29. Jealous + Leiam as notas finais

Demi adentrou em seu apartamento e trancou a porta logo em seguida. Eram onze e quinze da noite e ela havia acabado de chegar da faculdade, havia feito uma prova surpresa e sentia que a sua cabeça ia explodir a qualquer momento, ela precisava focar mais na faculdade para não se prejudicar e pedia aos céus para que tivesse tirado uma nota razoável. Demi colocou sua bolsa em cima da mesa de jantar e retirou o tênis. O coração quase parou quando ela viu o corpo másculo deitado em seu sofá, ela se aproximou e franziu o cenho ao ver Joseph e Alana dormindo juntos no sofá, a televisão estava ligada e passava o filme Enrolados. Tinha como não achar os dois as coisas mais fofas do mundo? O coração encheu de alegria e até bateu mais rápido ao imaginar como seria presenciar aquela imagem todos os dias de sua vida. — Eles são fofos, não são? — Demi deu um pulo assustada e encarou a melhor amiga ao seu lado, de onde diabos Kristen havia surgido? — Alana o chamou. — Deu os ombros. — Ela acordou assustada por causa dos trovões e pediu para que eu te ligasse, mas como você disse que ia fazer prova, eu resolvi não te incomodar, então ela pediu para que eu o chamasse. — Disse sussurrando para não os acordar. Estava chovendo lá fora, eles estavam no outono e chovia mais naquela estação do ano, pois marcava uma mudança de estação para a outra. — Eu vou para casa, beijos. — Kris beijou a bochecha da amiga e saiu do apartamento.

Demi se aproximou deles e pegou Alana no colo cuidadosamente. A menina estava pesada e por pouco ela não conseguiu, Joseph se mexeu no sofá e piscou algumas vezes antes de abrir os olhos. — Demi? — Ele fez uma careta e se levantou. — Deixa eu te ajudar. — Ele pegou Alana nos braços e subiu com ela em direção ao quarto, colocou a pequena deitada na cama, a enrolou com a manta e beijou a testa da filha. — Ela me ligou pedindo para que eu viesse ficar com ela. — Joe disse assim que chegou a sala. Demi estava sentada no sofá e encarava o nada.

— Kristen me contou. — Ela levantou a cabeça para encara-lo e sorriu levemente. — Você tem sido um ótimo pai. — Elogiou porque ele merecia. Joe sorriu e sentou ao lado dela no sofá, o coração batia forte no peito sempre que estava perto dela, será que Demi também se sentia assim? Aquela vontade louca de beija-la, de tê-la em seus braços e enchê-la de amor e carinho.

— Alana é minha vida e eu farei o possível e o impossível para fazê-la feliz. – Demi o olhou nos olhos, fitando aquelas imensidões verdes. — Não só ela, como você também. Eu gosto de você, linda. — Começou a dizer e Demi sentiu o coração bater mais forte, ele não podia fazer aquilo com ela. —Gosto de verdade, eu não estou querendo brincar com você ou te iludir. Eu não quero nenhuma outra mulher, eu quero só você pelo resto da minha vida. — Daquele jeito ficava difícil até para respirar. Os olhos verdes de Joseph eram tão intensos e olhava para ela de uma forma tão penetrante. Demi umedeceu os lábios e fechou os olhos quando sentiu ele tocar sua bochecha para acariciar. — Fica comigo, Demi.

— Eu não posso, Joseph. — Disse com os olhos fechados gostando da forma como ele acariciava as suas bochechas. Ela queria se entregar, mas não era tão simples, não queria arriscar sair com o coração estraçalhado como da primeira vez e agora tinha muita coisa em jogo. Ela precisava pensar três vezes antes de se entregar para um relacionamento. — Nós não podemos, somos muito diferentes um do outro, não vai funcionar. — Demi abriu os olhos e umedeceu os lábios, ele estava próximo demais.

— Você não pode falar isso, nós ainda nem tentamos. — Joe segurou uma das mãos dela e entrelaçou seus dedos. — Se não der certo, seguimos como amigos e pais da nossa filha. Por favor, Demi. — Os olhos deles fitavam os lábios dela e tudo o que Demi fez foi acabar com a pequena distância que havia entre eles, encaixando seus lábios, era o que ela queria fazer sempre que estavam juntos.

As mãos dela tocavam a nuca dele, arranhando levemente enquanto sentia suas línguas se entrelaçarem em perfeita sintonia. Joseph a segurou pela cintura e deitou delicadamente no sofá. Sentir os beijos dela e tocá-la era tão bom que Joseph poderia passar horas e horas fazendo isso. A mão direita dele desceu da cintura até a coxa, espalmando e apertando firmemente. — Hmm... — Demi gemeu baixinho nos lábios dele e separou o beijo com uma mordida no lábio inferior de Joseph.

— Você é tão linda. — Joe disse baixinho no ouvido dela, dando uma leve mordida no lóbulo. Demi tocou o peito dele com duas mãos e abriu as pernas para acolhê-lo melhor. — A mulher mais linda que eu já vi. — A mão dele tocou seu bumbum por cima do jeans e apertou firmemente enquanto distribuía beijos em seu pescoço. Demi adentrou a blusa dele e tocou o peitoral como queria fazer, ela o tocou no peitoral, no abdome e acariciou as costas dele, arranhando superficialmente. — Eu quero você, querida. — Joseph falou enquanto adentrava a camiseta dela. Ele a tocou na barriga e subiu as mãos vagarosamente até o seio esquerdo, apertando-o por cima do sutiã. Demi estava com os olhos fechados enquanto apreciava o carinho, era bom e ela queria senti-lo de forma mais intima, o intimo até se contraia só de pensar em tê-lo daquela forma. Joseph era sua maior fraqueza, porque por mais que quisesse se afastar, ficar longe, sempre arrumava um jeito de voltar para os braços dele. Demi passou os dois braços em volta do pescoço dele e encarou os olhos verdes, gostando do efeito que ele tinha sobre ela.

Joseph sorriu ao fitar os olhos castanhos, Demi era linda e era a mulher que ele queria passar o resto da sua vida, era ela e nenhuma outra. Ele acariciou a bochecha delicadamente e a beijou da forma mais apaixonada que podia, o beijo era lento e sem pressa nenhuma, estavam apenas se curtindo e apreciando como era bom ter a companhia um do outro. Demi separou o beijo com dois selinhos e sorriu para ele, Joseph deitou ao lado dela no sofá e tocou a cintura dela. Demi se virou e deitou a cabeça no peito dele, gostando de estar aninhada e protegida ao lado dele.

Quanto tempo eles estavam deitados abraçados e trocando carinhos, eles não sabiam, mas era bom, tão bom que ambos tinham sorrisos bobos nos lábios quando se olhavam. — Dem, como foi com Alana durante todo esse tempo? — Joe perguntou enquanto acariciava o braço dela. Ele queria saber de tudo, todos os detalhes porque o que sabia era muito pouco. Demi suspirou e fechou os olhos ao pensar em tudo o que havia passado.

— A gravidez foi cheia de altos e baixos, no três primeiros meses eu ficava enjoada e chorava por qualquer coisa, acho que foram os meses mais difíceis para mim. Eu tinha que lidar com o fato de não ter você ao meu lado para me apoiar, o fato de ter dezessete anos e estar grávida e por ter sido expulsa de casa, sem contar a batalha interna que eu lutava todos os dias quando pensava em abortar.

— Você pensou nisso? — Joseph a encarou sem nenhuma expressão no rosto. Demi assentiu com a cabeça e mordeu o lábio inferior.

— Quando eu contei para os meus pais que estava grávida, meu pai me deu duas opções, ou eu abortava ou eu ia embora de casa, na hora eu não consegui pensar direito e acabou que meu pai não me deixou escolher, quando eu estava na casa dos meus avôs eu pensava na possibilidade todos os dias. Eu fiz a minha primeira ultrassom aos três meses e quando eu ouvi o coração dela pela primeira vez foi como se tudo tivesse desaparecido, todos os medos e inseguranças e somente ela importava para mim, foi ai que caiu a minha ficha de que eu seria mãe e que tinha uma vida dentro de mim. Aos seis meses de gravidez eu descobri que tinha pressão alta e tive que ficar internada durante algumas semanas, por causa disso Alana nasceu algumas semanas antes do previsto, foi o melhor presente de aniversário que eu poderia ter ganhado.

— Como foi depois que ela nasceu?

— O primeiro mês foi o mais difícil. Eu ainda estava na fase de adaptação, ela acordava todas as noites para mamar e eu não tinha descanso, era tão cansativo e se eu dormia três horas no dia era muito. Meus avôs contrataram um babá para me ajudar e então tudo ficou mais fácil. Quando Alana tinha três meses meus pais foram visitá-la pela primeira vez e disseram que haviam alugado um apartamento em Los Angeles e que estava na hora de aprender a me virar sozinha. Meus avôs foram as pessoas que mais me ajudaram durante todo esse tempo, eu vim para Los Angeles, mas eles sempre vinham me visitar, pagavam a babá para me ajudar, compraram o carro para mim. Eles sempre me ajudaram em tudo e eu nunca poderei retribuir tudo o que eles fizeram, nesse meio tempo eu conheci Kristen e Kim, elas me adotaram como se eu fosse da família e me ajuda em tudo o que eu preciso.

— Eu fico feliz em saber que você tem pessoas especiais em sua vida e que te ajudou tanto. Eu não mereço você e Alana, enquanto vocês passavam por tudo isso eu estava levando uma vida boa. Você é tão forte e criou Alana de uma maneira tão linda, nossa filha vai ser uma grande mulher e todos os méritos são seus.

— Não tinha como você saber o que eu estava passando, o que importa é que você faz parte da vida dela agora e ela ama você. — Joseph sorriu abobalhada e beijou os lábios de Demi brevemente. Demi sorriu entre o beijo e deu um selinho nos lábios dele antes de se afastar. — Eu tenho um pen-drive aonde eu guardo todos os momentos da vida da nossa filha, eu vou procurar e depois te mostro tudo.

— Eu vou adorar. — Por que ele tinha que ser tão fofo e irresistível? Demi passou uma das pernas entre as de Joseph, ficando em cima dele. Ela alcançou os lábios dele e o beijou de maneira intensa. Era tão bom beija-lo e sentir os braços dele em volta da sua cintura que Demi conseguia sentir as borboletas no estômago. O beijo foi finalizado segundos mais tarde quando ambos estavam sem fôlego. — Você está sentada em um lugar perigoso, querida. — Disse no ouvido dela. Demi sentiu as bochechas corarem e saiu do colo dele, o volume na calça jeans estava evidente.

— Você pode usar suas mãos. —  Falou de maneira divertida. Joe gargalhou e a puxou para um abraço.

— Eu estava pensando e que tal você e Alana passar o sábado no meu apartamento? — Ele sentou no sofá e a abraçou pela cintura, trazendo-a para sentar em seu colo. Demi mordeu o lábio inferior ao pensar no que estava fazendo, ela estava entrando em um caminho sem volta.

— Sua mãe não está morando com você?

— Está, mas eu dou um jeito nisso. — Demi assentiu um pouco mais aliviada, ela não podia negar que se sentia um pouco intimidada e sem jeito na presença da mãe de Joseph. — Não precisa se preocupar, o que ela pensa de você não vai mudar os meus sentimentos por você. — Demi colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e desviou o olhar ao pensar em Wilmer.

— Eu não posso. — Ela disse e bocejou logo em seguida. Ela não fazia ideia de que horas eram, mas sabia que era tarde. — Eu tenho que resolver algumas coisas da faculdade, estudar para provas e tudo mais.

— Tudo bem, querida. Eu entendo.

— Eu acho melhor você ir para casa, está tarde e eu preciso descansar. A gente se fala amanhã na empresa, pode ser? — Joe assentiu, ele não iria pressiona-la a nada. Demi colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e caminhou com Joseph até a porta. — Até amanhã, Joe. — Foi inesperado, mas bom a forma como ele a beijou. Demi deu um selinho demorado nos lábios dele e o empurrou levemente pelo peito. Um beijo a mais não faria diferença. Joe chamou o elevador e voltou para dar mais um selinho nos lábios dela.

— Boa noite, querida. — Demi sorriu e sussurrou um "Boa noite" no ouvido dele. — Pensa em nós. — Disse antes de se afastar para adentrar no elevador. Demi trancou a porta do apartamento e respirou fundo, aonde ela estava se metendo?

Dia seguinte 

Empresa. 

— Demi Lovato tomando café na empresa, isso é uma novidade e tanto. — Bella brincou se acomodando na mesa da amiga. Demi fez uma careta e mordeu um pedaço do bolo de laranja. Não tinha nenhum problema em tomar café na empresa, o cardápio era variado e de dar água na boca, mas raramente Demi tomava café da manhã na empresa porque sempre comia em casa. Porém tudo havia sido uma correria, Joseph havia ido embora tarde e ela havia ido dormir depois das duas da manhã, o resultado havia sido um desastre. — Eu não aguento mais acordar cedo. — Bella resmungou dando um gole no café com leite. Demi assentiu e observou alguns funcionários adentrarem no refeitório.

— Nem me fale, estudar e trabalhar está acabando comigo. — Ela deveria estar uma bagunça, não havia dado tempo de se maquiar e a cara de zumbi deveria estar perceptível. — Eu tenho dó de você porque ainda falta dois anos para você se formar. — Demi tocou a mão da amiga e fez um biquinho para provocá-la.

— Que bela amiga você é, Demetria. — Revirou os olhos. — Fica aí se gabando porque vai terminar a faculdade em dezembro, eu espero que você pegue uma dependência e tenha que refazer o último semestre.— Demi até se engasgou com o café, ela tossiu e deu um tapa forte na mão de Bella que estava em cima da mesa.

— Deus me livre, não repita isso nunca mais na sua vida. — Disse de forma ameaçadora. Bella mostrou a língua para ela como uma criança mimada e mordeu um pedaço da rosquinha. — Você é pior do que a minha filha de cinco anos. — Demi disse e bocejou logo em seguida, ah como ela queria estar em sua cama dormindo em baixo do seu edredom.

— Eu estou com saudades da Alana, você nunca mais trouxe ela para cá.

— Alana tem a vida mais corrida do que a minha. — Brincou e Bella riu. — Ela só tem tempo para o pai dela. — Olhar para a porta naquele momento havia sido um erro. Wilmer adentrou no refeitório animado como sempre, ele cumprimentou e conversou brevemente com alguns funcionários, ele era sempre tão simpático e gentil com as pessoas, essa era uma das coisas que fazia Demi o achar tão sexy e bonito. Seus olhares se encontraram e ele sorriu exclusivamente para ela enquanto caminhava em sua direção.

— Parece que todo mundo resolveu tomar café na empresa hoje. — Bella comentou quando Wilmer sentou ao lado de Demi. Wilmer riu com o comentário da garota e as cumprimentou com um beijo na bochecha.

— Acordei atrasado. — Justificou e quando Bella disse que todos haviam acordado atrasado eles riram. Tomar café com eles havia sido divertido, Bella era tão engraçada e divertida, mas as vezes Demi tinha vontade de esmaga-la, principalmente quando ela sorria daquela maneira maliciosa.

— Como você está? — Wilmer perguntou para Demi quando Bella saiu do refeitório para começar suas atividades do dia.

— Eu estou bem e você?

— Eu estou bem e ansioso para o nosso jantar no sábado. — Demi sorriu fraco concordando com a cabeça. Ela estava ficando com dois caras ao mesmo tempo, céus, jamais tinha acontecido e não era para estar acontecendo. Wilmer era um bom homem, só tinha pontos positivos que lhe agradavam, mas Joseph era Joseph. Era o cara que havia roubado seu coração quando ela tinha dezessete anos. Estava em uma verdadeira encrenca e não sabia o que fazer.

— Eu preciso ir para a minha sala, nos vemos depois, pode ser? — Wilmer assentiu e observou Demi pegar sua bolsa e sair do refeitório apressada, ele tinha a sensação que ela estava fugindo dele.

Fugir não era uma ideia inteligente, mas foi a melhor saída que Demi encontrou para evitar aquele desconforto que estava sentindo. Demi adentrou no banheiro e colocou a bolsa em cima da pia, cumprimentou a funcionário que saiu de uma das cabines e tirou sua necessaire da bolsa. O que seria dela sem maquiagem para disfarçar aquela cara de zumbi? Uma base, um blush e um rímel eram capaz de salvar qualquer mulher.

Demi saiu do banheiro e chamou o elevador. Quando as portas do elevador se abriram havia algumas pessoas dentro de elevador e Joseph era uma delas. Ele sorriu quando seus olhares se encontraram e Demi retribuiu o sorriso sentindo aquela vontade de beija-lo. Ela adentrou no elevador e cruzou os braços.

— Oi. — Joseph se aproximou dela e colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha quando já estavam sozinhos no elevador. Demi levantou a cabeça para olhá-lo e recebeu um breve selinho nos lábios. — Como você está? — Perguntou com um sorriso nos lábios ao lembrar da noite passada e como foi bom aquele momento com ela.

— Eu estou bem e você? — Demi umedeceu os lábios e respirou fundo porque estava se sentindo nervosa.

— Estou bem, melhor agora que eu estou com você. — Não era uma cantada, era a verdade. Ele sempre se sentia melhor quando estava com ela. Demi sorriu e se afastou dele quando as portas do elevador se abriram novamente, o que ela menos queria no momento era que as pessoas comentasse o fato dela estar enrolada com dois caras. Quando Blake adentrou no elevador com um sorriso, Demi revirou os olhos, por que ela estava com aquele sorrisão para Joseph?

— Joe. — Ela o cumprimentou com um beijo na bochecha. Blake era uma mulher bonita e elegante, os saltos pretos deixavam ela alguns centímetros mais alta que Joseph. — Eu adorei a série que você me recomendou, é sensacional e eu estou completamente viciada, eu fiquei até tarde ontem assistindo e já terminei a primeira temporada. — Já era uma tortura ficar dentro daquele espaço pequeno e apertado, mas ficar dentro daquele espaço pequeno com Joseph e Blake conversando como se fossem amigos de infância era ainda mais torturante. Demi não conseguiu e nem fez questão de esconder sua cara de tédio. Quando o elevador os deixou no andar aonde trabalhavam, Demi saiu de lá rapidamente e sem olhar para trás, ignorando Joseph que chamava pelo seu nome.

Demetria se acomodou em sua mesa, deixou sua bolsa de lado e ligou o computador. Trabalhar era a melhor coisa que poderia fazer para não ficar pensando em como queria esganar Blake e Joseph. Ridículos. Talvez Kelly tinha razão, Joseph e Blake deveriam ficar juntos. Blake era uma mulher linda, formada e madura enquanto ela era apenas uma mulher de vinte e três anos que ainda estava em formação e que havia sido irresponsável o suficiente para engravidar aos dezessete anos de um homem comprometido.

Foque em seu trabalho. O cérebro dizia toda vez que ela se pegava pensando nele, estava ficando irritada e frustrada porque se sentia como uma adolescente apaixonada. Demi começou a trabalhar porque não queria ficar pensando nos milhões de motivos que tinha para se afastar de Joseph novamente. A parte da manhã acabou se tornando produtiva, algumas atividades foram adiantadas e Demi conseguiu revisar algumas matérias da faculdade.

***

Alana se despediu de um dos amiguinhos assim que ouviu a professora chamar seu nome. Alana correu até a mãe e sorriu quando recebeu um beijo na testa. A pequena estava segurando um ursinho pequeno com uma trufa e uma cartinha na mão. Demi segurou a mochila da filha e arqueou a sobrancelha enquanto elas caminhavam até a saída da escola. — Mãe, olha só o que eu ganhei. — Disse mostrando o ursinho e a cartinha.

— Quem te deu, querida?

— Foi o Jacob, eu ajudei ele ontem na lição e ele me deu esse ursinho, a trufa e a cartinha como agradecimento, não é fofo? — Perguntou sorridente quando elas atravessaram a rua. Demi assentiu com a cabeça e abriu a porta do carro para colocar a mochila da filha, ela ajudou a pequena a sentar no banco e colocar o cinto de segurança. — As meninas falaram que ele quer namorar comigo, mas não é verdade, somos amigos e o meu pai não deixa eu namorar.

— Isso mesmo, querida. Ele estava apenas sendo um cavalheiro e agradecendo pela a sua ajuda. — Demi disse colocando o cintura de segurança. — Você só vai comer essa trufa depois que almoçar, mocinha. — Falou quando viu a filha desembrulhar a trufa. Alana fez uma careta e emburrou a cara.

— Meu pai deixa eu comer doce antes do almoço. — Resmungou cruzando os braços. Demi revirou os olhos e parou o carro no sinal vermelho.

— Eu não sou o seu pai. — Disse e para pirraçar a filha mostrou a língua para ela, Alana retribuiu o gesto e acabou dando risada. O carro foi estacionado em frente ao prédio que Demi morava, elas desceram do carro e atravessaram a rua para entrar no condomínio. Alana cumprimentou o porteiro animadamente e correu entre o pequeno jardim do prédio para ir até o elevador.

— Meu pai vai vir almoçar com a gente hoje? — As portas do elevador se abriram e Alana adentrou, ela sorriu para a fofoqueira do prédio e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha. Helena sorriu para Alana e observou Demi adentrar no elevador distraída, mexendo na bolsa.

— Eu não sei querida. — Sua bolsa parecia mais um buraco negro porque ela não conseguia achar nada. Quando finalmente encontrou as chaves do apartamento, ela fechou a bolsa e cumprimentou Helena com um breve boa tarde.

— Boa tarde, Demetria. — Disse analisando Demi de cima a baixo. — Chegando do trabalho agora? — Perguntou como se não quisesse nada. Demi conhecia muito bem aquela estratégia, primeiro ela começava a fazer perguntas inofensivas e quando você percebia já estava contando sua vida nos mínimos detalhes para a senhora sair espalhando por todo o condomínio. — Sabe, ontem a noite eu vi um homem muito bonito batendo na sua porta, quem era?

— Era o meu pai. — Alana disse com um enorme sorriso no rosto. Queria apresentar seu pai para todos. — Ele é muito bonito, não é, dona Helena? — Helena assentiu sorrindo para Alana e encarou Demi.

— Ele saiu tarde da sua casa ontem, Demi. — O que era aquilo? Aquela mulher passava vinte e quatros horas do dia na janela da casa dela observando quem entrava e quem saía do prédio? Demi fechou a cara no mesmo instante, odiava quando as pessoas ficavam cuidando da sua vida.

— É porque ele estava me colocando para dormir, eu estava com medo dos trovões e a mamãe estava na faculdade, ai eu liguei para ele e nós ficamos até tarde assistindo filmes e brincando com o meu novo cachorrinho. O nome dele é Batman e é o melhor presente de todos, foi o meu pai que meu deu. — Por que as crianças tinham que falar tanto? Demi agradeceu mentalmente quando o elevador parou no andar da velha fofoqueira.

— Boa tarde, família. — Kristen disse quando entrou no apartamento da melhor amiga. Ela fechou a porta e se abaixou cuidadosamente para acariciar os pelos de Batman já que estava segurando uma torta nas mão. Alana sorriu e abraçou a tia brevemente. — Aonde sua mãe está, pequena?

— Está lá no quarto, tia. — Alana disse mais interessada em saber o que era o doce que a tia havia trazido, a pequena aproveitou que a tia deixou a torta na bancada da cozinha e subiu para o quarto para passar o dedo pela torta e experimentar a cobertura.

— Eu poderia dormir três dias seguidos para colocar meu sono em dia. — Demi assentiu com a cabeça e deitou ao lado da amiga que estava jogada na cama, abraçada com um dos travesseiros. Demi fechou os olhos pensando em como seria bom dormir por algumas horas e quando a mente pensou em Joe ela suspirou sentindo que estava em uma verdadeira sinuca de bico. — O que foi? — Kristen perguntou ao ver as feições tensas de Demi.

— Eu estou em uma encrenca terrível e não sei o que fazer. — Choramingou ao pensar na sua situação com Joseph. Kristen franziu o cenho e abraçou um travesseiro para se acomodar melhor na cama. Ela encarou Demi com um das sobrancelhas arqueadas, incentivando a amiga a falar. — Joseph. Ele sempre é um problema na minha vida, ontem nós nos beijamos novamente e dessa vez foi diferente, nós trocamos carícias e eu me senti com dezessete anos novamente, como se eu estivesse apaixonada por ele.

— Eu acho que os sentimentos que você sentia por ele estavam adormecidos e agora que ele voltou e que vocês estão convivendo os sentimentos despertaram, você sente algo por ele, só não quer admitir.

— Eu não posso sentir nada por ele, Kristen. Você não entende porque não foi você que teve o coração estraçalhado, não foi você que sofreu com um relacionamento aonde só você amava. Eu tenho medo, medo de me entregar e dar merda, eu sei que vai dar e eu não vou ser a única a sofrer com isso, eu tenho uma filha agora e tenho que pensar nela primeiro antes de tomar qualquer decisão.

— Entendo seus medos e inseguranças, eu ainda acho que Joseph não merece você, mas a gente não manda no coração, Demi. Você precisa tomar uma decisão, não pode brincar com os sentimentos dele, pelo o que Joe fala, ele quer algo sério com você, uma hora ou outra ele vai querer que você tome uma decisão. Não estou te julgando, mas ainda tem Wilmer, você está ficando com os dois ao mesmo tempo. — Que situação. Demi massageou as têmporas e sentiu a cabeça doer só de pensar na situação, como havia deixado as coisas chegar a esse limite?

— E se eu escolher ficar com Wilmer? — Perguntou pensando na possibilidade. Wilmer era um cara bonito, gentil, fofo, não a julgava por ter uma filha e sempre a ajudava. O que mais ela poderia querer?

— Bom, ai você vai tentar construir seu futuro ao lado dele, isso se ele quiser algo sério com você, né? Existe a possibilidade dele querer apenas sexo casual e nada demais. Você e Joseph tem uma filha juntos, e sinceramente? Se eu fosse você eu arriscaria, Alana merece ver os pais juntos, ter uma família como ela sempre sonhou.

— Desde quando você está do lado de Joseph? Eu pensava que você era minha amiga, não amiga dele.

— Eu não estou do lado de ninguém, Demi. Apenas acho que as pessoas merecem uma segunda chance, mas quem sabe do seu coração e dos seus sentimentos é você, você não pode tomar uma decisão baseada na minha opinião, você tem que fazer o que é melhor para você e para a sua filha.

— Mãe, eu estou com fome. — Alana disse adentrando no quarto da mãe com Batman ao seu lado. Ela olhou para Demi e depois para Kristen e deitou entre as duas porque queria fazer parte daquele momento. — Sobre o que vocês estão conversando? — Perguntou de forma curiosa levando as duas mãos ao queixo. Kristen riu e puxou a sobrinha gentilmente para abraça-la e beija-la na bochecha.

— Estamos combinando nossa próxima noite das garotas, o que acha? Faz um tempão que não fazemos uma. — A noite das garotas se resumia entre Demi, Kristen e Alana comendo besteiras e assistindo filmes de animação até tarde da noite.

— Eu acho uma ótima ideia, tia. Eu posso escolher o filme dessa vez?

— Claro que sim e nós teremos uma nova convidada especial para a nossa festa. — Demi arqueou a sobrancelha e encarou a amiga, que convidada? Quando seus olhares se encontraram, ela soube exatamente quem era a convidada especial.

— Estou ansiosa para conhecer essa convidada especial, tia. O Batman pode participar da noite de garotas? Eu não quero que ele fique sozinho.

— O Batman é café com leite, querida. — Brincou fazendo Demi rir. — Vamos descer, eu vou ajudar a sua mãe a preparar o almoço se não vamos nos atrasar. O almoço foi divertido. Elas almoçaram arroz, frango e salada e de sobremesa comeram uma torta de limão que Kristen havia comprado na padaria de Ryan. Batman estava aos pés de Alana esperando ansiosamente por um pedaço de frango e Alana jogava para o cachorrinho vez ou outra sem que Demi percebesse.

Depois do almoço, Demi voltou para a empresa. Ela estacionou o carro em sua vaga e quando desceu do carro sorriu porque Joseph estacionou a sua moto na vaga ao lado. Ele tirou o capacete e retribuiu o sorriso dela. — Alguém que já te falou que você é a mulher mais linda que trabalha nessa empresa? — Perguntou com aquele sorriso charmoso dele. Demi sentiu as bochechas corarem mas revirou os olhos. — Eu adoro as suas sardinhas, querida. Elas deixam você ainda mais bonita.

— Joseph, para com isso. — Pediu envergonhada e olhou em volta para ver se havia muitas pessoas, mas apenas alguns seguranças que conversavam entre si, alheios do que acontecia em sua volta.

— O quê? Eu não posso elogiar a mãe da minha filha? — Ele adorava vê-la completamente sem jeito e com as bochechas coradas. Joe se aproximou dela e deu um breve selinho nos lábios dela e em troca recebeu um beijo carinhoso na bochecha porque Demi gostava da sensação que ele trazia para ela. — Como foi o almoço hoje?  — Perguntou após colocar uma mecha do cabelo dela atrás da orelha.

— Foi divertido, Kris almoçou com a gente, ela levou torta de limão para a sobremesa e eu acho que engordei dois quilos. — Brincou enquanto caminhavam em direção ao elevador. Eles cumprimentaram os seguranças e Joe apertou o botão para chamar o elevador.

— Eu queria muito ter ido almoçar com vocês, mas estou resolvendo alguns problemas que surgiu em uma obra e ainda nem almocei, vim apenas buscar alguns papeis que eu vou precisar. — Explicou, Demi assentiu e eles adentraram no elevador.

— Hoje Alana ganhou um presente de um amiguinho da escola. — Disse com um sorriso nos lábios para ver a reação dele. Joseph era ciumento e ela gostava daquele jeitinho dele. — Um ursinhos e uma trufa, ela ficou muito feliz, ah tinha uma cartinha também. — As feições de Joseph se fecharam e ele franziu o cenho.

— Por que tem um moleque dando presentes para a minha garotinha? — Demi gargalhou alto dentro do elevador. — Eu não quero que ela pense em namorar agora, Demi. Ela é muito nova ainda e sei como os garotos são quando começam com essa história de namoro.

— Foi só um presente que ele deu para agradecer por ela ter ajudado ele com a lição. — Joe suspirou aliviado. — Eu achei bem fofo ele fazer isso, foi um pequeno cavalheiro. — Sorriu quando Joseph revirou os olhos. — Um dia ela vai namorar, Joseph, e você não vai poder fazer nada, e se ela puxar a nós dois, vai dar muito trabalho.

— Eu prefiro não pensar nisso, ainda tem muito tempo até lá, né? — Ele disse rodeando a cintura dela com os dois braços, puxando-a para mais perto. Demi sorriu e apoiou as mãos no peito dele.

— Depende, eu comecei a me interessar pelos garotos aos doze anos. — Sorriu e levantou os olhos para encarar os olhos depois. O olhar se alternava entre os lábios e os olhos verdes como esmeraldas. Joseph se inclinou e a beijou como queria, quando ele ia aprofundar o beijo, Demi o empurrou levemente pelo peito e se encostou na parede do elevador.

— Você era uma criança muito precoce, linda. — Brincou quando eles sairam do elevador. Demi deu um tapa no braço dele e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha.

— Tudo na minha vida aconteceu cedo demais, meu primeiro beijo, meu primeiro namorado, minha gravidez, eu só não casei cedo demais.

— Bom, se você quiser casar eu estou aqui para você.  — Dessa vez quem revirou os olhos foi Demi. E quando ele a segurou pela cintura novamente? Foi uma pequena guerra para que ela conseguisse se soltar porque estava com medo que alguém do andar os visse. — Eu estou falando sério, linda. Eu quero me casar com você.

— Joseph para com isso. — Pediu dando alguns tapinhas nos braços dele. — Estou falando sério. —Demi disse quando eles chegaram em frente a porta da sala dele.

— Eu também estou falando sério. Se você quiser eu faço uma declaração de amor para você na frente da empresa toda, eu já disse que não  quero brincar com os seus sentimentos, eu quero algo sério com você. — As palavras haviam fugido e o coração estava acelerado no peito, aquilo não era nada bom. Demi umedeceu os lábios e mordeu o lábio inferior.

— Joseph. — O susto foi tão grande quando Demi ouviu Wilmer chamar pelo Joe. Ela agradeceu mentalmente por estar em uma distância confortável de Joseph. — Você pegou os documentos? Eu estou indo para lá agora. — Wilmer disse olhando para Joe e só desviou o olhar para Demi quando Joseph adentrou em sua sala. — Eu deixei um pequeno presente para você na sua sala, espero que goste, querida. — Ele deu um breve beijo na bochecha dela.

— Obrigada. — Demi disse com as bochechas coradas, ela se afastou um pouco dele e encarou a porta da sua sala. — Eu preciso voltar para o trabalho, nos falamos depois e obrigado pelo presente. — Sorriu para ele e caminhou apressadamente até sua sala. Ela jogou a bolsa no sofá e sentou em volta da sua mesa, cobriu o rosto com as duas mãos e respirou fundo, precisava tomar uma decisão, continuar daquela maneira era errado e baixo. Ela mordeu o lábio inferior ao encontrar uma rosa vermelha e um pequeno cupcake ao lado da rosa. Por que Wilmer tinha que ser tão fofo?

O andar estava calmo e vazio porque a maioria dos engenheiros e arquitetos estavam trabalhando fora da empresa. Demi tinha pouco trabalho para realizar, tinha dias que ela fazia tão pouca coisa que ficar na empresa era entediante e ela aproveitou para pegar um livro para estudar. Demi estava concentrada nos estudos, ela lia e fazia algumas anotações que julgava importantes em um caderno. A porta da sua sala foi aberta e Demi encarou Blake que adentrou após pedir licença. — Eu preciso que você calcule o consumo de pisos para mim. — Disse entregando uma folha com todas as informações necessárias para Demi. — Eu estou com um projeto de redecoração e preciso disso urgente.

— Tudo bem, farei o mais rápido que eu puder. — Manter a educação era a melhor coisa que poderia fazer já que não podia soltar um xingamento. Demi pegou um lápis e alcançou a calculadora. Blake puxou a cadeira e sentou em frente a mesa. O que diabos ela estava fazendo? Demi se perguntou quando Blake simplesmente começou a trabalhar ali com ela. Foram longos minutos silenciosos e entediantes que Demi até esqueceu que Blake estava ali.

— Joseph fala muito de você e da sua filha, ele me mostrou algumas fotos dela e ela é uma gracinha, parece muito com o pai. — Demi arqueou uma sobrancelha e sorriu fraco assentindo com a cabeça porque não queria falar da sua vida pessoal com aquela mulher. — Joe é um cara incrível, ele me ajudou tanto desde que eu cheguei nessa empresa e eu achei tão fofo quando ele me ajudou a alugar um apartamento no condomínio que ele mora. — Joseph e Blake moravam no mesmo condomínio? Isso explicava muita coisa.

— Ele é realmente um cara legal. — Deu os ombros e voltou a sua atenção para o calculo que fazia.

— A mãe dele também é uma ótima pessoa, nós tomamos café juntas e ela me contou várias histórias, inclusive como o Joe ficou mal quando você foi embora sem dar nenhuma explicação. — Demi a encarou séria e arqueou uma das sobrancelhas. — Joseph é um homem de muitas qualidades e merece alguém que o faça feliz.

— Ele realmente merece alguém que o faça feliz. — Disse totalmente desinteressada no assunto, a única coisa que estava lhe deixando irritada era o fato de Kelly estar falando da sua vida para as pessoas, ela não podia fazer isso.

— Eu não quero que você pense que eu não gosto de você ou qualquer coisa do tipo, é só que... eu estou interessada no Joe, eu realmente estou e quero tentar, vocês tem uma filha juntos e eu quero que você deixe o caminho livre para mim. — Demi não esperava que ela fosse tão direta assim, mas a ideia de imaginar Joseph com ela fez seu sangue ferver e o estômago revirar. — Eu acho que se você não sente nada por ele, deveria deixar isso claro, não ficar beijando ele no trabalhando e fazendo com que ele crie falsas esperanças. — Disse e levantou. — Eu estou indo para a minha sala, quando terminar, leve até mim. — Falou e saiu caminhando elegantemente. Demi respirou fundo tentando controlar sua vontade de xingar aquela mulher de todos os nomes possíveis, era incrível como tudo que estava relacionado a Joseph tirava sua paciência. O celular vibrando em cima da mesa fez com que seu coração acalmasse ao ler o nome da avó brilhar na tela, ela até sorriu.

— Minha neta, que saudades. — Julie disse quando Demi atendeu ao telefone. — Como você está, meu amor?

— Eu estou bem, e a senhora? Também estou morrendo de saudades. — Demi deixou o lápis de lado para dar atenção exclusiva para avó, ela a amava tanto e tinha tanta saudade de estar perto dela, de sentir o cheirinho dela.

— Eu estou bem, minha querida. Quero muito saber quando você e a minha bisneta virão me visitar, seu avô vive reclamando porque você não liga mais e não veio mais nos visitar. — Demi ia pelo menos uma vez no ano visitar os avôs e quando não ia, eles iam até Los Angeles, era sempre divertido quando eles estavam juntos, seus avôs eram as melhores pessoas que existiam no mundo e ela os amava tanto que não cabia no peito. — Como a pequena Alana está?

— Eu sinto muito por não ligar todos os dias, mas tudo está sendo uma verdadeira correria com as coisas do trabalho e da faculdade. Alana está perfeitamente bem, está cada dia mais sapeca e agora que está convivendo com o pai consegue me deixar de cabelo em pé. — Merda. Demi mordeu o lábio inferior e se xingou mentalmente, não era para ela ter dado a notícia daquela maneira, sempre se empolgava quando falava com os avôs e sempre saia mais do que deveria sair.

— Convivendo com o pai? Me explique essa história direitinho, mocinha.

— É uma longa história e eu prometo contar tudo detalhadamente em um outro momento, mas Joseph voltou para a minha vida, vó.

— Demetria, você foi atrás dele? Vocês estão juntos?

— Não e não. Eu não fui atrás dele e nós não estamos juntos, ele está trabalhando na mesma empresa aonde eu faço meu estágio, ele descobriu sobre Alana e eu não tive outra opção a não ser deixar ele participar da vida da minha filha e essa foi a melhor decisão que eu já tomei. — Foi impossível não sorrir ao pensar em Joseph e Alana juntos. — Ele cuida tão bem da nossa filha e é um ótimo pai, Alana o ama tanto, vó.

— Isso é uma novidade e tanto, não é mesmo? Você é uma mulher independente totalmente capaz de tomar suas próprias decisões, eu não vou falar que tê-lo de volta em sua vida é certo ou errado, você sabe o que faz e eu só espero que você seja feliz e que tenha tomado a decisão certa. — Era isso que Demi tanto amava nos avôs, eles nunca julgava nenhuma decisão tomada por ela, eles sempre a deixaram livre para fazer escolhas que era melhor para ela. — Seus pais vão ficar furiosos se souberem sobre isso. Você não tem falado com eles?

— Faz uns longos meses desde a última vez que eu falei com a minha mãe, você sabe que a nossa relação não é a mesma depois de tudo o que aconteceu, eles não tem nada haver com as decisões que eu faço, com quem entra ou sai da minha vida, eles abandonaram a única filha que eles tinham, eu não tenho pais, vó.

— Demi, guardar mágoas não faz bem para o coração, faz tanto tempo, você deveria perdoa-los e esquecer tudo o que aconteceu, eles são os seus pais, vocês deveriam seguir em frente e voltar a ser uma família.

— Durante todos esses anos eles nunca me procuraram para pedir desculpa, nunca se desculparam por me humilhar, por me expulsar de casa, por me abandonar quando eu mais precisava deles ao meu lado, eu não posso perdoa alguém que nunca me pediu desculpas, eu sinto falta deles, eu sinto muito a falta deles, mas às vezes quando eu penso que tudo poderia ser diferente, a raiva toma conta de mim. Tudo poderia ser diferente para mim e para a minha filha, mas por culpa deles não foi.

— Eu torço muito para que as coisas se resolvam entre vocês, eu dou muito conselho para o seu pai e sei como meu filho pode ser cabeça dura quando quer, mas eu estou sempre tentando melhorar as coisas entre vocês. Amo você minha netinha e não vejo a hora de ir visitar você ai em Los Angeles, prometo que nós vamos nos organizar para tentar ir fazer uma visita em breve.

— Eu vou adorar receber vocês e Alana vai adorar.

— Quando você chegar em casa me ligue por chamada de vídeo para que eu consiga vê-la, ela deve estar enorme, as crianças de hoje em dia crescem tão rápido. — E o restante da tarde passou daquele jeito: Demi alternando entre o trabalho e ter a companhia da avó por telefone, era bom conversar com ela e receber os conselhos sábios que Julie sempre tinha na ponta da língua.

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boa noite meus amores, como vocês estão? eu estou bem e cansada. final de semestre é sempre cansativo, são trabalhos para apresentar, projetos, provas, atividades e agora o estágio. sim, eu comecei a estagiar e bem, isso reduz bastante o tempo que eu tenho para me dedicar aos capítulos. no próximo semestre eu vou entrar para o meu último ano de faculdade e por isso comecei o estágio, meu horário é de segunda a sexta das 12 às 18 horas, quando eu saio do estágio vou direto para a faculdade aonde eu fico até as dez e meia da noite, mas graças ao bom Deus na próxima semana eu entro de férias e vou ter mais tempo para me dedicar aqui e agora como é final de semestre sempre saio mais cedo. então peço que entendam o meu lado e tenham um pouco de paciência ao esperar os capítulos, ah eu também estou contando com a ajuda da letícia aqui no blog, vai ser de grande ajuda para mim e estou bem feliz com isso. deem boas vindas a ela ♡ acho que é isso, me digam o que acharam do capítulo nos comentários, no próximo teremos os pais da demi chegando, muita pegação e babados hfshfj, enfim, volto assim que eu puder | respostas dos comentários aqui.