga, as pernas torneadas e o peitoral bonito, ela ficava excitada e louca para encaixa-lo entre as pernas. — Eu também sinto sua falta e estou doida para fazer amor com você. — Falou passando os braços em volta do pescoço dele, alisando as costas com as unhas. Estavam há semanas sem sexo e tinham um longo caminho até a liberação do médico. — Se você quiser eu posso te dar uma ajuda. — Falou sentindo o membro dele roçar sua virilha porque Joe estava praticamente em cima dela. 

— Melhor não, eu sinto falta do seu corpo. — Suspirou dando um último beijo no pescoço dela para depois deitar ao seu lado. Ele suspirou e fechou os olhos, pense em outra coisa, disse mentalmente para si mesmo. — Não me provoca. — Disse quando Demi levou uma mão para tocar o membro que estava ereto. E a forma como ela chupava aquele pirulito? Ela com certeza fazia para deixa-lo louco. — Se você não parar, eu vou dormir no sofá. — Falou e Demi gargalhou tirando o pirulito da boca. 

— Te amo, bebê. — Deu um breve selinho nele. Ela estava tão radiante por estar bem com ele novamente. Joseph era o homem que a fazia feliz e ela nunca mais queria correr o risco de perdê-lo. — Prometo que quando tudo isso passar, vou vestir a fantasia que você quiser. — Piscou e riu alto quando Joe sorriu animado com a ideia. — Safado. — Um beijo não tinha problema, tinha? Demi roçou os lábios e fechou os olhos enquanto acariciava a barba dele. Sempre haveria borboletas no estômago quando o beijasse. Como podia um casal se encaixar tão perfeitamente? Era os beijos, o sexo, os pensamentos... tudo entre eles era compatível e isso era uma conexão rara. 

Dia seguinte...

Era onze horas da manhã. Demi nem se lembrava da última vez que havia acordado tão tarde. Joseph não estava mais na cama, ela resmungou baixinho e se espreguiçou, levantou e caminhou para o banheiro para fazer sua higiene matinal, escovou os dentes e depois se despiu para tomar um banho quente. O banho foi rápido em dez minutos Demi já estava saindo do banheiro com a toalha em volta do corpo. Ela caminhou até o closet e suspirou enquanto se secava, parou em frente ao espelho grande que havia ali e tirou a toalha olhando para o seu corpo nu. O corpo já estava começando a mudar... o quadril parecia mais largo e os peitos estavam maiores do que o de costume, ela com certeza precisaria aumentar alguns números do sutiã e barriga já tinha um volume pequeno. 

— Desculpa, eu não sabia que você estava aqui. — Joe disse parado na entrada do closet. Demi o olhou brevemente e depois desviou o olhar mordendo o lábio inferior. — Minha mãe acabou de chegar, ela disse que vai preparar o almoço e trouxe um bolo de chocolate. 

— Você acha que eu estou gorda? — Perguntou sem tirar os olhos do espelho. — Eu estou preocupada, estou quase chegando aos trintas anos e vou ter que ralar na academia depois que eu ter esse bebê, quando eu tive Alana não precisei me preocupar porque eu era tão jovem e...

— Ei. — Joe se aproximou e a tocou na cintura por trás, fitando o reflexo dos dois no espelho. — Você está linda e não deveria se preocupar com essas coisas, não quero que fique como aquelas mulheres que só comem salada e vivem na academia com medo de ganhar peso. O importante é você estar bem e saudável. — Ele a beijou na bochecha e sorriu pelo espelho. Demi virou-se e o abraçou pelo pescoço. 

— Eu vou me trocar e já desço. — Joe apenas assentiu, beijou-lhe na testa e saiu para deixa-la se trocar. 

— O que você acha que a Demi vai gostar de comer? Pensei em algo mais leve por conta dos enjoos, ela está tranquila ou está tendo muitos enjoos? — Perguntou curiosa quando o filho adentrou na cozinha cumprimentando-a com um beijo no topo da cabeça. Era diferente ver a mãe preocupada com Demi, as duas não se davam bem e ver que aquilo estava começando a mudar era bom. 

— Acho que não é todo tipo de comida que deixa ela enjoada. Ontem a noite ela estava com vontade de chupar pirulito, tive que ir dez e meia da noite atrás de pirulito de morango. — Kelly riu. — Pelo menos não foi nada de outro mundo. — Falou enquanto preparava uma vitamina de frutas vermelhas para Demi tomar antes do almoço. 

— Já vai se preparando para quando ela começar a ter desejos estranhos, quando eu estava grávida de você eu adorava comer pó de café, para mim era coisa mais gostosa do mundo. — Lembrou-se e riu quando o filho também riu. — E teve uma vez que eu tive vontade de comer cheesecake de abacate, seu pai saiu tarde da noite atrás e não encontrou, a gente teve que encomendar em uma padaria e eu chorei até o cheesecake ficar pronto. 

— Irei rezar para que a Demi continue com desejo de pirulito de morango. — Kelly assentiu enquanto mexia no celular. Demi adentrou na cozinha e sorriu tímida com o olhar da sogra sobre si, era acostumada com olhares atravessados, mas agora era um olhar carinhoso e preocupado. Demi estava vestindo um conjunto de moletom de Joseph que ficava enorme nela, mas era confortável e quentinho. 

— Estávamos conversando sobre desejos de grávida. — Kelly disse quando Demi puxou uma cadeira para sentar. 

— Eu ainda não tive nenhum desejo estranho, tomara que continue assim para o pobre de Joseph não sofrer. — Brincou olhando para o marido com um olhar extremamente apaixonado. Quando Joe se aproximou lhe entregando um copo grande de vitamina ela achou que morreria de amores, ele era tão cuidadoso e sem contar toda aquela beleza que a deixava até tonta. 

— Vocês parecem bem. — Kelly comentou os observando atentamente. Joseph estava sentado ao lado da esposa e suas mãos estavam entrelaçadas. Ela não podia mentir que achava os dois fofos juntos, eles faziam um lindo casal mesmo sendo tão diferentes. — Vocês conversaram? — Perguntou curiosa. 

— Ontem nós conversamos sobre tudo o que aconteceu nesses últimos meses, esclarecemos algumas coisas e nos entendemos. Casamentos são complicados, sempre terá momentos difíceis, mas o importante é querer fazer dar certo, nós queremos continuar com a nossa família e aprendemos com o nosso erro, agora queremos apenas focar na chegada do nosso novo bebê. — Kelly sorriu animada, a ideia de ter outro netinho lhe agradava muito. 

— Vocês já escolheram algum nome? Tem preferência entre menino ou menina? 

— Eu não tenho preferência, mas acho que Joe quer um garotinho. — Demi disse dando um gole na vitamina e Joe sorriu tímido levando a mão até o cabelo quando a mãe riu encantada com o filho. 

— O importante é vir com saúde, mas eu sinto que é um menino, sabia? Eu sonhei com isso e um homem sempre sabe. — Falou todo convencido fazendo as mulheres rirem encantadas com ele, Demi não podia julgar as mulheres que se apaixonavam pelo seu homem, ele era um encanto e era quase impossível não se apaixonar. — Estou brincando, mas eu realmente sonhei que era um garoto. — Demi o olhou toda apaixonada e sorriu quando ele se inclinou dando um breve selinho nela. 

— Eu estava pensando e nós podemos fazer um chá revelação, podemos fazer no salão de festas aqui do condomínio, convidamos apenas os amigos mais íntimos... eu acho que vai ser divertido toda aquela ansiedade e tudo mais. — Disse animada, Demi o olhou meio em dúvida e suspirou porque não queria mais ter desavenças com a sogra. 

— Vamos pensar nisso mais para frente, a Demi tem que estar cem por cento primeiro, depois pensamos nesses detalhes. — Joe disse e Kelly assentiu. 

— Bom, eu vou começar a preparar o almoço. — Kelly disse se levantando. Os minutos passaram e rapidamente o almoço foi servido, Kelly fez um cardápio recheado de verduras e legumes, tudo pensado na saúde de Demi e depois do almoço, tudo o que ela fez foi deitar-se na cama e dormir. Ela sabia como aqueles primeiros meses de gestação era complicado e ela iria realizar todas as suas vontades. 

Joseph aproveitou que Demi estava dormindo e tomou um banho rápido. Ele procurou um moletom e riu porque havia poucos conjuntos no closet, Demi havia vestido a maioria e estava para lavar, ele vestiu uma calça de moletom preto e uma camiseta branca, penteou o cabelo, calçou os chinelos e desceu as escadas sem fazer barulho, estendeu a toalha na lavanderia e caminhou até o quintal dos fundos. 

— Shhiii... — Falou quando os cachorros começaram a latir animados. O quintal era gramado e grande, era um espaço bom para os cachorros correrem e brincarem, nos fundos do quintal tinha uma piscina grande aonde eles costumavam fazer festas durante o verão. Era sempre divertido e Joe sentia falta do sol para esquenta-lo, ele pegou uma bola que havia no quintal e jogou para os cachorros que correm animados. — Vocês estão sentindo falta de Alana. — Disse fazendo carinho neles, Alana era a companheira fiel dos cachorros. 

Eles ficaram um longo tempo jogando a bolinha para os cachorros e correndo pelo quintal. — Eu prometo que mais tarde eu volto para levar vocês para dar um volta pelo condomínio. — Disse adentrando em casa para colocar ração e água nova para os cachorros. Lucky e Batman comeram e depois deitaram-se no tapete de sala próximo ao sofá aonde Joe estava deitado e adormeceram. 

Joseph pegou o celular e discou o número da sogra, rapidamente o rosto de Alana e de Clarice apareceu na tela do celular, Joe sorriu feliz por ver sua garotinha. — Oi meu amor, como você está? — Perguntou olhando para a filha que aparentemente estava em uma lanchonete, Alana tinha uma tiara de orelhas do Mickey na cabeça. 

— Eu estou bem e você? Nós estamos em uma sorveteria no shopping. — Falou mostrando o local para o pai. — É bem legal e tem uns sabores de sorvete diferentes, mas é bom. 

— Hm... deve estar divertido aí. Estou sentindo sua falta, meu anjo. — A casa ficava tão silenciosa sem Alana, a garotinha era literalmente a alegria da casa, estava sempre os fazendo rir e conversando.

— Eu também papai. Aonde você vai passar o ano novo? — Perguntou curiosa. — Você está em casa? — Alana era observadora, não havia nada que passasse despercebido pelos olhos da garota. 

— Estou em casa, amor. — Foi impossível não notar o sorriso de felicidade que nasceu nos lábios da garotinha. — E acho que nós vamos passar o ano novo em casa, comendo e assistindo os fogos no quintal. 

— Aonde está a mamãe? Vocês vão passar o ano novo juntos? 

— Sua mãe está dormindo e sim, meu anjo, nós vamos passar juntos. 

— Isso quer dizer que vocês não estão mais brigados e não vão mais se separar. — Não era uma pergunta. Joe riu e assentiu com a cabeça. 

— Você é uma garota esperta. 

— A vovó quer aparecer. — Alana disse fazendo uma careta.— Papai e mamãe estão juntos novamente. — Deu para ouvir enquanto a menina entregava o celular para a avó. — Está tudo bem por aí, Joseph? — Clarice perguntou o olhando atentamente. 

— Está tudo bem, Alana está se comportando? 

— Alana está se comportando perfeitamente, compramos as passagens de volta para o dia dois... aonde está Demi? Tentei ligar para o celular dela, mas ninguém atende, eu estou começando a ficar preocupada. Vocês se entenderam? 

— Demi está dormindo, foi um dia cansativo, mas está tudo bem na medida do possível, ontem nós tivemos uma longa conversa e decidimos tentar, nós nos amamos e não queremos que o nosso casamento acabe. Quando vocês chegarem nós vamos conversar melhor sobre tudo. 

— Eu fico feliz em saber que vocês se resolveram e fico mais aliviada também em saber que você voltou para casa. — Joe sorriu. Ele continuou por alguns minutos conversando com os sogros e a filha. Alana gostava de contar em detalhes todas as suas aventuras nos parques de Orlando. Quando finalizou a chamada, Joe foi para a cozinha preparar algo para Demi comer, já era quase seis horas da tarde e ela ainda estava dormindo. 

Ele preparou uma salada de frutas e subiu as escadas, quando entrou no quarto, sorriu ao ver que Demi já estava acordada mexendo no celular. — Preparei uma salada de frutas. — Falou entregando o pote redondo cheio de frutas. Demi agradeceu e sentou-se na cama. — Estava falando com Alana e seus pais no telefone. 

— E o que eles disseram? — Perguntou curiosa levando uma fruta até a boca. Joe deitou ao lado dela e a encarou sorrindo. Ela ficava linda com aquela carinha inchada de quem havia acabado de acordar. 

— Disseram que voltam dia dois, estão morrendo de saudades e preocupados porque você não atende o celular. Alana contou todas as suas aventuras na Disney e está muito feliz porque os pais delas estão juntos novamente. — Demi sorriu e o olhou nos olhos. O coração acelerava só de olhar aquele par de olhos verde, ela deixou o pote de frutas de lado e abraçou o marido pelo pescoço, ficando com metade do corpo em cima dele. 

— Eu te amo. — Ele disse beijando-a no pescoço carinhosamente. Demi suspirou se sentindo tranquila, era bom saber que no final do dia eles ficariam bem e que eram fortes o suficiente para resolver os problemas porque se amavam e queriam ser felizes um do lado do outro. 

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voltei \o depois que eu li esse capítulo achei simples demais, mas queria algo mais leve entre eles depois de tantas brigas... já estou escrevendo o próximo, acho que vai ser dedicado apenas aos dois e devo dizer que não falta muito para essa história terminar :( mas enfim 

esses dias me deu a louca e eu escrevi uma mini fic no wattpad... ela tem dez capítulo e eu já comecei a postar, se vocês tiverem interesse em ler, é só clicar aqui   espero que gostem <3

 Respostas do capítulo anterior aqui | por hoje é só, volto assim que o próximo estiver pronto. 

04/02/2021

17. Everything's Gonna Be Alrigh

— Joseph foi atrás de Nicholas. — Demi disse assim que Kristen entrou no quarto sozinha. Ela estava nervosa e por isso andava de um lado para o outro, Joseph não era um homem de arrumar confusão, ele sempre foi muito calmo para resolver seus problemas, mas sabia que daquela vez ele não iria deixar passar. — Eles vão brigar, Kris. — Falou aflita porque não conhecia Nicholas bem, não sabia do que aquele homem era capaz e tinha medo de que algo ruim acontecesse com Joe. Demi buscou seu celular em cima da mesinha de apoio que ficava ao lado da cama e ligou para o marido. — Ele não atende. — Resmungou suspirando. 

— Primeiro: você não pode ficar muito tempo em pé, então pode sentar ou deitar. — Demi revirou os olhos e suspirou sentando na cama com as costas apoiadas na cabeceira, aquilo era um saco, mas sabia que precisava fazer para manter a saúde do bebê que estava carregando. — Segundo: por que Joseph foi atrás do Nicholas? — Perguntou sentando de frente para a melhor amiga. 

— Nicholas tentou me beijar ontem quando eu fui assinar o contrato da empresa, ele me disse tantas coisas... disse que eu devia um beijo a ele porque ele me colocou na empresa, disse que eu não precisava me prestar ao papel de corna, ele viu Joseph no bar com aquelas mulheres. Eu me senti tão envergonhada e sai de lá correndo, contei para Joe um pouco antes de você chegar e eu tenho certeza que ele foi atrás do Nicholas, ele ficou muito bravo. 

— Esse Nicholas é um desgraçado nojento. — Demi suspirou massageando as têmporas. — Por que caralhos os homens são tão nojentos e acham que só porque tem dinheiro ou um cargo bom, eles tem autoridade e poder sobre nós? Eu me sinto enjoada só de pensar que infelizmente tantas mulheres são expostas a esse tipo de coisa só por serem mulheres. Eu espero que Joseph o deixe sem nenhum dente na boca. 

— Eu estou preocupada, não sabemos com o que estamos lidando. 

— Deixa para se preocupar quando ele chegar, você nem sabe se ele foi mesmo atrás do Nicholas. Agora me diga: como você está? Nunca mais me dê um susto desse, eu fiquei tão preocupada... me desculpa por não atender o telefone, você sabe como eu fiquei paranoica em atender celular enquanto estou dirigindo depois do acidente de Stella. — Há mais de oito meses atrás, Stella havia sofrido um acidente de carro porque estava usando o telefone enquanto dirigia, sorte que não havia sido nada muito grave, ela apenas quebrou a perna, mas desde então, eles estavam mais cuidadosos com aquela questão. — Todos nós vamos estar aqui para garantir que a senhorita não saía dessa cama. — Demi revirou os olhos, mas acabou rindo. — Então você decidiu que vai ter o bebê? — Demi assentiu com a cabeça desviando o olhar, ela se sentir envergonhada por ter dito tantas vezes que não queria aquele filho. 

— Eu senti tanto medo quando eu vi todo aquele sangue, eu acho que era Deus me castigando por dizer tantas vezes que não o queria, mas tudo isso serviu para me mostrar que eu o quero muito, eu quero cuidar dele e dar todo o meu amor. — Kristen sorriu assentindo, ela se aproximou e abraçou Demi tão forte que deixou algumas lágrimas descerem pelas bochechas, molhando o ombro de Kristen. — Os hormônios me deixam mais chorona. — Justificou.  

— Sua boba. — Kristen suspirou limpando as lágrimas e entrelaçou sua mão com a mão de Demi. — Já que estamos falando sobre bebês, eu tenho uma novidade. Eu não fui te visitar mais cedo no hospital porque eu e Stella tivemos uma reunião com o nosso advogado, nós estamos oficialmente na fila de espera para adoção, nós fizemos o curso e recebemos o laudo positivo, quando aparecer uma criança com o perfil compatível podemos seguir com a adoção. 

— Que notícia incrível. — Demi sorriu animada e abraçou a amiga fortemente. — Eu não vejo a hora de ser tia e mimar ele ou ela em tudo, vou estraga-lo igual vocês fazem com a minha filha. — Brincou dando risada. — Vocês pediram um perfil específico ou deixaram e aberto essa questão?

— Nós deixamos bem aberto, não temos preferência de cor ou qualquer coisa do gênero, a única coisa que pedimos é para a criança ter até uns cinco anos mais ou menos. Eu quero ter um encontro de alma com o meu filho ou minha filha, sabe? Não quero forçar nada. — Demi assentiu com a cabeça com um sorriso que ia de uma orelha a outra, sempre soube do desejo de Kristen e Stella de terem um bebê. — Daqui alguns anos estamos pensando em barriga de aluguel o inseminação. 

— Você acha que vai demorar muito? — Perguntou puxando Kristen para deitar-se junto com ela, depois do almoço sempre dava sono, mas não iria dormir enquanto Joseph não chegasse. Demi puxou o cobertor e encarou a amiga. 

— Eu não sei, o advogado disse que a demora na fila de adoção diminuiu muito nos últimos anos, pode ser que em dias eles nos ligue ou meses, não tem como adivinhar. Eu estou tão ansiosa, eu quero muito ser mãe. — Demi sorriu ao ver o brilho no olhar de Kristen ao dizer que queria ser mãe. 

***

O supermercado estava vazio, talvez pelo fato de ser começo de semana. Sair de casa antes de verificar o que precisava era um problema que resultava em dúvidas porque não fazia ideia do que levar, Joe estava fora de casa há algumas semanas então não sabia o que estava faltando. Para resolver o problema, ele decidiu pegar um pouco de cada coisa e caso faltasse voltaria para buscar. Começou pela mercearia, coisas como arroz, óleo, macarrão, temperos e chá, depois foi para a parte de frutas e legumes onde ele fez questão de dar uma exagerada porque Demi precisava se alimentar bem para ficar forte e por último ele pegou os congelados e coisas de limpeza e higiene pessoal. 

Enquanto esperava na fila para passar as compras, Joe aproveitou para fazer uma ligação, conseguir o endereço da casa de Nicholas não seria difícil, eles tinham alguns colegas em comum e na empresa Mayer havia os dados pessoais de todas as pessoas que entravam e saíam da empresa, Joe sabia que Nicholas e seu tio já haviam participado de reuniões juntos, apesar de serem empresas rivais, vez ou outra faziam parcerias porque era bom para dar buzz aos negócios, estratégia de marketing era sempre importante para que as empresas se destacassem no mercado. Bastou alguns telefonemas e dizer que iria tratar de negócios e Joseph tinha o endereço do infeliz em mãos, ele passou suas compras, pagou e guardou as coisas no porta mala, entrou no carro, colocou o cinto de segurança e deu partida no carro. 

A casa de Nicholas por fora era uma típica casa de família tradicional. Era branca com alguns detalhes em azul, Joe verificou o número da casa novamente e após ter a certeza que estava no local certo, ele saiu do carro e caminhou até a porta de entrada, tocou a campainha porém ninguém saiu, tentou por mais três vezes, mas aparentemente não tinha ninguém em casa. Joe verificou o horário e decidiu espera-lo, uma hora ele iria aparecer, só sairia dali após deixa-lo roxo. 

Foram quarenta e cinco minutos de relógio dentro do carro, Joe se distraiu com as músicas que tocavam na rádio e com os joguinhos de celular, respondeu algumas mensagens e até assistiu metade de um episódio de Naruto quando ele avistou Nicholas de longe. Ele vestia roupas de academia e tinha um fone no ouvido, Joe saiu do carro e Nicholas franziu o cenho quando o avistou, ele tirou o fone e se aproximou. — O que você está... — Não deu tempo de terminar a frase, Joe acertou o primeiro soco na região do maxilar, Nicholas cambaleou para trás e nem teve tempo de entender o que estava acontecendo porque Joe partiu para cima dele novamente acertando mais um soco próximo a boca. 

— Isso é para você aprender a nunca mais encostar na mulher dos outros. — Disse dando outro soco no nariz, ele estava irado e só parou porque viu o sangue em sua mão, não queria ter um problema maior e ir parar na delegacia. — Eu espero que você aprenda a nunca mais tocar em nenhuma mulher sem a permissão dela, isso foi só um recado para você ficar longe da minha mulher, se eu sonhar que você chegou perto dela, tocou nela ou olhou para ela, eu acabo com você. — Falou ofegante apontando o dedo na cara dele, segurando-o pela gola da camiseta. 

— Você é louco? Eu vou na delegacia fazer um boletim contra você e eu não vou sossegar enquanto não te ver atrás das grades. — Nicholas disse quando Joe o soltou, limpando o sangue que saia do nariz. 

— Vai lá, vamos ver como vai ficar a sua carreira quando verem no seu histórico que você tem um processo por assediar mulheres dentro da empresa, seu desgraçado nojento. — Joe o olhou com desprezo. — Eu espero que tenha aprendido a lição. — Falou e entrou no carro dando partida cantando pneus. Dar uns socos em Nicholas havia aliviado sua raiva, mas não completamente, só sossegaria quando ferrasse com ele e a carreira dele. 

Joe entrou em casa pela porta da cozinha, colocou as compras em cima do balcão e lavou as mãos que estavam sujas de sangue. Ele sorriu e acariciou os pelos dos cachorros que latiam e pulavam em cima dele, Joe guardou as compras nos armários da cozinha e caminhou até o fundo da casa para abrir as portas de vidro que davam para o quintal aonde ficava a área da piscina para que os cachorros corressem livres. Do andar de baixo era possível ouvir a gargalhada alta de Demi, automaticamente Joe também sorriu. Ah, tinha coisa melhor do que ouvir aquela risada contagiante? O coração até se acalmava... ele subiu as escadas e bateu brevemente na porta do quarto antes de entrar. 

— Aonde você foi? — Demi perguntou quando o marido entrou no quarto. Joe se aproximou e de um breve selinho nos lábios dela e depois bagunçou o cabelo de Kristen que o xingou e deu um tapa no pulso dele. 

— Fui ao mercado, trouxe muitas coisas para você comer de forma saudável e ficar forte. — Demi franziu o cenho o olhando de forma desconfiada. Ele havia demorado todo aquele tempo apenas para ir ao supermercado? Quando Joe foi acariciar a barriga de Demi, ela notou que a mão dele estava um pouco avermelhada na região dos dedos. 

— O que aconteceu com a sua mão? — Perguntou segurando a mão dele para verificar melhor, Joe nem havia notado aquele detalhe. 

— Não foi nada demais, apenas uns socos que eu dei naquele desgraçado, ele nunca mais vai chegar perto de você ou de mulher nenhuma. — Disse como se não fosse nada, ele deu um beijo na testa dela para depois beija-la carinhosamente na barriga. — Amor, fica tranquila, eu estou bem, sem nenhum arranhão e ele não vai fazer nada contra mim, tenho certeza que ele não quer um nome manchado no mercado de trabalho. Eu vou tomar um banho, já volto. — Demi assentiu e observou ele adentrar no banheiro. 

— Vocês parecem bem. — Kristen observou com um sorriso.

— Acho que estamos bem, ainda não conversamos sobre tudo o que aconteceu, mas estamos cansados de brigas, vamos apenas resolver as pendências para ficarmos na mesma página, queremos ficar tranquilo para receber esse bebê bem e da maneira que ele merece. — Kris assentiu com a cabeça, estava feliz porque tudo estava se resolvendo. Ela sempre torceria pela felicidade da amiga. 

— Finalmente, se resolvam e tenham muitos e muitos bebês. — Brincou animada. — Infelizmente eu preciso ir, ainda vou passar na casa da minha mãe, amanhã eu passo aqui para fofocarmos mais. Fica bem, amo você. — Demi sorriu e abraçou a amiga brevemente antes dela levantar para sair do quarto. Joe saiu do banheiro alguns minutos mais tarde apenas com a toalha em volta da cintura. Demi não resistiu, o olhou de cima a baixo e mordeu o lábio inferior. Os músculos continuavam ali da forma que ela tanto amava, o bumbum era tão atrativo e redondo, sem contar as costas largas e chamativas. 

— Está gostando da vista? — Joe perguntou brincalhão ao notar o olhar da esposa sobre si. Demi assentiu com a cabeça e ele riu se inclinando para roçar os lábios brevemente, porém Demi foi mais rápida e o puxou para um beijo mais intenso, uma das mãos estava no pescoço e a outra nas costas acariciando enquanto sentia a língua dele com a sua. — Eu preciso me trocar. — Disse finalizando o beijo com um selinho demorado, ele a beijou no pescoço e se afastou sorrindo. 

— Hmm... você está cheiroso. — Demi disse gostando do cheiro de rosas que vinha do corpo dele.

— E você está cada dia mais gostosa. — Ele piscou de maneira safada e caminhou para o closet. Vestiu uma calça de moletom e voltou para o quarto após estender a toalha num suporte que ficava no banheiro. — Está com fome? Vou preparar algo para comer. — Demi assentiu com a cabeça e resmungou baixinho quando Joe não deixou que ela descesse para lhe ajudar, odiava se sentir inútil. Rapidamente Joe preparou um lanche natural e cortou algumas frutas como melão, mamão e banana. — Quer assistir alguma coisa? — Perguntou lhe entregando o prato, Demi assentiu e Joe ligou a televisão que ficava no quarto, dificilmente usavam aquela televisão.

— Podemos assistir Diário de Uma Paixão? — Joe fez uma careta porque já havia assistido aquele filme no mínimo cinco vezes. — Nem vem que eu não vou assistir Naruto. — Ela não entendia qual era o problema dos homens com aquele anime, existia algum homem na face da terra que não gostava? Joe revirou os olhos e colocou o filme que ela queria, depois daria um jeito de convencê-la a assistir alguns episódios. 

O filme durou cerca de duas horas, e era quase impossível não se emocionar com aquele tipo de história. Era uma linda história de amor que nem o tempo havia sido capaz de apagar. — Você promete que vamos ficar velhinhos assim? — Demi perguntou limpando as lágrimas que desciam pelas bochechas. Havia assistido aquele filme milhões de vezes e sabia a maioria das falas, mas mesmo assim ainda se emocionava.

— Prometo, mas nós vamos ser muito mais bonitos que eles. — Joe brincou fazendo ela rir. 

— Essa história me lembra muito nós dois, a forma como eles se apaixonaram intensamente enquanto eram jovens e como os pais dela não apoiavam o amor deles, e mesmo ficando anos sem se verem e sem ter notícia um do outro, mesmo depois de seguirem com suas vidas, o destino fez com que eles se  reencontrassem e o amor falou mais alto, assim como nós. — Demi sorriu entrelaçando suas mãos. — E eu vou ser eternamente grata por sempre encontrarmos o caminho de volta um para o outro. 

— "Não concordavam muito. Na verdade, quase nunca concordavam. Estavam sempre brigando. E se desafiavam a cada dia. Porém, apesar das diferenças, tinham algo em comum. Estavam loucos um pelo outro." — Joe recitou aquela parte da história pegando Demi de surpresa porque não esperava que ele realmente prestava atenção no filme. — Independente do que aconteça eu sempre vou encontrar meu caminho de volta para você. — Demi não conseguiu conter o sorriu quando ele colou seus lábios num breve selinho. A mão de Joseph estava repousada carinhosamente no bumbum fazendo carinho. — Eu estava pensando em pedir adiantamento das minhas férias, o que você acha? Essa semana eu já volto a trabalhar e seria bom se eu tivesse tempo para cuidar de você. 

— Eu acho melhor esperar mais um tempo, eu me sinto bem e vou seguir as recomendações do médico certinho, eu vou precisar mais de você quando o bebê nascer, está preparado para passar a madrugada acordado ouvindo choro de bebê? — Demi perguntou enquanto acariciava o cabelo dele. Joe sorriu animado e se inclinou para beijar o ventre dela. 

— Fala para mamãe que você vai ser um bebezinho bonzinho que vai dormir a noite inteira e não vai dar trabalho. Eu não sei se você está estranhando minha voz, mas eu sou seu pai, eu e a sua mamãe estamos muito felizes por ter você e eu não vejo a hora de poder pegar você nos braços e te dar todo o meu amor, o papai ama você. — Deu mais um beijo abaixo do umbigo dela e riu abraçando Demi quando percebeu que as lágrimas desciam pela bochecha dela. — Oh meu amor. — Falou limpando as lágrimas. 

— Os hormônios me deixam chorona, mas quando eu penso no quanto eu te amo e que quase te perdi por uma bobeira... isso me deixa... me deixa envergonhada porque eu sinto que nunca vou conseguir me desculpar com você. 

— Ei, olha para mim. — Joe pediu segurando o queixo dela fazendo com que Demi o olhasse nos olhos. — Eu não quero que em hipótese nenhuma você pegue a culpa das brigas que aconteceram entre a gente e leve nas costas como se você fosse a única culpada, nós dois temos uma parcela de culpa, eu poderia ter sido mais compreensível, você poderia ter pensado melhor antes de dizer algumas coisas, mas nós dois deixamos a situação chegar aonde chegou. 

— Quando eu recebi a oportunidade de trabalhar em outra empresa, eu não te contei porque eu queria tomar uma decisão primeiro. Eu sabia que você não ia concordar com a minha saída da Mayer e eu não queria causar uma briga sem ter uma resposta, eu sei que eu deveria ter te contado desde o momento em que eu recebi a proposta, não deveria ter escondido nada de você, mas eu não fiz na intenção de te magoar, não fiz por maldade. 

— Eu fiquei muito chateado porque descobri por mensagem que você estava mudando de emprego, eu fiquei muito bravo, não porque você iria mudar de emprego, mas porque você escondeu isso de mim, depois aquele cara te mandou flores e você mentiu sobre com quem você estava jantando no dia do nosso aniversário de casamento... tudo isso virou uma bola e eu senti que você não confiava em mim, o que você fez me magoou e eu acabei dizendo coisas que não devia. 

— Na noite em que eu te pedi desculpas e nós dormimos juntos, eu pensei que estávamos bem depois do que rolou, mas no dia seguinte você agiu como um verdadeiro idiota comigo, eu me senti muito mal, me senti usada, você se aproveitou da minha vulnerabilidade para satisfazer as suas vontades e isso doeu demais porque eu achava que estávamos nos entendendo. 

— Eu entendo e sei que pisei na bola com você, minha consciência pesou e eu fui pedir desculpas para você na Mayer, seu estagiário disse que você não tinha ido trabalhar e eu fui para casa me desculpar, no meio do caminho Madison pediu uma carona e ela se despediu de mim com um beijo na bochecha, eu não tinha percebido que ela havia deixado uma marca de batom na minha bochecha e nem um batom no meu carro, eu não traí você com ela.

— Como você se sentiria se encontrasse o pertence de outro homem no meu carro? Eu nunca fui com a cara daquela garota, eu sempre soube das verdadeiras intenções dela com você e você nunca me deu ouvidos, sempre disse que era coisa da minha cabeça, que eu estava exagerando e vendo coisa aonde não existia, olha só no que deu, ela com certeza deixou o batom no seu carro de propósito para causar uma briga entre a gente e conseguiu. 

— Eu deveria ter me afastado quando você me alertou, mas pra mim ela nunca foi um perigo porque eu jamais a vi com outros olhos além da estagiária que trabalha comigo, eu sempre tive isso muito claro na minha cabeça e quando você falava que ela estava de olho em mim ou qualquer coisa assim, reforçava ainda mais o fato de que eu sentia que você não confiava em mim, minha palavra deveria bastar para você.

— Ela é uma garota jovem, garotas na idade dela não aceitam receber um não, elas insistem até conseguir o que querem e a prova disso é mesmo ela estando com seu amigo, ainda dá em cima de você na cara dura. Eu não gosto dela e nada vai mudar minha opinião sobre ela, na festa do seu tio, quando eu vi o colar dela e depois vi a fatura do seu cartão, eu confesso que perdi a cabeça. Eu poderia ter ouvido suas explicações, poderia ter investigado mais, porém já tinha acontecido tantas outras coisas que eu acabei explodindo e passei dos limites, eu disse e fiz coisas que te machucaram e eu não me orgulho disso. 

— Acho que de tudo, o que mais me magoou foi essa desconfiança sua, você me acusou de algo que eu não fiz e quis o divórcio por algo que você simplesmente colocou na cabeça, você poderia ter me perguntado sobre o colar, poderia ter procurado saber melhor das coisas, eu não lembrava que tinha emprestado meu cartão para o Jack, você me acusou de tantas coisas, disse que amaldiçoava o dia em que eu voltei para sua vida, disse que me queria longe da nossa filha, isso me magoou profundamente. Mas ainda sim, no dia em que montamos a árvore de natal eu estava disposto a lutar por você, nós dormimos juntos e eu senti que tinha esperanças para nós, mas no dia seguinte eu vi você almoçando com aquele desgraçado... foi como um balde de água fria, parecia que você estava brincando com os meus sentimentos. 

— Eu não planejei de almoçar com ele, estava no Mc Donalds com Alana e encontrei ele e a filha dele na fila, acabamos almoçando juntos e foi apenas isso. 

— Outra coisa que me magoou extremamente foi a sua reação quando descobriu que estava grávida, quando você disse que não queria... enfim, quando você disse o que queria fazer, foi como se o chão se abrisse entre os meus pés, quando o teste deu positivo eu fiquei tão feliz, um dos meus maiores sonhos estava prestes a se realizar e eu vi como um recomeço para nós, mas tudo o que você fez foi enfiar uma faca no meu coração. 

— Quando o teste deu positivo eu fiquei assustada por tudo o que estava acontecendo entre a gente e eu não esperava uma gravidez, eu ainda tinha muitas coisas que queria alcançar como mulher antes de ter outro filho, coisas que eu sei que não vou conseguir alcançar tão cedo estando grávida, a separação era algo que estava praticamente certo para nós, por mais que você dissesse que estaria comigo, que me ajudaria em tudo, não é a mesma coisa, eu sei o que eu passei com Alana e eu não quero viver aquela experiência nunca mais, talvez eu tenha exagerado, mas eu estava com tanto medo que isso me cegou... Selena conversou tanto comigo e até me convenceu a desistir dessa ideia, nós estávamos no shopping e eu vi um sapatinho tão fofo e eu ia comprar e te presentear, iria pedir desculpas por tudo, mas então eu vi sua foto com todas aquelas mulheres...

— Eu assumo totalmente a minha culpa. Eu estava tão amargurado e só queria esquecer tudo o que estava acontecendo entre a gente, não sai de casa na intenção de te trair e não te trai, eu apenas bebi mais do que deveria, teve algumas mulheres que deram em cima de mim e eu deveria ter me afastado delas, quando tiramos a foto eu estava pronto para ir embora, foi na hora que Madison segurou minha mão para pedir que eu dançasse com ela, eu iria negar, mas Kristen chegou na hora me arrastando para casa. Eu errei com você e tenho consciência disso, mas eu não toquei em nenhuma outra mulher. 

 — Essas últimas semanas foram tão conturbadas, eu estou exausta mentalmente e eu só quero um pouco de paz agora, quero aproveitar essa gravidez com você a nossa família e eu vou fazer o melhor que eu conseguir para manter esse bebê bem e salvo no meu ventre porque eu nunca vou me perdoar se algo acontecer com ele. 

— Eu vou estar aqui do seu lado segurando sua mão e dando todo o meu apoio. Eu amo você com todo meu coração e não tenho dúvidas disso. Nós erramos, nos machucamos, mas vamos aprender com tudo o que aconteceu e seguir a nossa vida, sei que tudo isso serviu de lição. — Demi assentiu pensativa. Haviam explicado os seus motivos e esclarecido tudo, agora era levar tudo como aprendizagem e seguir a vida porque ainda tinham muito para enfrentarem. 

— Joseph, eu amo você. Eu amo muito você de uma forma que eu nunca amei outra pessoa, você é o único homem que eu quero passar o resto da minha vida. Eu tentei parecer forte e indiferente com tudo o que aconteceu, mas eu estava abalada e muito mal e eu não quero passar por outra situação assim nunca mais. Eu não vou mais esconder ou omitir nada de você, prometo que vou ser sincera mesmo se isso machucar seus sentimentos. 

— Então acho que estamos resolvidos. — Demi assentiu com um sorriso. Era como se tivesse tirado um peso enorme das costas, a sensação de segurança era incrível, era bom saber que tudo estava resolvido e que seguiriam a vida juntos. — Eu sempre vou estar ao seu lado e prometo todos os dias vou lutar para me tornar um homem melhor para você. — Joseph olhou para os olhos marrons e acariciou a bochecha enquanto selava os lábios num beijo apaixonado e calmo.

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postando rapidinho porque não quero demorar tanto
espero que vocês gostem, não consegui responder os comentários do capítulo anterior, me desculpem.
 me digam o que acharam, o próximo já está quase finalizado então acho que não vou demorar muito

até o próximo <3

15/01/2021

16. Through The Storm


— Eu estou com medo. — Demi confessou segurando a mão da sogra fortemente. Elas estavam em uma sala de emergência. Demi já estava deitada em uma maca vestindo uma roupa de hospital, estavam apenas esperando pelo médico que iria atendê-las. — Eu estou com medo de perder o meu bebê. — Demi disse com a voz embargada ainda assustada com tudo o que estava acontecendo. — Eu não quero perdê-lo, eu nunca vou me perdoar se algo acontecer. — Kelly suspirou sentindo seu coração apertar. Estava nítido que Demi estava realmente assustada e mal com a situação, naquele momento não havia desavenças entre elas. 

— Querida, você precisa manter a calma e ter fé que vai dar tudo certo, eu estou aqui e não vou te deixar sozinha. Eu já liguei para Joseph, ele está a caminho. — Kelly disse levando a mão livre para tirar uma mecha do cabelo de Demi que estava em seu rosto. O médico bateu levemente na porta e adentrou na sala enquanto lia a ficha de Demi. 

— Com licença. — Ele sorriu ao ver que Demi estava acordada. — Desculpem a demora, eu sou o único médico obstetra atendendo hoje e precisei atender outra emergência. — Explicou verificando a prancheta em suas mãos. — Nós vamos fazer uma ultrassom para entender melhor o que está acontecendo, tudo bem? — Demi assentiu com a cabeça e observou o médico fazer todo o procedimento para dar início ao ultrassom. — Você chegou aqui com sangramento e dor abdominal, certo? — Demi assentiu novamente. — Pode me explicar como era esse sangramento? 

— Era muito vermelho, vermelho bem escuro... eu perdi o meu bebê? — Perguntou olhando para a tela ao seu lado. 

— Estão vendo esse hematoma? — O médico perguntou apontando com o dedo no canto da tela. — Ele indica que houve um descolamento ovular. Isso acontece quando o óvulo fecundado desloca da parede do útero e acaba causando um acúmulo de sangue entre a placenta e o útero. Você ainda não perdeu o seu bebê, mas tem uma chance grande de perdê-lo porque o hematoma já toma quase cinquenta por cento do seu saco gestacional. Geralmente esse hematoma regride e desaparece sozinho, mas para isso nós vamos precisar de repouso absoluto. Você precisa ingerir cerca de dois litros de água por dia, não ficar muito tempo de pé, sempre ficar deitada ou sentada com as pernas mais elevadas, nada de esforços físicos e contatos íntimos. Eu iriei receitar um remédio hormonal para ajudar no tratamento. Para garantir, nós vamos mantê-la essa noite aqui, se estiver tudo ok, amanhã eu te dou alta, caso contrário você precisará ficar internada para conseguirmos garantir a sua saúde e a do seu bebê. Eu vou pedir alguns exames para darmos inicio ao seu pré-natal. Você está com quatro semanas de gravidez... indo para a quinta semana. — Demi assentiu sorrindo olhando para a tela. — Aqui está o seu bebê, Demetria. Ele ainda está parecendo um pequeno camarão, mas já conseguimos ver a cabecinha. — Kelly olhou para Demi e sorriu ao ver que ela chorava emocionada. — Vocês tem alguma dúvida?

— Por enquanto nenhuma doutor, eu vou me certificar que ela não faça nenhum esforço físico. — Kelly disse sorrindo. 

— Vou pedir para uma enfermeira vir ajuda-la a se limpar e te encaminhar para um quarto, passo aqui mais tarde para saber se está tudo bem. — Demi agradeceu e o médico saiu da sala, não demorou muito para uma moça simpática entrar na sala para auxiliar Demi em tudo o que ela precisasse. Minutos mais tarde, Demi já estava adormecida em um quarto, havia sido um dia cansativo e ela precisava descansar para manter a segurança do bebê.

Joseph adentrou na sala, cumprimentou a mãe com um breve abraço, lhe deu um beijo carinhoso na testa e olhou para a esposa. O rosto sereno e a respiração estava tão calma, ela era tão linda. Joe beijou cuidadosamente a testa dela e entrelaçou suas mãos quando as lágrimas invadiram seus olhos.  Ele jamais se perdoaria se algo acontecesse com ela. O coração ainda estava agitado como quando recebeu a ligação da mãe dizendo que Demi estava no hospital, nunca havia sentindo tanto medo na sua vida. — O que aconteceu? — Perguntou para a mãe. 

 — Ela me ligou chorando dizendo que estava perdendo o bebê, o médico fez uma ultrassom e disse que ela tem um descolamento ovular, ele disse que o hematoma já toma parte de quase cinquenta por cento do saco gestacional dela e que corre o risco dela perder o bebê, não há muito o que fazer, ela precisa de repouso total, beber muita água e o médico vai receitar um remédio para ajudar, ele disse que geralmente que esse hematoma some sozinho com o tempo. 

— Isso é tudo culpa minha, se eu não tivesse agido como um amargurado, nada disso estaria acontecendo. — Joe disse respirando fundo. Se algo acontecesse com o bebê ou com Demi ele nunca se perdoaria, ele deveria estar cuidando dela e do bebê e não dando motivos para dor de cabeça.

— Não é culpa sua, não tinha como prever algo assim, filho. — Kelly falou tentando confortar o filho. Ele a amava com todo o seu coração e doía sua alma vê-la naquele estado. Joe respirou fundo e encarou o teto da sala enquanto as lágrimas desciam pelas bochechas. Nunca mais deixaria o relacionamento chegar aquele ponto, seria mais paciente, aprenderia a ouvir o lado dela, a colocaria sempre em primeiro lugar, ele se tornaria um marido melhor e tudo o que Demi queria que ele fosse, só não queria que nada acontecesse com ela.

— Eu amo você e se eu pudesse tiraria tudo de ruim que você está sentindo e passaria para mim. — Joe disse suspirando, ele deu um beijo carinhoso na testa da esposa e agradeceu mentalmente pela vida dela. 

— Eu estou indo para casa, preciso tomar um banho. Se você quiser eu posso passar na casa de vocês para dar comida para os cachorros e pegar uma troca de roupa para Demi.

— Obrigada, mãe. Eu vou ficar aqui com ela. 

— Você não quer descer para comer alguma coisa? Ou eu posso trazer algo da rua para você, a Demi só vai ter alta amanhã, não é bom você ficar esse tempo sem comer. 

— Estou bem, não precisa se preocupar comigo. Só liga para Alana e avisa que amanhã eu ligo para conversar com ela, não conta nada do que aconteceu aqui para não estragar a viagem deles. — Kelly assentiu de forma compreensiva e se despediu do filho com um abraço. Joe sentou-se na poltrona que havia ao lado da cama que Demi estava deitada e entrelaçou suas mãos.

O céu nublado deu lugar para um céu escuro e cheio de estrelas. O médico havia passado no quarto uma vez para perguntar se estava tudo bem e Joe não saiu dali nenhum momento, apenas levantou para fechar as janelas do quarto por causa do vento frio, sua mãe havia passado para deixar as roupas e um lanche natural que ela havia comprado no caminho e depois voltou para a casa. 

Demi abriu os olhos piscando algumas vezes para tentar se acostumar com a claridade do quarto. Ela suspirou e olhou para o lado. Joe sorriu levemente e levantou, se aproximando dela. — Oi, você está sentindo alguma dor? — Perguntou tocando a testa dela gentilmente. 

— Eu estou com fome. — Demi disse suspirando, ela estava praticamente o dia inteiro sem se alimentar. 

— Eu vou chamar a enfermeira e ver o que você pode comer, eu já volto. — Deu um beijo na testa dela e saiu para chamar alguma enfermeira. Quase vinte minutos depois, Joe adentrou na sala com um prato de sopa com legumes e um copo de suco de uva. 

— Faz tempo que você chegou? — Demi perguntou o olhando.

— Eu cheguei poucos minutos depois do médico te examinar, minha mãe explicou o que aconteceu. Me desculpa por não ter atendido o celular, eu estava tomando banho e não vi o meu celular tocar. Como você está se sentindo? 

— Eu ainda estou um pouco assustada. — Confessou dando uma colherada na sopa. — Eu... eu não sei o que aconteceria se a sua mãe não tivesse atendido o telefone, eu senti muito medo de que algo acontecesse com o bebê, eu não sabia que o queria tanto como eu o quero, eu acho que só estava assustada com a notícia inesperada e com tudo o que está acontecendo entre a gente. 

— Calma. — Joe disse quando Demi começou a falar rápido demais. Ele se aproximou e a beijou na bochecha, ele arrumou um cantinho e sentou ao lado dela. — Nós vamos resolver essa situação juntos, eu vou estar ao seu lado para tudo o que você precisar, você não está sozinha e nunca vai estar. — Era reconfortante ouvir aquilo, saber que ele estaria ao lado dela passando por aquela fase difícil, tudo o que ela mais precisava era de um pouco de paz. Demi assentiu com a cabeça e tratou de terminar sua refeição, a sopa não era uma das melhores, mas como estava faminta, comeu sem reclamar. 

A parte ruim de estar acordada era que a cabeça não parava de trabalhar nem por um segundo. Pensar no que havia acontecido mais cedo na sala de café com Nicholas lhe causava vergonha, ela sabia sobre as intenções dele e poderia ter se afastado, poderia ter feito algo antes de deixar que a situação chegasse naquele nível. Agora estava envergonhada e desempregada porque não chegaria mais perto daquela empresa. As lágrimas começaram a descer pelas bochechas sem que Demi nem mesmo percebesse. 

— Ei, vai ficar tudo bem. Você é uma mulher forte e nós vamos conseguir passar por isso juntos. — Joe disse a abraçando-a. Demi assentiu com a cabeça encostada no peito dele, estava chorando por tudo o que estava acontecendo em sua vida. Estava tudo errado, não era para as coisas estarem daquela maneira, como ela havia deixado sua vida chegar aquele ponto? Era para ser uma gravidez saudável e feliz.

— Eu senti tanto medo quando eu vi aquele sangue... e quando você não atendeu o telefone, eu pensei que estava me ignorando de proposito por tudo o que aconteceu... eu acho que Deus está me castigando por todas as vezes que eu disse que não queria ter esse filho e... e... se eu perdê-lo, eu nunca vou me perdoar. — Falou entre soluços. O choro dela era de quebrar o coração de qualquer pessoa, estava mais do que claro o cansaço emocional que Demi estava sentindo. 

— Tudo acontece por um motivo, não vamos nos precipitar... só o tempo vai nos dizer o que vai acontecer. Eu sei que não estamos num dos nossos melhores momentos, mas você nunca vai estar sozinha, eu nunca vou soltar a sua mão independente do que aconteça. Eu amo você e um dia prometi que estaria ao seu lado até o fim de nossas vidas e eu vou cumprir a minha promessa. Eu sei que você vai se esforçar para que esse bebê fique seguro até ele completar dezoito anos e decidir sair de casa. — Demi suspirou e fechou os olhos sentindo os dedos de Joe lhe fazendo carinho no braço, o coração dela se acalmou e ela sentiu aquela sensação de segurança que só sentia quando estava com ele. Tudo estava errado entre eles, mas naquele momento nada daquilo importava, não existia brigas e desentendimentos, apenas duas pessoas que se amavam. 

Demi fechou os olhos e puxou os braços de Joe para que ele lhe abraçasse pela cintura. Ela sorriu quando Joe enfiou o rosto no pescoço dela, enchendo-a de beijos naquela região. Tinha coisa melhor do que ficar deitada ao lado dele sentindo todo amor e carinho que Joseph tinha para lhe dar? Demi acariciou o cabelo da nuca dele e entrelaçou suas pernas. — Você ligou para Alana? — Perguntou pensando na filha que estava de férias em Orlando. Havia prometido que ligaria todos os dias, mas com a correria não havia dado tempo.

— Ainda não, pedi para minha mãe ligar e avisar que está tudo bem e que amanhã nós entramos em contato, eu pedi para minha mãe não contar nada do que aconteceu hoje para não deixa-los preocupados e estregar as férias deles. 

— Joe, eu... eu não quero contar sobre a gravidez para ninguém, pelo menos não até termos certeza que vai ficar tudo bem. Eu não quero me antecipar, contar para todos e depois perdê-lo, eu não vou aguentar passar por isso e todos os olhares de pena. 

— Tudo bem, faremos do jeito que você preferir. — Joe disse entrelaçando suas mãos, dando um beijo em seguida. — Minha mãe trouxe algumas roupas para você, e disse que se precisar de alguma coisa é só ligar. 

— Eu estou bem, só quero ficar quietinha aqui com você. — Confessou aconchegada no abraço dele. Fazia tanto tempo que não ficavam daquela maneira, era tão bom, havia sentido tanta falta dele, sabia que os problemas não haviam desaparecido, mas era bom saber que de alguma maneira eles ficariam bem. — Sua mãe me ajudou muito hoje, segurou minha mão em todo momento e não me deixou sozinha. 

— Ela ficou bem preocupada com você. 

— Não me esqueça de agradecê-la por hoje. — Joe assentiu com a cabeça. O silêncio se instalou entre eles, mas de tão confortável que estavam, Demi acabou adormecendo novamente, estava cansada do dia cheio que havia tido. Joe ficou com os olhos bem abertos durante algumas horas, pegou o celular do bolso e respondeu algumas mensagens pendentes, olhou algumas redes sociais e até assistiu alguns episódios de Naruto. Quando o sono finalmente chegou, ele acomodou-se melhor na cama, puxou a coberta para cobrir melhor a esposa e deixou-se levar pelo sono.

Quando amanheceu, Joe foi o primeiro a acordar. Ele se espreguiçou a sentiu as costas doerem pela noite que dormiu de mal jeito para conseguir deixar Demi o mais confortável possível, foi até o banheiro, fez sua higiene matinal e passou no refeitório para comprar um café da manhã para ele e Demi. — Bom dia. — Disse ao adentrar no quarto e ver que Demi já estava acordada. Ele se aproximou dando um beijo na testa dela e colocou a bandeja com o café da manhã em cima da cama. — Como está se sentindo? 

— Estou bem, dormi tão profundamente que não vi ou ouvi nada. E você? — Perguntou dando uma mordida na torrada. 

— Eu demorei um pouco para dormir, a enfermeira passou algumas vezes para verificar se estava tudo bem com a sua saúde. O médico disse que passará aqui em trinta minutos, ele disse que marcou seus exames para agora de manhã e que se estiver tudo bem, você vai receber alta antes do almoço. — Demi assentiu sorrindo, tudo o que ela mais queria era o conforto da sua casa. — Kristen mandou mensagem, ela está preocupada e disse que vem te ver. — O médico adentrou na sala com uma enfermeira ao lado e sorriu para eles. Conversou brevemente com Demi, fez algumas perguntas, mediu a pressão e verificou se estava tudo bem. 

Depois que terminou de tomar seu café da manhã e fazer sua higiene matinal, Demi foi para a sala aonde realizaria os primeiros exames da gravidez. Como eram muitos exames, demorou cerca de uma hora para que todos os exames pedidos pelo médico fossem feitos, quando terminou, Demi voltou para o quarto aonde estava ficando. — Eu falei com Alana no telefone. — Joe disse sorrindo. — Ela disse que hoje vai para os parques da universal, disse que está ansiosa para visitar o parque de Harry Potter e que vai trazer muitos presentes. 

— Até nisso vocês são parecidos. — Demi falou rindo porque a personalidade de Alana era toda de Joseph, até os gostos eram parecidos e quando eles foram visitar os parques pela primeira vez, Joe havia ficado encantado com o universo de Harry Potter. — Eu estou com saudade da minha bebê. 

— Eu também, mas logo ela está de volta. Ela vai ficar tão feliz quando souber que vai ganhar um irmãozinho. — Joe disse se aproximando, ele entrelaçou sua mão com a mão de Demi e a mesma levou as mãos entrelaçadas até sua barriga. Eles se entreolharam sorrindo e Joe não conseguiu conter a emoção que estava sentindo naquele momento, as lágrimas desceram pelas bochechas e ele suspirou profundamente. Era uma mistura de sentimentos, estava feliz por Demi estar bem e querer ter aquele filho, mas só de pensar que existia a possibilidade de perdê-lo o medo lhe apavorava, mas precisava ser forte por ele e Demi. 

— Vem aqui. — Demi o chamou abrindo os braços o abraçando pelo pescoço enquanto sentia as lágrimas dele molharem seu ombro. — Nós vamos passar por essa tempestade juntos, eu amo você com todo meu coração e sei que de alguma forma vamos ficar bem, nós sempre ficamos. — O coração até acelerava apenas de saber que eles estavam bem novamente, sabia que tinham muito para conversar, mas ter o apoio dele já era um grande avanço. — Eu amo você, amo você. — Demi disse distribuindo vários beijinhos pelo pescoço e bochechas, ela segurou o rosto dele com as duas mãos, sorriu e juntou os lábios num beijo gentil.

— Eu também amo você, Demi. — Joe falou entre o beijo. Ele sorriu e aprofundou o beijo fazendo as línguas se tocarem. Era um beijo intenso e cheio de intenções porque fazia dias que não tinham aquele tipo de aproximação, porém estavam num hospital e a qualquer momento poderia entrar alguém, por isso Joe separou o beijo com um selinho demorado. — Te amo. — Lhe deu mais um selinho e sorriu se afastando. 

— Com licença. — O médico sorriu para eles e adentrou na sala. — Eu já peguei os resultados dos seus exames, Demetria. — Ele explicou tudo nos mínimos detalhes, o bebê estava no peso ideal e Demi estava livre de qualquer doença que poderia passar para o bebê, orientou o repouso absoluto para que ela conseguisse levar a gravidez até o final. Por conta da sua condição, ela precisaria ir até o hospital duas vezes no mês e ficar de olho caso ocorresse algo fora do comum como sangramento ou dores. Depois de todas as recomendações e orientações, o doutor liberou Demi para ir para casa. 

— Eu mandei uma mensagem avisando para Kristen que você está em casa, ela disse que vai passar aqui mais tarde e eu vou aproveitar para ir no mercado comprar algumas coisas. — Os cachorros corriam de um lado para o outro animados por terem os donos em casa novamente, o pequeno Batman e Lucky pulavam nos donos pedindo carinho. — Minha mãe deixou o almoço pronto. 

— Eu vou tomar um banho primeiro. — Demi falou enquanto acariciava os pelos de Batman que lambia sua mão. 

— Precisa de ajuda? — Joe perguntou a seguindo para o andar de cima. 

— Não, qualquer coisa fora do comum eu chamo. — Ele assentiu e observou a esposa adentrar no banheiro. Joe aproveitou e separou um pijama de frio para ela vestir, deixou num canto em cima da cama e desceu para esquentar o almoço e servi-la. Joe subiu as escadas minutos depois com uma bandeja nas mãos, ele sorriu ao encontrar a esposa sentada na cama penteando o cabelo.

— Eu trouxe o almoço. — Disse repousando a bandeja em cima da cama. — Tem muitos legumes e verduras para você ficar forte e saudável. — Demi sorriu e agradeceu com um breve selinho. 

— Você não vai almoçar? 

— Eu não estou com fome, vou no mercado primeiro e quando chegar como alguma coisa. — Demi assentiu desviando o olhar para o prato de comida quando o pensamento lhe lembrou do que havia acontecido na tarde anterior com Nicholas. A primeira lágrima desceu pela bochecha e Joe franziu o cenho. 

— Ei, o que foi? — Perguntou preocupado. 

— A gente precisa conversar. — Disse séria, ela não aguentaria conviver com aquela vergonha que estava sentindo, precisava tirar aquilo do peito. Eles precisavam conversar sobre tudo o que havia acontecido entre eles, precisavam estar na mesma página e quanto mais cedo resolvessem aquelas pendências, mais rápido eles poderiam seguir a vida e pensar no futuro que os aguardavam. 

— Você quer mesmo ter essa conversa agora? 

— Eu quero. Aconteceu algo e eu preciso que você saiba, eu não vou me importar se você jogar na minha cara que estava certo... se eu soubesse que ele era daquele jeito eu nunca teria aceitado aquele maldito emprego. — Demi falou rápido demais com as lágrimas descendo pelas bochechas. 

— Demi, você está me assustando. — Joe a olhou com o cenho franzido, um pouco assustado... ele segurou a mão dela e beijou-a carinhosamente. 

— No dia que Nicholas me ofereceu essa vaga, nós nos encontramos para jantar, eu, ele e outro representante da empresa. Foi uma conversa formal, conversamos sobre negócios e foi agradável... na noite da festa de confraternização do seu tio, ele marcou outro jantar apenas nós dois, tudo ocorreu tranquilo... porém quando chegamos no estacionamento do restaurante, ele tentou me beijar, eu não deixei, disse que era casada e vim embora. Eu deveria ter sido mais clara naquela noite, mas eu deixei passar, ele me pediu desculpas depois e colocou a culpa no vinho. — De alguma maneira, Joe sentia que não iria gostar nada do final daquela história. Não havia ido com a cara daquele homem desde que eles haviam se encontrado na praça de alimentação do shopping. — Você deve saber que eu e Jack conversamos na padaria algumas semanas atrás... — Joe assentiu com a cabeça. — Depois que nós conversamos, eu fui dar uma volta no parque e encontrei Nicholas por lá... eu estava confusa, estava chateada e acabei desabafando com ele. Nicholas me aconselhou e tentou me beijar de novo, dessa vez eu expliquei para ele que eu amava você e que o melhor era manter nossa relação profissional. 

— Demi... — Joe falou receoso, ele tinha medo de onde toda aquela história iria parar. 

— Por favor, só me escuta. — Pediu limpando as lágrimas. — Ontem quando sai de casa, eu fui assinar  o contrato... me encontrei com ele na empresa, ele me ajudou a assinar os papéis, me apresentou o pessoal e me levou para conhecer toda a empresa. A gente parou em uma salinha de café, estávamos conversando e ele estava cada vez mais próximo de mim, quando eu percebi, eu disse que precisava ir embora e levantei para jogar o copo de café no lixo... só que... — As lágrimas desceram com mais intensidade. — Nicholas me encostou na parede, ele disse que eu era linda e que não conseguia parar de pensar em como queria me beijar... ele tentou me beijar, mas eu virei o rosto. Eu disse que não, pedi desculpas se eu dei a entender que queria algo com ele, eu juro que... que eu tentei empurra-lo, eu tentei reagir, mas ele era muito mais forte que eu. Ele disse que ninguém precisava saber, que eu devia isso a ele por ele ter me colocado na empresa, disse que eu era linda demais para fazer papel de corna e beijou o meu pescoço. Eu sinto muito Joe, eu entendo se você ficar com raiva de mim, eu deveria ter sido mais clara, deveria ter cortado desde o começo, eu só não imaginava que iria acontecer uma situação assim. Eu estou muito envergonhada.

— Eu vou acabar com a raça daquele desgraçado. — Disse levantando da cama com os punhos fechados, o rosto estava vermelho de raiva e tudo o que passava em sua mente era o prazer que iria sentir quando deixasse Nicholas roxo. — Ele te machucou? 

— Não, eu o empurrei e sai de lá... eu deveria ter te escutado, eu sei que você me avisou, mas eu nunca o vi como uma ameaça, se eu pudesse voltar no tempo, eu nunca teria aceitado aquele maldito emprego e nada disso estaria acontecendo com a gente. Eu acho que o estresse foi tão grande que quando eu estava no carro voltando para casa, comecei a sentir algumas dores na barriga.

— Ei, para de se culpar, você não tem culpa dele ser um doente desgraçado. — Joe respirou fundo e sentou na cama novamente, a abraçando-a. Demi deitou a cabeça no ombro dele e deixou as lágrimas descerem liberando toda a frustração. — Aquele desgraçado nunca mais vai chegar perto de você. — O som da campainha ecoou pela casa e Joe separou o abraço após beija-la na bochecha. — Eu acho que é Kristen, vou atender. — Demi assentiu e o observou sair do quarto. Joe desceu as escadas rapidamente, pegou a chave do carro e abriu a porta dando de cara com Kristen. — Demi está lá em cima, cuida dela para mim, ela não pode fazer esforço físicos e nem ficar de pé por muito tempo, eu tenho um problema para resolver. — Disse sem dar explicações e saiu caminhando em direção ao carro.

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boa noite, como vocês estão?

espero que vocês gostem do capítulo, eu acho que reli tantas vezes que acabei enjoando... me digam a opinião de vocês nos comentários. vou começar a escrever o próximo agora, espero que a inspiração colabore comigo. 

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