09/02/2019

42. My Strength


Joseph mexeu-se na cama e franziu o cenho ao encontrar o lado direito da cama vazio. Resmungou baixinho e abriu os olhos, ele olhou em volta do quarto e respirou fundo porque estava com muito sono, esticou o braço para alcançar o celular e xingou quando viu o horário na tela do aparelho. Duas e meia da manhã. — Demi? — A chamou e esperou alguns segundos, mas não obteve respostas. Ele levantou e alcançou a cueca box que estava jogada em um canto qualquer do quarto, vestiu e desceu as escadas. — Amor? — A chamou quando a encontrou sentada no sofá enrolada em uma manta, com um chá repousado no braço do sofá e o notebook no colo. — Ei, querida. — Demi ergueu a cabeça para olha-lo e sorriu levemente. — O que você está fazendo? — Perguntou se aproximando dela.

— Estou finalizando alguns detalhes do meu projeto da faculdade, eu estou no final da faculdade e preciso focar mais para não acabar reprovando em alguma matéria. — Falou focada em digitar no computador. Ela alcançou o chá e deu um gole, colocando-o de volta no lugar logo em seguida. — Sem contar que eu estou com cólica, desci para tomar um remédio e acabei perdendo o sono. — Olhou para ele e sorriu porque Joe estava praticamente dormindo sentado no sofá. — Amor, pode ir dormir, depois eu subo.

— Eu acho que você deveria ir dormir também, linda. São duas e meia da manhã e nós vamos acordar cedo amanhã, você vai acabar se sobrecarregando, é melhor ir descansar. — Deu um beijinho na testa dela e Demi fechou os olhos apreciando o carinho. — Vamos anjo, amanhã você termina e eu prometo que irei te ajudar. — Demi assentiu com a cabeça e salvou seu projeto no computador, deixou o notebook em cima da mesinha de centro e bebeu o restante do seu chá. — Sua cólica melhorou? — Perguntou enquanto eles subiam as escadas em direção ao quarto.

— A dor está mais fraca depois que eu tomei o remédio. Eu tenho certeza que se você me abraçar e me encher de carinho a dor vai passar e eu vou conseguir dormir perfeitamente. — Sorriu para ele assim que adentraram no quarto. Joseph sorriu e a puxou para deitarem-se na cama, ele a abraçou e encheu o rosto dela de beijos fazendo Demi gargalhar.

— Assim, amor? — Perguntou e Demi assentiu com a cabeça e um enorme sorriso no rosto. — Amo você, linda. — Falou a puxando cuidadosamente para um abraço carinhoso e gentil para não machuca-la. — Se você estiver sentindo dor me chama, o.k? — Demi assentiu novamente e suspirou quando Joe puxou o edredom para cobri-los. Era tão bom deitar nos braços dele e tê-lo assim tão pertinho a ponto de sentir a respiração dele.

— Boa noite, meu amor, eu te amo. — Demi disse se erguendo brevemente para dar um selinho nos lábios dele. Joseph sorriu fracamente porque já estava praticamente dormindo. Demi fechou os olhos e deixou se levar pelo sono que estava sentindo, naquela madrugada ela dormiu profundamente e sossegada porque estava nos braços do homem que ela tanto amava.

Por quantas horas havia dormido até o celular começar a despertar? Joseph não sabia, mas o corpo pedia por mais horas de sono, ele esticou o braço para desligar o despertador e riu baixinho quando Demi murmurou um "não" e virou-se de costas para ele para poder voltar a dormir. Sabia que a mulher havia dormido menos do que ele por conta das dores de cólica que havia a perturbado durante a noite e por isso deixou ela descansar. Joe levantou e caminhou até o banheiro preguiçosamente para fazer sua higiene matinal.

Quando ele adentrou no closet para vestir o terno, Joe percebeu que havia praticamente se mudado para o apartamento da namorada, ele passava mais tempo ali do que no seu próprio apartamento e já havia muitas roupas suas dobradas ao lado das roupas de Demi. Ele riu consigo mesmo e começou a se trocar, não era muito fã de roupas sociais, mas como teria algumas reuniões durante o dia com clientes importantes da empresa, ele precisava estar apresentável.

— Acorda, bichinho preguiça. — Acordar Demi era até uma judiação porque ela parecia dormir tão bem, mas era necessário. Ele a beijou no pescoço carinhosamente e tirou o cabelo do rosto dela. — Amor, acorda. — Demi franziu o cenho, se espreguiçando e fez uma careta escondendo o rosto debaixo das cobertas. — Eu vou preparar algo para comermos enquanto você se arruma, tudo bem? — Falou puxando o cobertor e Demi o xingou alto porque estava com frio e estava muito bom ficar debaixo dos cobertores. Joe riu e a beijou carinhosamente na bochecha, antes de sair do quarto em direção à cozinha.

— Bom dia. — Eles cumprimentaram o segurança juntos. Era tão bom poder finalmente andar com ele de mãos dadas, o segurança que cuidava do estacionamento sorriu para eles com o bom humor de sempre, e Joe chamou o elevador. — Você está melhor? — Perguntou quando eles adentraram o elevador, Demi riu assentindo com a cabeça e o abraçou pela cintura levantando a cabeça para conseguir olha-lo no olho.

— Estou amor, não precisa ficar preocupado, não é algo do outro mundo. — Joseph a beijou na testa e a abraçou pela cintura. — Você vai estar aqui na hora do almoço? Podemos comer juntos naquele restaurante mexicano que tem aqui perto da empresa, o que acha? Quando eu estou nesses dias eu adoro me permitir comer uma besteira. — Falou ansiosa, e até umedeceu os lábios ao pensar nos molhos mexicanos que eram tão bem temperados e gostosos.

— Vamos comer aonde você quiser, meu amor. — Ele segurou o rosto dela com as duas mãos e beijou-lhe na bochecha, a ponta do nariz e depois os lábios num selinho demorado. — Qualquer coisa manda mensagem, o.k? Eu estarei na minha sala.— Disse Joe quando o elevador parou no andar em que Demi trabalhava, ela assentiu, deu um selinho nos lábios dele e saiu do elevador.

— Bom dia, Isa. — Demi sorriu para Bella que estava apoiada em sua mesa claramente entediada mexendo no celular. — Tudo bem? — Bella assentiu deixando o celular de lado e focou os olhos na aliança que brilhava no dedo de Demi.

— Bom dia, Demi. E essa aliança no seu dedo? — Nada passava despercebido pelos olhos de Bella. A garota puxou a mão de Demi para analisar a aliança mais de perto e sorriu — É muito linda. Eu sempre desconfiei que Joseph tem um bom gosto, com todo respeito, mas eu tenho um crush nele. O quê? Ele é muito bonito, Demi. — Demi revirou os olhos com vontade e riu baixinho puxando sua mão. Joseph daria muito trabalho, a beleza dele chamava atenção das mulheres e Demi já havia ouvido várias vezes o nome dele na boca das mulheres da empresa.

— Ei, pode tirar os olhos do meu homem, Bella. Ele já está muito bem comprometido e tem até aliança no dedo. — Demi disse com um sorriso no rosto fazendo a amiga dar risada.

— É uma pena que mudaram as salas dos engenheiros, eu adorava admira-lo sempre que ele passava por aqui. — Suspirou com os olhos brilhando. Demi riu e deu um tapinha no braço de Bella, se a menina não fosse comprometida de aliança no dedo e tudo mais, Demi estaria morrendo de ciúme.

— Bom dia, meninas. — As duas viraram-se ao mesmo tempo e encararam Blake. — Demetria, eu enviei uma planilha no seu e-mail e preciso que você atualize ela para mim com os dados de todos os  clientes e depois tenho um projeto para você passar para o modo 3.D, preciso dessa planilha pronta até eu voltar do almoço, é para minha reunião com o cliente. — Aonde estava a educação daquela mulher? Demi respirou fundo e se despediu da amiga caminhando em direção a sua sala.

Mais uma semana estava começando. Demi deixou sua bolsa em cima da poltrona que ficava no canto da sala e sentou-se na cadeira confortável para começar a trabalhar, ligou o notebook e colocou o celular ao lado do notebook para o caso de chegar alguma mensagem importante ela conseguir visualizar e responder imediatamente.

Atualizar planilha era atividade mais entediante que havia na empresa pois ela precisava entrar no sistema da empresa e passar para a planilha todos os dados dos clientes da empresa, desde o nome até os projetos pelos quais eles estavam responsáveis. Quando costumava trabalhar com Wilmer, eram raras as vezes que ela precisou atualizar as planilhas, com Wilmer, ela tinha muitas atividades práticas e costumava visitar obras junto com ele para entender melhor o trabalho.

Demi não era o tipo de pessoa que reclamava por tudo, ela sempre dava o seu melhor em qualquer atividade que lhe era proposta à fazer e daquela vez não foi diferente, ela focou totalmente na planilha e atualizou todos os dados sem reclamar porque ela era paga para trabalhar e nem sempre iria trabalhar com o que gostava. Todo trabalho tinha seus altos e baixos, todos os trabalhos tinha a parte chata e com ela não seria diferente, teria os dias que ia ter que trabalhar com coisas chatas e entediantes.

A hora pareceu não passar, enquanto atualizava aquela maldita planilha, mas quando finalmente terminou, Demi salvou na rede da empresa e mandou por e-mail para Blake, ela agradeceu mentalmente e abriu o projeto de Henri porque ela precisava trabalhar nele, buscou pela pequena planta de rascunho que havia desenhado numa folha de sulfite e observou atentamente para depois passar para o programa 3.D. — Entra. — Disse assim que ouviu as batidas na porta. Ela sorriu quando Wilmer adentrou na sala, ele estava vestindo moletom e jeans surrado, sem contar os óculos de grau que davam um charme a mais no rapaz. — Wil, quanto tempo. — Sorriu e levantou para cumprimenta-lo com um abraço.

— Como você está? Eu estava no departamento e resolvi dar uma passada para saber como as coisas estão. — Falou puxando uma cadeira para sentar de frente para a mesa dela.

— Eu estou bem e você? Eu estava atualizando uma planilha para Blake e agora vou começar a dar vida para um projeto de decoração de um novo cliente da empresa. — Ela sentou novamente em volta da sua mesa e sorriu para ele.

— Eu me lembro de como você odiava atualizar as planilhas. — Demi riu assentindo e fez uma careta. — Eu estou bem, Demi. Eu estou trabalhando com um novo estagiário, ele ainda está no primeiro semestre da faculdade, está sendo difícil de lidar, sinto falta de trabalhar com você.

— Eu também, atualizar planilhas é muito chato. — Wilmer riu da careta dela. Ele observou a aliança no dedo dela e umedeceu os lábios. — Sinto falta de ir visitar as obras e aprender mais sobre o processo de construção, porém não tenho muito do que reclamar, estou trabalhando com projetos de reforma e decoração que é no que eu quero firmar a minha carreira.

— No que você firmar a sua carreira, você terá sucesso, Demi. — Demi sorriu para ele e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha. — Eu vou ser pai, Demi. Descobri hoje de manhã e não sei muito bem o que fazer. — Demi franziu o cenho ainda tentando assimilar o que o amigo havia acabado de falar. — Depois que nós... terminamos, eu comecei a sair com algumas mulheres, conheci Amanda em uma festa, nós ficamos juntos algumas vezes e hoje quando eu estava saindo para trabalhar, ela bateu na minha porta e jogou essa bomba na minha mão. Eu nem sei se essa criança é minha mesmo. Eu não sei o que fazer.

— Ei, calma. — Demi respirou fundo sem saber muito bem o que dizer. Ela segurou a mão dele para passar alguma confiança e o olhou nos olhos. — Se desesperar não vai mudar a situação. Você precisa manter a calma. Vocês conversaram?

— Não, ela só chorou e eu não consegui dizer nada, deixei ela no meu apartamento e vim trabalhar. Nós tínhamos uma reunião agora durante a manhã e eu acabei faltando, você foi a primeira pessoa para quem eu estou contando. Eu não sei se eu estou preparado para ser pai, eu sempre quis um filho, mas pensei que seria com uma pessoa com quem eu estivesse num relacionamento, não uma ficante.

— Bom, eu acho que a primeira coisa que vocês precisam fazer é conversar, senta com ela e conversa, tenta entender direito como isso acabou acontecendo, se você era o único cara com quem ela estava saindo e tudo mais... vocês vão ter que assumir com as consequências do ato de vocês. As mulheres ficam muito emotivas nessa fase então ela vai precisar muito do seu apoio, vocês dois são responsáveis por isso, não é apenas ela e não é apenas você, os dois.

— Eu não sei como isso aconteceu, eu sempre fui muito cuidadoso, sempre me protegi... como isso pode ter acontecido? Desculpa a pergunta, mas... você sabe como isso aconteceu com você? Digo, o momento exato em que você engravidou. — Demi assentiu com a cabeça lembrando perfeitamente da noite em que transou pela primeira vez em um lugar público com Joseph.

— Eu e Joseph fomos bem imprudentes, nós não nos protegemos, um tempo depois descobri que eu estava no meu período fértil, foi um xeque-mate perfeito. — Brincou fazendo Wilmer rir, era bom para descontrair aquele clima tenso que estava em volta dele. — Mas Alana foi o melhor acidente que aconteceu na minha vida, não foi fácil, mas já não me imagino sem a minha parceira do meu lado. Tudo tem um propósito nessa vida, Wilmer. — Dois toques na porta e ela foi aberta, Joseph adentrou na sala sorrindo, mas desfez o sorriso ao encarar Wilmer.

— Desculpa interromper. — Não havia ironia na voz dele. Ele realmente estava se desculpando porque adentrou na sala rapidamente sem a permissão de Demi. — Oi Wilmer, tudo bem? — Perguntou educadamente e Wilmer levantou para cumprimenta-lo com um aperto de mão. Demi observou os dois e mordeu o lábio inferior, eles eram muito bonitos e ela tinha um ótimo gosto para homens.

— Demi, eu estou indo. Obrigado pela ajuda, você é uma ótima amiga. — Demi sorriu e se despediu do amigo com um abraço pedindo para ele passar na sua sala mais vezes para que eles pudessem conversar mais. Quando Wilmer saiu fechando a porta, Joe se aproximou da namorada a segurando pela cintura e a beijou brevemente nos lábios.

— Eu acabei de sair de uma reunião e decidi passar aqui para saber se está tudo bem. — Falou alisando a bochecha dela com o dedão, Demi assentiu com a cabeça e sorriu boba o olhando porque Joseph estava muito bonito de terno, o cabelo charmosamente penteado para trás e aqueles olhos esverdeados que ela tanto amava.

— Tudo bem, Wilmer estava me pedindo conselhos. Ele descobriu que vai ser pai. — Joseph franziu o cenho e depois arqueou a sobrancelha. Demi assentiu com a cabeça e não resistiu a tentação de adentrar os dedos no cabelo dele. — Não conta para ninguém amor, eu não quero que isso se espalhe, ele descobriu hoje e está desesperado.

— Eu imagino que sim, mas eu não sabia que ele está namorando. — Falou repousando a mão no bumbum dela, Demi deu um breve selinho nos lábios dele e tirou a mão de Joseph do seu bumbum deixando repousada na cintura.

— Ele não está, ele e a garota não estão em um relacionamento. — Joe assentiu com a cabeça e depositou um beijinho no ombro dela. — Amor, o que você faria no lugar dele? Se descobrisse agora que eu estou grávida.

— Linda, você quer me dizer alguma coisa? Você não está grávida, está? — Perguntou a observando atentamente. Demi revirou os olhos e deu um tapa no braço dele se afastando para voltar a sentar-se na sua mesa.

— Eu não estou grávida, Joseph. Eu só quero saber a sua reação, o que você teria feito naquela época se eu tivesse conseguido te contar que estava esperando um bebê seu? — Joe segurou a mão dela conduzindo-a a ficar de pé para que assim ele pudesse sentar no lugar dela e fazê-la ela sentar de lado em seu colo.

— Bom, eu teria ficado desesperado, muito desesperado. — Ele não iria mentir, naquela época era um mulherengo que ficava com várias garotas ao mesmo tempo sem se importar com as consequências. — Mas eu acho que teria assumido, eu já sentia algo forte por você e eu estava disposto à acabar com tudo para ficar com você. Bom, se você quiser podemos fazer um irmãozinho para a nossa filha agora mesmo e ai você vai descobrir a minha reação quando me contar. — Sugeriu com um sorriso sapeca nos lábios, ele estava realmente falando sério. Demi negou prontamente com a cabeça e levantou do colo dele.

— Não, dispenso. — Riu da careta do namorado. — Eu estou naqueles dias, amor. Sem sexo por cinco dias. — A cara de desanimo de Joseph foi a melhor e não teve como não dar risada. Demi se aproximou e deu um selinho no biquinho emburrado dele. — Ei, nada de ficar emburrado.

— Você não vai ficar irritada por tudo e me bater, vai? — Como era dramático. Demi revirou os olhos e o expulsou da cadeira para que ela pudesse trabalhar.

— Talvez eu te bata por estar me atrapalhando. Que horas vamos almoçar? — Perguntou sem tirar os olhos da tela do computador. Joseph a beijou na bochecha e ficou atrás dela para fazer massagem nos ombros femininos. — Eu estou com tanta vontade de comer comida mexicana, amor.

— Podemos ir uma hora, pode ser? Eu vou ter mais uma reunião agora e quando eu terminar nós podemos ir. — Demi assentiu com a cabeça e fechou brevemente os olhos gostando da massagem que era feita pelas mãos masculinas e do beijo que Joseph lhe deu no topo da cabeça.

— Eu preciso ir agora se não vou acabar me atrasando, quando eu sair da reunião te mando mensagem. — Eles se despediram com um breve selinho. — Se o tal de Henri aparecer me manda uma mensagem, quero estar por perto. — Demi assentiu e antes que ele pudesse se afastar, segurou o rosto do namorado com as duas mãos e deu uma série de selinhos nos lábios dele.

— Amo você. — Disse com um sorriso de orelha à orelha. Joseph depositou um beijinho na testa dela e saiu da sala caminhando em direção ao elevador. Ele cumprimentou Isabella e apertou o botão que chamava o elevador. Como o elevador estava muitos andares abaixo, Joe buscou o celular no bolso para passar o tempo.

— Joe. — Blake sorriu ao vê-lo e o tocou no ombro. — Quanto tempo, como você está? — Joseph sorriu e cumprimentou a mulher com um breve beijo na bochecha. — Eu fui no seu apartamento ontem a noite, mas sua mãe disse que você não estava, eu precisava de ajuda com o meu chuveiro.

— Eu estou bem, e você? Ultimamente eu raramente fico em casa, tenho passado muito tempo com a minha filha e a minha namorada, você conseguiu arrumar o chuveiro? — Blake colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e fitou a aliança no dedo dele, aquela aliança não estava ali antes. Ela umedeceu os lábios e fitou os olhos esverdeados.

— Eu tive que pedir ajuda para o sindico, mas nós conseguimos. — Sorriu. — Então as coisas com Demetria estão mesmo sérias? — Perguntou quando eles adentraram no elevador. Joseph guardou o celular no bolso da calça social e assentiu encarando a amiga.

— Sim, nós estamos namorando sério. Eu, ela e a nossa filha somos uma família, eu quero muito me casar com ela e ter mais filhos, nós estamos em um bom momento e eu estou muito feliz. — E como sempre, ao falar de Demi e da filha o sorriso estava lá no rosto demonstrando como estava feliz e ele nem mesmo percebia.

— Eu fico feliz por você, Joseph. Você merece muito ser feliz. — Sorriu fraco e fitou as portas de metal. — Você vai participar da reunião? — Perguntou ao ver que apenas um botão do elevador estava acesso no andar que os levariam à sala de reuniões.

— Sim, nós vamos assinar com novos clientes e meu tio quer mostrar como somos uma equipe eficiente, eu acho que esses novos clientes vão dar um up na empresa, sabe? Vai deixar o nome da Mayer ainda mais conceituada no mercado. — Mayer era uma das melhores empresas no ramo de construção de Los Angeles, e Joe sabia dos planos que o tio tinha de ampliar ainda mais a empresa, abrindo filiais pelo país. As portas do elevador se abriram no andar onde as reuniões aconteciam e eles caminharam lado à lado conversando sobre negócios.

Mexer no programa de desenhos 3.D era tão divertido, mudar as cores dos móveis, das paredes, organizar tudo do jeito que queria, sem contar que dava para ter uma ideia realista de como a reforma ficaria depois de pronta. Demi podia passar o dia todo mexendo naquele programa que jamais cansaria, para ela era a melhor parte de todas.

O ramal tocou e ela atendeu prontamente, era Bella dizendo que Henri estava a caminho da sua sala e no mesmo instante batidas leves soou na porta. Demi pediu para que ele entrasse e ficou de pé para cumprimenta-lo com um aperto de mão. — Bom dia, Demi. — Henri disse sorrindo, Demi retribuiu o sorriso por educação e pediu para que ele sentasse. — Como você está?

— Eu estou bem e o senhor? — Perguntou desviando o olhar para encarar a tela do computador onde estava trabalhando. — Eu estava dando andamento no seu projeto agora mesmo. Eu coloquei essa estante branca, essa mesa de madeira da mesma cor e cadeiras pretas para dar um contraste legal. — Disse mostrando o projeto 3.D no computador para ele e quando percebeu o rosto dele estava próximo demais, ela se ajeitou na cadeira e virou o computador para que ele pudesse ver numa distância segura.

— Ficou ótimo, Demi. Tem como colocar um sofá e uma mesinha de centro também? Quando tenho conversas mais descontraídas com os meus clientes gosto de conversar no sofá bebendo um drink, entende? — Demi assentiu com a cabeça acrescentando o pedido do cliente no projeto. — Posso sentar ao seu lado para ver como está ficando? — Aquele frase deixou todos os sentidos de Demi atentos, ela até pensou em mandar mensagem para Joseph, porém lembrou que ele estava em reunião e achou melhor não atrapalha-los.

— Eu posso virar o notebook para você dar uma olhada. — Demi disse tentando soar o mais normal possível. — Creio que essa semana nós já podemos começar a dar uma olhada nos móveis. Você tem alguma preferência de loja? — Perguntou virando o notebook para que ele pudesse dar uma olhada no projeto.

— Não, eu sou um homem e não entendo nada dessas coisas, geralmente quando fazíamos reformas na minha casa, a minha ex esposa que acompanhava esse tipo de coisa, ela gostava de estar presente em todos os detalhes, eu apenas pagava a reforma. — Disse fazendo Demi rir. — Você tem um sorriso muito bonito, Demi. — Demi fechou o sorriso e franziu o cenho, puxando sua mão quando ele tentou toca-la.

— Certo, creio que na quarta-feira eu já posso começar a dar uma olhada nos móveis. Te mando as fotos por e-mail, pode ser?

— Eu posso acompanhar você nessa etapa? Eu quero estar por dentro de cada etapa desse projeto, ele é muito importante para mim. — Era algo que Demi queria muito negar, mas infelizmente ela não podia. — Ah, e eu quero conversa com você sobre mais uma reforma, decidi que quero reformar o meu quarto também. Se você quiser, na quarta-feira nós podemos passar lá para você conhecer o meu quarto e ver o que pode ser feito. — Aquilo havia sido tão nojento que Demi sentiu o estômago revirar, ele havia deixado bem claro a sua verdadeira intenção naquela frase de duplo sentido.

— Você precisa conversar com a minha supervisora sobre mais um projeto, ela fará o orçamento certinho para você e passará o projeto para um profissional. — Explicou levantando. — Eu finalizarei o projeto 3.D ainda hoje e mandarei para você por e-mail, entrarei em contato o mais breve possível para darmos uma olhada nos móveis. — Era um convite para ele se retirar da sala antes que ela acabasse explodindo e dizendo umas verdades na cara daquele homem.

— Certo, Demi. Estarei aguardando ansiosamente pelo seu contato. — Demi virou de costas revirando os olhos com vontade. Ele se levantou logo atrás dela e quando Demi tocou a maçaneta para abrir a porta, arregalou os olhos quando sentiu a mão dele tocar o final da sua cintura, bem próximo ao bumbum. Ela virou-se assustada e tirou a mão dele bruscamente da sua cintura.

— Qual é o seu problema? — Perguntou séria e com o tom de voz alto mostrando como estava irritada, o coração estava disparado no peito e ela estava assustada. No mesmo instante a porta da sala foi aberta e ela quase foi atingida porque estava atrás da porta.

— O que está acontecendo aqui? — Blake perguntou séria encarando Demi e Henri atentamente. Demi não sabia se sentia aliviada por ter mais uma pessoa na sala ou se chorava porque aquela situação era tão sufocante e triste. Por que as mulheres tinham que passar por aquilo? Ela merecia ser respeitada.

— Acredito que a Srta. Lovato tenha entendido errado, ela ia esbarrar no jarro de vidro e ia acabar quebrando, eu a puxei pela cintura para evitar um desastre. — Como ele podia ser tão cara de pau? Demi o encarou com o cenho franzido sem acreditar no que havia acabado de ouvir. — Bom, eu preciso ir, sinto muito se você entendeu errado, Demi. Fico aguardando o seu contato, até mais.

— Tchau Henri, me desculpa. — Blake falou se despedindo do cliente com um aperto de mão. Assim que o homem saiu pela porta, Blake fechou a porta e cruzou os braços encarando Demi com a sobrancelha arqueada. — O que foi isso, Demetria?

— Eu não quero mais trabalhar com esse homem, Blake. Ele fica insinuando coisas, toda hora tenta pegar na minha mão e se aproximar de mim. — As mãos estavam tremendo, Demi respirou fundo e umedeceu os lábios tentando segurar as lágrimas. — Ele tocou na minha cintura, ele não estava evitando desastre nenhum, o jarro está longe da porta.

— Henri é um cliente antigo meu e ele sempre foi muito respeitador, você deve ter entendido as coisas de uma maneira errada, Demetria. Ele é muito brincalhão e às vezes acaba falando coisas com duplo sentido. É só você ignora-lo, Henri é muito rico e vai trazer muitos lucros para essa empresa, eu demorei muito tempo para convencê-lo a se tornar cliente da empresa então é melhor você trata-lo bem e ser profissional.

— Ele me convidou para conhecer o quarto dele, Blake. — Como existia mulheres que não ficavam sensibilizadas com aquele tipo de situação? Demi respirou fundo e levou a mão até o cabelo sentindo o suor descer pela testa. — Eu não entendi nada errado, aquele homem estava me assediando na maior cara de pau e eu não sou obrigada à aturar essa situação só porque vai gerar lucros para empresa.

— Demetria, seja mais profissional, que tipo de arquiteta você quer ser com essas atitudes de adolescentes? Você disse que queria trabalhar na área de reformas e decoração, eu estou fazendo o meu melhor para instruir você nessa área e te dar esse tipo de projeto, então faça o favor de se dedicar.

— Está tudo bem? — Joe perguntou com o cenho franzido, ele só havia escutado a última parte da conversa quando adentrou na sala. Demi olhou para ele e umedeceu os lábios, ela não conseguiu conter as lágrimas que desceram pelas bochechas. Era a primeira vez que ela passava por uma situação como aquela no trabalho, nunca havia sido chamada atenção no trabalho porque sempre deu o seu melhor para ser uma boa profissional. — Demi, o que aconteceu? Demi? — A chamou novamente quando Demi negou com a cabeça. Ela respirou fundo se xingando mentalmente e limpou as lágrimas, só podia ser a tpm. — Blake?

— Não foi nada, Joseph. Um cliente tentou impedi-la de esbarrar no jarro e causar um estrago e ela acabou entendendo a situação de uma maneira diferente. Eu já conversei com ela e isso não vai mais acontecer.

— Não vai acontecer mesmo, Demi não vai mais trabalhar para esse homem. — Joseph disse sério puxando Demi para um abraço. Blake franziu o cenho e colocou uma mão na cintura, encarando Joseph com a sobrancelha arqueada como se aquilo fosse um absurdo.

— Eu sou a supervisora dela, Joseph. Demetria precisa aprender a ser profissional, ela vai trabalhar com muitos homens e ela não pode pensar que todo homem com quem ela trabalha está assediando ela.

— Quem toma a decisão aqui sou eu. — Ele não estava para brincadeira e estava atento como um leão feroz. Blake bufou alto e saiu da sala resmungando como estagiários davam trabalho. — Ei, eu estou aqui. — Joe a abraçou fortemente e beijou o topo da cabeça dela, deixando Demi se acalmar nos braços dele. — Eu vou te proteger de qualquer babaca que tentar te perturbar.

— Ele tentou tocar a minha mão, me convidou para conhecer o quarto dele e tocou a minha cintura, eu fiquei apavorada e com medo dele tentar fazer alguma besteira. Blake chegou na hora e ele disse que estava tentando evitar que eu esbarrasse no jarro de vidro.

— Esse homem é um babaca desgraçado e eu vou quebrar a cara dele se ele aparecer aqui mais uma vez. — Por que os homens tinham que ser tão idiotas e achar que as mulheres eram obrigadas à fazer o que eles quisessem? — Por que você não me mandou mensagem? Eu te disse para me avisar quando ele estivesse aqui.

— Você estava em reunião e eu não queria atrapalhar, pensei que eu conseguia administrar essa situação sozinha. — Disse um pouco mais calma, Joe limpou as lágrimas dela com o dedão e beijou-lhe na testa carinhosamente. — Blake está muito brava e ela nunca mais vai querer me dar nenhum projeto. — Resmungou baixinho e respirou fundo.

— Os estagiários estão aqui para aprender, Demi. Ela é uma profissional e sua supervisora, ela deveria estar aqui te instruindo e não pensando que isso é drama. Me passa por e-mail o que você já tem desse projeto que eu vou passa-lo para outro estagiário. Você está melhor? — Perguntou a observando atentamente, Demi assentiu com a cabeça e se sentou encarando o notebook. — Eu vou conversar com Blake e depois eu volto para irmos almoçar.

— Eu acho que vou comer algo por aqui mesmo, você pode ir buscar Alana na escola e leva-la para comer alguma coisa. — Deu os ombros sem olha-lo nos olhos. E quando Joe tentou argumentar, Demi foi mais rápida. — Joe, é sério. Eu não estou muito afim de sair. — Falou num tom de voz na qual ele conseguiu entender que ela não sairia dali e que não adiantaria ele insistir.

— Tudo bem, eu estou indo, qualquer coisa me liga ou manda mensagem. — Demi assentiu com a cabeça fitando o notebook como se houvesse algo muito interessante ali, mas havia apenas um projeto inacabado aberto na área de trabalho. Joe se aproximou dela, deu um beijo na bochecha e saiu da sala caminhando em direção à sala de Blake.

Ele bateu na porta e adentrou na sala assim que teve permissão. Blake falava com alguém no telefone e fez um sinal para que Joe sentasse na cadeira enquanto ela finalizava a ligação. Enquanto a mulher falava no telefone, Joseph tirou o celular do bolso para responder a mensagem da mãe. Blake finalizou a ligação e sentou em sua mesa, de frente para Joe. — Demi não vai mais continuar aquele projeto. — Falou calmo, porém sério. — Ela já tinha conversado comigo sobre esse tal de Henri antes, ela disse que ele estava mandando mensagens no celular pessoal dela tentando marcar um encontro.

— Joseph, Henri e a ex esposa dele são clientes meus há muito tempo, ele nunca faltou com respeito comigo, ele é muito brincalhão e com certeza falou algo brincando que Demi entendeu de uma maneira errada. Se ele fosse um louco doente eu jamais trabalharia com ele, vocês estão me colocando em uma situação aonde está parecendo que eu estou defendendo um assediador.

— Desculpa Blake, mas é o que está parecendo para mim, Demi não inventaria uma história assim à toa, eu conheço a mulher com quem eu convivo todos os dias, e eu acho que você como supervisora dela deveria ter entendido melhor a história. Você pode continuar o projeto ou passa-lo para outra pessoa, mas Demi não irá continua-lo.

— Eu entendo que você é o namorado dela e está preocupado, mas você precisa aprender a separar as coisas, aqui na empresa eu sou a supervisora dela e quem decide sou eu, se Demetria estivesse correndo algum risco eu estaria ciente, eu não vou deixar a sua namorada passar por nenhuma situação inconveniente, Joseph.

— Blake eu não vim aqui entrar em um acordo com você. Demi não vai trabalhar mais com esse homem, não tem conversa. — Blake respirou fundo e fitou umas papeladas que estavam em cima de sua mesa esperando pela sua assinatura. — Eu estou apenas te deixando ciente.

— Certo, já que você não quer que a sua namorada tenha contato com pessoas, vou coloca-la para atualizar planilhas, espero que você fique satisfeito e eu não quero ouvir reclamações. Agora eu tenho muito trabalho para fazer, fale para Demetria me enviar o que ela já tinha do projeto para o meu e-mail que eu mesma darei continuidade.

— Demetria é uma estagiária de arquitetura, não de administração para ficar preenchendo planilhas.— Joe disse levantando-se, ele saiu da sala e caminhou até o elevador para ir até sua sala pegar seus pertences para que pudesse ir buscar a filha na escola e depois ir almoçar.

A escola da filha não era muito longe da empresa onde eles trabalhavam e por isso não demorou quinze minutos para chegar até lá, complicado foi achar um lugar para estacionar já que havia muitos carros e ônibus escolares estacionados em frente à escola. Assim que um carro liberou uma vaga, Joe aproveitou para estacionar o carro com muita atenção porque havia muitas crianças e em áreas em que haviam escolas, a atenção tinha que ser redobradas porque crianças e adolescentes eram desatentas.

Ele adentrou na escola cumprimentando alguns funcionários e subiu as escadas que davam acesso à sala em que a filha estudava. A professora da menina já estava na porta e se despedia de alguns alunos, ela sorriu quando o viu e chamou Alana. A garotinha correu para abraçar a professora e se despedir com um beijo. — Oi, papai. — A pequena sorriu e ergueu os bracinhos para que Joseph a pegasse no colo. — Cadê a mamãe? — Perguntou olhando para os lados para ver se achava a mãe.

— Ela não pode vir, querida. — Beijou-lhe na bochecha e colocou a mochila da pequena nas costas, se despediu da professora e desceu as escadas. — O que acha de comprarmos comida e depois irmos fazer uma visita no escritório dela? Aposto que ela vai ficar muito feliz. — Disse olhando para o dois lados antes de atravessar a rua em direção ao carro.

— Eu acho que é uma boa ideia, eu preciso contar o que a gente fez hoje na escola, vocês não vão acreditar. — Falou animadamente. Joseph riu ao ver a animação da filha e abriu a porta ajudando a garotinha a sentar no banco e colocar o cinto de segurança, ele fechou a porta e rodeou o carro para sentar no banco do motorista.

— Eu estou ansioso para saber o que você fez hoje, princesa. — Deu partida no carro em direção ao restaurante após colocar o cinto de segurança e ver se o caminho estava livre. — Nós vamos comprar comida mexicana, o que você acha? — Perguntou sem tirar os olhos da estrada. — Sua mãe disse que está com muita vontade.

— Eu acho pizza muito melhor, mas tudo bem. — Deu os ombros. — Hoje foi dia de leitura, a professora disse que eu estou aprendendo a ler muito rápido. — Falou toda sorridente buscando o livro de leitura que havia pegado na escola. — Pai, depois lê pra mim? — Pediu folheando o livro para ver as figuras e desenhos.

— Claro, meu anjo. — Joseph virou para olhar para sua menina quando o sinal ficou vermelho, ele mandou um beijinho para ela e sorriu quando Alana fez o mesmo. A garotinha era tão fofa e parecia tanto com Demi. As bochechas cheias e redondas, o cabelo liso e loiro, o formato do rosto, a única coisa que Alana havia puxado dele eram os olhos estreitos e verdes.

Depois que eles passaram no restaurante para comprar comida mexicana, seguiram direto para a empresa. Alana era tão educada e simpática, ela cumprimentava todos os funcionários que via pela frente e todos eles paravam para conversar alguns segundos com a garotinha porque não tinha como resistir aos encantos dela e muitas pessoas que trabalhavam na empresa ficaram surpresos ao saber que Joseph tinha uma filha com Demi e ele estava apenas sorrisos por poder apresentar sua filha para todos e Demi como sua namorada.

— Surpresa! — Demi levou um susto quando a porta foi aberta e Alana adentrou correndo até os braços da mãe. Ela estava tão focada no trabalho que não percebeu a pequena movimentação do lado de fora da sala. Demi abriu os braços e recebeu sua garotinha com muitos beijos e sorrisos.

— Oi meu anjinho. — E sempre que Alana estava por perto o sorriso estava lá no rosto mostrando o quanto ela era feliz por ter aquela companheira de vida. — Que surpresa maravilhosa. — Disse separando o abraço para olhar a filha, ela colocou uma mecha do cabelo da garotinha atrás da orelha e beijou-lhe na bochecha. — Como você está?

— Eu estou bem, o papai me buscou na escola e nós trouxemos sua comida favorita. — Demi olhou para o namorado que estava encostado na porta observando as duas com brilho no olhar e depois olhou para a sacola com as comidas que ele estava segurando.

— Não queria almoçar sem você. — Joe disse se aproximando, ele se inclinou para dar um selinho nos lábios de Demi e deixou as sacolas em cima da mesa. — Gostou da surpresa? — Demi assentiu com a cabeça sem tirar o sorriso do rosto, ela não sabia se olhos brilhavam mais por olhar Joe ou Alana.

— Eu amei, eu amo vocês. — Falou curiando o que Joseph havia comprado no restaurante e no mesmo instante o estômago roncou porque ela estava faminta.

— Nós passamos na cantina para pegar pratos, talheres e copos. — Joe disse afastando as coisas da mesa para que ele pudesse colocar as vasilhas de isopor, era uma grande variedade de comidas, nachos, guacamole, burritos, tacos e alguns molhos de acompanhamento. Eles organizaram a mesa para que pudessem se servir e começaram almoçar os três ali mesmo, sem ninguém para incomoda-los ou olhares curiosos.

— Isso é muito bom. — Demi falou de olhos fechados dando uma mordida generosa no nacho com guacamole. — Como foi a escola hoje, querida?

— Hoje foi legal, foi dia de leitura e a professora disse que eu estou aprendendo muito rápido e por isso eu ganhei um adesivo de parabéns, está no meu caderno. Ah, e também hoje a professora levou o mascote da turma, é um camaleão, acredita? Ele é verde mas muda de cor, e nós colocamos o nome dele de Green porque não sabemos ainda se é homem ou mulher. — Falou empolgada e Demi e Joe prestava atenção em cada palavra dita pela pequena.

— Um camaleão? Uau, isso é muito legal. — Alana assentiu com a boca cheia de burritos. Demi sorriu observando os dois e pegou mais um nacho, aquilo estava uma delicia.

— A professora disse que o aluno que se comportar na semana que vem poderá levar o Green para casa e cuidar dele por três dias. — Bateu palmas animadas e Demi fez uma careta imaginando mais um bichinho em casa. Jesus, o apartamento estava muito perto de virar um zoológico. — Eu vou me comportar muito bem. — Sorriu de uma maneira fofa fazendo Demi arquear a sobrancelha e Joe sorrir encantado.

— Eu aposto que sim, querida. — Joe puxou Demi para dar um beijo na testa dela, Demi sorriu e deitou a cabeça no ombro dele enquanto se deliciava com a variedade de comida mexicana. — Estou ansioso para conhecer o mascote da sua sala, bebê. Eu vou subir na sala do meu tio antes da próxima reunião, preciso alinhar algumas coisas com ele.

— Alana precisa ir para o balé. — Demi o lembrou alcançando um burrito para dar uma mordida, ela não se cansava de tanto comer? A garotinha bebeu um gole do suco de laranja e franziu o cenho, negando com a cabeça.

— Eu posso ficar aqui? Eu não quero ir para o balé, eu quero ficar trabalhando com meu pai. — Demi conhecia muito bem aquele tom de voz da filha, era aquele tom de voz determinante que dizia que ela iria fazer uma birra caso alguém tentasse leva-la para o balé. — Eu posso ficar, papai? — Perguntou indo para os braços de Joseph.

— Eu não vejo problema nenhum. — Disse olhando para Demi que revirou os olhos para ele com vontade porque Alana já sabia que com o pai ela sempre conseguia o que queria, diferente de Demi que sempre era mais mais rígida. — Tudo bem, Demi?

— Eu sinto que qualquer dia desses vocês dois vão me deixar louca. — Resmungou dando uma mordida generosa no burritos porque não queria ficar brava. — Se a senhorita não se comportar eu vou ligar para a vovó Kim vir te buscar, estamos entendidas?

— Estamos capitã. — Falou colocando a mão na testa como se estivesse realmente falando com um capitão. Joseph riu enchendo a bochecha da filha de beijos e Demi mostrou língua para a garotinha, sentindo o coração cheio de amor por ter aquelas duas pessoas que a amavam tanto.


***

— Ei amor, calma. — Demi pediu assim que abriu a porta e Joe lhe agarrou distribuindo beijinhos pelas bochechas, pescoço e na boca dela. Eles haviam chegado no apartamento há poucos menos de trinta minutos, porém Joseph precisou passar no seu apartamento buscar algumas roupas e Demi preferiu ficar em casa com Alana porque em menos de uma hora ela teria que ir para faculdade.

— É que eu não consigo resistir a sua beleza. — Falou fechando a porta e virou-se para dar mais um selinho demorado nos lábios da amada. — Eu passei na padaria e trouxe croissant de presunto e queijo para você e cupcakes para Alana. — Demi franziu o cenho espiando a sacola de papel onde havia os pães francês quentinhos.

— Se Alana ficar doente você quem vai para o hospital com ela. — Resmungou adentrando na cozinha em busca de um prato. — E ela não está aqui. — Isso explicava o motivo do silêncio no apartamento. Se Alana estivesse em casa, a televisão estaria ligada num volume alto, a barulheira dos cachorros seria estridente e a pequena estaria tagarelando pelo apartamento.

— Aonde ela está? — Perguntou se abaixando para pegar Batman nos braços e acariciar os pelos embaixo da região do queixo do cachorrinho, ele até fechou os olhos para apreciar o carinho. — Ele está cada dia maior e mais gordo.

— Impossível não ficar gordo com Alana colocando ração para eles de cinco em cinco minutos. — Disse dando uma mordida no croissant que estava quentinho e o queijo derretido. — Alana foi brincar na casa do Mark, um amiguinho dela daqui do condomínio. —  Dessa vez quem franziu o cenho foi Joseph. — Aparentemente, ele é o melhor amigo da nossa filha, Alana o adora e eu também, ele é um garotinho muito fofo e educado. — Sorriu apenas para pirraçar o namorado que arqueou a sobrancelha.

— Eu quero ter uma conversinha com esse Mark.

— Não seja ridículo, Joseph. Ele é um bom garoto e eu gosto muito dele e ele tem uma ótima família. — Ele não iria resistir. Demi riu e se aproximou para beija-lo na bochecha e fazer carinho na orelha dele. — São apenas crianças.

— Eu sei, eu confio em você, amor. — Deu-lhe um selinho e Demi voltou a comer. Joe passou bons minutos brincando com Batman e observando Demi comer satisfatoriamente, ela até comeu um dos cupcakes que Joe havia levado para Alana. — Meu pai está vindo para Los Angeles, Demi.— Comentou sem olha-la. — Para uma audiência de divisão de bens, ele deve chegar ainda essa semana e eu fui chamado para comparecer.

— Como você está se sentindo sobre isso? — Perguntou rodeando o balcão para se aninhar nos braços dele. — Você é obrigado à ir?

— Eu não sei como eu estou me sentindo, eu já estou acostumado com a ausência dele, mas ainda sim é estranho para mim pensar que cada um vai seguir a sua vida como se nada tivesse acontecido, eu também acabei pensando no fato de que ele tem outra família, eu não penso muito nisso, mas hoje parei para pensar, eu tenho um irmão.

— Você não tem vontade de conhecê-lo?

— Às vezes. Eu sempre quis ter irmãos, muitos irmãos, mas não pensei que seria nessa ocasião, meu pai escolheu a família dele e eu não sei isso vai causar alguma rixa entre nós, e eu não sei como a minha mãe reagiria caso eu contasse para ela que quero conviver com meu irmão, ela é difícil. — Demi assentiu com a cabeça porque sabia como Kelly era uma mulher difícil. Ela o beijou na bochecha, e o abraçou fortemente adentrando os dedos no cabelo dele para fazer carinho.

— Independente da sua decisão eu estarei aqui para te apoiar no que for preciso, o.k? Amo você e você jamais estará sozinho, eu sempre vou estar aqui para segurar a sua mão. — Falou entrelaçando suas mãos e observou as alianças com os olhos brilhando de tanto amor que estava sentindo. — Amo você, bebezão. — O celular de Demi começou a vibrar no bolso traseiro da calça jeans antes mesmo que ela pudesse encostar os lábios nos lábios de Joe. Ela fez uma careta e tirou o celular do bolso, o nome da mãe de Ryan brilhava na tela e ela franziu o cenho.

— Oi Sra. Hutcherson.— Disse ao atender o telefone e encarou o namorado.

— Oi Demi, querida. — Pelo tom de voz da mulher, Demi soube que tinha algo de errado. — Por acaso você tem notícias do Ryan? Ele desapareceu desde sexta-feira e não conseguimos entrar em contato com ele, eu estou tão preocupada.

--

oooi meninas, tudo bem com vocês? 
voltei com mais um capítulo e espero de coração que vocês gostem, era para esse capítulo ter sido postado ontem a noite, mas quando eu estava revisando me bateu um cansaço tão grande que não consegui continuar e acabei indo dormir, essa semana foi bem estressante para mim, descobri que a minha saúde não está uma das melhores e eu preciso me cuidar para não acabar se tornando algo maior e mais complicado. enfim, por hoje é isso. 
posto o próximo assim que der. respostas aqui 

amo vocês e obrigada pela paciência em esperar pelos capítulos <3 p="">

12 comentários:

  1. Que amor! Posta mais ❤️
    Melhoras gatinha ❤️❤️❤️

    ResponderExcluir
  2. Incrível capítulo!
    Posta

    ResponderExcluir
  3. Meu Deus q fanfic e é essa toda hora uma confusão (estilo novela mexicana pa:adorl).
    Ps2:Não vejo a hora de ver a Demi com outra alana na vida dela será q ela ia surtar ou gosta mais do que deveria.
    Bjs posta logo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. confusão é meu segundo nome asjhfasjkf amo
      essas confusões são necessárias para os problemas serem resolvidos, porque a fanfic está no fim
      será que ela ia gostar? hmmm vamos ver

      Excluir
  4. Vc você melhor a cada capítulo posta mais bjs

    ResponderExcluir
  5. A gente que agradece pelo capitulo maravilhoso. Melhoras pra você, por experiência própria se cuide, nada é mais importante do que nossa saúde e bem estar. Beijos e até o próximo capítulo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. verdade, eu estou me cuidando direitinho e já sei o que aconteceu comigo assim fica mais fácil para me cuidar melhor, já estou bem e voltei com força total <3
      vou postar hoje, bjs

      Excluir