16/02/2020

3. Caught


— Está tudo bem? — Joe perguntou quando eles adentraram em casa. Demi estava estranha desde que eles haviam saído do restaurante, no cinema ela dormiu durante todo o filme e no carro estava quieta concentrada no celular. Alana correu até a lavanderia para soltar a grade que prendia os cachorros, e riu quando eles começaram a latir e pular em cima dela. — Você está calada. — Disse sentando no sofá, tirou os sapatos e sorriu quando Batman se aproximou dele, apoiando as patinhas no sofá. 

— Eu estou normal. — Deu os ombros e sentou-se ao lado do marido para tirar os saltos. — Eu só estou cansada. — Disse e bocejou. Não era uma mentira, o dia de trabalho havia sido cansativo e ela agradecia aos céus por ser sexta-feira e ela ter dois dias para descansar. — Eu vou subir para tomar banho, você sobe com Alana? — Joe assentiu e Demi subiu as escadas. 

Em vinte minutos, Demi estava perfeitamente acomodada na cama de casal. Ela estava deitada de lado encarando um ponto qualquer do quarto. A proposta de emprego de Nicholas era muito boa, deveria aceitar? Não podia negar que era uma oportunidade e tanto, mas sabia que no momento em que contasse à Joseph ele não seria a favor. Tinha a questão de que ela gostava muito de trabalhar na Mayer, ela tinha uma liberdade enorme na empresa e ela sabia que não seria fácil conquistar aquela liberdade tão rápido em outra empresa.

Joseph adentrou no quarto e fez uma careta quando sem querer esbarrou nos saltos de Demi que estavam perto da porta, fazendo com que Demi despertasse dos seus pensamentos. — Desculpa. — Joe pediu quando percebeu que Demi estava longe, concentrada nos pensamentos. Demi suspirou e negou com a cabeça. 

— Está tudo bem, querido. — Sorriu. Era melhor ela parar de pensar sobre aquilo ou ficaria louca. — Alana já dormiu? — Perguntou o encarando atentamente. Joe assentiu com a cabeça e tirou a camisa. Foi impossível não encarar o peitoral bonito que Joseph tinha, a leve camadas de pelos e o tanquinho bem definido era de deixar qualquer mulher babando.  

— Eu vou tomar banho. — Avisou e adentrou no banheiro. Ele retirou o restante das roupas e jogou no cesto de roupas sujas que ficava perto da porta, ligou o chuveiro e adentrou logo em seguida, gostando da sensação boa da água quente entrando em contato com o corpo, era relaxante. Joe estava tentando não pensar em como Demi estava quieta e sem graça desde que eles haviam encontrado com Nicholas no restaurante. 

Joseph saiu do banho minutos mais tarde com uma toalha em volta da cintura. Ele caminhou diretamente para o closet, vestiu uma samba canção e depois desceu na área de serviço para estender a toalha molhada. Verificou se os potes de ração e água dos cachorros estavam cheios e limpos e depois subiu novamente para o quarto. Demi sorriu e se aproximou dele para abraça-lo e beija-lo na bochecha. — Amo você. — Ela disse passando uma das pernas no meio das pernas de Joe. 

— Eu também amo você, querida. — Joe sorriu e tirou uma mecha do cabelo dela do rosto colocando atrás da orelha. 

— Você sabe que eu jamais faria algo para magoar você, né? — Joseph assentiu e encarou a esposa atentamente, ele não havia entendido o motivo daquela pergunta. — Eu só quero que saiba que você e Alana são as pessoas mais importantes para mim e todas as decisões que eu tomo são pensadas em vocês dois. 

— Amor, eu não estou entendendo. 

— Não é nada, amor. — Falou e desviou o olhar para o peitoral dele, ela o tocou na bochecha e sorriu. — Eu só amo você demais e eu sou muito feliz pela nossa parceria diária. — Demi umedeceu os lábios e se aproximou ainda mais dele, fechou os olhos e aquilo foi o suficiente para Joseph tocar seus lábios nos dela, sabendo que ela queria um beijo. 

— Eu também amo você, meu amor. — Joe disse depois de finalizar o beijo com um selinho demorado. Ele acariciou a bochecha dela enquanto fitava o rosto bonito atentamente, Demi era uma das mulheres mais bonitas que ele já tinha visto. Os olhos castanhos claros brilhavam toda vez que ela o olhava, o nariz era perfeitamente simétrico ao rosto, a boca bem desenhada e bonita que ele tanto adorava beijar. Demi era definitivamente a mulher da vida dele. 

— Eu fico envergonhada quando você me olha assim. — Sorriu tímida, apesar de fazer anos, ela sempre ficava sem graça quando Joe a olhava daquela forma admirada, como se ela fosse uma deusa. 

— É porque você é perfeita e eu não consigo evitar. — Demi riu sentindo ele tocar sua cintura para depois repousar a mão no seu bumbum. — A gente poderia fazer um irmãozinho para Alana, o que acha? — Piscou para ela e sorriu de uma maneira safada, Demi arqueou a sobrancelha e negou com a cabeça, mordendo o lábio inferior. 

— Nada disso, inclusive você precisa repor o estoque de camisinha se não nós não vamos transar tão cedo. — Falou dando um tapinha no ombro dele e ela não conseguiu segurar a risada alta ao ver a cara de decepção que o marido havia feito. — Boa noite, meu amor. — Deu um selinho nele e virou-se. Joe se aproximou dando um beijinho no pescoço dela, para depois adentrar a mão na camisola dela, tocando o bumbum. 

— Eu prometo tirar antes. — Disse baixinho no ouvido dela, para depois beija-la no pescoço novamente. Demi suspirou e segurou a mão dele que brincava com sua calcinha. — E eu prometo também te deixar com as pernas bambas. 

— Eu te odeio, Joseph. — Demi falou virando-se, ele sabia que não precisava de muito para deixa-la excitada e por isso ela o empurrou levemente e subiu em cima dele, roçando o intimo ao de Joseph, enquanto o beijava. 

***

Joseph acordou graças ao barulho que vinha do lado de fora do quarto. Ele levantou a cabeça tentando identificar de onde vinha o barulho, como não ouviu nada, deitou a cabeça novamente no travesseiro foi só uma pena que quando ele fechou os olhos, o barulho começou novamente. Que horas eram? Joe levantou-se, vestiu a samba canção jogada ao lado da cama e pegou o celular. Seis horas da manhã marcava os números na tela do celular. Cuidadosamente ele abriu a porta do quarto e franziu o cenho ao encontrar a luz do quarto da filha acessa. — Alana? — A chamou e correu para o banheiro quando viu a filha abaixada perto do vaso vomitando. — Oh minha filha, porque você não me chamou? — Perguntou ao segurar o cabelo da filha para trás que estava com as pontas sujas de vômito. Alana resmungou baixinho e levantou quando sentiu que não vomitaria mais. 

— Minha barriga está doendo muito, pai. — Disse com a voz embargada, colocando a mão na barriga. Joseph suspirou e tocou a testa, bochecha e em baixo do pescoço para medir a temperatura e ela estava muito quente.

— Vamos tomar um banho morno e ver se essa febre diminui. — Falou ajudando a filha tirar a roupa que estava suja, ele ligou o chuveiro e ajudou Alana a tomar banho. Aquela com certeza era a pior parte da paternidade, ver os filhos doentes era algo horrível porque Joe queria pegar todo o mal estar e dor e passar para ele. Depois de alguns minutos em baixo d'água, ele enrolou Alana numa toalha e a pegou no colo, caminhando diretamente para o quarto. Joe vestiu um pijama não muito quente e a sentou na cama.

— Papai, eu quero dormir com você e a mamãe. 

— Vamos, meu amor. — Joe segurou a mão da filha e os dois caminharam para o quarto que ficava em frente ao quarto de Alana. Demi estava dormindo como uma pedra, Alana deitou ao lado da mãe e Joe apagou a luz para deitar ao lado da filha. — Qualquer coisa você me chama, o.k? — Pediu depois de cobrir a filha até a cintura. 

Joseph não dormiu imediatamente, ele ficou alguns minutos fazendo carinho no cabelo da filha e observando-a atentamente até que os olhos não conseguiram se manter abertos e ele se deixou levar pelo cansaço. Por quantas horas havia dormido? Joseph não sabia, mas tinha a impressão de que uma voz estava lhe chamando. 

— Joseph! — Ouviu Demi lhe chamar, ele piscou algumas vezes tentando manter os olhos abertos e raciocinar o que estava acontecendo. — Alana vomitou na cama. — Demi disse e foi então que ele lembrou-se das horas passadas. Joseph levantou-se e pegou a filha para leva-la ao banheiro enquanto Demi tirava os lençóis da cama. 

— Ela vomitou mais cedo também e estava reclamando que estava com dor na barriga e acho que ela estava com febre também. — Disse quando Demi adentrou no banheiro para ver Alana. Ela tirou o pijama da filha que estava sujo e sentiu uma náusea forte bater. — Está tudo bem, Demi? — Joe perguntou ao ver a esposa parar o que estava fazendo e fechar os olhos. 

— Me deu uma náusea forte agora. — Demi abriu os olhos e se concentrou em ajudar a filha. Ela tocou a testa da garotinha e sentiu ela mais quente do que o normal. — Tem remédio para febre na caixinha de remédios na cozinha, você fica com ela enquanto eu coloco os lençóis e a roupa suja para lavar e preparo umas gotinhas de remédio para ver se baixa a febre? — Joe assentiu tomando o posto de Demi que voltou para o quarto. 

Demi colocou lençóis limpos na cama, abriu a janela e dobrou os cobertores, ela desceu e colocou os lençóis sujos na máquina para lavar, aproveitou para colocar água para ferver para preparar o café e pegou o remédio e um copo de água para a filha. — Eu trouxe o remédio. — Disse para Joseph que estava ajudando a filha a se trocar. 

— Eu não quero tomar remédio. — Alana disse fazendo careta, a garotinha era difícil para tomar remédio e não gostava de ir para hospitais. — Mãe, eu não quero. — Falou quando a mãe se aproximou colocando as gotinhas de remédio numa colher. 

— Você precisa tomar para sua febre baixar, se não nós vamos ter que te levar no médico. — Demi disse e ofereceu a colher com o remédio para Alana que tomou fazendo uma careta e logo depois pediu pelo copo de água. 

— Você quer ficar deitada no quarto ou quer descer para comer alguma coisa e assistir televisão na sala? — Joseph perguntou enquanto penteava o cabelo da filha delicadamente. 

— Eu quero descer. — Joseph assentiu e terminando de pentear o cabelo da garotinha ele desceu com ela nos braços, a deitou no sofá e buscou uma manta para cobri-la. — Vou buscar seu café. — Disse e caminhou para a cozinha aonde Demi havia terminado de preparar o café e estava sentada ao redor da mesa tomando seu chá. 

— Você está melhor? — Perguntou dando um beijo no topo da cabeça de Demi. Ela assentiu com a cabeça e suspirou. — Eu acho melhor eu levar vocês no médico. — Joseph era o homem mais protetor da face da terra, elas não podiam tossir que ele já estava todo preocupado querendo levá-las no médico, sem contar que ele fazia questão de mima-las toda vez que uma delas não estava bem. 

— Amor, calma. — Demi riu e levantou para colocar a xícara em cima da pia. — Foi só uma náusea boba por ver Alana vomitando, e se até o almoço nossa neném não estiver melhor, nós levamos ela na emergência. — Disse se aproximando para beija-lo na bochecha. 

Joseph preparou o café da manhã reforçado para a filha, ele colocou um iogurte de morango que a garotinha tanto gostava, algumas torradas e uma maçã cortada em pedaços pequenos. Alana agradeceu e enquanto ela comia, ele subiu para tomar um banho e trocar de roupa para começar o dia. 

— Oi, mãe. Bom dia! — Joseph disse assim que atendeu o celular, ele havia acabado de sair do closet vestindo uma calça de moletom cinza e uma regata branca quando o celular tocou numa chamada da mãe. 

— Oi querido, como você está? Se eu não te ligar você nem lembra que tem uma mãe. — Kelly resmungou. 

— Eu estou bem, e a senhora? Mãe, não seja exagerada, eu passo praticamente todos os dias aí depois do trabalho para buscar Alana. — Lembrou e Kelly riu porque era verdade, geralmente ela buscava a neta na escola e passava o restinho da tarde com ela até Joseph ou Demetria ir buscar a menina. 

— Estou bem, estou tomando café para já já passar no mercado, está faltando algumas coisas aqui em casa... eu sei, meu filho, mas você bem que poderia vir me fazer uma visita de verdade, sempre que você passa aqui, você não fica nem cinco minutos, eu estou com saudade de conversar com você. — Suspirou. Quando Joseph apenas namorava com Demi era difícil ele ir em casa e agora que estava casado era ainda mais difícil ele ir na casa da mãe fazer uma visita de verdade, ainda mais com Demi que estava sempre focada no trabalho. 

— Hoje não dá, mãe. Alana não está muito bem, ela passou a noite vomitando e estava com febre, se ela não melhorar até o horário do almoço, vamos leva-la até a emergência e Demi também estava sentindo náusea agora de manhã.

— Eu vou apenas tomar um banho e em vinte minutos chego aí para ajudar vocês. — Kelly disse, a mãe era sempre prestativa, estava sempre os ajudando em tudo o que eles precisavam apesar dela e Demi não se darem muito bem. 

— Mãe não precisa, a gente tem o controle da situação. 

— Nada disso, querido. Eu estou indo, vou passar no mercado para comprar umas coisinhas para fazer uma canja de frango deliciosa. — Kelly falou e Joe não teve como negar a ajuda da mãe. Eles finalizaram a chamada e ele desceu as escadas para terminar de tomar seu café. 

Alana e Demi estavam deitadas juntas no sofá assistindo um filme de animação. Demi acariciava o cabelo da filha enquanto ela comia e prestava atenção nas aventuras dos bonecos do filme Toy Story. — Minha mãe está vindo para cá. — Joe comentou sentando no outro sofá com um prato nas mãos. Demi desviou o olhar do desenho e encarou Joseph com a sobrancelha arqueada. 

— Por que? — Ela perguntou seriamente. Demi não odiava a sogra, elas não eram muito fã uma da outra e aquilo era um fato que não tinha como ser mudado, mas elas eram amigáveis uma com a outra porque era importante para Joseph e Alana ter a família unida e sem desavenças, o problema era que Demi sabia que no momento em que Kelly pisasse os pés na casa, ela criticaria algumas coisas sobre a casa ou sobre o comportamento de Demi, era sempre assim. 

— Eu comentei que vocês não estão muito bem e ela se ofereceu para vir ajudar e eu não tive como negar. — Demi sabia que não, Joseph nunca negava nada para a mãe dele. — E eu acho que vai ser bom uma ajuda extra. 

— Tudo bem. — Ela disse e voltou a atenção para a televisão porque não queria entrar naquele assunto na frente da filha. Eles continuaram ali na sala assistindo televisão até o interfone tocar momentos depois, Alana havia caído no sono e Joe levantou para liberar a entrada da mãe. 

— Oi meu filho. — Kelly abraçou o filho e o observou atentamente para saber se ele estava mesmo bem. — Como está minha netinha? Eu estou preocupada. 

— Ela está dormindo. A noite foi difícil, ela vomitou algumas vezes e estava com febre, a gente deu um remédio para baixar a febre dela e estamos observando para ver se ela dá uma melhorada. Ela não reclamou de dor na barriga hoje então acho que já é um avanço. 

— Vocês deveriam ter ido no médico, vomitar demais pode acabar numa desnutrição. — Disse limpando os pés no tapete para adentrar na sala. — Bom dia, Demetria. — Kelly sorriu e se aproximou para cumprimentar Demi com um breve abraço. Ela observou a neta e tocou levemente nas bochechas rosadas da garotinha. — Ela provavelmente está com uma intoxicação alimentar, algo que ela comeu não fez bem. É bom tomar muito líquido, comer comidas leves e eu vou preparar um soro caseiro para ela, se não melhorar é bom leva-las no médico.

— Obrigada, mãe. — Joseph abraçou a mãe e deu um beijo no topo da cabeça dela. 

— E você, Demi? Está melhor? Joe comentou comigo que você teve náusea agora pela manhã— Kelly disse a observando atentamente o que fez Demi sentir-se um pouco desconfortável com o olhar da sogra sobre si. O que ela estava pensando? 

— Sim, mas eu já estou melhor. 

— Tem certeza? Você sabe muito bem o que enjoo matinal pode significar. — Joe franziu o cenho encarando Demi e Demi quase engasgou com a própria saliva. 

— Eu... eu não estou grávida se é o que você quer dizer. — Demi disse olhando para a sogra nos olhos para depois desviar o olhar para Joseph que a encarava perguntando se existia alguma possibilidade. — Se eu estivesse grávida eu saberia. — Falou pensando na possibilidade e para conferir, ela abriu o calendário menstrual que tinha no seu celular e agradeceu aos céus quando o aplicativo anunciou que sua menstruação desceria na próxima semana. 

— Tudo bem, mas de qualquer forma você deveria ir no médico, sentir náusea assim do nada não é normal. — Demi apenas assentiu pensando na possibilidade, mas ela tinha certeza que não estava. — Eu vou para cozinha começar a preparar a canja, qualquer coisa é só me chamar. — Joe assentiu e agradeceu a mãe. Quando a mãe saiu da sala, ele sentou ao lado da esposa e a puxou para o seu colo. 

— O que foi? — Demi perguntou ao observar que Joe a olhava atentamente. Ele sorriu e arrumou o cabelo dela que estava um pouco bagunçado. 

— Você tem certeza que não tem alguma possibilidade? Nós não nos protegemos nas últimas vezes. — Joe falou dando um breve selinho nos lábios dela. Ele não iria negar que ficaria muito feliz se ela estivesse grávida, ele sempre quis outro filho, aliás, por ele, eles já teriam três filhos. 

— Amor, não. Minha menstruação está para descer semana que vem e eu não senti nada de anormal no meu corpo ou algum sinal de que eu estou grávida. — Demi suspirou e o puxou para lhe dar um breve beijo na boca. — Você sabe que se eu tivesse notado algo diferente ou se estivesse suspeitando você seria o primeiro a saber. 

— Tudo bem, então acho que nós teremos que continuar tentando. — Demi riu e lhe deu um tapa no braço, negando com a cabeça. — Só um bebezinho. — Pediu fazendo um biquinho fofo. Demi negou novamente e beijou o biquinho dele. 

— Nada de bebês por enquanto. — Falou e saiu do colo dele porque sabia muito bem aonde aquela história sobre bebês os levaria. — Eu vou subir para tomar um banho. — Disse e levantou. Joe assentiu e também levantou para ficar com a mãe na cozinha. 

— Eu ainda acho que Demetria deveria fazer um exame de sangue. — Kelly disse quando o filho adentrou sozinho na cozinha. — Se ela não estiver grávida pode ser outra coisa, ninguém fica com náusea do nada. 

— Ela não está grávida, mãe. Uma náusea pode ser causada por vários motivos, pode ter sido o estresse de ver Alana vomitando, não é uma grande coisa. — Joe disse e sustentou o olhar da mãe que parou de cortar a cenoura para encara-lo. 

— Vocês estão se protegendo? — Perguntou séria. Intuição de mãe não falhava e ela sabia que tinha algo de errado. 

— Sim e não. — Disse e observou as feições da mãe de indignação. — Demi parou de tomar anticoncepcional faz um tempo por causa da pressão dela, mas a gente se protege de outras formas. — Falou e deu os ombros, se Demi estava dizendo que não tinha possibilidade de estar grávida, ele acreditava nela porque ela conhecia o próprio corpo melhor do que ninguém e ela saberia se estivesse. — Mãe, não vamos falar sobre isso. 

— Tudo bem, se vocês estão dizendo. — Se deu por vencida e voltou a cortar os legumes para colocar na canja. — Eu estava pensando e acho que está na hora de vocês contratarem alguém para ajudar vocês com a limpeza e afazeres do dia a dia na casa. Aliás, já passou da hora. 

— Eu já conversei sobre isso com Demi, mas ela não quer, pelo menos por enquanto. Ela disse que da conta de tudo e Demi é bem cabeça dura quando quer. 

— Vocês deveriam pensar na possibilidade, essa casa é grande e vocês só tem tempo para limpa-la nos finais de semana. Contratar alguém para ajudar vai ser bom, é uma preocupação a menos para a cabeça de vocês. 

— Por enquanto a gente está conseguindo manter, mas eu vou conversar com Demi sobre a ideia novamente. Eu entendo o lado dela também, ela não quer colocar uma desconhecida qualquer na nossa casa. 

— Eu tenho uma indicação, caso vocês precisarem. Demetria tem que entender que ela não consegue ser a mulher maravilha, trabalhar fora durante oito horas por dia, limpar uma casa desse tamanho, fazer comida, cuidar de uma criança de oito anos e de um marido, tudo isso toma tempo e não tem nada demais ter uma ajuda de vez em quando. — Joe queria que Demi não tivesse ouvido as palavras da mãe, mas ela estava na porta da cozinha observando tudo com a sobrancelha arqueada. 

— Você está vendo alguma sujeira por aqui, Kelly? Porque se você estiver vendo e estiver te incomodando eu posso providenciar uma vassoura e uma balde para você limpar. — Demi disse séria. Joseph suspirou, elas não iam começar, iam? 

— Eu só estou dando um palpite, Demetria. 

— Eu não me lembro de ter pedido seus palpites, Kelly. — Falou irritada. A mãe de Joseph sempre tinha aquela mania chata de se meter na vida dela e de Joseph. Será que Kelly não entendia que o filho era casado e dono do próprio nariz? 

— Você é ignorante como sempre, Demetria. Não escuta uma opinião divergente da sua, a vida não funciona desse jeito. 

— E você adora se intrometer na vida alheia. 

— Ei, já chega vocês duas! — Joe disse com o voz de tom elevado, ele odiava quando as duas começavam a discutir porque ele sempre ficava no meio delas, odiava tomar um partido. Demi não disse nada apenas saiu da cozinha irritada. 

— Desculpa, mãe. — Falou suspirando. — Ela só está estressada com os acontecimentos do dia. — Kelly não disse nada, apenas continuou focada no que fazia e Joe saiu da cozinha para ir atrás da esposa. — Demi, você não deveria ter falado daquela maneira com a minha mãe, ela está aqui nos ajudando. 

— Se ela não fosse inconveniente e parasse de se intrometer na nossa vida, no que a gente faz ou deixa de fazer, eu não teria me estressado. Eu já estou de saco cheio com a forma que ela fica se intrometendo na nossa vida. 

— Eu sei, mas o que custa relevar? Ela não disse nada demais, apenas sugeriu que a gente contratasse alguém para nos ajudar, o que tem demais nisso? 

— Ela deu a entender que eu não consigo dar conta dos meus afazeres. Sempre que ela vem aqui ela faz isso, fica insinuando que eu não dou conta de ser mãe, de ter um trabalho, de cuidar de você e de uma casa e eu odeio isso, Joseph. Eu odeio que ela fica se intrometendo na minha vida, ela pediu para eu ser grossa com ela. 

— Eu entendo o seu lado, amor. Eu prometo que vou conversar com ela. 

— Não vai adiantar, semana que vem ela vai estar aqui insinuando que eu não sou uma boa mãe ou qualquer outra merda. Sua mãe é assim, adora se intrometer na vida alheia. — Demi disse e quando teve consciência do peso das suas palavras, se arrependeu porque sabia como aquela briga entre ela e Kelly fazia Joseph mal. — Me desculpa, eu não quis dizer isso, falei sem pensar. 

— Eu vou descer, qualquer coisa me chama. — Falou e saiu do quarto porque não queria continuar aquela discussão. Demi resmungou baixinho ao vê-lo fechar a porta do quarto. Ela buscou pelo notebook no criado-mudo ao lado da cama e sentou-se na cama, o melhor que ela faria no momento era focar no trabalho que tinha para ser feito. 

Demi passou o restante da manhã toda no quarto focada no trabalho que estava fazendo, ela montou algumas plantas que estavam pendentes, enviou e-mails para alguns clientes marcando reuniões e respondendo dúvidas. Ela nem mesmo havia percebido a hora passar até Joseph adentrar no quarto horas mais tarde chamando-a para almoçar. — O almoço está pronto. — Demi suspirou e assentiu com a cabeça. 

— Alana acordou? — Perguntou fechando o notebook e deixando-o de lado na cama, ela calçou o chinelo e levantou-se. 

— Sim, a febre dela baixou e ela não está mais reclamando de dor, minha mãe deu soro para ela e estamos observando para ver se está tudo certo. — Demi assentiu e eles desceram juntos para a sala. Alana estava sentada no sofá e Kelly estava ao lado dela com um prato de canja dando na boca da neta, Demi resolveu não dizer nada porque não queria arrumar confusão com a mãe do marido. 

Ela serviu-se e sentou ao redor da mesa para almoçar, Joe sentou ao lado dela e focou sua atenção no celular, ele estava vendo as fotos do pessoal da empresa que estavam num bar na noite passada. Ele riu ao ver uma foto de Jack com duas mulheres no colo e pela cara do amigo dava para perceber que ele estava muito bêbado. — "Cara, ontem você perdeu. Eu fiquei loucão, não lembro de quase nada, só sei que hoje acordei com uma loira e uma ruiva do meu lado." — Jack mandou o áudio para Joseph que riu ao ouvir a voz do amigo e isso foi o suficiente para deixar Demi ainda mais irritada. Joe sabia que ela não era fã de Jack. 

— "Você deve estar com uma ressaca do caramba, eu que não queria estar na sua pele agora, cara." — Joe respondeu e olhou para Demi que estava com cara de poucos amigos ao lado dele. — Você viu as fotos de ontem a noite? O pessoal passou dos limites. — Disse para Demi. 

— Eu aposto que sim e aposto também que você estava doido para acordar com uma loira e uma ruiva ao seu lado. — Demi levantou-se irritada e colocou o prato em cima da pia, ela havia até perdido o apetite e ela nem estendia o porquê de repente de toda aquela raiva de Joseph. 

— Eu não quero uma loira ou uma ruiva porque eu tenho uma morena linda e gostosa só para mim. — Joe disse quando se levantou e a abraçou por trás dando um beijo estalado na bochecha dela. — Eu amo você e você é a única mulher que eu quero para o resto da minha vida. — O coração de Demi até bateu acelerado só de sentir as mãos dele em sua cintura. Joe a virou e lhe deu um selinho demorado. 

— Eu também amo você e me desculpa por ser cabeça dura e implicante. — Falou tocando o peito dele com as duas mãos. Joseph sorriu e desceu uma mão para descansar no bumbum dela. — Lindo. — Disse observando-o atentamente. Joseph era um homem tão bonito, ele estava vestindo regata branca e isso lhe dava uma bela visão dos braços fortes do marido, as tatuagens espalhadas pelo braço o deixava ainda mais atraente e a barba por fazer ajudava com que ele ficasse mais sexy. 

— Alana não comeu tudo, mas comeu metade, é um avanço. — Kelly disse adentrando na cozinha. Ela parou assim que viu o casal abraçado, Demi deu um beijo no peito de Joe e o afastou gentilmente. — Acho que ela está ficando melhor. — Comentou colocando o prato na pia.

O resto da tarde passou de forma preguiçosa, eles ficaram deitados no sofá assistindo televisão e conversando sobre os mais diversos tipos de assuntos. Quatro horas da tarde, Kelly foi embora porque ia se encontrar com algumas amigas. Joseph e Alana estavam sentados no tapete da sala desenhando com giz de cera nas folhas de sulfite e Demi estava sentada no sofá com o notebook focada no trabalho. 

— Não é justo, você trabalha com isso. — Alana disse ao comparar o seu desenho com o do pai. Eles estavam desenhando uma casa. Ela fez uma careta e Joe riu negando com a cabeça. 

— Não, querida. Sua mãe quem desenha as casas, eu apenas ajudo a construí-las. — Explicou buscando o giz de cera para pintar. Alana franziu o cenho e encarou o pai para depois encarar a mãe que os encarava com um sorriso bobo. 

— Acho que quando eu crescer vou desenhar casas também. Como constrói uma casa, papai? — Perguntou curiosa e Demi aproveitou que os dois conversavam seriamente sobre a construção de uma casa para tirar uma foto e postar nos stories do Instagram, ela amava ver Joseph e Alana interagindo, conversando e brincando, eles eram as coisas mais lindas do mundo todinho. 

Já era noite e eles haviam acabado de jantar, Demi adentrou no banheiro para fazer sua higiene noturna e depois voltou para o quarto vestindo pijama, ela deitou-se ao lado da filha e beijou-lhe na testa carinhosamente. — Amor, coloca meu celular para carregar, por favor. — Demi pediu entregando o aparelho para Joe já que o lado dele era o único que tinha uma tomada. — Meu amor está melhor? — Perguntou para Alana acariciando o cabelo dela. 

— Estou, minha barriga nem está doendo mais. — Demi sorriu e agradeceu mentalmente. 

— Se você sentir alguma dor ou vontade de vomitar, você precisa chamar a mamãe ou o papai, o.k? — Alana assentiu e recebeu um beijo na bochecha. — Te amo, filha. — Demi disse e bocejou sentindo os olhos pesados. 

 — Eu também te amo, mamãe. — Alana falou e Demi sorriu levemente fechando os olhos. Ela ainda conseguiu ouvir por alguns minutos Joseph e Alana conversando sobre algum desenho da Disney porém não durou muito tempo, logo ela adormeceu profundamente. Joseph continuou conversando com a filha até perceber que a pequena também havia caído no sono, ele cobriu ela melhor porque lá fora estava frio e buscou pelo celular porque estava sem um pingo de sono. 

Seu Instagram era privado e para segui-lo era necessário enviar uma solicitação, por isso havia uma notificação avisando que Madison havia pedido para segui-lo, ele aceitou e abriu o perfil da menina brevemente para verificar se era mesmo sua estagiária. Ele deixou o celular de lado e quando virou-se para dormir, ouviu o toque do celular, ele pensou que era o seu, mas era o de Demi e como era um número desconhecido resolveu não atender, porém assim que o celular parou de tocar, algumas mensagens chegaram. 

"Boa noite, Demi. Como você está? O arquiteto chefe do setor que você irá ocupar a posição, saiu da empresa hoje, gostaríamos muito de saber se você vai aceitar nossa proposta para já começarmos o processo de admissão. Se possível gostaríamos de marcar uma reunião com você, a Bryant gostaria muito de ter uma profissional como você na empresa." — Nick. 

O que era aquilo? Joseph franziu o cenho sem entender, Demi iria assumir um cargo de chefe do setor de arquitetura em outra empresa? Aliás, na empresa rival da Mayer? Ele não queria acreditar nisso. Era por isso que Demi havia ficado toda estranha após encontrar com Nicholas no restaurante japonês na noite passada...

***

bom dia, meus anjos. 
como vocês estão? estou bem e feliz por finalmente postar esse capítulo que deu muito trabalho porque eu não conseguia pensar em nada... mas graças a Deus saiu e eu espero que vocês gostem.
agora sim as partes das tretas chegarão nessa fanfic e eu estou animada para escrever
volto assim que o próximo capítulo estiver pronto. 
respostas dos comentários aqui 

até mais.