16/04/2018

25. Getting Closer


Não tinha jeito. Demi teria que se acostumar com Joseph frequentando a sua casa todos os dias. Ela teria que se acostumar com ele contando histórias para a filha dormir, teria que se acostumar com ele deitado em seu sofá com Alana assistindo desenhos na televisão. Já estava virando rotina e Demi não podia negar que toda aquela aproximação estava mexendo com ela, era como se ele já fosse de casa. Agora ela estava na cozinha terminando de preparar o almoço. Era sábado e Joseph havia batido na porta do seu apartamento às nove e meia da manhã com uma sacola de pães, frios e muffins de banana com canela, eles tomaram café da manhã juntos entre conversas animadas e risadas. O macarrão com queijo estava no forno e Demi estava terminando de preparar um mousse de chocolate para a sobremesa. — Precisa de ajuda? — Joe perguntou adentrando na cozinha. Ele se aproximou dela e cruzou os braços. 

— Não, eu já estou quase terminando. — Demi respondeu enquanto abaixava o fogo do forno. Ela colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e virou-se para encarar Joseph. Tê-lo em seu apartamento parecia ser tão certo que Demi até estranhava aquela sensação, às vezes ela se pegava observando ele e a filha juntos e imaginava como seria se eles fossem uma família. 

— Ontem eu conversei com a minha mãe. — Era incrível como quando uma parte da sua vida estava se ajeitando a outra estava desmoronando. Kelly estava tão triste e mau humorada por conta do divórcio que era difícil tentar conversar com ela sobre Alana ou qualquer outra coisa. — Ela e o meu pai estão se divorciando, está tudo um verdadeiro um caos e por isso ela está tão na defensiva quando se trata de você e de tudo o que aconteceu entre nós. 

— Ela não gosta de mim e eu posso conviver com isso, não precisa se preocupar. — Deu os ombros, ela colocou a sobremesa dentro da geladeira e lambeu o dedo sujo de chocolate. — E como você está se setindo sobre tudo isso que está acontecendo? Um divórcio deve ser bem difícil. — Ela se importava com ele? Demi franziu o cenho e limpou os cantos da boca que estava sujo de chocolate. Ela não tinha muito contado com os pais, podia contar nos dedos as vezes que falou com eles no telefone naquele ano, mas se soubesse que eles estavam se divorciando ficaria muito triste. 

— Eu me sinto triste pela minha mãe, ela tenta disfarçar mas da para perceber como ela está mal por tudo o que está acontecendo. Eu sei que ela amou meu pai de verdade e ele estragou tudo construindo outra família por trás das nossas costas. — Aquela situação era tão irônica porque lembrava da situação dela com Joseph anos atrás, mas Demi resolveu guardar aquilo para si. Não era um bom momento para jogar os erros dele na cara.

— Ele tem outra família? — Perguntou surpresa. Joe assentiu e encostou-se no balcão para olhá-la melhor. Ela estava vestindo um vestido cinza que moldava seu corpo, o vestido ia até metade das coxas e ela estava descalço, ela era tão baixinha e sexy.

— Sim, aparentemente eu tenho outro irmão e pelo o que a minha mãe falou ele tem dezoito anos ou seja, meu pai tem outra família há dezoito anos e só agora descobrimos. — Disse com desgosto. Demi fez uma careta e virou-se para lavar as mãos, Joe não conseguiu se conter e deu uma bela olhada no bumbum dela que era perfeitamente moldado pelo vestido.

— Homens são tão idiotas. — Revirou os olhos e abaixou-se para verificar o macarrão. Demi alcançou o pano de prato e retirou a travessa de macarrão do forno colocando em cima do balcão aonde eles iriam almoçar.

— Olá meus amores. — Kristen disse adentrando na cozinha com Alana pendurada em suas costas. Ela parou assim que viu Joseph, arqueou a sobrancelha e encarou a melhor amiga. — Joseph? Que surpresa! — Disse sem tirar os olhos de Demi, ela estava cobrando uma explicação pelo o olhar. Demi deu os ombros e deu um pulo assutada assim que sentiu uma bolinha de pelo em seus pés.

— Surpresa! — Alana gargalhou alto do susto da mãe e se sentou no chão da cozinha para brincar com a cadelinha de Kim.

— Eu preciso de um favor seu, tenho um trabalho para fazer agora a tarde e depois vou sair para encontrar uma amiga, a minha mãe viajou com o namorado e eu preciso que cuide desse animalzinho tão lindo e fofo para mim. — Kris fez uma carinha fofa e se aproximou para abraçar a amiga. Demi sabia como aquele animalzinho lindo e fofo era sapeca e destruía tudo o que via pela frente.

— Por favor, mamãe. Vamos ficar com ela, é só um dia, por favor, por favorzinho. — Alana disse juntando as mãozinhas e abraçando a mãe pela cintura para tentar convencê-la. Joseph sorriu olhando para a filha e Demi fez uma careta porque ela não tinha saída.

— Tudo bem, mas se ele comer meus chinelos ou fazer xixi no meu sofá as coisas vão ficar sérias para o lado dele. — Quem visse aquele serzinho pequeno e inofensivo nem imaginava o tamanho do estrago que era capaz de fazer.

— Não se preocupe Nina, você pode comer os meus chinelos. — Disse baixinho mas não baixinho o suficiente para que Demi não ouvisse. Joseph e Kristen riram alto da garotinha que franziu o cenho, o que era tão engraçado assim?

— Eu preciso ir agora se não vou acabar me atrasando. — Disse se despedindo de Alana com um beijo demorado na bochecha. Ela levantou-se e abraçou a amiga. — Qualquer coisa me liga e se eu fosse você aproveitava esse homão da porra e tirava o meu atraso. — Deu um tapinha no bumbum de Demi e sorriu de forma maliciosa. — Tchau Joseph, cuida das minhas meninas e amiga, se eu fosse você não perderia a oportunidade. — Piscou e foi embora antes que Demi fosse atrás dela e lhe atacasse com tapas e xingamentos.

— Vamos almoçar? — Perguntou tentando não imaginar como seria ter os lábios de Joseph sobre os seus e sentir as mãos fortes dele apertando todo seu corpo. Demi balançou a cabeça e mandou Alana ir lavar as mãos, toda aquela aproximação com Joseph estava começando a lhe deixar desnorteada.

O almoço foi divertido e animado. Demi estava conhecendo um lado de Joseph que ela não conhecia antes, ele era tão engraçado e atencioso, ajudou Alana a enrolar o macarrão no garfo e teve toda a paciência do mundo para ensiná-la. Ele contou algumas histórias para ela e foi impossível não ficar encantada em como ele levava jeito com criança, era uma coisa tão bonita de ver. Joseph e Alana seriam uma dupla e tanto. Depois do almoço eles foram para a sala saborear a sobremesa que Demi havia preparado, estavam os três sentados no sofá e na televisão passava um episódio de Bob Esponja. — Pai, você tem namorada? — Alana perguntou de repente, ela o encarou e sorriu quando teve o topo da sua cabeça beijada.

— Não, querida. Eu não tenho uma namorada. — Respondeu a olhando nos olhos.

— Por que?

— Porque eu não encontrei ninguém especial ainda. — A pequena assentiu pensativa e encarou a mãe que fingia estar prestando atenção na televisão, mas estava ouvindo tudo.

— A mamãe também não tem namorado, ela disse que não precisa de um. — Deu os ombros. Joseph assentiu sorrindo e encarou Demi que fez uma careta e evitou o máximo olhar para os olhos de Joseph. — Eu tenho um namorado, sabiam? — Os olhares de Demetria e Joseph pararam em Alana. A garotinha sorriu de forma sapeca e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha, ignorando os olhares assustados dos pais.

— Que história é essa, senhorita? — Demi perguntou com o cenho franzido. Alana olhou para a mãe e deu os ombros.

— Ah mamãe, ele é lá da minha escola. — Joseph encarou Demi e arqueou uma das sobrancelhas. Ele não queria nem imaginar sua garotinha com um namorado. Aquilo estava errado, muito errado e ele jurava que poderia ter um ataque do coração. — Ontem nós estávamos no parquinho e ele pediu para namorar comigo, ele segurou a minha mão e me abraçou. — Disse envergonhada. Demi cerrou os olhos e respirou fundo.

— Filha, você é muito nova para ter um namorado. — Demi disse tentando explicar da melhor forma possível.

— A Júlia também tem um namorado, ele deu um cartão para ela em forma de coração com os nomes deles dentro, foi muito fofo. — Sorriu. Demi mordeu o lábio inferior tentando prender o riso porque a careta que Joseph fazia era engraçada.

— Filha, você não pode ter um namorado agora. — Joe disse tentando controlar a vontade de ir atrás do garotinho que supostamente estava namorando a sua filha. Ele alisou o cabelo da menina e beijou a bochecha dela. — Você é minha princesinha e só pode namorar com trinta e cinco anos. — Alana fez uma careta e Demi não conseguiu conter a gargalhada alta.

— Papai, trinta e cinco anos é muito tempo.

— Por isso mesmo, querida. Promete para o papai que não vai arrumar um namorado tão cedo e que vai manter os garotos longe? Segunda-feira eu irei te levar na escola, quero me certificar que esse e todos os outros garotos vão ficar bem longe de você.

— Você é tão estúpido. — Demi riu e deu um tapa no braço dele.

— Você não pode manter todos os garotos longe de mim, o Mark é meu amigo e ele vem brincar comigo aqui em casa sempre que a mamãe deixa. — Joe encarou Demetria imediatamente cobrando uma explicação. Por que diabos ela deixava um garoto brincar com sua filha em seu apartamento? Demi virou os olhos e deu os ombros.

— Seu pai só está brincando, meu amor. Você pode ter amigos meninos, só não pode namorar ainda porque você é um bebê e bebês não namoram. — Demi disse puxando a filha para os seus braços. Alana riu passando os bracinhos em volta do pescoço da mãe e Demi a abraçou fortemente pela cintura. — Promete que vai parar com essa história de namorado? — Alana assentiu para o alivio dos pais e beijou a bochecha da mãe. — Promete também que vai parar de crescer? É tão injusto o fato de você estar crescendo tão rápido. — Demi disse manhosa e beijou a bochecha da menina várias vezes. — Eu te amo, bebê.

— Ei, eu não sou mais um bebê, eu já sou uma mocinha.

— Mocinhas já dormem sozinhas sem ir para o quarto da mãe no meio da noite com medo do bicho que tem em baixo da cama. — Alana arqueou uma das sobrancelha, imitando perfeitamente a mãe. Ela sentiu as bochechas corarem e escondeu o rosto no pescoço da mãe.

— Mãe, esse era o nosso segredo. — Disse envergonhada. Joe riu encantado com a sua filha, ela era tão perfeita e ele jamais se cansaria de admirá-la. Demi gargalhou e beijou a bochecha da menina. Nina saiu da cozinha caminhando preguiçosamente, a cachorrinha parou no tapete, se espreguiçou e olhou para Alana com curiosidade. A menina saiu do colo da mãe e sentou no tapete para brincar com o filhotinho de pug.

— Eu estava pensando se você topa ir jantar em uma pizzaria hoje a noite. — Joseph coçou a barba que estava por fazer e encarou Demi esperando por uma resposta. Ela umedeceu os lábios e assentiu dando os ombros. — Eu quero que a minha mãe conheça Alana, Demi. — Ele esperou por uma reação dela, mas tudo o que Demi fez foi se levantar e caminhar para a cozinha com as taças aonde eles haviam comido a sobremesa. — Eu sei que ela te tratou mal na empresa e tudo mais, mas eu não quero que você pense que ela te odeia, é tudo muito novo para ela também e ela está tentando se acostumar com todos os acontecimentos recentes.

— Isso não justifica o fato dela querer me rebaixar lá na empresa. — Joseph respirou fundo e passou uma das mãos pela sua barba, Demi estava na defensiva e quando ela ficava naquele estado eles sempre brigavam e o que ele mais queria naquele momento era evitar uma briga.

— Eu sei que não justifica, mas eu só quero que a minha família saiba que eu tenho uma filha, vai ter um almoço amanhã na casa do meu tio, meus avós vão vir pra cá e eu acho que é uma oportunidade perfeita.

— E eu acho que é muito cedo para isso, as coisas estão acontecendo muito rápido e eu não estou preparada para dar esse passo. — Ela conseguiu ver a decepção nos olhos dele. Demi virou-se e começou a lavar a louça suja do almoço. — E eu tenho um compromisso amanhã a tarde, não daria de qualquer forma. — Seu compromisso tinha nome e sobrenome. Wilmer Valderrama.

— Demi, uma hora ou outra isso vai acontecer. Eu sei que você não está preparada, mas não tem como fugir de algo que tem que acontecer. — Ele estava muito próximo, tão próximo que Demi conseguia sentir o calor dele envolvê-la.

— Olha, eu aceito ir na pizzaria jantar com você e se você quiser levar a sua mãe para conversarmos sobre a situação como os adultos que somos, tudo bem, mas eu não vou sentar na mesa com a sua família que eu nem conheço para almoçar, não vou agir como se fossemos uma família feliz, sendo que estamos muito longe disso. — Disse o olhando nos olhos. A troca de olhares entre eles era intensa e nenhum deles ousou interromper aquele contato visual. Joseph desviou o olhar para os lábios dela e umedeceu os seus, um beijo iria acontecer ali se Alana não tivesse adentrado na cozinha.

— Mãe, o seu celular está tocando. — Demi secou as mãos no pano de prato e agradeceu a filha, ela encarou Joseph brevemente e sentiu o coração pesar quando viu o nome de Wilmer brilhar na tela do celular, o que diabos ela estava fazendo? Joseph suspirou e começou a lavar a louça. Ele secou toda a louça e assim que terminou de guardar o último copo, Demi adentrou na cozinha novamente.

— Eu já estou indo para casa, eu venho buscar vocês as sete, pode ser?

— Não precisa, eu encontro você na pizzaria às sete, vai ser melhor. — Ele não iria insistir. Joseph apenas assentiu e caminhou até a sala. Alana franziu o cenho ao ver o pai pegar o capacete da moto em cima da cadeira e correu até ele.

— Papai não vai agora, por favor, nós nem terminamos de assistir Bob Esponja. — Era sempre assim quando Joseph estava se preparando para ir embora. Alana fazia manha para tentar convencê-lo de ficar, às vezes a menina até chorava e ele era obrigado a ficar até a garotinha dormir. Demi já estava tão acostumada com as visitas constantes de Joseph que quando ele ia embora, era como se algo estivesse faltando.

— Eu preciso ir para casa me organizar, princesa. Nós vamos jantar em uma pizzaria hoje, o que acha? E eu tenho uma pessoa muito especial para te apresentar. — Joe sorriu e abaixou-se para pegar a garotinha nos braços.

— Quem é, papai? — Perguntou curiosa.

— É a sua avó, meu anjo, ela quer muito te conhecer. — Alana sorriu e assentiu com a cabeça. Ela beijou a bochecha do pai e se riu baixinho quando Joe foi beijá-la porque a barba dele fazia cócegas. Eles se despediram com muitos beijos e abraços. Demi o acompanhou até a porta e se despediu dele com apenas um aceno de mão. Ela trancou a porta e respirou fundo, aquele homem estava lhe deixando louca.

Apartamento do Joseph 

Joe adentrou em seu apartamento, colocou as chaves da moto em cima da mesinha que ficava ao lado da porta e retirou seus sapatos. Ele guardou o capacete da moto em cima do sofá e caminhou até a sala, Kelly estava na cozinha e aparentemente estava cozinhando algo. — Finalmente você chegou, eu já estava preocupada, te mandei mensagem e você não respondeu. — Ela disse enquanto mexia a massa da torta de maçã. 

— Meu celular está desligado, eu gosto de desligar quando eu estou com a minha filha, gosto de me certificar de que toda a minha atenção estará sobre ela. — Sorriu e beijou a testa da mãe carinhosamente. Kelly não deixou de notar que toda vez que o filho chegava em casa estava com um sorriso feliz nos lábios e ela apostava que era aquelas visitar constantes que ele estava fazendo na casa de Demetria.

— Filho, você tem certeza que essa menina é sua filha? — Joseph respirou fundo cansado daquela situação. — Eu só não quero ver você decepcionado, eu sei o quanto você sofreu quando Demetria foi embora, você ficou muito mal e eu não quero te ver naquele estado novamente. Só Deus sabe do que essa garota é capaz de fazer com a sua vida, ela só deixa confusão por onde passa.

— Mãe, eu não quero discutir com você sobre isso, Alana é minha filha. Ela é minha filha e eu não quero ouvir mais nenhuma palavra sobre esse assunto. Sinceramente? Eu já não sei mais o que fazer para a senhora deixar essa birra de lado, o único vilão dessa história sou eu, eu usei Demi da maneira mais baixa e suja possível.

— Eu sou a sua mãe, não a mãe dela. Eu vou te proteger e te defender sempre que eu puder, ela se envolveu com você porque quis, você não a forçou a nada! — Joe teve que respirar fundo novamente e massagear as têmporas para não gritar com a mãe. — Enfim, você sabe a minha opinião sobre isso, eu só vou acreditar nessa história quando tiver um teste de DNA nas minhas mãos.

— O que a senhora está falando é um absurdo. O pensamento que você tem de Demi é tão injusto, ela sofreu tanto por minha culpa, passou por tanta coisa porque eu não estava do lado dela para ajudá-la. De todas as coisas que eu fiz na vida, o que eu mais me arrependo é de ter mentido para Demi e de não ter lutado por ela como eu deveria.  — Disse aborrecido. — Eu ia te chamar para jantar em uma pizzaria comigo, Demi e Alana, mas sinceramente eu nem sei se vale a pena. — Kelly parou de rechear a torta e encarou o filho cabisbaixo. Joseph levantou-se e subiu as escadas. Por que sua mãe tinha que ser tão cabeça dura?

Kelly colocou a torta dentro do forno pré aquecido e suspirou, ela lavou a louça que havia sujado calmamente cantarolando uma música antiga que tanto gostava. Nada mudaria sua cabeça, ela só iria acreditar naquela história quando estivesse com um exame de DNA nas mãos. Ela deixou o pano de prato em cima da mesa e subiu as escadas em direção ao quarto do filho. — Eu não quero que você fique chateado comigo, eu só quero te proteger e cuidar de você, não suportaria ver você sofrendo novamente da maneira em que sofreu quando aquela garota foi embora. Eu aceito ir para a pizzaria com você conhecer a menina.

— Promete que não vai tratar Demi com indiferença? Ela também é importante para mim. — Kelly suspirou mas assentiu.

— Eu prometo tentar, mas eu quero saber melhor sobre toda essa situação, quero tentar entender o lado dela. — Joseph assentiu e fechou os olhos quando a mãe acariciou os seus cabelos, era bom ser mimado pela mãe.

Apartamento de Demi 


— Mamãe, você acha que a minha vó vai gostar de mim? — Alana perguntou para mãe que estava lhe arrumando. Ela virou-se de costas para que Demi pudesse subir o zíper do vestido rosa que a garotinha estava vestindo. 

— Claro que sim, querida. — Kelly não era tão sem coração a ponto de tratar uma criança de forma indiferente, era? Deus que a perdoasse, mas se a mãe de Joseph tratasse a sua filha mal, Demi não iria pensar duas vezes antes de respondê-la deforma mal educada na frente de toda a pizzaria. 

— Eu estou ansiosa para conhecê-la. — A pequena sorriu e entregou a escova de cabelo para a mãe pentear o seu cabelo. — Eu estava pensando e a vovó Clarice nunca mais ligou. — Alana sabia quem era seus avós maternos. Demi já havia explicado para a garotinha que seus pais moravam em outra cidade e eram médicos, a pequena já havia falado com a avó algumas vezes no telefone. 

— Ela deve estar ocupada com o hospital, pequena. — E era verdade. Seus pais não tinham tempo para nenhuma outra coisa que não fosse aquele hospital, era assim desde que ela era do tamanho de Alana. — Disse enquanto desembaraçava cuidadosamente o cabelo da filha. — Seu cabelo está muito grande, acho que está na hora de cortar as pontinhas, o que acha? — Perguntou prendendo a franja da garotinha com um lacinho rosa para não ficar atrapalhando ela. 

— Por mim tudo bem. — Deu os ombros. Demi terminou de arrumar o cabelo da filha fazendo uns cachinhos nas pontas do cabelo, ela passou perfume na pequena e a beijou carinhosamente na bochecha. — Mãe, quando eu crescer eu quero ser médica igual a vovó. — Demi sorriu imaginando qual seria a reação dos seus pais caso ouvissem isso, era tudo o que eles sempre quiseram ouvir da boca de Demi. — Mas eu quero ser médica de animais. 

— Veterinária, pequena. Esse é o nome dos médicos de animais. — Alana assentiu pensativa.

— Então é isso o que eu quero ser, veterinária. — Falou decidida. Desde pequena Alana sempre gostou dos animais, ela sempre teve curiosidade em saber mais sobre eles e adorava assistir documentários sobre animais na televisão.

— Você pode ser o que você quiser, meu amor. É só dedicar e se esforçar. — Ela jamais forçaria sua filha a ser algo que ela não queria ser. Jamais cometeria os mesmo erros que seus pais. — Eu vou tomar meu banho, qualquer coisa é só me chamar e nada de abrir a porta sem a minha permissão. — Alana assentiu e Demi foi para o seu quarto se arrumar.

Demorou cerca de uma hora e quinze minutos para que Demi ficasse pronta. Secar o cabelo, alisar o cabelo, escolher uma roupa, se maquiar, tudo isso levava tempo e ela já estava atrasada dez minutos. Assim que a mãe saiu do closet, Alana suspirou aliviada e sorriu porque a mãe estava muito bonita. Demi estava vestindo uma calça jeans apertada rasgada nos joelhos, um suéter de lã que ficava caindo nos ombros e nos pés uma bota de cano curto. A maquiagem estava leve e natural. — Querida, vamos? — Demi disse focada em mandar uma mensagem para Joseph avisando que elas estavam saindo.

— Finalmente. — Alana murmurou se levantando. Demi riu e pegou um casaquinho para a filha, já que estava noite e ventava frio. — Eu vou levar a Nena. — Avisou segurando a boneca de pano que havia ganhado de Ryan. Demi apenas assentiu e desceu as escadas sendo seguida pela filha.

O caminho até a pizzaria só não foi silencioso porque Alana cantarolava as músicas que tocavam no rádio. Demi estava focada na estrada porque estava de noite e ela ficava mais atenta na hora de dirigir. — What about us? What about all the plans that ended in disaster? — Demi cantarolou quando a música da P!nk começou a tocar no rádio. A pizzaria não era muito longe do seu apartamento, demorou cerca de dez minutos até ela chegar lá, difícil foi achar um lugar para estacionar já que era sábado e a pizzaria estava cheia.

— Mamãe, eu estou com fome. — Alana reclamou fazendo careta. Demi ajudou a garotinha descer do carro e segurou a mão dela após pegar sua bolsa.

— Você já vai comer, querida. — Disse enquanto elas caminhavam em direção a pizzaria. — Seu pai já está esperando por nós. — Avisou, ela estava um pouco nervosa e tensa porque a mãe de Joseph estaria com eles. Demi respirou fundo antes de adentrar na pizzaria, ela procurou Joseph com o olhar e o encontrou sentado em uma das mesas do fundo, ele sorriu lindamente em direção a ela, o coração chegou a bater mais forte só de ver aquele sorriso e aqueles par de olhos verdes brilhando em sua direção.

— Olha ele ali, mamãe. — Alana apontou em direção ao pai e soltou a mão da mãe para correr para os braços do pai.

— Oi minha princesa. — Joseph beijou a bochecha da filha carinhosamente. Alana sorriu e passou os bracinhos em volta do pescoço dele apertando fortemente. 

— Papai, depois que você foi embora a mamãe ficou muito brava porque a Nina fez cocô perto do sofá dela, ela gritou e disse que a Nina era uma cachorra muito safada. — Kelly observou o filho e a garotinha nos braços. A menina já chamava Joseph de pai? Aquilo era errado pois ninguém havia comprovado com um exame que Joseph realmente era o pai da menina.

— Sua mãe é um pouco estressada, mas não diga a ela que eu falei isso. — Falou baixinho no ouvido da menina. Alana riu e assentiu encarando a mãe que havia acabado de se aproximar.

— Boa noite. — Demi disse cumprimentando Joseph e Kelly. Ela olhou brevemente para a mulher loira sentada na cadeira e umedeceu os lábios sentindo o nervoso tomar conta dela.

— Mãe, a Demi você já conhece e essa mocinha aqui. — Apontou para Alana em seu colo. — É a minha filha, querida, essa é a sua avó Kelly. — Alana olhou para a mulher loira um pouco tímida e esbanjou um sorriso tímido. Kelly encarou a menina atentamente, observando cada detalhe daquela garotinha.

— É um prazer conhecê-la. — Alana disse educadamente estendendo uma das mãozinhas para apertar a mão da avó. Joseph sorriu orgulhoso da educação que Demi tinha dado para garotinha deles. Kelly olhou para a garota e apertou a mão dela.

— Olá, garota. — Kelly disse sem saber como agir. Joseph sentou ao lado da mãe com Alana em seu colo enquanto Demi estava de frente para eles e observava tudo atentamente porque se Kelly vacilasse, ela pegaria a sua filha e ia embora sem pensar duas vezes. Joseph chamou o garçom e pediu que ele servisse um copo de suco de laranja natural para todos. — Quantos anos você tem? — Kelly perguntou estrategicamente.

— Eu tenho cinco. — Alana fez cinco com as mãos e mostrou para avó. — Eu e a mamãe fazemos aniversário no mesmo dia. — Kelly assentiu com a cabeça e fitou os olhos de Demetria enquanto tentava fazer as contas em sua cabeça.

— Você descobriu que estava grávida em que mês? — Perguntou para Demi. Joseph olhou para a ex-namorada e Alana encostou a cabeça no peito do pai.

— Novembro, final de novembro. — Deu os ombros e agradeceu quando o garçom serviu o suco para eles. Demi sabia exatamente o que Kelly estava tentando fazer. — Filha, você vai querer pizza de que sabor? — Perguntou para a garotinha porque sabia que a menina estava com fome, ela havia passado o restante da tarde brincando com a cadelinha de Kim e não quis comer nada.

— De queijo. — Demi assentiu e fez o pedido assim que o garçom se aproximou. Joseph e Kelly também fizeram seus pedidos. — Vovó, você já assistiu O Mágico de Oz? — Perguntou curiosa enquanto brincava com o cabelo da sua boneca de pano. Kelly arqueou a sobrancelha ao ser chamada de vó, mas decidiu que não iria repreender a garota.

— É um filme muito bom.

— Vai ter uma peça na escola e eu vou ser a Dorothy, você gosta dela? — A mulher mais velha demorou para responder porque estava concentrada demais olhando detalhadamente para a menina, ela não podia negar que os olhos da garotinha eram iguais os de Joseph e ela lembrava ele um pouco.

— Gosto sim, mas eu prefiro o espantalho, eu acho ele mais engraçado. — Alana olhou para a sua boneca e apenas assentiu. Demi franziu o cenho não gostando do modo como a mãe de Joseph estava tratando a sua filha. Joseph também percebeu e repreendeu a mãe pelo olhar.

— Alana vem pra cá. — Seu modo protetor estava em alerta máximo. Alana saiu do colo do pai, rodeou a mesa e sentou no colo da mãe. Demi beijou a bochecha da filha carinhosamente e abraçou pelos ombros.

— Você vai ser a Dorothy mais linda que eu já vi em toda minha vida, minha princesa. — Joseph sorriu para a filha. Ele estava começando a se arrepender de trazido sua mãe, ela estava estragando tudo.

— Você vai ir me ver, papai?

— Claro que sim, eu e a sua mãe estaremos na primeira filha torcendo por você. — Alana sorriu animada e bocejou logo em seguida. Havia passado o dia brincando com Joseph e Nina, ela estava começando a ficar cansada, a pequena encostou a cabeça no peito da mãe e inalou o cheiro tão familiar profundamente.

— Você gosta de cachorro? — Alana perguntou mais uma vez tentando puxar assunto com a avó. Kelly sorriu pela primeira vez para a garota e assentiu com a cabeça. — Eu queria muito ter um cachorrinho mas a minha mãe disse que só posso ter um quando eu crescer mais, hoje eu falei para ela que quando eu crescer eu quero ser médica de cachorro. — Demi e Joe se entreolharam e sorriram.

— Você tem que se esforçar muito, eu sou enfermeira sabia?

— Que legal! Teve um dia a mamãe foi para o hospital e uma enfermeira ficou cuidando dela, você sabia que quando não é natal o papai noel trabalha como médico? — Disse lembrando do dia em que Demi havia ido para o hospital e ela viu o médico que parecia um papai noel. — Mas ele disse que é segredo, não conta pra ninguém. — Kelly riu encantada com o jeitinho da menina.

— Sua mãe foi para o hospital? — Perguntou curiosa olhando para a Demi.

— Sim, ela foi, conta pra ela, mamãe.

— Eu desenvolvi pressão alta quando eu engravidei, desde então tem algumas coisas que eu preciso evitar, uns dias atrás uma situação fugiu do meu controle e eu acabei passando mal. — Deu os ombros e agradeceu mentalmente quando o garçom se aproximou trazendo as pizzas. Alana foi a única que conseguiu manter uma conversa na mesa, Kelly estava se deixando levar pelo jeitinho encantador da menina, as duas conversavam animadamente e o jeitinho de Alana lembrava muito de Joseph quando era pequeno.

— Joseph era um verdadeiro traquina, ele aprontava muito, mas era encantador como você. Uma vez eu fui chamada na escola porque ele colocou cola na cadeira da professora, ele disse que era para a professora ficar colada na cadeira para não passar mais lição, ele era terrível. — Alana riu e bebericou seu suco. Demi olhou para Joseph imaginando como ele deveria ser fofo quando era pequeno e foi impossível não sorrir.

— Mamãe, eu posso ir brincar ali? — Alana perguntou apontando para uma parte da pizzaria que havia um pequeno playground. Joseph havia escolhido aquela pizzaria exatamente por isso, Demi assentiu e prendeu o cabelo da filha em um coque improvisado.

— Eu levo ela lá. — Demi não disse nada, apenas observou a filha segurar a mão do pai e eles caminharam juntos até o playground.

— Meu filho está muito apegado a essa menina. — Kelly disse encarando Demi seriamente. Demi apenas assentiu e encarou a mulher da mesma forma, ela não iria se intimidar. — Eu não quero você me leve a mal, mas não foi feito um teste de DNA para comprovar a paternidade e se ele não for o pai dela? Você já pensou em como ele e a garota vão ficar?

— Eu não sei se você sabe, mas quem ficou com duas ao mesmo tempo foi o seu filho, não eu. Quando eu estava com Joseph, eu estava apenas com ele. Se você quer um teste de DNA para comprovar, tudo bem, nós fazemos o teste, eu não tenho nada a temer.

— Podemos fazer o teste essa semana?

— Como você quiser. — Sustentou o olhar de Kelly. Ela não tinha nada para esconder, se Kelly fazia tanta questão do exame, ela faria e iria adorar ver a cara de Kelly quando visse o resultado do teste. Demi mordeu um pedaço da sua pizza e observou a filha brincar no escorregador.

— Você sente algo pelo meu filho? — Demi olhou para ela com os olhos cerrados e negou com a cabeça.

— Seu filho me machucou, Kelly. Eu teria que ser muito idiota para continuar sentindo algo por ele. — Dizer aquelas palavras em voz alta teve um efeito. O coração acelerou e elas se sentiu uma idiota por ficar imaginando como seria se eles fossem uma família, ela se sentiu uma idiota por ficar imaginando como seria beijá-lo. Ela era uma idiota.


Chicago.
Casa dos pais da Demi 

George adentrou em casa e retirou os sapatos sociais. Ele desfez o nó da gravata e cumprimentou Sandra com um breve boa noite, ele estava em uma reunião com Bruce e se sentia exausto. George subiu diretamente para o quarto e sorriu ao encontrar a mulher deitada na cama com o notebook no colo. — Boa noite, amor. — Ele se aproximou e beijou brevemente os lábios da mulher. Clarice sorriu e se sentou na cama. — Como você está? — Perguntou se desfazendo do paletó e abrindo os botões da camisa social.

— Eu estou bem. — O que era aquele sorriso feliz nos lábios da mulher? George franziu o cenho e observou a esposa atentamente. — Eu tenho uma novidade. — Ela não conseguia esconder a felicidade. — Ela deixou o notebook de lado e puxou o marido para sentar-se na cama. 

— Você está começando a me assustar. — Brincou fazendo Clarice rir e dar um tapinha na barriga do marido. 

— Eu comprei nossas passagens para Los Angeles, no próximo final de semana nós vamos ver nossa filha e nossa netinha. — Ela não conseguia esconder a felicidade, estava tantos anos sem ver sua filha que a saudade falava sempre mais alto, ela estava ansiosa e animada. 

— Querida, você não acha que está um pouco em cima da hora? Eu tenho algumas coisas no hospital para resolver e... 

— Não, você sempre coloca o hospital acima de tudo, antes eu entendia, tudo o que você queria era se tornar o presidente mas isso passou, você não conseguiu e precisa se conformar com isso. Nós fizemos tudo pelo hospital e infelizmente o nosso esforço não foi recompensado, você não acha que está na hora de deixar o hospital de lado e começar a tentar arrumar a bagunça que nós fizemos na vida da nossa filha? 

— Eu não fiz nenhuma bagunça na vida de Demetria, quem bagunçou tudo foi ela quando resolveu passar por cima da nossa ordem e se relacionar com aquele moleque. 

— George, isso é passado. Eles nem devem ter contato mais, nós vamos visitar a nossa filha e você nem ouse dizer o contrário. 

— Você não vai nem avisar que nós estamos indo? 

— Não, eu quero fazer uma surpresa. — Sorriu animada. — Nosso voo saiu no próximo sábado, às nove da manhã. Eu reservei um hotel perto do apartamento da nossa filha, para ficar mais fácil. 

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meu deus como eu estava com saudades de postar para vocês. 
como vocês estão meus amores? eu estou bem e muito feliz por estar de volta, depois de todo sufoco eu voltei para valer. eu sinto muito pela demora, mas eu estava com um bloqueio terrível, perdi a conta das vezes que eu reescrevi esse capítulo, espero de coração que vocês gostem.
eu vou responder todos os comentários assim que tiver um tempinho, ok? muito obrigada pela paciência que vocês tiveram em aguardar o capítulo, volto assim que o próximo estiver pronto.
me digam nos comentários o que vocês acharam do capítulo. | a pegação entre demetria e joseph está bem perto de acontecer, vai sair fogo por todos os cômodos da casa, rs.  


11 comentários:

  1. VC DE VOLTA.
    SURTANDO COMO assim pegação quero no próximo tomara q o encontro com o wilmer de errado e ela volta pro Joseph please posta logo .

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    1. sim, eu voltei e nem o bloqueio conseguiu me parar
      vai ter pegação sim e demi com gostinho de quero mais haha
      o encontro com wilmer vai dar certo mas não vai ser do jeito que ela pensou
      vou postar em breve, bjs

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  2. Aaaaaaaaa vc voltou!!!
    Amo essa fic...
    Quero Jemi se pegando kkk


    Posta Logo!

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    1. SIM EU VOLTEI!
      fico muito feliz em saber disso, de verdade
      o beijo finalmente vem jdjdjs
      vou postar em breve

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  3. EU SENTI O IMPACTO
    Mano eu não sei bem o que dizer
    Eu to muito apaixonada pelo Joe com a Alana, ja quero Demi contando pro Joseph como foi tudo sem ele, cheio de flashbacks. E sobre a mãe do Joe, nunca gostei dela.
    Mano posta duas vezes na semana pra compensar o mês sem capitulo. Eu preciso saber o que vai acontecer
    Posta logooo
    Bjo

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    1. eles dois são muito amorzinhos, vai ter vários momentos entre os dois deixando a demi de cabelo em pé, esse momento da demi contando para o joe como foi tudo sem ele vai chegar e vai ser um momento muito lindo
      a mãe do joe é uma verdadeira stone cold mas ela vai baixar a guarda
      eu queria muuuiito postar duas vezes na semana mas está difícil, a faculdade toma meu tempo e o bloqueio tentou me pegar
      vou postar em breve, beijos

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  4. Nova leitora. Estou amando essa história, Deus abençoe sua criatividade, pq suas histórias são tops❤️

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    1. oi, seja bem vinda ♡
      que bom que está gostando e eu fico muito feliz de saber disso, muito obrigada e eu espero que goste do meu cantinho ♡

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  5. Cadê vc?posta logo ou eu vou ter um ataque cardíaco

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