24/02/2019

43. Lovely


— O aceitável, no mínimo, para mim é catorze centímetro. — Que conversa era aquela? Demi franziu o cenho desviando o olhar do notebook para encarar os amigos da faculdade. O professor havia liberado eles algumas horas mais cedo para que eles pudessem focar no projeto que estavam desenvolvendo e agora a maioria dos alunos estavam na biblioteca. 

— Vocês já ouviram a frase "tamanho não é documento"? Ela se encaixa perfeitamente nessa situação, eu já fiquei com caras que tinham o documento pequeno e conseguiram me deixar de pernas bambas. — Céus, aquelas garotas eram impossíveis. Demi fez uma careta para elas e voltou a digitar no notebook. — Qual o tamanho do documento do seu namorado, Demi? — Perguntou com um sorriso malicioso no rosto. 

— Ei, eu não vou ficar fazendo propaganda do meu namorado. — Falou com as bochechas coradas. Ela alcançou o copo chá do starbucks e deu um gole, desbloqueou o celular e abriu o aplicativo de mensagens. "Alguma notícias de Ryan?" Mandou para Kristen porque desde que havia recebido a ligação da mãe do amigo ela estava preocupada, já havia ligado para o número do amigo milhões de vezes, mas o celular estava desligado. 

— Ele é muito fofo, Demi. Eu vi vocês dois na entrada da faculdade trocando beijinhos. — Disse fazendo biquinho e ela e Luke começaram a fingir que estavam imitando os dois o que causou risadas entre os amigos e alguns olhares feio dos estudantes que estavam ali porque a biblioteca era um lugar silencioso e para se concentrar nos estudos. 

— Nós queremos conhecê-lo. — Natasha, uma das amigas da faculdade de Demi disse com um sorriso no rosto. — Você pode convida-lo para o pub que vamos na sexta depois da faculdade, ele bebe? — Perguntou virando o notebook para mostrar um trecho da pesquisa que havia achado no google para Demi. 

— Eu vou convida-lo. — Demi disse mais focada em ler a pesquisa do que na conversa. — Ele disse que pode nos ajudar com o projeto, ele é formado em engenharia e disse que teve um projeto parecido com esse na faculdade. — Comentou ansiosa para vê-lo novamente, era tão bom dormir abraçada com ele e beija-lo todo minuto, sentir as mãos fortes lhe tocando e os braços rodeando a cintura. 

— Quanto ele quer para fazer todo o projeto? Podemos negociar. — Luke disse com a sobrancelha arqueada e um sorriso maroto nos lábios. 

— Ele não tem tempo para isso, Luke, mas podemos marcar de vocês irem lá em casa esse final de semana para finalizarmos esse projeto de uma vez por todas, o que acham? — Perguntou dando mais um gole no chá que já estava morno e perdendo o sabor. 

— Acho uma ótima ideia, podemos combinar. Se o seu namorado estiver lá vai ser ainda melhor, assim ele pode nos ajudar. — Demi assentiu com a cabeça e sorriu quando recebeu a mensagem de Joe avisando que estava chegando para busca-la. 

Foram mais de trinta minutos conversando sobre o projeto, pesquisando e dando risadas de assuntos aleatórios, apesar de ser totalmente estressante, a faculdade tinha seus momentos divertidos e Demi iria sentir falta quando aquilo terminasse. Quando perceberam que estava ficando tarde, eles resolveram que estava na hora de ir embora. O carro dela estava estacionado em frente à faculdade e Joe esperava por ela encostado no carro, Demi se despediu dos amigos com um beijo e um abraço e caminhou sorridente até o namorado. — Oi. — Disse o olhando nos olhos. Joseph colocou um mecha do cabelo dela atrás da orelha e encostou seus lábios em um selinho. 

— Oi amor. — Abriu a porta do carro para ela e adentrou no carro pela porta do motorista. — Como foi a aula hoje? — Perguntou ligando o carro, olhou para os retrovisores para ver se o caminho estava livre e deu partida. 

— Foi tranquila, o professor liberou a gente mais cedo e nós fomos para a biblioteca dar andamento para o nosso projeto, eu convidei o pessoal para ir lá em casa no sábado para finalizarmos esse projeto. Eu estou tão ansiosa para me formar. 

— Eu imagino que sim, meu amor. — Joe sorriu e entrelaçou sua mão esquerda com a direita dela e deu um beijinho sem tirar os olhos da estrada. — Alana me fez assistir A Bela e a Fera três vezes seguidas, eu já aprendi todas as músicas e sei até as falas. — Comentou lembrando de como a garotinha era esperta e conseguia convencê-lo de assistir o mesmo filme várias vezes só com aquela carinha de anjo. 

— Tem dias que eu não aguento mais ouvir a voz da Elsa na minha cabeça. — Disse se referindo ao filme Frozen que a filha tanto amava. Aqueles desenhos da disney era uma febre entre todas as crianças. — Já vai se acostumando, amor. Aposto que amanhã ela vai te fazer outro filme e repetir o mesmo filme por mais duas vezes porque você é um bobo que atende todos os pedidos da nossa filha. 

— O que eu posso fazer, querida? Ela faz uma carinha tão fofa que eu não consigo resistir. — Demi conhecia bem aquela carinha fofa, mas já era blindada contra ela. 

— Você precisa aprender a resistir essa carinha se não você vai dar tudo o que ela pedir e eu não quero que ela fique mimada, não quero que Alana seja aquelas crianças que não sabem ouvir um "não". — Disse sem tirar os olhos do celular. — Alguma notícia do Ryan? — Perguntou focada em trocar mensagens com a melhor amiga. 

— Desde que eu sai do apartamento, nenhuma. Kristen disse que a mãe dele ligou para a polícia e que estão à procura, eu espero que nada ruim tenha acontecido. 

— Eu estou começando a me preocupar, ele nunca fez isso antes. — Disse mordendo o lábio inferior. Ela iria dar uns bons tapas em Ryan quando o encontrasse. — O que ele tem na cabeça para fazer uma coisa dessas? Ele não pensa na família dele? Céus, homens são tão idiotas. — Resmungou irritada, clicando no botão de áudio para mandar uma mensagem para amiga. 

— Você está com fome? Eu preparei um macarrão para Alana jantar. — Joe falou adentrando o carro na garagem. Demi arqueou a sobrancelha para o namorado e bocejou, havia dormido pouco no dia passado e estava com sono acumulado. 

— Você sabe cozinhar? — Perguntou o encarando com a sobrancelha arqueada. Joe riu e deu os ombros desligando o carro, ele não era um cozinheiro de primeira, mas sabia se virar para não passar fome e assistir alguns programas de culinárias e vídeos no youtube havia lhe ajudado. 

— Alana não reclamou. — Deu risada e abriu a porta do carro para sair. Eles chamaram o elevador e Demi o abraçou pela cintura quando o vento soprou forte bagunçando seus cabelos que estavam presos em um coque alto. — Você tem uma péssima mania de não se agasalhar. — Resmungou tirando o moletom para vesti-la e Demi não reclamou porque estava realmente frio. 

— É porque dentro de casa e dos outros estabelecimentos o clima é agradável e eu tenho preguiça de ficar tirando e colocando agasalhos toda hora. — Respondeu adentrando no elevador. Demi ficou na pontinha dos pés e deu um selinho nos lábios do namorado porque ele estava muito fofo. — Você vai ajudar eu e os meus amigos com o projeto da faculdade? — Perguntou distribuindo beijinhos pelo pescoço dele. 

— Claro que sim, amor. — Disse colocando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha, ele se curvou para dar um selinho nos lábios dela e sorriu encarando os olhos marrons da namorada, ela era tão bonita sem maquiagem, as sardinhas aparecendo lhe deixava tão fofa, os lábios rosados e bem desenhados que ele tanto amava beijar. 

O elevador abriu as portas no andar em que Demi morava e eles saíram com os dedos entrelaçados, Demi franziu o cenho porque do corredor era possível ouvir os latidos dos cachorros e quando ela abriu a porta os cachorros correram até ela. — Oi bebês. — Demi sorriu e se abaixou para dar um pouco de atenção para os bichinhos, ela já amava aqueles cachorros, eles eram parte da família. — Oi meu amor. — Falou rindo porque Batman pulava para tentar chamar sua atenção. 

— Mamãe. — Alana sorriu e correu até a mãe abraçando-a pelo pescoço. A garotinha estava vestindo um pijama estampado de florzinhas e os cabelos estavam uma verdadeira bagunça. — Eu e o papai assistimos A Bela e a Fera. — Demi sorriu e deu um beijo demorado na bochecha da filha e a puxou para um abraço. 

— Posso saber o que a senhorita está fazendo acordada à essa hora? — Perguntou com a sobrancelha arqueada, ela caminhou até o sofá com a filha nos braços e sorriu para a amiga que estava sentada no braço do sofá. — Filha, você está cada dia mais pesada. — Alana era uma criança pequena, e quando ela crescesse não iria ficar muito alta. 

— É porque eu estou ficando adulta. — Alana respondeu apoiando os pés no colo da tia. Demi riu e quando seus olhos fitaram a embalagem da barra de chocolate, ela franziu o cenho. O que diabos era aquilo? 

— Eles comeram chocolate e beberam coca-cola também. — Kristen disse entregando Joseph que arregalou levemente os olhos. Ah, ele estava ferrado. Demi o encarou com uma cara nada boa e ele coçou a nuca. Kristen estava o jogando numa jaula cheia de leões famintos. — Eu vi a latinha no lixo. — Sorriu angelicalmente. 

— Eu não acredito que você está deixando Alana comer doce antes de dormir pelas minhas costas. Eu não sei mais o que fazer com vocês dois, se ela acordar de noite chorando com dor de barriga você que vai cuidar dela. — Resmungou revirando os olhos e Joe teve vontade de rir porque ela era muito exagerada. 

— Mamãe, foi só um docinho, não precisa ficar brava. — Alana falou revirando os olhos e Demi abriu a boca sem acreditar no que havia acabado de ouvir da boca da filha, ela parecia uma jovem adolescente. A garotinha levantou e caminhou até o pai que estava sentado no canto do sofá. — Meu pai é o melhor pai do mundo. — Joe sorriu e acolheu a filha nos braços. 

— E eu ainda saio como a chata. — Resmungou tirando os sapatos, Batman pulou no sofá ao lado dela e Demi colocou o cachorrinho em seu colo para acariciar os pelos dele.— Alguma notícia do Ryan? — Perguntou para Kristen que não tirava os olhos do celular e a todo momento estava digitando. A ruiva negou com a cabeça e suspirou. 

— Eu falei com a mãe dele agora pouco e ela disse que um dos amigos dele disse que esteve com ele no domingo e que ele disse que ia para casa de uma garota, estão tentando entrar em contato com a garota, eu só sei que vou mata-lo quando ele voltar. — Demi assentiu com a cabeça, ela pedia aos céus para que Ryan chegasse são e salvo em casa, mas que ela iria dar uns bons tapas nele, ela iria. — Eu preciso ir para casa, amanhã tenho uma sessão de fotos quatro horas da manhã para um casal que vai casar, eles querem um ensaio ao nascer do sol. — Revirou os olhos. — Até amanhã, meus amores. 

— Até, Kris. Obrigada por ficar com Lana. — Elas se despediram com um beijo na bochecha e um abraço apertado, Joseph mostrou a língua para a amiga da namorada quando ela estava saindo e a mesma retribuiu o gesto mostrando o dedo do meio. 

— Alana sobe para escovar os dentes e ir dormir, amanhã você vai para escola e para o balé. — Alana resmungou baixinho, beijou a bochecha do pai e subiu as escadas correndo com os cachorros atrás dela. — Eu vou comer um pouco do seu macarrão, espero que não me dê uma dor de barriga. — Brincou caminhando até a cozinha para servir o macarrão num prato. 

— Eu poderia ir competir no Master Chefe, amor. — Disse se gabando quando Demi abriu a panela e cheirou o macarrão dizendo que o cheiro estava agradável. 

— Só se for para você ser eliminado na primeira semana. — Sorriu e colocou o prato com macarrão no microondas para esquentar. — Estou brincando, amor. Mas eu estou chateada porque você anda dando doce para Alana antes de dormir, ela já não está se alimentando bem e você ainda fica incentivando ela à comer essas besteiras. — Joseph a abraçou pela cintura e beijou-a na bochecha carinhosamente.

— Ela comeu todo o macarrão que eu coloquei no prato para ela, foi uma sobremesa, querida. Nós estávamos assistindo filme e eu lembrei que tinha comprado quando sai para resolver um problema da empresa. — O microondas apitou quando o tempo acabou, Demi pegou o prato e colocou em cima da mesa enquanto Joe pegava o suco de uva e um copo para ela. — Não vai mais acontecer, linda. — Demi assentiu com a cabeça e sorriu quando ele deu um beijo no topo da sua cabeça. 

— Pai? Vem ler historinhas para mim. — Alana o chamou do topo da escadas. Ele olhou para Demi e ela assentiu com a cabeça o incentivando à ir. Da cozinha, Demi conseguia ouvir as risadas da filha porque Joe tinha levantado a garotinha jogando-a no ar e a pegando no colo novamente, e Demi sentia seu coração esquentar de tanto amor toda vez que ouvia a risada da filha quando estava com Joe. 

Depois de jantar, Demi lavou a louça que sujou e se certificou que o apartamento estava trancado. Ela apagou as luzes e subiu as escadas, o quarto da filha estava com a luz do abajur acessa e a porta encostada, a pequena parecia estar dormindo então preferiu não adentrar no quarto. Ela caminhou diretamente para o seu closet, buscou o seu pijama e entrou no banheiro para tomar banho.

Joseph estava deitado na cama concentrado no celular, ele estava trocando mensagens com os amigos e a mãe quando Demi deitou ao seu lado, ela encostou a cabeça no peito dele e puxou a cabeça para cobri-los. O cheirinho de rosas do sabonete era muito bom, Joe beijou-a na bochecha e guardou o celular para dar atenção para a namorada. — Vem cá, amor. — A puxou um pouco mais para cima para que pudesse ver o rosto ela. — Como você está? 

— Eu estou bem, só um pouco cansada e com a cabeça cheia de coisas. — Demi disse encarando um ponto qualquer do quarto. — Blake está furiosa comigo. — Furiosa era pouco, se Blake fosse dona da empresa, ela com certeza já teria sido demitida. Demi fechou os olhos quando sentiu os dedos de Joe adentrarem no seu cabelo fazendo cafuné. 

— Eu não quero que você se preocupe com isso, eu conversei com o meu tio hoje. — Demi levantou a cabeça para olha-lo melhor e franziu o cenho. — Ei calma, ele gosta de você e confia em você. Ele disse que ia conversar com Blake, ela não vai te colocar para preencher planilhas, pode ficar tranquila. 

— Eu já disse que amo você? — Demi perguntou o enchendo de beijinhos pelo rosto. Joe sorriu e a puxou pela cintura para abraça-la. Ele a deitou na cama e ficou por cima dela, beijando carinhosamente o pescoço da mulher. 

— Hoje não, linda. 

— Amo você com todo o meu coração, bebê. — Falou com um sorriso enorme nos lábios enquanto ele distribuía beijos quentes em seu pescoço. A mão esquerda de Joe a tocou na cintura por dentro da camiseta de algodão branca que ela estava usando e subiu até os seios que estavam livres do sutiã. Demi umedeceu os lábios e fechou os olhos sentindo o corpo esquentar com os toques dele. Quando percebeu que Demi não estava impedindo seu carinho, ele subiu a camiseta dela e desceu os beijos em direção ao seio. — Hmmm... — Demi gemeu baixinho e umedeceu os lábios. — Amor. — O chamou com voz entrecortada porque os beijos dele a deixava desconcentrada. 

— Eu também amo você, Demi. — Disse alcançando os lábios dela, Demi adentrou as mãos no cabelo dele puxando as mechas entre os dedos, as línguas se encaixavam perfeitamente e os toques aqueciam o coração. Quando estavam sem folego, eles separaram o beijo com um selinho molhado, Demi sorriu e o empurrou levemente pelo peito porque eles não podiam passar dos limites. 

— Mãe? — Alana a chamou do lado de fora do quarto, batendo levemente na porta. Demi arrumou o cabelo e levantou para abrir a porta. — Eu posso dormir aqui? Estou com medo. — Pediu abraçada com sua boneca de pano. Demi assentiu com um sorriso e observou a filha adentrar no quarto.

— Oi meu amor. — Joe sorriu quando a filha subiu na cama e deitou ao lado dele. — Você teve um pesadelo? — Perguntou colocando uma mecha do cabelo da garotinha atrás da orelha. Demi apagou a luz do quarto, deixando apenas a do abajur acessa e deitou ao lado da filha. 

— Eu não consegui dormir e acho que o monstro que vive de baixo da minha cama voltou. — Falou baixinho como se o "monstro" conseguisse ouvir. Demi sorriu e beijou a bochecha da menina demoradamente, ela amava tanto aquele pequeno pingo de gente que não cabia no seu coração. — Quando vocês dois vão se casar? — Alana perguntou encarando a mãe e depois virando a cabeça para encarar o pai. Joe sorriu divertido arqueando uma sobrancelha e Demi sentiu as bochechas corarem. 

— Quando a sua mãe aceitar o meu pedido. — Joe disse rindo sem tirar os olhos da namorada. Alana bateu palmas animadas e encarou a mãe com um sorriso. —

— Mamãe, aceita o pedido do papai. — Pediu com os olhinhos brilhando. — Assim você poderão me dar muitos irmãozinhos. — Os olhos de Joe chegavam a brilhar com a sugestão da filha e as bochechas de Demi estavam quentes porque os pares de olhos verdes lhe olhavam esperançosos.  

— Ei vocês dois podem parar com isso. 

— Por favor, por favor, por favorzinho. — Alana pediu passando as perninhas em volta da cintura da mãe para deitar-se sobre ela. — Pai, ela vai aceitar agora. Pode fazer o pedido. — Falou animada. Joe assentiu ficando de joelho em cima da cama e encarou a namorada com um sorriso brincalhão.

— Demetria Devonne Lovato, você aceita casar comigo? — Perguntou com um enorme sorriso nos lábios. Demi gargalhou alto porque ele fingiu com as mãos que estava abrindo a caixinha com o anel. 

— Sim, eu aceito. — Demi disse entre altas gargalhadas. Joe se aproximou dela para dar um selinho demorado nos lábios e eles sorriam entre o beijo que trocavam. Alana bateu palmas animadas e se inclinou para abraçar os pais, para eles tudo era apenas uma brincadeira, mas para Alana era sério e no dia seguinte ela estaria espalhando para todos que os pais iriam casar. 

— Eba, agora vocês podem me dar um irmãozinho. — Alana pediu sorrindo imaginando um bebê entre eles. Demi negou prontamente e puxou a garotinha para um abraço e um beijo na bochecha. 

— Nada disso, você é meu único bebê. — Sorriu dando um beijinho no nariz da menina. — Agora chega de pedir e vamos dormir porque amanhã nós vamos acordar cedo. — Alana assentiu saindo do colo da mãe e deitou no meio dos pais. Joseph as cobriu e abraçou as duas mulheres da sua vida. 

— Boa noite, meus amores. 

DIA SEGUINTE
03:30 DA TARDE

Demi jogou a cabeça para trás gargalhando alto demais porque o namorado era um verdadeiro palhaço. Ela estava em sua sala e Joseph estava ao seu lado, eles estavam trabalhando juntos na companhia um do outro. Ela deu um tapa no braço dele tentando se acalmar porque Joe havia comentado algo engraçado. — É sério você já viu como ele anda? — Demi assentiu voltando a rir e encarou o notebook brevemente. 

— Amor, você é ridículo. — Falou se recuperando da crise de riso. — Kristen me mandou uma mensagem hoje mais cedo falando que encontraram o Ryan, quando eu sair da empresa eu vou passar lá na padaria para falar com ele, tudo bem? — Joe assentiu com a cabeça e se inclinou para dar um beijinho no pescoço dela. 

— E aonde o babaca estava? — Perguntou curioso. Demi umedeceu os lábios e deu um selinho nos lábios do namorado porque o rosto dele estava muito próximo. Joe sorriu e a beijou novamente, puxando o lábio inferior dela levemente. 

— Em uma festa no interior da Califórnia. — Joseph revirou os olhos e voltou a beijar o pescoço da namorada.

— Seu amigo é um idiota sem noção. — Como aquele idiota desaparecia da noite para o dia e não dava notícias para ninguém? Joe revirou os olhos quando Demi o olhou feio e voltou a beija-la sem se importar, ele não gostava de Ryan, mas o respeitava porque Demi era amiga dele. 

— Ele agiu como um, mas ele não é um. — O defendeu. — Amor, nós estamos no trabalho. — O lembrou quando ele a tocou na cintura por dentro do blazer que ela estava vestindo, sem parar de distribuir os beijos na região do pescoço.  Joe deu um selinho demorado nos lábios dela e saiu de cima dela. — Você precisa focar no seu trabalho. 

— Eu não consigo porque tem uma mulher muito gostosa me distraindo. — Falou com um sorriso malicioso nos lábios. Demi revirou os olhos e mordeu o lábio inferior quando percebeu que os olhos do namorado estava sobre o pequeno decote da sua camiseta. 

— Safado. — Se inclinou para dar um tapa no peito dele, fazendo Joe rir mais e toca-la no bumbum que estava magnifico naquele jeans escuro apertado. 

— O que eu posso fazer se eu tenho uma mulher gostosa pra caralho? — O barulho da porta se abrindo os assustou, a sorte era que eles não estavam fazendo nada demais, apenas sentados no sofá com os notebooks no colo. Blake colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e sorriu fraco para eles. 

— Oi, desculpa atrapalha-los. — Os cumprimentou com um sorriso breve. — Demi será que nos podemos conversar? — Perguntou a encarando. Demi assentiu prontamente com a cabeça e levantou para sentar em volta da sua mesa. Joseph fechou o notebook e levantou. 

— Querida, eu estou indo, depois nós conversamos. — Demi assentiu e deixou Joe beija-la na bochecha antes de sair fechando a porta. Blake sentou-se na cadeira em volta da mesa de Demi e encarou a loira atentamente. 

— Eu queria conversar sobre o que aconteceu ontem e sobre a nossa relação. — Começou à dizer sem desviar o olhar de Demi que assentiu com a cabeça se sentindo um pouco incomodada porque não queria mais tocar naquele assunto já que estava tudo resolvido. — Ryan me chamou para conversar hoje, eu vi nas câmeras o que de fato aconteceu e quero me desculpar pelas coisas que eu te disse, eu deveria ter analisado melhor a situação antes de sair julgando você. Eu liguei para o Henri hoje e disse que não iríamos mais continuar o projeto dele, tenho um novo projeto de decoração e quero passa-lo para você, como forma de recompensa. Você aceita? — Perguntou sorrindo e Demi assentiu com a cabeça. 

— Sim, com certeza. — Falou com um sorriso porque ela adorava o seu trabalho. — Obrigada Blake. 

— Não precisa agradecer, você é uma ótima profissional e faz um trabalho incrível, isso e o mínimo que eu posso fazer depois de tudo o que aconteceu. Eu não quero que você pense que eu não gosto de você e nem quero que sejamos inimigas. 

— Eu não tenho você como uma inimiga, Blake. Nunca tive. — E era verdade. Demi só tinha raiva da falta de educação que era tratada na maioria das vezes. 

— Não vou mentir para você, Demi. Por um momento eu realmente pensei que éramos inimigas, eu gostava do Joe. — Demi não estava surpresa com aquela confissão, estava nítido que ela sentia algo por Joseph. — Eu realmente gostava dele, quando eu cheguei na empresa, ele me tratou tão bem, foi um verdadeiro amigo, me ajudou à encontrar um apartamento, viramos vizinhos e vez ou outra eu estava no apartamento dele conversando com Kelly. Por um momento eu achei que a gente poderia ter algo, que poderíamos dado certo, mas ele só tinha olhos para você, toda vez que eu ia no apartamento dele, a mãe dele dizia que ele estava no seu apartamento. Eu tentei, mas percebi que nada que eu fizesse conseguiria fazer ele olhar para mim da mesma forma que ele olha para você. — Sorriu. — Ele ama você, Demi. E eu não posso mudar isso, eu não sou esse tipo de mulher, eu não quero ficar entre vocês. 

— Eu já tinha percebido que você sentia algo por ele e no começo não estava nos meus planos voltar com ele, nós temos uma história antiga que me causou muita dor, mas eu o amo e não tem como lutar contra isso. Você vai encontrar alguém que ame você e que queira ter um futuro longo ao seu lado. 

— Obrigada, Demi. Eu espero que você e Joseph sejam muito felizes. — Sorriu e tocou a mão de Demi apertando levemente. — Espero que me perdoe e que nós possamos recomeçar. 

— Está tudo bem, Blake. Fica em paz. — Demi apertou a mão dela levemente e sorriu mostrando que estava tudo bem entre elas. 

O restante da tarde passou num piscar de olhos. Demi passou boa parte conversando com Blake sobre o novo projeto e acabaram por descobrir que tinham muito em comum quando o assunto era arquitetura. A mulher deu várias dicas valiosas para Demi que ainda estava aprendendo sobre novas técnicas. Foi um momento divertido e necessário para ambas. Quando saíram da empresa, Joseph deixou a namorada na padaria dos pais de Ryan e foi buscar a filha na escola. 

— Demi, querida. — A mãe de Ryan sorriu para a amiga do filho e cumprimentou-a com um sorriso feliz e aliviado nos lábios, dava para ver como ela estava agradecida e aliviada por ter encontrado o filho. 

— O Ryan está por aqui? — Perguntou apertando a alça da bolsa. 

— Ele está lá em cima no quarto dele, pode subir, querida. — Demi agradeceu e subiu as escadas que ficava no fundo da padaria e dava acesso à casa de Ryan. Demi cumprimentou a prima do amigo que estava deitada no sofá com fone de ouvidos e pediu licença caminhando em direção ao quarto do melhor amigo. 

— Ryan? — O chamou batendo na porta levemente. Ela teve permissão para adentrar, mas se arrependeu porque o amigo estava apenas com uma toalha enrolada em volta da cintura. — Eu quero conversar com você. — Falou o olhando nos olhos.

— Eu vou só me trocar. — Demi assentiu e sentou no puff que tinha perto da cama do amigo que estava toda bagunçada, buscou o celular no bolso da calça jeans e ficou mexendo nas redes sociais até o amigo voltar vestindo uma bermuda e uma camiseta com o desenho do homem aranha. — Se você veio me dar sermão pode dar meia volta porque Kristen já se encarregou de fazer o trabalho. 

— Como você pôde fazer uma coisa dessas, Ryan? Seus pais estavam desesperados atrás de você, eu e Kristen estávamos preocupados, você poderia pelo menos ter mandado uma mensagem avisando que estava bem, não agir como um adolescente rebelde de dezesseis anos. 

— Eu perdi meu celular numa festa e de qualquer forma aonde eu estava não tinha sinal, era uma chácara afastada da cidade. — Deu os ombros sem se importar. — E eu duvido que você estava preocupada, Kristen até pode ter ficado, mas você só tem olhos para o babaca do seu namorado. 

— Desde quando você virou esse adolescente mimado no corpo de um homem de vinte e dois anos? 
Eu sinto falta do meu amigo doce e gentil, que levava eu e Alana para o cinema e que estava do meu lado sempre que eu precisava.

— Acontece que eu não consigo mais ser só o seu amigo, eu gosto de você de verdade e você já deixou claro que não quer nada comigo, pra quê eu vou ficar correndo atrás de você? Eu ainda tenho um pouco de amor próprio. 

— Eu não estou pedindo para você correr atrás de mim e nem eu quero, eu só queria que a gente pudesse resolver essa situação e voltar a ser amigos. Eu amo o Joseph e nada vai mudar isso, eu quero ter um futuro ao lado dele. 

— Então vai ter um futuro ao lado dele, Demetria. Só não venha chorando quando os chifres pesarem na sua cabeça. — Deu os ombros e sentou na cama de costas ligando a televisão. 

— Você é um idiota, Ryan. Um moleque mimado que não sabe ouvir um não. O mundo não gira ao seu redor e ninguém é obrigado à fazer as suas vontades, quando você virar um homem de verdade, talvez a gente possa voltar a ser amigos. 

— Você não entende porque nunca passou por isso, imagine você gostar de uma pessoa durante tanto tempo e ficar calado? Ver a pessoa namorar com outras, ver ela chorar nos seus braços porque recebeu um pé na bunda e depois ouvi-la dizer que voltou com um ex namorado que a engravidou estando casado com outra pessoa. Talvez se ele não tivesse entrado no seu caminho novamente, a gente poderia ter dado certo. 

— Ryan, cala a sua boca! Nós nunca iríamos dar certo, eu nunca te vi dessa maneira, você sempre foi como um irmão para mim e nada mais. Se Joseph não tivesse voltado, eu provavelmente estaria namorando outro cara e não seria você. Eu estou perdendo meu tempo aqui com você, eu não quero mais você perto da minha filha e fica longe de mim. 

— Então não aparece mais na padaria. Nem você e nem o idiota do seu namorado. 

— A padaria não é sua. — Demi falou o encarando furiosamente, ela pegou sua bolsa e quando abriu a porta do quarto para sair, deu de cara com a melhor amiga. 

— Demi? O que você está fazendo aqui? — Kristen perguntou com a sobrancelha arqueada, pelo o que ela sabia a amiga estava brava com Ryan e ela não parecia contente. 

— Eu vim conversar com esse moleque, mas já estou indo embora.

— Moleque é o seu namorado. — Ryan revidou irritado dentro do quarto e Kristen os encarou com a sobrancelha arqueada sem entender o que estava acontecendo. 

— Não Ryan, Joseph é um homem de vinte e sete anos que age conforme a idade dele. 

— Vamos ver se você vai pensar desse jeito quando sentir os chifres pesando. Não sei como ainda está conseguindo passar por essa porta. — Kristen arregalou os olhos quando Demi virou acertando um tapa na cara de Ryan com força. 

— Lava a sua boca suja para falar do meu namorado. — Demi disse furiosa apontando o dedo na cara dele. — Eu nunca teria nada com você nem se você fosse o último homem do planeta terra. Você é um moleque babaca, mimado e mesquinho que só pensa em si mesmo. Eu tenho nojo de mim por um dia ter te considerado o meu melhor amigo. 

— Vai se foder, Demi. 

— RYAN! — Kristen gritou o atacando com tapas e socos forte. Demi saiu do quarto sem olhar para trás, se despediu dos pais de Ryan e caminhou diretamente para o seu apartamento. Ryan estava irreconhecível, ele não era mais o seu amigo doce e prestativo de sempre e ela estava lavando as suas mãos, não iria se desgastar com ele. 

Demi cumprimentou o porteiro do prédio e caminhou em direção ao elevador que por sorte estava no andar. O celular tocou mostrando o nome do namorado na tela, mas como o sinal era fraco no elevador, ela não atendeu, esperou para falar com ele quando chegasse no apartamento. — Amor, cheguei. — Anunciou quando adentrou no apartamento e foi recebida animadamente pelos cachorros como sempre. 

— Mamãe, olha o que eu aprendi a fazer hoje na escola. — Falou mostrando a gosma verde nas mãos. — É slime. — Alana disse animada passando aquela gosma de um lado para o outro. Demi beijou a bochecha da filha carinhosamente e colocou a bolsa em cima da mesa para conseguir dar atenção para os cachorros que estavam atrás dela pedindo atenção. 

— Espero que você não grude isso no meu sofá e nem nas camas. — Demi disse sentando no sofá, ela colocou Batman no colo e acariciou os pelos de Luke que estava sentado ao seu lado. — O que você está fazendo? — Perguntou com o cenho franzido quando Joseph surgiu da cozinha vestindo seu avental de florzinha. 

— Nosso café da tarde. — Sorriu e se inclinou para dar um selinho na namorada. — Alana está me ajudando. — Comentou sentando no braço do sofá, ao lado da filha. 

— Eu só espero que ela não deixe essa gosma cair na comida. — Demi brincou sorrindo porque Batman lambia sua bochecha e pulava em seu colo querendo a atenção só para si. — Oi menino, o que você quer? — Disse dando beijos no cachorrinho. — O que vocês estão preparando? 

— O papai está assando pão com presunto e queijo, tem rosquinhas e biscoito. — Alana respondeu brincando com o slime que ela havia aprendido a fazer na escola. — Mãe, depois eu posso fazer slime aqui? 

— Num dia que eu estiver em casa sim. — Alana assentiu sorrindo e levantou indo em direção ao quarto dizendo que ia guardar o slime num potinho. Joseph sentou ao lado da namorada enquanto os pães assava e acariciou o Batman na região das orelhas. 

— Como foi a conversa com seu amigo? 

— Um desastre. — Suspirou e deitou a cabeça no ombro dele. — Eu não o reconheço mais, eu queria que a gente voltasse a ser amigos, mas ele não quer, nós começamos a discutir e ele me chamou de chifruda, eu dei um tapa na cara dele e ele mandou eu ir me foder. 

— Você deveria ter dado um chute no meio das pernas dele. — Demi riu e deu um beijo no pescoço dele. — É sério amor, esse seu amigo é um babaca idiota. Não fica chateada com isso, ele não merece uma amiga maravilhosa como você e quando eu vê-lo na rua vou quebra-lo todinho para ele nunca mais dizer palavras rudes para você. — Falou se inclinando sobre ela para beija-la, Demi virou o rosto quando os lábios dele estava prestes à tocar o seu e o beijo foi na bochecha. 

— Você não vai fazer nada, deixe-o em paz, não quero mais saber dele e nem me estressar com essa história. Um dia quando ele amadurecer e querer a minha amizade, ele sabe aonde me encontrar. — Disse fazendo carinhos com a unha no pescoço dele. 

— Nem um soco no maxilar? — Perguntou com a sobrancelha arqueada e Demi negou com a cabeça dando risada. — E um soco na barriga que vai fazê-lo mijar nas calças? — Sorriu ao imaginar como seria bom socar Ryan. 

— Amor, para com isso. Você não vai fazer nada, se vê-lo na rua ou na padaria, finja que ele não existe. — Joe assentiu e finalmente conseguiu selar seus lábios em um selinho, que se transformou num beijo suave. Era bom beija-lo, sentir a língua dele tocando a sua suavemente. Demi finalizou o beijo com um selinho demorado e sorriu com os lábios ainda encostado nos dele. 

— Seu sorriso é o mais lindo do mundo. — Joe comentou colocando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha, Demi comprimiu os lábios mas não conseguiu conter o sorriso. — E o sorriso da nossa filha é igual o seu. — Sorriu e começou a encher o rosto da namorada de beijinhos porque ela era a coisa mais linda. — Te amo, bebê. 

— Eu também. — Demi deu um selinho nos lábios do namorado e sorriu entre o beijo ao ouvir a voz da filha brigando com os cachorros que estavam brincando com um dos seus ursinhos. Ah, como ela amava a sua família. 

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ola manas, como vocês estão? eu estou bem e voltei com mais um capítulo para vocês, espero que gostem, queria ter finalizado de uma maneira melhor, mas infelizmente minha inspiração não está uma das melhores. 
por hoje é isso | respostas do capitulo anterior aqui

até o próximo amores <3 p="">

09/02/2019

42. My Strength


Joseph mexeu-se na cama e franziu o cenho ao encontrar o lado direito da cama vazio. Resmungou baixinho e abriu os olhos, ele olhou em volta do quarto e respirou fundo porque estava com muito sono, esticou o braço para alcançar o celular e xingou quando viu o horário na tela do aparelho. Duas e meia da manhã. — Demi? — A chamou e esperou alguns segundos, mas não obteve respostas. Ele levantou e alcançou a cueca box que estava jogada em um canto qualquer do quarto, vestiu e desceu as escadas. — Amor? — A chamou quando a encontrou sentada no sofá enrolada em uma manta, com um chá repousado no braço do sofá e o notebook no colo. — Ei, querida. — Demi ergueu a cabeça para olha-lo e sorriu levemente. — O que você está fazendo? — Perguntou se aproximando dela.

— Estou finalizando alguns detalhes do meu projeto da faculdade, eu estou no final da faculdade e preciso focar mais para não acabar reprovando em alguma matéria. — Falou focada em digitar no computador. Ela alcançou o chá e deu um gole, colocando-o de volta no lugar logo em seguida. — Sem contar que eu estou com cólica, desci para tomar um remédio e acabei perdendo o sono. — Olhou para ele e sorriu porque Joe estava praticamente dormindo sentado no sofá. — Amor, pode ir dormir, depois eu subo.

— Eu acho que você deveria ir dormir também, linda. São duas e meia da manhã e nós vamos acordar cedo amanhã, você vai acabar se sobrecarregando, é melhor ir descansar. — Deu um beijinho na testa dela e Demi fechou os olhos apreciando o carinho. — Vamos anjo, amanhã você termina e eu prometo que irei te ajudar. — Demi assentiu com a cabeça e salvou seu projeto no computador, deixou o notebook em cima da mesinha de centro e bebeu o restante do seu chá. — Sua cólica melhorou? — Perguntou enquanto eles subiam as escadas em direção ao quarto.

— A dor está mais fraca depois que eu tomei o remédio. Eu tenho certeza que se você me abraçar e me encher de carinho a dor vai passar e eu vou conseguir dormir perfeitamente. — Sorriu para ele assim que adentraram no quarto. Joseph sorriu e a puxou para deitarem-se na cama, ele a abraçou e encheu o rosto dela de beijos fazendo Demi gargalhar.

— Assim, amor? — Perguntou e Demi assentiu com a cabeça e um enorme sorriso no rosto. — Amo você, linda. — Falou a puxando cuidadosamente para um abraço carinhoso e gentil para não machuca-la. — Se você estiver sentindo dor me chama, o.k? — Demi assentiu novamente e suspirou quando Joe puxou o edredom para cobri-los. Era tão bom deitar nos braços dele e tê-lo assim tão pertinho a ponto de sentir a respiração dele.

— Boa noite, meu amor, eu te amo. — Demi disse se erguendo brevemente para dar um selinho nos lábios dele. Joseph sorriu fracamente porque já estava praticamente dormindo. Demi fechou os olhos e deixou se levar pelo sono que estava sentindo, naquela madrugada ela dormiu profundamente e sossegada porque estava nos braços do homem que ela tanto amava.

Por quantas horas havia dormido até o celular começar a despertar? Joseph não sabia, mas o corpo pedia por mais horas de sono, ele esticou o braço para desligar o despertador e riu baixinho quando Demi murmurou um "não" e virou-se de costas para ele para poder voltar a dormir. Sabia que a mulher havia dormido menos do que ele por conta das dores de cólica que havia a perturbado durante a noite e por isso deixou ela descansar. Joe levantou e caminhou até o banheiro preguiçosamente para fazer sua higiene matinal.

Quando ele adentrou no closet para vestir o terno, Joe percebeu que havia praticamente se mudado para o apartamento da namorada, ele passava mais tempo ali do que no seu próprio apartamento e já havia muitas roupas suas dobradas ao lado das roupas de Demi. Ele riu consigo mesmo e começou a se trocar, não era muito fã de roupas sociais, mas como teria algumas reuniões durante o dia com clientes importantes da empresa, ele precisava estar apresentável.

— Acorda, bichinho preguiça. — Acordar Demi era até uma judiação porque ela parecia dormir tão bem, mas era necessário. Ele a beijou no pescoço carinhosamente e tirou o cabelo do rosto dela. — Amor, acorda. — Demi franziu o cenho, se espreguiçando e fez uma careta escondendo o rosto debaixo das cobertas. — Eu vou preparar algo para comermos enquanto você se arruma, tudo bem? — Falou puxando o cobertor e Demi o xingou alto porque estava com frio e estava muito bom ficar debaixo dos cobertores. Joe riu e a beijou carinhosamente na bochecha, antes de sair do quarto em direção à cozinha.

— Bom dia. — Eles cumprimentaram o segurança juntos. Era tão bom poder finalmente andar com ele de mãos dadas, o segurança que cuidava do estacionamento sorriu para eles com o bom humor de sempre, e Joe chamou o elevador. — Você está melhor? — Perguntou quando eles adentraram o elevador, Demi riu assentindo com a cabeça e o abraçou pela cintura levantando a cabeça para conseguir olha-lo no olho.

— Estou amor, não precisa ficar preocupado, não é algo do outro mundo. — Joseph a beijou na testa e a abraçou pela cintura. — Você vai estar aqui na hora do almoço? Podemos comer juntos naquele restaurante mexicano que tem aqui perto da empresa, o que acha? Quando eu estou nesses dias eu adoro me permitir comer uma besteira. — Falou ansiosa, e até umedeceu os lábios ao pensar nos molhos mexicanos que eram tão bem temperados e gostosos.

— Vamos comer aonde você quiser, meu amor. — Ele segurou o rosto dela com as duas mãos e beijou-lhe na bochecha, a ponta do nariz e depois os lábios num selinho demorado. — Qualquer coisa manda mensagem, o.k? Eu estarei na minha sala.— Disse Joe quando o elevador parou no andar em que Demi trabalhava, ela assentiu, deu um selinho nos lábios dele e saiu do elevador.

— Bom dia, Isa. — Demi sorriu para Bella que estava apoiada em sua mesa claramente entediada mexendo no celular. — Tudo bem? — Bella assentiu deixando o celular de lado e focou os olhos na aliança que brilhava no dedo de Demi.

— Bom dia, Demi. E essa aliança no seu dedo? — Nada passava despercebido pelos olhos de Bella. A garota puxou a mão de Demi para analisar a aliança mais de perto e sorriu — É muito linda. Eu sempre desconfiei que Joseph tem um bom gosto, com todo respeito, mas eu tenho um crush nele. O quê? Ele é muito bonito, Demi. — Demi revirou os olhos com vontade e riu baixinho puxando sua mão. Joseph daria muito trabalho, a beleza dele chamava atenção das mulheres e Demi já havia ouvido várias vezes o nome dele na boca das mulheres da empresa.

— Ei, pode tirar os olhos do meu homem, Bella. Ele já está muito bem comprometido e tem até aliança no dedo. — Demi disse com um sorriso no rosto fazendo a amiga dar risada.

— É uma pena que mudaram as salas dos engenheiros, eu adorava admira-lo sempre que ele passava por aqui. — Suspirou com os olhos brilhando. Demi riu e deu um tapinha no braço de Bella, se a menina não fosse comprometida de aliança no dedo e tudo mais, Demi estaria morrendo de ciúme.

— Bom dia, meninas. — As duas viraram-se ao mesmo tempo e encararam Blake. — Demetria, eu enviei uma planilha no seu e-mail e preciso que você atualize ela para mim com os dados de todos os  clientes e depois tenho um projeto para você passar para o modo 3.D, preciso dessa planilha pronta até eu voltar do almoço, é para minha reunião com o cliente. — Aonde estava a educação daquela mulher? Demi respirou fundo e se despediu da amiga caminhando em direção a sua sala.

Mais uma semana estava começando. Demi deixou sua bolsa em cima da poltrona que ficava no canto da sala e sentou-se na cadeira confortável para começar a trabalhar, ligou o notebook e colocou o celular ao lado do notebook para o caso de chegar alguma mensagem importante ela conseguir visualizar e responder imediatamente.

Atualizar planilha era atividade mais entediante que havia na empresa pois ela precisava entrar no sistema da empresa e passar para a planilha todos os dados dos clientes da empresa, desde o nome até os projetos pelos quais eles estavam responsáveis. Quando costumava trabalhar com Wilmer, eram raras as vezes que ela precisou atualizar as planilhas, com Wilmer, ela tinha muitas atividades práticas e costumava visitar obras junto com ele para entender melhor o trabalho.

Demi não era o tipo de pessoa que reclamava por tudo, ela sempre dava o seu melhor em qualquer atividade que lhe era proposta à fazer e daquela vez não foi diferente, ela focou totalmente na planilha e atualizou todos os dados sem reclamar porque ela era paga para trabalhar e nem sempre iria trabalhar com o que gostava. Todo trabalho tinha seus altos e baixos, todos os trabalhos tinha a parte chata e com ela não seria diferente, teria os dias que ia ter que trabalhar com coisas chatas e entediantes.

A hora pareceu não passar, enquanto atualizava aquela maldita planilha, mas quando finalmente terminou, Demi salvou na rede da empresa e mandou por e-mail para Blake, ela agradeceu mentalmente e abriu o projeto de Henri porque ela precisava trabalhar nele, buscou pela pequena planta de rascunho que havia desenhado numa folha de sulfite e observou atentamente para depois passar para o programa 3.D. — Entra. — Disse assim que ouviu as batidas na porta. Ela sorriu quando Wilmer adentrou na sala, ele estava vestindo moletom e jeans surrado, sem contar os óculos de grau que davam um charme a mais no rapaz. — Wil, quanto tempo. — Sorriu e levantou para cumprimenta-lo com um abraço.

— Como você está? Eu estava no departamento e resolvi dar uma passada para saber como as coisas estão. — Falou puxando uma cadeira para sentar de frente para a mesa dela.

— Eu estou bem e você? Eu estava atualizando uma planilha para Blake e agora vou começar a dar vida para um projeto de decoração de um novo cliente da empresa. — Ela sentou novamente em volta da sua mesa e sorriu para ele.

— Eu me lembro de como você odiava atualizar as planilhas. — Demi riu assentindo e fez uma careta. — Eu estou bem, Demi. Eu estou trabalhando com um novo estagiário, ele ainda está no primeiro semestre da faculdade, está sendo difícil de lidar, sinto falta de trabalhar com você.

— Eu também, atualizar planilhas é muito chato. — Wilmer riu da careta dela. Ele observou a aliança no dedo dela e umedeceu os lábios. — Sinto falta de ir visitar as obras e aprender mais sobre o processo de construção, porém não tenho muito do que reclamar, estou trabalhando com projetos de reforma e decoração que é no que eu quero firmar a minha carreira.

— No que você firmar a sua carreira, você terá sucesso, Demi. — Demi sorriu para ele e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha. — Eu vou ser pai, Demi. Descobri hoje de manhã e não sei muito bem o que fazer. — Demi franziu o cenho ainda tentando assimilar o que o amigo havia acabado de falar. — Depois que nós... terminamos, eu comecei a sair com algumas mulheres, conheci Amanda em uma festa, nós ficamos juntos algumas vezes e hoje quando eu estava saindo para trabalhar, ela bateu na minha porta e jogou essa bomba na minha mão. Eu nem sei se essa criança é minha mesmo. Eu não sei o que fazer.

— Ei, calma. — Demi respirou fundo sem saber muito bem o que dizer. Ela segurou a mão dele para passar alguma confiança e o olhou nos olhos. — Se desesperar não vai mudar a situação. Você precisa manter a calma. Vocês conversaram?

— Não, ela só chorou e eu não consegui dizer nada, deixei ela no meu apartamento e vim trabalhar. Nós tínhamos uma reunião agora durante a manhã e eu acabei faltando, você foi a primeira pessoa para quem eu estou contando. Eu não sei se eu estou preparado para ser pai, eu sempre quis um filho, mas pensei que seria com uma pessoa com quem eu estivesse num relacionamento, não uma ficante.

— Bom, eu acho que a primeira coisa que vocês precisam fazer é conversar, senta com ela e conversa, tenta entender direito como isso acabou acontecendo, se você era o único cara com quem ela estava saindo e tudo mais... vocês vão ter que assumir com as consequências do ato de vocês. As mulheres ficam muito emotivas nessa fase então ela vai precisar muito do seu apoio, vocês dois são responsáveis por isso, não é apenas ela e não é apenas você, os dois.

— Eu não sei como isso aconteceu, eu sempre fui muito cuidadoso, sempre me protegi... como isso pode ter acontecido? Desculpa a pergunta, mas... você sabe como isso aconteceu com você? Digo, o momento exato em que você engravidou. — Demi assentiu com a cabeça lembrando perfeitamente da noite em que transou pela primeira vez em um lugar público com Joseph.

— Eu e Joseph fomos bem imprudentes, nós não nos protegemos, um tempo depois descobri que eu estava no meu período fértil, foi um xeque-mate perfeito. — Brincou fazendo Wilmer rir, era bom para descontrair aquele clima tenso que estava em volta dele. — Mas Alana foi o melhor acidente que aconteceu na minha vida, não foi fácil, mas já não me imagino sem a minha parceira do meu lado. Tudo tem um propósito nessa vida, Wilmer. — Dois toques na porta e ela foi aberta, Joseph adentrou na sala sorrindo, mas desfez o sorriso ao encarar Wilmer.

— Desculpa interromper. — Não havia ironia na voz dele. Ele realmente estava se desculpando porque adentrou na sala rapidamente sem a permissão de Demi. — Oi Wilmer, tudo bem? — Perguntou educadamente e Wilmer levantou para cumprimenta-lo com um aperto de mão. Demi observou os dois e mordeu o lábio inferior, eles eram muito bonitos e ela tinha um ótimo gosto para homens.

— Demi, eu estou indo. Obrigado pela ajuda, você é uma ótima amiga. — Demi sorriu e se despediu do amigo com um abraço pedindo para ele passar na sua sala mais vezes para que eles pudessem conversar mais. Quando Wilmer saiu fechando a porta, Joe se aproximou da namorada a segurando pela cintura e a beijou brevemente nos lábios.

— Eu acabei de sair de uma reunião e decidi passar aqui para saber se está tudo bem. — Falou alisando a bochecha dela com o dedão, Demi assentiu com a cabeça e sorriu boba o olhando porque Joseph estava muito bonito de terno, o cabelo charmosamente penteado para trás e aqueles olhos esverdeados que ela tanto amava.

— Tudo bem, Wilmer estava me pedindo conselhos. Ele descobriu que vai ser pai. — Joseph franziu o cenho e depois arqueou a sobrancelha. Demi assentiu com a cabeça e não resistiu a tentação de adentrar os dedos no cabelo dele. — Não conta para ninguém amor, eu não quero que isso se espalhe, ele descobriu hoje e está desesperado.

— Eu imagino que sim, mas eu não sabia que ele está namorando. — Falou repousando a mão no bumbum dela, Demi deu um breve selinho nos lábios dele e tirou a mão de Joseph do seu bumbum deixando repousada na cintura.

— Ele não está, ele e a garota não estão em um relacionamento. — Joe assentiu com a cabeça e depositou um beijinho no ombro dela. — Amor, o que você faria no lugar dele? Se descobrisse agora que eu estou grávida.

— Linda, você quer me dizer alguma coisa? Você não está grávida, está? — Perguntou a observando atentamente. Demi revirou os olhos e deu um tapa no braço dele se afastando para voltar a sentar-se na sua mesa.

— Eu não estou grávida, Joseph. Eu só quero saber a sua reação, o que você teria feito naquela época se eu tivesse conseguido te contar que estava esperando um bebê seu? — Joe segurou a mão dela conduzindo-a a ficar de pé para que assim ele pudesse sentar no lugar dela e fazê-la ela sentar de lado em seu colo.

— Bom, eu teria ficado desesperado, muito desesperado. — Ele não iria mentir, naquela época era um mulherengo que ficava com várias garotas ao mesmo tempo sem se importar com as consequências. — Mas eu acho que teria assumido, eu já sentia algo forte por você e eu estava disposto à acabar com tudo para ficar com você. Bom, se você quiser podemos fazer um irmãozinho para a nossa filha agora mesmo e ai você vai descobrir a minha reação quando me contar. — Sugeriu com um sorriso sapeca nos lábios, ele estava realmente falando sério. Demi negou prontamente com a cabeça e levantou do colo dele.

— Não, dispenso. — Riu da careta do namorado. — Eu estou naqueles dias, amor. Sem sexo por cinco dias. — A cara de desanimo de Joseph foi a melhor e não teve como não dar risada. Demi se aproximou e deu um selinho no biquinho emburrado dele. — Ei, nada de ficar emburrado.

— Você não vai ficar irritada por tudo e me bater, vai? — Como era dramático. Demi revirou os olhos e o expulsou da cadeira para que ela pudesse trabalhar.

— Talvez eu te bata por estar me atrapalhando. Que horas vamos almoçar? — Perguntou sem tirar os olhos da tela do computador. Joseph a beijou na bochecha e ficou atrás dela para fazer massagem nos ombros femininos. — Eu estou com tanta vontade de comer comida mexicana, amor.

— Podemos ir uma hora, pode ser? Eu vou ter mais uma reunião agora e quando eu terminar nós podemos ir. — Demi assentiu com a cabeça e fechou brevemente os olhos gostando da massagem que era feita pelas mãos masculinas e do beijo que Joseph lhe deu no topo da cabeça.

— Eu preciso ir agora se não vou acabar me atrasando, quando eu sair da reunião te mando mensagem. — Eles se despediram com um breve selinho. — Se o tal de Henri aparecer me manda uma mensagem, quero estar por perto. — Demi assentiu e antes que ele pudesse se afastar, segurou o rosto do namorado com as duas mãos e deu uma série de selinhos nos lábios dele.

— Amo você. — Disse com um sorriso de orelha à orelha. Joseph depositou um beijinho na testa dela e saiu da sala caminhando em direção ao elevador. Ele cumprimentou Isabella e apertou o botão que chamava o elevador. Como o elevador estava muitos andares abaixo, Joe buscou o celular no bolso para passar o tempo.

— Joe. — Blake sorriu ao vê-lo e o tocou no ombro. — Quanto tempo, como você está? — Joseph sorriu e cumprimentou a mulher com um breve beijo na bochecha. — Eu fui no seu apartamento ontem a noite, mas sua mãe disse que você não estava, eu precisava de ajuda com o meu chuveiro.

— Eu estou bem, e você? Ultimamente eu raramente fico em casa, tenho passado muito tempo com a minha filha e a minha namorada, você conseguiu arrumar o chuveiro? — Blake colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e fitou a aliança no dedo dele, aquela aliança não estava ali antes. Ela umedeceu os lábios e fitou os olhos esverdeados.

— Eu tive que pedir ajuda para o sindico, mas nós conseguimos. — Sorriu. — Então as coisas com Demetria estão mesmo sérias? — Perguntou quando eles adentraram no elevador. Joseph guardou o celular no bolso da calça social e assentiu encarando a amiga.

— Sim, nós estamos namorando sério. Eu, ela e a nossa filha somos uma família, eu quero muito me casar com ela e ter mais filhos, nós estamos em um bom momento e eu estou muito feliz. — E como sempre, ao falar de Demi e da filha o sorriso estava lá no rosto demonstrando como estava feliz e ele nem mesmo percebia.

— Eu fico feliz por você, Joseph. Você merece muito ser feliz. — Sorriu fraco e fitou as portas de metal. — Você vai participar da reunião? — Perguntou ao ver que apenas um botão do elevador estava acesso no andar que os levariam à sala de reuniões.

— Sim, nós vamos assinar com novos clientes e meu tio quer mostrar como somos uma equipe eficiente, eu acho que esses novos clientes vão dar um up na empresa, sabe? Vai deixar o nome da Mayer ainda mais conceituada no mercado. — Mayer era uma das melhores empresas no ramo de construção de Los Angeles, e Joe sabia dos planos que o tio tinha de ampliar ainda mais a empresa, abrindo filiais pelo país. As portas do elevador se abriram no andar onde as reuniões aconteciam e eles caminharam lado à lado conversando sobre negócios.

Mexer no programa de desenhos 3.D era tão divertido, mudar as cores dos móveis, das paredes, organizar tudo do jeito que queria, sem contar que dava para ter uma ideia realista de como a reforma ficaria depois de pronta. Demi podia passar o dia todo mexendo naquele programa que jamais cansaria, para ela era a melhor parte de todas.

O ramal tocou e ela atendeu prontamente, era Bella dizendo que Henri estava a caminho da sua sala e no mesmo instante batidas leves soou na porta. Demi pediu para que ele entrasse e ficou de pé para cumprimenta-lo com um aperto de mão. — Bom dia, Demi. — Henri disse sorrindo, Demi retribuiu o sorriso por educação e pediu para que ele sentasse. — Como você está?

— Eu estou bem e o senhor? — Perguntou desviando o olhar para encarar a tela do computador onde estava trabalhando. — Eu estava dando andamento no seu projeto agora mesmo. Eu coloquei essa estante branca, essa mesa de madeira da mesma cor e cadeiras pretas para dar um contraste legal. — Disse mostrando o projeto 3.D no computador para ele e quando percebeu o rosto dele estava próximo demais, ela se ajeitou na cadeira e virou o computador para que ele pudesse ver numa distância segura.

— Ficou ótimo, Demi. Tem como colocar um sofá e uma mesinha de centro também? Quando tenho conversas mais descontraídas com os meus clientes gosto de conversar no sofá bebendo um drink, entende? — Demi assentiu com a cabeça acrescentando o pedido do cliente no projeto. — Posso sentar ao seu lado para ver como está ficando? — Aquele frase deixou todos os sentidos de Demi atentos, ela até pensou em mandar mensagem para Joseph, porém lembrou que ele estava em reunião e achou melhor não atrapalha-los.

— Eu posso virar o notebook para você dar uma olhada. — Demi disse tentando soar o mais normal possível. — Creio que essa semana nós já podemos começar a dar uma olhada nos móveis. Você tem alguma preferência de loja? — Perguntou virando o notebook para que ele pudesse dar uma olhada no projeto.

— Não, eu sou um homem e não entendo nada dessas coisas, geralmente quando fazíamos reformas na minha casa, a minha ex esposa que acompanhava esse tipo de coisa, ela gostava de estar presente em todos os detalhes, eu apenas pagava a reforma. — Disse fazendo Demi rir. — Você tem um sorriso muito bonito, Demi. — Demi fechou o sorriso e franziu o cenho, puxando sua mão quando ele tentou toca-la.

— Certo, creio que na quarta-feira eu já posso começar a dar uma olhada nos móveis. Te mando as fotos por e-mail, pode ser?

— Eu posso acompanhar você nessa etapa? Eu quero estar por dentro de cada etapa desse projeto, ele é muito importante para mim. — Era algo que Demi queria muito negar, mas infelizmente ela não podia. — Ah, e eu quero conversa com você sobre mais uma reforma, decidi que quero reformar o meu quarto também. Se você quiser, na quarta-feira nós podemos passar lá para você conhecer o meu quarto e ver o que pode ser feito. — Aquilo havia sido tão nojento que Demi sentiu o estômago revirar, ele havia deixado bem claro a sua verdadeira intenção naquela frase de duplo sentido.

— Você precisa conversar com a minha supervisora sobre mais um projeto, ela fará o orçamento certinho para você e passará o projeto para um profissional. — Explicou levantando. — Eu finalizarei o projeto 3.D ainda hoje e mandarei para você por e-mail, entrarei em contato o mais breve possível para darmos uma olhada nos móveis. — Era um convite para ele se retirar da sala antes que ela acabasse explodindo e dizendo umas verdades na cara daquele homem.

— Certo, Demi. Estarei aguardando ansiosamente pelo seu contato. — Demi virou de costas revirando os olhos com vontade. Ele se levantou logo atrás dela e quando Demi tocou a maçaneta para abrir a porta, arregalou os olhos quando sentiu a mão dele tocar o final da sua cintura, bem próximo ao bumbum. Ela virou-se assustada e tirou a mão dele bruscamente da sua cintura.

— Qual é o seu problema? — Perguntou séria e com o tom de voz alto mostrando como estava irritada, o coração estava disparado no peito e ela estava assustada. No mesmo instante a porta da sala foi aberta e ela quase foi atingida porque estava atrás da porta.

— O que está acontecendo aqui? — Blake perguntou séria encarando Demi e Henri atentamente. Demi não sabia se sentia aliviada por ter mais uma pessoa na sala ou se chorava porque aquela situação era tão sufocante e triste. Por que as mulheres tinham que passar por aquilo? Ela merecia ser respeitada.

— Acredito que a Srta. Lovato tenha entendido errado, ela ia esbarrar no jarro de vidro e ia acabar quebrando, eu a puxei pela cintura para evitar um desastre. — Como ele podia ser tão cara de pau? Demi o encarou com o cenho franzido sem acreditar no que havia acabado de ouvir. — Bom, eu preciso ir, sinto muito se você entendeu errado, Demi. Fico aguardando o seu contato, até mais.

— Tchau Henri, me desculpa. — Blake falou se despedindo do cliente com um aperto de mão. Assim que o homem saiu pela porta, Blake fechou a porta e cruzou os braços encarando Demi com a sobrancelha arqueada. — O que foi isso, Demetria?

— Eu não quero mais trabalhar com esse homem, Blake. Ele fica insinuando coisas, toda hora tenta pegar na minha mão e se aproximar de mim. — As mãos estavam tremendo, Demi respirou fundo e umedeceu os lábios tentando segurar as lágrimas. — Ele tocou na minha cintura, ele não estava evitando desastre nenhum, o jarro está longe da porta.

— Henri é um cliente antigo meu e ele sempre foi muito respeitador, você deve ter entendido as coisas de uma maneira errada, Demetria. Ele é muito brincalhão e às vezes acaba falando coisas com duplo sentido. É só você ignora-lo, Henri é muito rico e vai trazer muitos lucros para essa empresa, eu demorei muito tempo para convencê-lo a se tornar cliente da empresa então é melhor você trata-lo bem e ser profissional.

— Ele me convidou para conhecer o quarto dele, Blake. — Como existia mulheres que não ficavam sensibilizadas com aquele tipo de situação? Demi respirou fundo e levou a mão até o cabelo sentindo o suor descer pela testa. — Eu não entendi nada errado, aquele homem estava me assediando na maior cara de pau e eu não sou obrigada à aturar essa situação só porque vai gerar lucros para empresa.

— Demetria, seja mais profissional, que tipo de arquiteta você quer ser com essas atitudes de adolescentes? Você disse que queria trabalhar na área de reformas e decoração, eu estou fazendo o meu melhor para instruir você nessa área e te dar esse tipo de projeto, então faça o favor de se dedicar.

— Está tudo bem? — Joe perguntou com o cenho franzido, ele só havia escutado a última parte da conversa quando adentrou na sala. Demi olhou para ele e umedeceu os lábios, ela não conseguiu conter as lágrimas que desceram pelas bochechas. Era a primeira vez que ela passava por uma situação como aquela no trabalho, nunca havia sido chamada atenção no trabalho porque sempre deu o seu melhor para ser uma boa profissional. — Demi, o que aconteceu? Demi? — A chamou novamente quando Demi negou com a cabeça. Ela respirou fundo se xingando mentalmente e limpou as lágrimas, só podia ser a tpm. — Blake?

— Não foi nada, Joseph. Um cliente tentou impedi-la de esbarrar no jarro e causar um estrago e ela acabou entendendo a situação de uma maneira diferente. Eu já conversei com ela e isso não vai mais acontecer.

— Não vai acontecer mesmo, Demi não vai mais trabalhar para esse homem. — Joseph disse sério puxando Demi para um abraço. Blake franziu o cenho e colocou uma mão na cintura, encarando Joseph com a sobrancelha arqueada como se aquilo fosse um absurdo.

— Eu sou a supervisora dela, Joseph. Demetria precisa aprender a ser profissional, ela vai trabalhar com muitos homens e ela não pode pensar que todo homem com quem ela trabalha está assediando ela.

— Quem toma a decisão aqui sou eu. — Ele não estava para brincadeira e estava atento como um leão feroz. Blake bufou alto e saiu da sala resmungando como estagiários davam trabalho. — Ei, eu estou aqui. — Joe a abraçou fortemente e beijou o topo da cabeça dela, deixando Demi se acalmar nos braços dele. — Eu vou te proteger de qualquer babaca que tentar te perturbar.

— Ele tentou tocar a minha mão, me convidou para conhecer o quarto dele e tocou a minha cintura, eu fiquei apavorada e com medo dele tentar fazer alguma besteira. Blake chegou na hora e ele disse que estava tentando evitar que eu esbarrasse no jarro de vidro.

— Esse homem é um babaca desgraçado e eu vou quebrar a cara dele se ele aparecer aqui mais uma vez. — Por que os homens tinham que ser tão idiotas e achar que as mulheres eram obrigadas à fazer o que eles quisessem? — Por que você não me mandou mensagem? Eu te disse para me avisar quando ele estivesse aqui.

— Você estava em reunião e eu não queria atrapalhar, pensei que eu conseguia administrar essa situação sozinha. — Disse um pouco mais calma, Joe limpou as lágrimas dela com o dedão e beijou-lhe na testa carinhosamente. — Blake está muito brava e ela nunca mais vai querer me dar nenhum projeto. — Resmungou baixinho e respirou fundo.

— Os estagiários estão aqui para aprender, Demi. Ela é uma profissional e sua supervisora, ela deveria estar aqui te instruindo e não pensando que isso é drama. Me passa por e-mail o que você já tem desse projeto que eu vou passa-lo para outro estagiário. Você está melhor? — Perguntou a observando atentamente, Demi assentiu com a cabeça e se sentou encarando o notebook. — Eu vou conversar com Blake e depois eu volto para irmos almoçar.

— Eu acho que vou comer algo por aqui mesmo, você pode ir buscar Alana na escola e leva-la para comer alguma coisa. — Deu os ombros sem olha-lo nos olhos. E quando Joe tentou argumentar, Demi foi mais rápida. — Joe, é sério. Eu não estou muito afim de sair. — Falou num tom de voz na qual ele conseguiu entender que ela não sairia dali e que não adiantaria ele insistir.

— Tudo bem, eu estou indo, qualquer coisa me liga ou manda mensagem. — Demi assentiu com a cabeça fitando o notebook como se houvesse algo muito interessante ali, mas havia apenas um projeto inacabado aberto na área de trabalho. Joe se aproximou dela, deu um beijo na bochecha e saiu da sala caminhando em direção à sala de Blake.

Ele bateu na porta e adentrou na sala assim que teve permissão. Blake falava com alguém no telefone e fez um sinal para que Joe sentasse na cadeira enquanto ela finalizava a ligação. Enquanto a mulher falava no telefone, Joseph tirou o celular do bolso para responder a mensagem da mãe. Blake finalizou a ligação e sentou em sua mesa, de frente para Joe. — Demi não vai mais continuar aquele projeto. — Falou calmo, porém sério. — Ela já tinha conversado comigo sobre esse tal de Henri antes, ela disse que ele estava mandando mensagens no celular pessoal dela tentando marcar um encontro.

— Joseph, Henri e a ex esposa dele são clientes meus há muito tempo, ele nunca faltou com respeito comigo, ele é muito brincalhão e com certeza falou algo brincando que Demi entendeu de uma maneira errada. Se ele fosse um louco doente eu jamais trabalharia com ele, vocês estão me colocando em uma situação aonde está parecendo que eu estou defendendo um assediador.

— Desculpa Blake, mas é o que está parecendo para mim, Demi não inventaria uma história assim à toa, eu conheço a mulher com quem eu convivo todos os dias, e eu acho que você como supervisora dela deveria ter entendido melhor a história. Você pode continuar o projeto ou passa-lo para outra pessoa, mas Demi não irá continua-lo.

— Eu entendo que você é o namorado dela e está preocupado, mas você precisa aprender a separar as coisas, aqui na empresa eu sou a supervisora dela e quem decide sou eu, se Demetria estivesse correndo algum risco eu estaria ciente, eu não vou deixar a sua namorada passar por nenhuma situação inconveniente, Joseph.

— Blake eu não vim aqui entrar em um acordo com você. Demi não vai trabalhar mais com esse homem, não tem conversa. — Blake respirou fundo e fitou umas papeladas que estavam em cima de sua mesa esperando pela sua assinatura. — Eu estou apenas te deixando ciente.

— Certo, já que você não quer que a sua namorada tenha contato com pessoas, vou coloca-la para atualizar planilhas, espero que você fique satisfeito e eu não quero ouvir reclamações. Agora eu tenho muito trabalho para fazer, fale para Demetria me enviar o que ela já tinha do projeto para o meu e-mail que eu mesma darei continuidade.

— Demetria é uma estagiária de arquitetura, não de administração para ficar preenchendo planilhas.— Joe disse levantando-se, ele saiu da sala e caminhou até o elevador para ir até sua sala pegar seus pertences para que pudesse ir buscar a filha na escola e depois ir almoçar.

A escola da filha não era muito longe da empresa onde eles trabalhavam e por isso não demorou quinze minutos para chegar até lá, complicado foi achar um lugar para estacionar já que havia muitos carros e ônibus escolares estacionados em frente à escola. Assim que um carro liberou uma vaga, Joe aproveitou para estacionar o carro com muita atenção porque havia muitas crianças e em áreas em que haviam escolas, a atenção tinha que ser redobradas porque crianças e adolescentes eram desatentas.

Ele adentrou na escola cumprimentando alguns funcionários e subiu as escadas que davam acesso à sala em que a filha estudava. A professora da menina já estava na porta e se despedia de alguns alunos, ela sorriu quando o viu e chamou Alana. A garotinha correu para abraçar a professora e se despedir com um beijo. — Oi, papai. — A pequena sorriu e ergueu os bracinhos para que Joseph a pegasse no colo. — Cadê a mamãe? — Perguntou olhando para os lados para ver se achava a mãe.

— Ela não pode vir, querida. — Beijou-lhe na bochecha e colocou a mochila da pequena nas costas, se despediu da professora e desceu as escadas. — O que acha de comprarmos comida e depois irmos fazer uma visita no escritório dela? Aposto que ela vai ficar muito feliz. — Disse olhando para o dois lados antes de atravessar a rua em direção ao carro.

— Eu acho que é uma boa ideia, eu preciso contar o que a gente fez hoje na escola, vocês não vão acreditar. — Falou animadamente. Joseph riu ao ver a animação da filha e abriu a porta ajudando a garotinha a sentar no banco e colocar o cinto de segurança, ele fechou a porta e rodeou o carro para sentar no banco do motorista.

— Eu estou ansioso para saber o que você fez hoje, princesa. — Deu partida no carro em direção ao restaurante após colocar o cinto de segurança e ver se o caminho estava livre. — Nós vamos comprar comida mexicana, o que você acha? — Perguntou sem tirar os olhos da estrada. — Sua mãe disse que está com muita vontade.

— Eu acho pizza muito melhor, mas tudo bem. — Deu os ombros. — Hoje foi dia de leitura, a professora disse que eu estou aprendendo a ler muito rápido. — Falou toda sorridente buscando o livro de leitura que havia pegado na escola. — Pai, depois lê pra mim? — Pediu folheando o livro para ver as figuras e desenhos.

— Claro, meu anjo. — Joseph virou para olhar para sua menina quando o sinal ficou vermelho, ele mandou um beijinho para ela e sorriu quando Alana fez o mesmo. A garotinha era tão fofa e parecia tanto com Demi. As bochechas cheias e redondas, o cabelo liso e loiro, o formato do rosto, a única coisa que Alana havia puxado dele eram os olhos estreitos e verdes.

Depois que eles passaram no restaurante para comprar comida mexicana, seguiram direto para a empresa. Alana era tão educada e simpática, ela cumprimentava todos os funcionários que via pela frente e todos eles paravam para conversar alguns segundos com a garotinha porque não tinha como resistir aos encantos dela e muitas pessoas que trabalhavam na empresa ficaram surpresos ao saber que Joseph tinha uma filha com Demi e ele estava apenas sorrisos por poder apresentar sua filha para todos e Demi como sua namorada.

— Surpresa! — Demi levou um susto quando a porta foi aberta e Alana adentrou correndo até os braços da mãe. Ela estava tão focada no trabalho que não percebeu a pequena movimentação do lado de fora da sala. Demi abriu os braços e recebeu sua garotinha com muitos beijos e sorrisos.

— Oi meu anjinho. — E sempre que Alana estava por perto o sorriso estava lá no rosto mostrando o quanto ela era feliz por ter aquela companheira de vida. — Que surpresa maravilhosa. — Disse separando o abraço para olhar a filha, ela colocou uma mecha do cabelo da garotinha atrás da orelha e beijou-lhe na bochecha. — Como você está?

— Eu estou bem, o papai me buscou na escola e nós trouxemos sua comida favorita. — Demi olhou para o namorado que estava encostado na porta observando as duas com brilho no olhar e depois olhou para a sacola com as comidas que ele estava segurando.

— Não queria almoçar sem você. — Joe disse se aproximando, ele se inclinou para dar um selinho nos lábios de Demi e deixou as sacolas em cima da mesa. — Gostou da surpresa? — Demi assentiu com a cabeça sem tirar o sorriso do rosto, ela não sabia se olhos brilhavam mais por olhar Joe ou Alana.

— Eu amei, eu amo vocês. — Falou curiando o que Joseph havia comprado no restaurante e no mesmo instante o estômago roncou porque ela estava faminta.

— Nós passamos na cantina para pegar pratos, talheres e copos. — Joe disse afastando as coisas da mesa para que ele pudesse colocar as vasilhas de isopor, era uma grande variedade de comidas, nachos, guacamole, burritos, tacos e alguns molhos de acompanhamento. Eles organizaram a mesa para que pudessem se servir e começaram almoçar os três ali mesmo, sem ninguém para incomoda-los ou olhares curiosos.

— Isso é muito bom. — Demi falou de olhos fechados dando uma mordida generosa no nacho com guacamole. — Como foi a escola hoje, querida?

— Hoje foi legal, foi dia de leitura e a professora disse que eu estou aprendendo muito rápido e por isso eu ganhei um adesivo de parabéns, está no meu caderno. Ah, e também hoje a professora levou o mascote da turma, é um camaleão, acredita? Ele é verde mas muda de cor, e nós colocamos o nome dele de Green porque não sabemos ainda se é homem ou mulher. — Falou empolgada e Demi e Joe prestava atenção em cada palavra dita pela pequena.

— Um camaleão? Uau, isso é muito legal. — Alana assentiu com a boca cheia de burritos. Demi sorriu observando os dois e pegou mais um nacho, aquilo estava uma delicia.

— A professora disse que o aluno que se comportar na semana que vem poderá levar o Green para casa e cuidar dele por três dias. — Bateu palmas animadas e Demi fez uma careta imaginando mais um bichinho em casa. Jesus, o apartamento estava muito perto de virar um zoológico. — Eu vou me comportar muito bem. — Sorriu de uma maneira fofa fazendo Demi arquear a sobrancelha e Joe sorrir encantado.

— Eu aposto que sim, querida. — Joe puxou Demi para dar um beijo na testa dela, Demi sorriu e deitou a cabeça no ombro dele enquanto se deliciava com a variedade de comida mexicana. — Estou ansioso para conhecer o mascote da sua sala, bebê. Eu vou subir na sala do meu tio antes da próxima reunião, preciso alinhar algumas coisas com ele.

— Alana precisa ir para o balé. — Demi o lembrou alcançando um burrito para dar uma mordida, ela não se cansava de tanto comer? A garotinha bebeu um gole do suco de laranja e franziu o cenho, negando com a cabeça.

— Eu posso ficar aqui? Eu não quero ir para o balé, eu quero ficar trabalhando com meu pai. — Demi conhecia muito bem aquele tom de voz da filha, era aquele tom de voz determinante que dizia que ela iria fazer uma birra caso alguém tentasse leva-la para o balé. — Eu posso ficar, papai? — Perguntou indo para os braços de Joseph.

— Eu não vejo problema nenhum. — Disse olhando para Demi que revirou os olhos para ele com vontade porque Alana já sabia que com o pai ela sempre conseguia o que queria, diferente de Demi que sempre era mais mais rígida. — Tudo bem, Demi?

— Eu sinto que qualquer dia desses vocês dois vão me deixar louca. — Resmungou dando uma mordida generosa no burritos porque não queria ficar brava. — Se a senhorita não se comportar eu vou ligar para a vovó Kim vir te buscar, estamos entendidas?

— Estamos capitã. — Falou colocando a mão na testa como se estivesse realmente falando com um capitão. Joseph riu enchendo a bochecha da filha de beijos e Demi mostrou língua para a garotinha, sentindo o coração cheio de amor por ter aquelas duas pessoas que a amavam tanto.


***

— Ei amor, calma. — Demi pediu assim que abriu a porta e Joe lhe agarrou distribuindo beijinhos pelas bochechas, pescoço e na boca dela. Eles haviam chegado no apartamento há poucos menos de trinta minutos, porém Joseph precisou passar no seu apartamento buscar algumas roupas e Demi preferiu ficar em casa com Alana porque em menos de uma hora ela teria que ir para faculdade.

— É que eu não consigo resistir a sua beleza. — Falou fechando a porta e virou-se para dar mais um selinho demorado nos lábios da amada. — Eu passei na padaria e trouxe croissant de presunto e queijo para você e cupcakes para Alana. — Demi franziu o cenho espiando a sacola de papel onde havia os pães francês quentinhos.

— Se Alana ficar doente você quem vai para o hospital com ela. — Resmungou adentrando na cozinha em busca de um prato. — E ela não está aqui. — Isso explicava o motivo do silêncio no apartamento. Se Alana estivesse em casa, a televisão estaria ligada num volume alto, a barulheira dos cachorros seria estridente e a pequena estaria tagarelando pelo apartamento.

— Aonde ela está? — Perguntou se abaixando para pegar Batman nos braços e acariciar os pelos embaixo da região do queixo do cachorrinho, ele até fechou os olhos para apreciar o carinho. — Ele está cada dia maior e mais gordo.

— Impossível não ficar gordo com Alana colocando ração para eles de cinco em cinco minutos. — Disse dando uma mordida no croissant que estava quentinho e o queijo derretido. — Alana foi brincar na casa do Mark, um amiguinho dela daqui do condomínio. —  Dessa vez quem franziu o cenho foi Joseph. — Aparentemente, ele é o melhor amigo da nossa filha, Alana o adora e eu também, ele é um garotinho muito fofo e educado. — Sorriu apenas para pirraçar o namorado que arqueou a sobrancelha.

— Eu quero ter uma conversinha com esse Mark.

— Não seja ridículo, Joseph. Ele é um bom garoto e eu gosto muito dele e ele tem uma ótima família. — Ele não iria resistir. Demi riu e se aproximou para beija-lo na bochecha e fazer carinho na orelha dele. — São apenas crianças.

— Eu sei, eu confio em você, amor. — Deu-lhe um selinho e Demi voltou a comer. Joe passou bons minutos brincando com Batman e observando Demi comer satisfatoriamente, ela até comeu um dos cupcakes que Joe havia levado para Alana. — Meu pai está vindo para Los Angeles, Demi.— Comentou sem olha-la. — Para uma audiência de divisão de bens, ele deve chegar ainda essa semana e eu fui chamado para comparecer.

— Como você está se sentindo sobre isso? — Perguntou rodeando o balcão para se aninhar nos braços dele. — Você é obrigado à ir?

— Eu não sei como eu estou me sentindo, eu já estou acostumado com a ausência dele, mas ainda sim é estranho para mim pensar que cada um vai seguir a sua vida como se nada tivesse acontecido, eu também acabei pensando no fato de que ele tem outra família, eu não penso muito nisso, mas hoje parei para pensar, eu tenho um irmão.

— Você não tem vontade de conhecê-lo?

— Às vezes. Eu sempre quis ter irmãos, muitos irmãos, mas não pensei que seria nessa ocasião, meu pai escolheu a família dele e eu não sei isso vai causar alguma rixa entre nós, e eu não sei como a minha mãe reagiria caso eu contasse para ela que quero conviver com meu irmão, ela é difícil. — Demi assentiu com a cabeça porque sabia como Kelly era uma mulher difícil. Ela o beijou na bochecha, e o abraçou fortemente adentrando os dedos no cabelo dele para fazer carinho.

— Independente da sua decisão eu estarei aqui para te apoiar no que for preciso, o.k? Amo você e você jamais estará sozinho, eu sempre vou estar aqui para segurar a sua mão. — Falou entrelaçando suas mãos e observou as alianças com os olhos brilhando de tanto amor que estava sentindo. — Amo você, bebezão. — O celular de Demi começou a vibrar no bolso traseiro da calça jeans antes mesmo que ela pudesse encostar os lábios nos lábios de Joe. Ela fez uma careta e tirou o celular do bolso, o nome da mãe de Ryan brilhava na tela e ela franziu o cenho.

— Oi Sra. Hutcherson.— Disse ao atender o telefone e encarou o namorado.

— Oi Demi, querida. — Pelo tom de voz da mulher, Demi soube que tinha algo de errado. — Por acaso você tem notícias do Ryan? Ele desapareceu desde sexta-feira e não conseguimos entrar em contato com ele, eu estou tão preocupada.

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oooi meninas, tudo bem com vocês? 
voltei com mais um capítulo e espero de coração que vocês gostem, era para esse capítulo ter sido postado ontem a noite, mas quando eu estava revisando me bateu um cansaço tão grande que não consegui continuar e acabei indo dormir, essa semana foi bem estressante para mim, descobri que a minha saúde não está uma das melhores e eu preciso me cuidar para não acabar se tornando algo maior e mais complicado. enfim, por hoje é isso. 
posto o próximo assim que der. respostas aqui 

amo vocês e obrigada pela paciência em esperar pelos capítulos <3 p="">