29/01/2018

20. Lost Fight

não revisei, perdoem qualquer erro de digitação. 
boa leitura, beijos.

O dia havia sido resumido em fugir de Joseph. O fato da maioria dos trabalhos terem sido realizados fora da empresa ajudou bastante para que eles não se encontrassem. Agora faltava apenas dez minutos para que o seu turno acabasse. Demi jogou as bolinhas de papel na lata de lixo ao lado da sua mesinha, tirou o carregador do celular da tomada e guardou dentro da sua bolsa, ela respondeu brevemente as mensagens pendentes e abaixou-se para calçar suas sandálias já que ela tinha mania nada elegante de andar descalça pela sua sala. Ao ouvir as batidas na porta, ela desprendeu o cabelo do coque alto e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Entra. — A porta foi aberta e Wilmer adentrou na sala, ele não estava vestindo roupas sociais como de costume, ele vestia jeans, botas e uma camiseta cinza que moldava seus músculos perfeitamente. 

— Ei. — Wilmer sorriu e se aproximou para sentar na cadeira disponível, que ficava de frente à mesa de Demi. — Como você está? — Demi fechou a tampa do notebook e encarou os olhos escuros. Ela estava uma verdadeira bagunça de sentimentos e não sabia como organizá-los. 

— Eu estou bem, foi apenas um susto. O médico passou algumas recomendações que eu preciso seguir se eu não quiser morrer de um ataque cardíaco. — Brincou tentando aliviar toda a tensão que apenas ela sentia. Wilmer sorriu e acomodou-se melhor na cadeira, apoiando os braços em cima da mesa de vidro.

— Você não acha que está muito nova para ter esse tipo de problema? — Arqueou a sobrancelha.

— Eu desenvolvi pressão alta quando estava grávida, cheguei à ficar internada para conseguir controlar a minha pressão. — Deus os ombros. — Hoje eu sei me controlar, sei até onde eu posso chegar, o que eu posso ou não comer. 

— O que aconteceu ontem aqui quase te matou, Demi. — Ele disse sério porque estava preocupado com ela. Demi desviou o olhar e encarou um ponto qualquer da sala, sabia que Wilmer iria tocar naquele assunto, ele estava confuso e merecia uma explicação. — Eu sei que isso não é da minha conta e vou entender se você não quiser falar sobre isso, eu só fiquei muito confuso, eu nem sabia que vocês se conheciam e de repente ele é o pai da sua filha. Eu me preocupo com você. 

— Eu conheci Joseph com dezessete anos, nossos pais trabalham no mesmo hospital e eram rivais um do outro, acho que por isso a minha relação com ele não foi aceita pela minha família. Eu continuei com ele mesmo com todos os protestos e ameaças do meu pai, acabou que eu engravidei e quando fui contar à ele, eu vi o desgraçado pedindo outra mulher em casamento. — Disse como se aquilo não lhe machucasse mas ainda doía pensar em Joseph ajoelhado dizendo lindas palavras à Sophie, como se ela fosse a única garota que existisse no mundo. — Eu contei para os meus pais que estava grávida e acabei sendo expulsa de casa. Passei alguns meses no Texas e depois vim para Los Angeles. Joseph não sabia que eu tinha uma filha porque eu não tive oportunidade de contar, os anos passaram e eu me acostumei com a ideia de criar a minha filha sozinha. 

— Agora eu consigo entender melhor toda aquela história no jantar e o seu desconforto sempre que ele está por perto. — Demi sorriu sem graça e suspirou. — O desconforto entre vocês era visível, Demi. 

— Eu queria que nada disso estivesse acontecendo mas infelizmente é algo que eu não posso controlar, a última coisa que eu esperava na vida era que Joseph fosse sobrinho do dono da empresa em que eu trabalho.

— A vida tem dessas. — Wilmer disse com um sorriso conformado e Demi assentiu. — Ele ficou transtornado quando soube e faltou chorar quando você desmaiou. 

— Qualquer um ficaria assim ao descobrir que engravidou uma menina de dezessete anos. — Deu os ombros tentando se convencer de que aquilo não lhe importava nenhum pouquinho. 

— Vocês vão ter que conversar uma hora ou outra, vocês trabalham na mesma empresa e vai ficar difícil a convivência de vocês dois com essa situação pendente entre vocês. — Ele disse amigavelmente colocando sua mão sobre a mão de Demi. Ele apertou um pouco numa tentativa de passar confiança para ela e depositou um breve beijinho. — Você sabe que pode contar comigo, não sabe?

— Eu sei. — Demi disse fitando suas mãos sentindo seu coração bater acelerado em seu peito. — Eu só quero estar preparada emocionalmente para essa conversa porque eu sei que depois de conversar com ele, eu vou ter que deixá-lo entrar na minha vida de alguma maneira. — Depois que conversasse com Joseph, ela sabia que teria que deixá-lo participar da vida de Alana, porque se Joseph fosse para a justiça, ela seria obrigada à deixá-lo ver Alana. 

— Faça as coisas no seu tempo, Demi. — Wilmer sorriu fazendo Demi sorrir também. Ela gostava das sensações que ele lhe causava, era bom de sentir e não era algo forçado, era natural. — Eu já tomei muito o seu tempo, aposto que você quer ir para casa descansar. — Demi riu e assentiu acompanhando Wilmer até a porta. — Aceita jantar comigo no sábado? — Perguntou antes de Demi abrir a porta. Ela mordeu o lábio inferior e assentiu sem desviar o olhar, não tinha nada à perder. Wilmer sorriu e se aproximou para beijá-la na testa. — Certo, até amanhã, Demi. — Quando Wilmer abriu a porta, ele deu de cara com Joseph. Eles se encararam até Joseph desviar o olhar para encarar Demi. — Pega leve com ela, cara. — Falou dando dois tapinhas no ombro de Joe que apenas assentiu sem desviar o olhar de Demi. — Qualquer coisa eu estou na sala do lado. — Demi assentiu e Joseph adentrou na sala fechando a porta. 

— Precisamos conversar. — Não tinha para onde fugir. Eram apenas os dois, face à face, olho no olho. 

— Sobre? 

— Não se faça de desentendida, Demetria. Você sabe muito bem sobre o que nós precisamos conversar. 

— Eu não vou conversar sobre nenhum assunto pessoal com você no meu local de trabalho, é antiético. — Joseph riu irônico e Demi cerrou os dentes tentada em voar em cima dele. 

— E beijar o seu supervisor no local de trabalho não é antiético, Demetria? Reveja o seus conceitos, querida. — Aquele sorriso irônico nos lábios dele era tão irritante, céus. 

— A minha vida pessoal não é da sua conta, Joseph. — Demi disse apontando o dedo na cara dele, ela conseguia sentir seu sangue fervendo nas veias e se Joseph continuasse com aquele sorriso cínico nos lábios, ela não iria se controlar.

— Eu não estou interessado na sua vida pessoal, Demetria. Eu só quero saber porque diabos eu tenho uma filha de cinco anos de idade e nunca soube disso. Eu quero fazer parte da vida da minha filha, eu quero que ela saiba que tem um pai e que eu sou o pai dela. Eu não vou deixar você tirar isso de mim.

— Alana não é sua filha, Joseph. Não se refira à ela desse jeito, ela é minha filha, apenas minha. Eu aguentei o preconceito por engravidar com dezessete anos e estar sozinha, eu criei a minha filha sozinha, sem ajuda de homem nenhum, eu acordei às quatro da manhã quando ela estava chorando com medo do bicho que ela insistia que tinha dentro do guarda-roupa dela. Você foi apenas o homem que enfiou o pênis no meio das minhas pernas, apenas isso. 

— Eu não estava lá em todos esses momentos porque você não deixou, porque você escondeu a gravidez de mim, não aja como se eu fosse o culpado. Ah querida, você gemeu alto o meu nome enquanto eu enfiava meu pênis no meio das suas pernas. — Disse irritado e sem paciência, aquela mulher era capaz de tirar toda a sua sanidade. 

— Você sempre foi um filho da puta egoísta, eu tenho certeza que você não aceitaria um filho, você estava noivo de outra mulher, uma gravidez indesejada só estragaria seus malditos planos. Eu não confio em você, Joseph.

— Eu poderia estar noivo da princesa da Inglaterra mas eu jamais negaria um filho, Demetria. 

— Me poupe desse seu discurso idiota. — Demi caminhou até sua mesa e pegou sua bolsa. — Eu tenho mais o que fazer do que ficar ouvindo essas porcarias que sai da sua boca. 

— Foge, Demetria. Você é ótima em fugir, não é mesmo? Eu quero conversar civilizadamente com você, como dois adultos que eu acredito que somos, mas se você não der o braço à torcer, eu vou ter que ir até a justiça exigir meu direito como pai, não se surpreenda quando for intimada. — Demi o encarou e deu as costas caminhando para longe porque tinha certeza de que se ficasse ali, ela o atacaria com socos e tapas. Joseph bufou irritado e deu um soco na mesa. Sabia que não seria fácil mas também não imaginou que seria tão difícil. Ele saiu da sala rapidamente e desceu os degraus das escadas, ela não iria fugir, não dessa vez. Assim que ele chegou ao estacionamento, ele afrouxou a gravata social respirando ofegante e sorriu ao ver Demi conversando com um dos seguranças, seu carro estava estacionado ao lado do carro dela e aquilo não era nenhuma coincidência. 

— Uma hora ou outra nós vamos ter que conversar, Demetria. — Joseph disse desativando o alarme do seu carro. Demi olhou para ele e abriu a porta do carro agradecendo mentalmente por estar com óculos de sol, ela guardou a bolsa no banco do passageiro, adentrou no carro, fechou a porta e abaixou o vidro. 

— Amanhã. No horário de almoço, apenas eu e você, no restaurante Bestia em Downtown. — Foi tudo o que Demi disse antes de dar partida. Era melhor acabar com aquilo de uma vez por todas! 

The Lumineers tocava em um volume moderado no rádio. O trânsito aquele horário da tarde estava caótico e por isso demorou quase trinta minutos num trajeto que normalmente demorava quinze minutos. Durante o percurso da empresa até seu condomínio, Demi deixou lágrimas de frustração descer livremente pelas bochechas. Odiava aquele sentimento de impotência, estava em uma sinuca de bico e não podia fazer nada para mudar toda aquela situação, lutar contra Joseph seria como nadar e morrer na beira da praia. Ela estacionou o carro na sua vaga de sempre e adentrou no elevador, apertou o número do seu andar e esperou pacientemente enquanto o elevador subia. Assim que as portas se abriram, ela caminhou até o apartamento de Kris e tocou a campainha. 

— Mamãe, você não vai acreditar! — Alana disse animadamente assim que abriu a porta apartamento da avó e deu de cara com a mãe. — A vovó Kim ganhou um cachorrinho. — O sorriso no rosto da menina era enorme. Demi riu e abriu os braços para receber seu abraço e seu beijo. — O nome dela é Nina, ela é tão fofinha. — Alana passou os bracinhos ao redor do pescoço da mãe e beijou-lhe na bochecha. Aquela era a melhor parte do seu dia, ter sua filha em seus braços. 

— Eu aposto que ela é, aonde está a sua avó? — Perguntou enchendo as bochechas da menina de beijinhos. Alana apontou em direção à cozinha e Demi foi até lá com a garota nos braços. — Olha só, mamãe, essa é a Nina, Nina essa é a minha mãe. — Demi sorriu e fez carinho no filho de pug. A cachorrinha era pequena e tinha os pelos caramelizados. 

— Oi, querida. — Kim sorriu e secou as mãos no pano de prato após checar a torta de frango no forno. — Como você está, meu anjo? — Perguntou se aproximando dando um beijo na testa de Demi que fechou os olhos e sorriu apreciando o carinho, ela adorava receber carinho de Kim porque supria toda a falta que ela sentia da sua mãe. 

— Eu estou bem. — Sorriu e encarou a filha que estava sentada no chão num canto da cozinha acariciando a cachorrinha balançava o rabinho e brincava tentando morder os dedinhos da garotinha. — Ela sempre gostou de bichinhos, desde pequena. — Demi sorriu lembrando de todas as vezes que Alana pediu para que elas criassem um cachorrinho, Alana gostava muito dos animais. 

— As duas não se desgrudam desde que Alana chegou da escola, eu ganhei ela do Peter. — Sorriu apaixonada fazendo Demi arquear a sobrancelha. — Nós estamos ficando sério e estou até pensando em fazer um almoço no final de semana para apresentá-lo para vocês, Kristen o conheceu ontem e eles se deram muito bem e inclusive tem o mesmo amor pela fotografia. — O sorriso que Demi abriu foi enorme, ela ficava tão feliz  e animada quando via Kristen ou Kim feliz. 

— Eu fico muito feliz por você e estou animada para conhecer o mais novo vovô de Alana. — Brincou. 

— Mamãe, podemos adotar um cachorrinho? — Os olhos da menina chegavam à brilhar. Demi mordeu o lábio inferior e prendeu o cabelo em um coque alto. Los Angeles era quente e o forno ligado só ajudava à deixar a cozinha ainda mais abafada.

— Já conversamos sobre isso, filha. Só quando você crescer mais. 

— Eu quero um cachorro bem grande, igual o do Joe. — Demi bufou baixinho e revirou os olhos. Ultimamente cinquenta por cento do que Alana dizia era sobre Joseph, ela não estava acostumada e demoraria um tempo até se acostumar com Alana falando sobre Joe. Demi se perguntava como Alana iria reagir quando soubesse que Joseph era o seu pai. 

— Como foi o trabalho hoje, querida? 

— Foi tranquilo, a maior parte do trabalho foi fora da empresa, nós fomos checar o andamento dos projetos que demos início, verificar se estava tudo andando de maneira correta, coisas assim... — Deu os ombros e puxou um banquinho para sentar-se. 

— Boa tarde, família linda! — Kristen disse adentrando na cozinha. Ela largou sua bolsa num canto qualquer e cumprimentou Demi com um breve beijinho na bochecha, ela abraçou a mãe e sorriu quando Alana pulou em seu colo. — Vejo que essa pequena já conheceu o mais novo membro da família. — Disse dando um beijinho no pescoço de Alana fazendo a garotar rir e se contorcer.

— As duas já são melhores amigas. — Kim disse retirando a torta de frango do forno. O cheiro tomou conta do apartamento e fez com que Demi sentisse a sua barriga roncar. 

— Como foi na empresa hoje? Vocês conversaram? — Kristen perguntou curiosa e puxou um banquinho para sentar ao lado da melhor amiga. Ela retirou o all star que estava calçando e se acomodou melhor no banquinho. 

— O dia foi resumido em visitar obras, ele veio falar comigo quando eu já estava saindo da empresa, cobrou uma explicação e disse que se eu não ceder, vai recorrer à justiça. Marquei com ele amanhã, vou acabar com isso de uma vez por todas, essa situação é demais pra mim. — Demi suspirou e deu uma mordida na torta de frango que Kim serviu para ela e Kristen. 

— Mas você vai ceder tão facilmente? — Kim perguntou ajudando Alana lavar as mãos para comer da torta. 

— Eu não tenho opção, Kim. Se eu não ceder por livre e espontânea vontade, um juiz vai bater na minha porta, eu estou contra parede, não há nada que eu possa fazer. — Deu os ombros conformada com aquela situação. Ela teria que ceder à Joseph, não tinha outra opção e ela não queria levar àquele caso ao tribunal porque tinha certeza que perderia. Alana sentou no colo da mãe e mordeu um pedaço da torta. 

— Eu acho que poderíamos torturá-lo até ele prometer que vai deixar vocês em paz. — Kristen deu os ombros fazendo Kim rir alto. 

— Tudo acontece por algum motivo, Demi. Talvez você não entenda hoje e até se julgue por tudo o que está acontecendo mas lá na frente você vai entender que tudo isso tinha que acontecer por uma razão maior. — Kim sorriu e apertou a mão de Demi fazendo ela sorrir e agradecer mentalmente por ter aquelas duas mulheres em sua vida. Demi e Alana ficaram longos minutos no apartamento de Kim conversando sobre coisas aleatórias. 

— Como foi o passeio, meu amor? — Demi perguntou para a filha assim que elas adentraram no apartamento. Ela retirou os saltos e caminhou até a cozinha para separar os ingredientes que usaria para preparar o jantar. 

— Foi muito legal, eu vi as girafas e elas são enormes mesmo, mamãe. — Alana disse sentando no sofá para retirar seus tênis. — Eu vi os macacos e dei banana pra eles, os ursos estavam dormindo e um elefante espirrou água em mim. — Demi riu ao ouvir a risada contagiosa da filha. Não tinha nada mais gratificante para uma mãe do que ver um sorriso estampado no rosto de um filho. — Eu me diverti muito.

— Eu aposto que sim. — Apontou para a camiseta branca da menina que estava toda suja de terra. Alana riu e retirou a camiseta. — Já para o banho, mocinha. Eu já subo para lavar seu cabelo. — Alana assentiu e subiu as escadas correndo. Após separar tudo o que usaria para o jantar, Demi pegou a roupa suja da filha espalhada pela sala e levou até a lavanderia, subiu as escadas e adentrou em seu quarto, ela retirou sua roupa de trabalho e vestiu um vestido soltinho. Quando foi para o quarto da filha, Alana já estava no banheiro esperando por ela. 

— Amanhã começa os ensaios para a peça, você vai me ajudar à ensaiar, mamãe? 

— Claro que sim, bebê. — Demi disse ligando o chuveiro. Ela molhou o cabelo da filha e colocou um pouco de shampoo nas mãos. — No final de semana nós podemos ir atrás da sua fantasia. — Falou enquanto massageava o couro cabeludo da menina com a ponta dos dedos.

 — A Júlia pode dormir aqui amanhã? — Alana alcançou o sabonete e começou à se ensaboar. 

— Já conversamos sobre isso e você sabe que só pode trazer amiguinhas para dormir aqui nos finais de semana. 

— Então na sexta? — Perguntou fechando os olhos quando Demi começou a retirar a espuma dos seus cabelos. Demetria alcançou o condicionador e passou nas pontas do cabelo da filha para finalizar o banho.

— Se você fizer por merecer. — Demi alcançou a toalha e desligou o chuveiro. Ela secou a filha e a pegou no colo caminhando de volta para o quarto. Demi colocou Alana em cima da cama e foi até o guarda-roupa procurar o pijama da menina. — Eu vou para faculdade e a tia Kris vem ficar com você, o.k? — Alana assentiu já acostumada. Assim que terminou de trocar e pentear o cabelo da filha, Demi desceu para preparar o jantar enquanto Alana estava na sala brincando de boneca e assistindo televisão.

***

A Place With No Name do Michael Jackson tocava em um volume razoável. As pessoas estavam sentada em volta das mesas espalhadas pelo bar e conversavam animadamente. Selena sorriu e caminhou até um dos banquinhos que ficavam de frente ao balcão, ela queria aproveitar seus últimos dias em LA. — Uma cerveja, por favor. — Pediu e checou as mensagens do celular. Ela riu ao ler a mensagem de Joseph pedindo para que ela tomasse cuidado e entrasse em contato caso precisasse, ele era tão preocupado. Selena respondeu a mensagem com apenas um "o.k", ela deu um gole gelado em sua cerveja gelada e sorriu para o homem bonito que lhe encarava. Três cervejas e dois shots de vodka foram o suficiente para Selena dar altas risadas ao lado do homem bonito que passou boa parte da noite ao seu lado. 

Demi estava sentada em uma das mesas junto com seus colegas da faculdade, ela havia sido liberada mais cedo da faculdade e cedeu aos pedidos dos amigos para ir até o pub. Demi bebericou seu suco natural de morango e observou Selena esquivar-se do toque de um cara. Seus sentindo estavam ativos e ela não entendia o porquê de sua atenção estar toda em Selena. Quando Selena recusou os beijos do homem e ele continuou tentando, Demi soube que Selena não estava confortável com a situação e o pior era que ninguém que estava no pub parecia perceber. 

— Luke, eu preciso da sua ajuda. — Demi disse baixinho para seu colega de faculdade que estava sentado ao seu lado na mesa. Ele franziu o cenho e a encarou. — Preciso que você ajude aquela garota. — Apontou discretamente. Luke assentiu prontamente e eles se levantaram juntos sendo motivo de piadas entre os amigos porque os dois já haviam ficado. Demi se aproximou de Selena junto com Luke que passou um dos seus braços ao redor do ombro da morena e encarou o homem que tinha a mão na coxa nua de Selena. 

— Ela está acompanhada, babaca. — Luke encarou o homem que apenas se desculpou e saiu. Selena encarou Demi e sorriu arqueando uma das sobrancelhas. 

— Eu acho que eu estou vendo o amor do meu melhor amigo na minha frente. — Selena disse completamente bêbada e logo em seguida gargalhou encarando Demi como se estivesse vendo uma assombração.

— Você conhece ela? — Luke perguntou confuso e Demi apenas assentiu dando os ombros. 

— Selena, você está bem? — Perguntou preocupada. — Você está sozinha? — Demi não conseguia o motivo de tanta preocupação, Selena era adulta e sabia o que estava fazendo, ela não deveria ficar tão preocupada, deveria? 

— Eu acho que... que sim. — Soluçou e gargalhou alto, ela estava completamente bêbada! Luke riu baixinho da situação da garota e encarou Demi que estava séria encarando Selena. — Eu tinha planos de tran... transar hoje mas aqui só tem babacas. — Murmurou com desgosto e bebeu o resto da vodka que estava em seu copo. 

— Eu preciso levá-la para casa, você pode me ajudar a colocá-la no carro? — Luke assentiu prontamente e segurou o braço de Selena quando ela tentou ficar de pé e acabou cambaleando para os lados. — Nós vamos te levar para casa, tudo bem? — Selena não disse nada, apenas murmurou algo inaudível e cambaleou para trás novamente. Demi e Luke ajudaram Selena à caminhar até o local aonde o carro de Demi estava estacionado, Demi finalmente desativou o alarme do carro e Luke a colocou no banco do carona, passando o cinto de segurança ao redor do corpo dela. 

Demi se despediu de Luke com um beijo na bochecha e um breve abraço, ela agradeceu pela ajuda e adentrou no carro. Como faria para chegar ao endereço de Joseph se ela não tinha a mínima ideia de onde ele morava? — Você pode me dizer o nome da rua do Joseph? — Selena a encarou como se ela estivesse falando outro idioma. Que situação! Demi respirou fundo e encaixou o cinto de segurança. 

— O Joe ainda gosta muito de você, sabia? Mesmo depois de todo esse tempo ele ainda nutri sentimentos por você, até mesmo quando estava casado com Sophie. — Não escute conversa de uma bêbada. Demi repetia mentalmente, mas isso não impediu o coração de acelerar no peito e ela teve que abrir a janela do carro porque o calor que começou à sentir repentinamente começou à incomodá-la. — Vocês podiam parar de ser cabeça dura e voltar à ficar juntos, vocês dariam irmãozinhos à Alana, vocês fazem filhos muito bonitos, sabia? — Selena riu e Demi revirou os olhos.

— Seu amigo é um idiota e eu preciso do endereço dele. 

— Ele realmente é um idiota mas um idiota muito gente boa. Ele mudou, Demi. — Demi bufou baixinho, o que ela deveria fazer? Encarando o celular, uma lâmpada pareceu acender em sua cabeça. Ela pegou o aparelho e ligou para Bella, rezando mentalmente para que ela atendesse o telefone. 

— O Justin foi embora, ele me abandonou quando desco... cobriu que eu estava grávida. — Do que diabos Selena estava falando? Demi respirou aliviada quando ouviu a voz sonolenta de Bella do outro lado da linha. Bella era sua única salvação.

— Eu sinto muito estar te incomodando à essa hora mas eu preciso de um favor urgente seu. — Demi disse assim que Bella atendeu o celular e encarou Selena que cantarolava uma música impossível de ser identificada já que a sua fala estava embolada. 

— Foi bom você ter ligado, eu tenho uma prova amanhã e estava dormindo em cima dos livros mas no que posso ser útil? 

— Eu preciso do endereço da casa do Joseph.

— Da última vez que eu passei o endereço da casa de alguém deu merda. — Disse receosa.

— É urgente, eu estou com a melhor amiga dele bêbada no meu carro e preciso deixá-la em casa. — Por que diabos Selena não conseguia ficar muda? Agora ela estava chorando gritando como ela odiava os homens. 

— O negócio ai parece ser sério mesmo. — Bella disse ao ouvir os gritos de Selena. — Eu vou procurar aqui no meu computador e já te mando por mensagem. — Demi agradeceu e finalizou a chamada. Ela ligou o carro e encarou Selena adormecida no banco de trás, ela riu baixinho e deu partida, Selena bêbada era uma verdadeira comédia. A mensagem de Bella chegou e ela mordeu o lábio inferior ao ver que Joseph morava apenas à quinze minutos do seu condomínio. 

Como faria para subir com Selena? Demi se perguntou assim que estacionou o carro em frente ao condomínio, ela suspirou e se desfez do cinto de segurança. Demi atravessou a rua e se aproximou do porteiro. — Boa noite, eu preciso falar com Joseph Jonas. A amiga dele está bêbada dentro do meu carro e eu preciso de ajuda. 

— O interfone do apartamento do Sr. Jonas quebrou e ainda não foi concertado mas se a senhorita quiser, eu posso ajudá-la. 

— Eu ficaria muito agradecida. — O porteiro sorriu de maneira simpática e lhe acompanhou até o carro. Demi abriu a porta do passageiro e o porteiro pegou Selena no colo, que nem se mexeu. Demi pegou a bolsa de Selena, fechou a porta, ativou o alarme de segurança do carro e acompanhou o porteiro até o elevador do condomínio, ela só iria embora quando visse ele entregar Selena nos braços de Joseph, era uma questão de segurança. As portas do elevador se abriram no andar em que Joseph morava e ela apertou a campainha assim que o porteiro indicou o apartamento. 

Quando a porta abriu, o olhar de Demi foi diretamente para o peitoral nu de Joseph, por que diabos ele tinha que abrir a porta vestindo apenas uma maldita calça de moletom? — Demi? — Ela ergueu o olhar para encará-lo e umedeceu os lábios. — O que você está fazendo aqui? — Perguntou confuso. — O que aconteceu? — Perguntou ao notar o porteiro com Selena nos braços do porteiro. 

— Dá pra você parar de fazer perguntas e ajudar? — Joe se aproximou e pegou Selena no colo. Demi agradeceu ao porteiro e adentrou no apartamento para colocar a bolsa de Selena em cima da mesinha de centro. O vídeo-game estava pausado no jogo do Mario Bros, havia uma caixa pequena com rosquinhas e uma xícara de café, o notebook estava em cima da mesinha de centro ao lado de algumas revistas de engenharia, até que o apartamento dele era organizado para um homem que morava sozinho. — Nós estávamos no mesmo pub e tinha um homem querendo se aproveitar dela, então eu achei melhor trazê-la para casa. Sabe-se lá o que poderia ter acontecido. 

— Eu pedi para ela me mandar mensagem caso estivesse acontecendo algo de errado. — Murmurou enquanto encarava a melhor amiga, ele conhecia Selena como a palma de sua mão e sabia que no dia seguinte ela não se lembraria de nada. — Obrigado por ajudá-la, Demi. — Disse encarando-a. Demi colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha enquanto encarava os olhos esverdeados, instantaneamente ela apertou com força as chaves do carro que estava em sua mão. — Como Alana está? 

— Ela está bem. — Se limitou à dizer. — Café preto sem açúcar é um bom remédio para ressaca. Bom, eu preciso ir para casa, Alana está esperando por mim. 

— Eu te acompanho até lá em baixo. 

— Não precisa, eu sei muito bem o caminho. — Joe bufou baixinho e revirou os olhos. 

— Eu não sou um monstro, Demetria. Eu não vou te morder, não precisa ficar tão receosa sempre que estamos no mesmo lugar. — Ele havia sido um filho da puta com ela, agiu como o maior cafajeste que existia mas ele havia mudado e queria provar que era uma boa pessoa e que seria um bom pai para Alana. 

— Você destruiu toda a confiança que eu tinha em você, então não me cobre algo que você não tem direito, Jonas. Eu não confio em você e se você está pensando que eu vou entregar Alana de mão beijada pra você, está muito enganado, Joseph. Você vai ter que ralar muito essa sua bunda pra conseguir a minha confiança, então não me julgue por nunca baixar a minha guarda quando se trata de você. 

— No momento em que Alana souber que eu sou o pai dela e acredite alguma hora ela vai saber porque se você não contar, eu vou contar, e no momento em que ela souber a verdade, nós vamos ter que conviver juntos, você gostando ou não, vamos ter que ter uma relação amigável pelo bem estar da nossa filha, então é melhor você ir se acostumando com a ideia, Demetria, porque eu não vou desistir da minha filha só porque você quer. 

— Vai pro inferno, Joseph. — Demi disse e saiu do apartamento batendo a porta com força. Ela chamou o elevador e respirou fundo tentando controlar sua raiva, Joseph lhe tirava do sério com toda aquela insistência, por que ele não ia viver a vida dele e deixava ela e sua filha em paz?

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eu ia continuar mas não quis demorar mais para postar. 
sinto muito pela demora meninas mas eu não sabia muito bem como desenvolver esse capítulo. enfim, espero muito que gostem, respostas do capítulo anterior no próximo. 
beijos e até mais. 

10 comentários:

  1. me perdoa por não ter comentado no capítulo anterior 💝

    AR EU NÃO TÔ CONSEGUINDO LIDAR COM O WILMER TODO PREOCUPADO COM A DEMI

    CRISE ELES VÃO CONVERSAR AAAAAAAAAA, eu estive esperando por isso a minha vida inteira OBRIGADO MILE

    imaginando como a Alana vai ficar quando descobrir que o Joe é pai dela, com certeza ela vai ficar chateada com a Demi por ela não contado nada, mas ela é criança e não vai entender o porque da Demi ter feito isso e vai sera aquele fuzue todo (previ) ou não né

    Demi protegendo a Selena 💞

    SURTEI EU SABIA QUE A SELENA TINHA FICADO GRÁVIDA PORRA, sedenta pra saber mais sobre essa história

    aiai mais uma discussão do Joe e da Demi pra minha lista de quantas vezes eles discutiram em todas as vezes que se encontraramn, ansiosa pro próximo capítulo

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    1. não tem problema, eu entendo
      dilmer vai se aproximar cada vez mais por aqui... vamos ver no que vai dar essa relação deles
      vão sim e eu já escrevi essa parte.. .
      será que isso vai acontecer? eu ainda estou pensando em como ela vai descobrir... tenho três ideias diferentes e estou pensando na que vai se adaptar melhor
      sim, Selena já ficou grávida e na conversa que ela vai ter com a Demi eles vão conversar sobre isso
      a troca de farpas quando eles estão por perto é inevitável e eu adoro haha
      vou postar em breve, bjs

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  2. Aaaaaa Amei o Capitulo ❤
    Amo as sua fics são as melhores.
    Quero ver oq vai acontecer com Jemi quando forem ter a conversa.
    Quero treta kkkkk
    Quero q Jemi se peguem logo kkkkkk

    Ansiosa para o próximo capítulo..

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    1. ah fico feliz que tenha gostado, muito obrigado pelo carinho ♡
      essa parte já está escrita e vou postar em breve
      eles vão começar a se pegar em breve...
      vou postar logo, prometo

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  3. Estou no capítulo 18 e estou quase chegando Mile hahaha.
    Até onde li está tudo muito bom e eu adorei o foco em dilmer. Não falerei muito sobre os outros personagens porque ainda não sei o que aconteceu até agora mas espero conseguir ler tudo que falta em breve.
    Está muito boa e espero por mais.
    Beijos, Mirela.

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    1. eu fico feliz que esteja gostando, dilmer vai ser bem focado nos próximos capítulos e eles vão se aproximar muito
      eu entendo perfeitamente...
      muito obrigada ♡
      beijos

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