13/10/2018

35. I Love Her


Como era bom chegar em casa depois de um dia tão cansativo. Demi retirou o tênis e colocou a bolsa em cima da mesa de jantar, trancou o apartamento e retirou o celular do bolso traseiro da calça jeans, ela jogou-se no sofá e começou a responder as mensagens pendentes do celular, aproveitou para atualizar o Instagram e dar uma olhada no Facebook. Kim desceu as escadas e sorriu ao ver Demi deitada no sofá tão distraída enquanto mexia no celular, ela pigarreou e Demi sorriu desviando o olhar do celular para encarar a mulher mais velha. — Oi, querida. — Demi sentou no sofá e fechou os olhos quando recebeu um beijinho na testa, ela sempre conseguia sentir o carinho de Kimberlly por ela, era como se fossem mãe e filha. — Tem sopa para você dentro do microondas, Alana reclamou porque tinha muitos legumes, mas consegui fazer ela comer tudo. O amiguinho dela também jantou aqui o que facilitou para que ela comesse tudo. — Alana estava entrando em uma fase em que não queria mais comer alimentos saudáveis, ela só queria comer besteiras e no horário das refeições sempre dizia que estava sem fome. 

— Eu estou pensando em levá-la na nutricionista. — Disse pensativa e deixou o celular de lado. Demi colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e encarou a mulher sentada em seu lado, Kimberlly era uma mulher muito bonita e que já havia passado por poucas e boas na vida para conseguir criar Kristen sozinha. — Kim, a Kris está feliz com o relacionamento dela, ela faz planos para um relacionamento duradouro e sério com Stella, elas estão felizes juntas e para que tudo fique ainda melhor, ela só precisa do seu apoio, ela ama você acima de qualquer coisa e fica triste por não ter você ao lado dela nesse momento tão importante da vida dela. Infelizmente nós não escolhemos quem vamos amar. — O sorriso de Joseph tomou conta da sua mente e ela suspirou profundamente, se ela pudesse escolher, com certeza estaria longe daquele belo sorriso e daquele belo par de olhos esverdeados. 

— Joseph conversou comigo sobre isso, ele me disse algo que me tocou profundamente. — "O mundo lá fora é cruel, todo dia tem uma notícia diferente de um homossexual que foi encontrado morto ou levou uma surra na rua só porque estava andando de mãos dadas com a pessoa que ama. Pensa nisso, Kimberlly." Kimberlly suspirou ao lembrar das palavras de Joseph e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha. — Eu só preciso de tempo para aceitar a notícia, foi um impacto para mim ouvir que ela estava apaixonada por outra mulher, eu ainda estou tentando digerir isso. Eu preciso ir para casa, amanhã nos falamos. — Demi assentiu pensativa e observou a mulher ir embora. Joseph havia falado com ela? Demi não conseguiu evitar o sorriso que nasceu em seus lábios, ele era um amor. 

Ela subiu as escadas com o celular em mãos e adentrou no quarto da filha, a pequena dormia tranquilamente abraçada à sua boneca de pano, Demi beijou a bochecha dela e tirou alguns fios de cabelo que estavam no rosto dela, apagou a luz do abajur e saiu do quarto deixando a porta entre aberta para o caso de Alana chama-la durante a noite ela conseguir ouvir. Ao entrar em seu quarto, Demi deixou o celular em cima da cama e se despiu ficando apenas com roupas intimas, prendeu o cabelo em um coque alto e foi até o closet pegar um pijama confortável para dormir. 

Tomar um banho quente e relaxante foi a melhor decisão que ela poderia tomar naquele momento, o sabonete de frutas vermelhas era tão cheiroso e deixava sua pele macia, o banho não durou mais do que quinze minutos, ela vestiu um pijama quentinho e desceu para jantar a sopa que Kim havia preparado, jantou assistindo um programa qualquer da televisão e depois subiu para escovar os dentes e deitar em sua cama.

 O edredom branco e grosso a aquecia perfeitamente do frio que fazia lá fora e o ar condicionado estava ligado deixando o clima do quarto ainda melhor, Demi suspirou ao pensar que Joseph poderia estar deitado ali com ela naquele exato momento. Ela buscou o celular e abriu a foto de perfil do whats app de Joseph porque era muito bonita e ela nunca cansaria de admira-la, será que estava muito tarde para mandar uma mensagem? — "Estou sentindo sua falta". — Ela mordeu o lábio inferior e abraçou o travesseiro que Joseph costumava dormir quando estava no apartamento, ainda tinha um pouco do cheirinho dele e ela inalou profundamente. Segundos depois uma chamada de vídeo estava sendo solicitada e ela aceitou rapidamente com um sorriso nos lábios e o coração acelerado.

— Oi amor. — Joseph estava deitado numa cama de casal com os lençóis escuros, ele tinha o cabelo bagunçado e estava sem camisa. Demi sorriu e mordeu o lábio inferior. — Eu também estou sentindo a sua falta.

— Não demora para voltar, amor. Você me deixou mal acostumada e agora é difícil dormir sem você aqui para me abraçar e acariciar o meu cabelo. — Resmungou manhosa e sorriu o olhando tão apaixonada, céus, ela gostava tanto dele que seu coração acelerava no peito só de vê-lo. — O que você está fazendo? — Perguntou porque estava totalmente sem sono, ela poderia passar a noite toda conversando com ele.

— Eu estou terminando a última temporada de Criminal Minds, passei boa parte do dia assistindo série e comendo porcarias, amanhã eu vou resolver algumas coisas e ir no hospital fazer uma visita por lá. — Passou uma das mãos pelo cabelo e se ajeitou na cama de uma maneira mais confortável, fazendo Demi suspirar ao ver o músculo dele se flexionar.

— Não vá se meter em confusão desnecessária, por favor. — Pediu preocupada. O que ela mais queria naquele momento era evitar confusão, já tivera confusão demais nos últimos meses, só queria ficar em paz com Joseph e Alana. Sem nenhuma preocupação.

— Como foi com a minha mãe hoje? — "Péssimo" Demi pensou, mas não queria que ele arrumasse confusão com a mãe por causa dela. — Foi tranquilo ou ela disse algo que lhe deixou chateada?

— Foi tranquilo. Alana mostrou o apartamento para ela e as duas conversaram bastante, ela me questionou sobre o nosso relacionamento, mas está tudo bem. — Mentiu. Era desconfortável a maneira como Kelly tentava lhe fazer desistir de Joseph, mas não queria conversar com ele sobre aquilo, não queria confusão por nada, ela conseguia lidar com aquele detalhe.

— Tem certeza? Se ela tiver dito algo que lhe deixou chateada pode me falar que eu vou conversar com ela, ela é a minha mãe, mas eu sei como ela pode ser impossível quando quer.

— Está tudo bem, não há nada para se preocupar. — Sorriu e sentiu vontade de acariciar a barba que estava grande, ele ficava tão charmoso com a barba grande. — Eu tenho consulta amanhã no meu horário de almoço, quero ver se está tudo bem com a minha pressão e se posso parar de tomar os remédios. — Ela fazia aquelas consultas duas vezes ao ano só para saber se estava tudo certo com sua pressão.

— Vai dar tudo certo, amor. Se você quiser pode me ligar quando estiver lá.

— Está tudo bem, Kimberlly sempre me acompanha nessas consultas, ela é mais preocupada do que eu. — Riu baixinho, a pressão alta havia se dado por causa da gravidez de Alana, mas ela tomava os devidos remédios e a pressão dificilmente elevava, só quando ficava nervosa ou levava um susto muito forte.

— Eu fico mais aliviado em saber que você vai estar acompanhada, mas não esqueça de me ligar quando sair de lá, você precisa se cuidar, linda.

— Eu estou bem, é só um check up de rotina, está tudo sobre controle. — Bocejou. — O ano está acabando e eu me formo em dois meses, eu não vejo a hora de acabar com esse rotina louca de estudos, a faculdade consome todo o meu tempo e minha energia. — Resmungou sonolenta, fazendo Joseph rir baixinho e observar a carinha de sono de Demi, as sardinhas eram tão bonitas e a deixava tão fofa.

— Está acabando, você só precisa aguentar mais um pouco, se quiser ajuda com os trabalhos e provas pode me avisar, eu fui um bom aluno. — Piscou fazendo Demi gargalhar alto apesar do sono que estava sentindo. — Está rindo porquê? Eu estou falando sério! Apesar de ser um moleque que só queria saber de festas, eu conseguia tirar notas boas na faculdade, os professores nem acreditaram que eu me formei como um dos melhores alunos da sala. — Se gabou fazendo Demi revirar os olhos.

— Vou passar os meus trabalhos para você fazer para mim. — Ela jamais recusaria ajuda, estava exausta, só queria se formar. — Eu estou tão animada para me formar logo e finalmente conseguir dar uma vida melhor para a nossa filha. Joseph, você comentou algo sobre casamento com a sua mãe? — Se lembrou da conversa mais cedo com Kelly e de como ela parecia indignada.

— Eu comentei que pretendia me casar com você, mas no futuro, ela comentou algo com você? — Perguntou preocupado da mãe ter arruinado seus planos de pedi-la em namoro.

— Joseph, eu não estou preparada para casar, eu disse para irmos com calma... — Disse com receio de ser surpreendida com um pedido de casamento e ficar sem saber o que responder, casamento era um passo muito grande que ela ainda não estava preparada.

— Querida, não há com o que se preocupar, eu não estou planejando um pedido de casamento, o combinado foi irmos devagar e eu não vou quebrar o nosso combinado até eu ter a certeza que estamos preparados para dar esse passo no nosso relacionamento. — Demi assentiu mais aliviada e sorriu por saber que ele lhe entendia e partilhava do mesmo pensamento.

— Fico mais aliviada em saber que você me entende e pensa da mesma maneira que eu. — Bocejou novamente e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha, estava cada vez mais sonolenta.

— Eu sempre vou entender você, amor. Agora eu acho que está na hora de você ir dormir, você está com sono e precisa descansar.

— Conversa comigo até eu dormir. — Pediu e assim ele fez. Conversou com ela até ela não lhe responder mais porque tinha caído no sono, ele finalizou a chamada de vídeo e se organizou para dormir também, o dia seria longo.

DIA SEGUINTE
13:00 DA TARDE, CHICAGO

Indecisão. Era essa a palavra que definia Joseph naquele exato momento. Nas mãos haviam duas alianças delicadas e ele não sabia qual levaria, qual Demi gostaria mais? Ambas eram pratas, porém uma tinha o acabamento fosco com pequenos cristais cravejados em sua extensão e a outra era lisa com um detalhe de fio de ouro e uma zircônia cravejada. Ele encarou melhor as duas alianças e mordeu o lábio inferior, ambas eram lindas e ele tinha certeza que Demi gostaria até da mais simples que havia naquela loja. — Eu vou levar esse par. — Disse para a vendedora optando pela segunda aliança. Ele estava tão ansioso para voltar, havia tudo planejado em sua cabeça e seria tudo perfeito. 

— Aqui está, senhor. — A jovem vendedora lhe entregou uma pequena sacola com uma caixinha preta aonde havia o par de alianças, ele agradeceu e após pagar caminhou até onde o carro estava estacionado. Ele havia pegado o carro emprestado de Sophie e agora iria para o hospital onde se encontraria com ela. O dia estava nublado e ventava frio, as ruas de Chicago estavam pouco movimentadas e isso fazia com que o trânsito fluísse normalmente, ele se lembrava muito bem daquelas ruas e como passou noites acordado apostando corridas em rachas a ponto de sofrer um acidente que poderia lhe custar a vida. Céus, o que ele tinha na cabeça quando tinha seus vinte e poucos anos? 

O hospital ficava localizada no centro de Chicago, em uma área nobre da cidade. Ele estacionou o carro no estacionamento e se desfez do cinto de segurança, respirou fundo e saiu do carro ativando o alarme. Havia sido ali, naquele hospital, onde os piores momentos da sua vida havia começado, a ganância do seu pai, as brigas, as palavras de ódio. O celular vibrou dentro do bolso e ele sorriu ao ver a foto que Demi havia lhe mandando, era ela e Alana almoçando juntas. — "Estamos morrendo de saudade de você, papai. Volta logo, nós te amamos." — O áudio encheu seu coração de alegria. A voz de Alana era tão doce e meiga, o sorriso nos lábios dele nasceu automaticamente porque ele amava demais aquelas duas garotas.

Joseph caminhava tranquilamente pelos corredores do hospital tão conhecido por ele. Estava trinta minutos adiantado e por isso continuou seguindo pelo extenso corredor até chegar em uma porta branca onde havia uma placa escrito "Dr. Lovato". Joseph tinha planos de um futuro ao lado de Demi, ele não estava ali para brincadeira e achava importante que Alana crescesse em uma família unida e que ela tivesse contato com os avós. Dois toques na porta foi o suficiente para que ouvisse a voz de George o mandando adentrar. — Joseph? — A surpresa nos olhos dele era evidente. Clarice estava sentada de frente para o marido, ela olhou para trás e franziu o cenho. O que ele estava fazendo ali? — O que você quer aqui? — George perguntou se levantando e Clarice também se levantou porque o que ela menos queria naquele exato momento era uma briga entre aqueles dois homens.

— Eu vim conversar com vocês. — Joe fechou a porta da sala e encarou George. Eles tinham a mesma altura e quase o mesmo porte físico. Clarice colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e ajeitou o óculos de grau no rosto. — Demi sente falta de vocês. — Começou a dizer estudando a reação deles. — Sei que ela não reagiu bem a visita inesperada de vocês dois, mas ela realmente sente falta de vocês. Ela ficou muito mal com tudo o que aconteceu e pensa que perdeu a oportunidade de fazer tudo ficar bem entre vocês. — Clarice encarou o marido tentando controlar o sorriso que queria nascer em seus lábios, aquilo era o que ela mais queria, o perdão da filha e que eles fossem novamente uma família, ela queria fazer a coisa certa dessa vez. — Eu e ela estamos juntos e dessa vez é pra valer, eu reconheço que eu fui um tremendo filho da puta, eu a magoei, brinquei com os sentimentos dela, nada vai justificar o que eu fiz no passado, mas eu quero concertar o meu erro, mostrar que eu amadureci, eu quero ser um pai presente para a minha filha e um bom companheiro para Demi. Eu a amo, ela é a mulher da minha vida e eu não vou abrir mão dela.

— Eu não gosto de você, Joseph. — George disse sério o encarando com os braços cruzados. — Eu sabia que você era um problema, sabia que no momento em que você entrasse na vida da minha filha, você só traria dor de cabeça. Você diz que está arrependido e que ama a minha filha, mas não dou três meses para você voltar a fazer merda por aí, você é um Jonas, você é igual o seu pai. Bruce traiu Clarice com a sua mãe e agora trai a sua mãe com outra mulher, eu não confio em você.

— Você pode me comparar com qualquer pessoa do mundo, menos com o meu pai. — Era horrível ser comparado com uma pessoa como Bruce. Uma pessoa malvada que só pensava em seu próprio bem estar, que não se importava com ninguém ao seu redor e colocava as suas vontades acima de tudo e todos. Ele não era assim.

— Ah não? E o que diabos você está fazendo aqui? Acho muita coincidência Richard morrer e você aparecer no hospital. Aposto que o seu pai está te manipulando novamente, ele sabe que está prestes a perder a presidência do hospital e não vai querer sair por baixo, eu tenho certeza que você está aqui para ajuda-lo.

— Você pode me acusar do que quiser, George. Eu sei quem eu sou e suas palavras não me atingem, eu estou aqui por causa de Demi, foi nos meus braços que ela chorou quando vocês foram embora, eu sei o quanto ela ficou mal com toda essa situação entre vocês e eu queria tentar consertar as coisas. Eu não quero que a minha filha cresça no meio dessa bagunça entre vocês, mas eu não posso forçar vocês a nada. Vocês sabem o que é prioridade na vida de vocês, só não deixem que passem anos, Demi está esperando por vocês agora, mas pode ser que amanhã ela se canse e acabe acontecendo o que aconteceu comigo e meu pai. — O recado estava dado. Joseph saiu da sala e caminhou em direção ao elevador, ele realmente esperava que os pais de Demi tomassem uma atitude.

— Joseph! — Joe parou ao ouvir Clarice chamar seu nome e virou para olha-la. A mulher tinha um doce sorriso de esperança nos lábios. — Como ela está? — Perguntou ansiosa pela resposta, ela queria tanto fazer as pazes com a filha que não cabia no coração a ansiedade que estava sentindo.

 — Ela está bem. A faculdade está acabando e ela está ansiosa para se formar e seguir a carreira dela como arquiteta, ela ficaria radiante se vocês estiverem lá para ela no dia da formatura dela. 

— Você tem certeza que ela realmente nos quer de volta na vida dela? Eu reconheço que erramos muito feio com ela e se eu pudesse faria tudo diferente, mas eu também fiquei desesperada, na época, ela só tinha dezessete anos e estava esperando um bebê, eu não sabia como lidar com a situação e eu achei que o melhor para ela realmente fosse "escondê-la" na casa dos avós. Eu quero concertar as coisas, mas não vou suportar se ela me rejeitar mais uma vez. 

— Ela não vai te rejeitar, Clarice. Se você tivesse insistido um pouco mais da última vez que você esteve lá, ela teria cedido, ela sente a sua falta e me disse isso com todas as letras. Você é a mãe dela e não importa o que aconteça, ela sempre irá te amar, diga isso ao George também. 

— Eu vou dizer. Ele é um cabeça dura, mas eu não vou deixar que ele estrague tudo novamente. — Clarice sorriu e apertou a mão de Joseph, o pegando de surpresa porque ele não esperava aquela reação dela. — Como está minha netinha? 

— Cada dia mais linda e esperta. — E lá estava o sorriso nos lábios dele novamente. — Ela vai ter uma apresentação na escola no sábado e está super ansiosa. — Clarice sorriu e assentiu com a cabeça. 

— Que dia você vai embora? 

— Amanhã a tarde, não posso ficar muito tempo, tenho meu trabalho e Demi está cuidando de Alana sozinha, eu costumo ficar a noite com Alana para Demi ir à faculdade. 

— Você acha que eu devo ligar para ela? — Ligar ou ir até Los Angeles novamente? Clarice suspirou e mordeu o lábio inferior indecisa. 

— Com certeza, Demi vai ficar muito feliz. — As portas do elevador se abriram e antes que Joseph pudesse adentrar no elevador, Clarice segurou o braço dele e o abraçou fortemente o agradecendo diversas vezes. 

— Obrigada por cuidar da minha garota, Joseph. — Ele apreciou o carinho e se despediu da sogra com um breve beijo carinhoso, adentrou no elevador e apertou o botão para último andar que o levaria para a sala de Bruce. 

LOS ANGELES
14:30 DA TARDE 

Demi saiu da sala do doutor e sorriu para Kim que a esperava numa cadeira do lado de fora da sala. Ela havia ido fazer exames de rotina, como sofria com pressão alta desde a gravidez ela precisava fazer aquelas consultas pelo menos duas vezes no ano. — E então? — Kim perguntou levantando-se e pegando sua bolsa. Ela sempre acompanhava Demi naquelas consultas porque muitas vezes, Demi ficava enrolando para não ir ao médico porque ela odiava hospitais e se não fosse Kim e Kristen pegando no pé dela, ela não farias as consultas corretamente. 

— Ele acredita que o anticoncepcional está elevando a minha pressão, nada de bebidas alcoólicas e uma dieta regrada e com pouquíssimo sal, ele agendou uma consulta com a nutricionista para mim e eu vou aproveitar para levar Alana comigo porque ela está comendo muito mal. — Disse enquanto caminhavam para o carro. 

— E como você fará em relação ao anticoncepcional? Você não pode ficar sem se proteger, camisinha não é cem por cento seguro, nenhum método é cem por cento, mas o preservativo e o anticoncepcional juntos são mais eficazes. 

— Existe outros métodos, conversamos brevemente sobre o DIU e o Diafragma, mas antes de decidir eu preciso esperar o resultados dos exames e depois marcar uma consulta com o ginecologista, o bom é que eu não vou precisar ficar me lembrando de tomar o anticoncepcional. — Fez careta porque ir ao ginecologista era uma tortura para qualquer mulher, ela pedia a Deus para que não precisasse fazer nenhum exame. 

— Cuidado, Demi. Ainda está muito cedo para ter outro filho, você está terminando sua faculdade agora, precisa focar um pouco no seu futuro profissional. — Demi desativou o alarme do carro e abriu a porta do motorista. 

— Outro filho está totalmente fora de cogitação, eu já estou ficando louca com Alana, imagine mais uma criança? Eu quero focar totalmente no meu futuro profissional e crescer na minha profissão, eu não sei se o meu relacionamento com Joseph dará certo, mas ele já sabe que não teremos outro filho. — Falou assim que adentrou no carro e colocou o cinto de segurança. 

— Demi, Demi... — Demi riu baixinho e deu partida no carro. O que havia dito era sério, não queria outro filho, dava tanto trabalho cuidar e educar uma pessoa que seria dependente de você pelo resto da vida. Céus, só de pensar ficava arrepiada, ser mãe não tinha férias. 

Demi deixou Kim em frente ao condomínio e seguiu para a empresa. Ela precisava resolver uma parte burocrática do projeto e estava começando a se irritar porque ela odiava resolver burocracia, era para ela estar desenvolvendo a prática não focando em um monte de papéis e buscando assinatura de outros profissionais. Assim que pisou no andar em que estava trabalhando, avistou Blake conversando com um cliente, ela cumprimentou os dois educadamente e adentrou em sua sala afim de terminar todas as suas tarefas do dia, ela tinha pouco menos de duas horas para finalizar o seu expediente de trabalho. 

— Aonde você estava? — Blake perguntou adentrando na sala. Demi franziu o cenho e desviou o olhar dos papéis para fitar os olhos claros da loira. — Você já buscou a assinatura dos engenheiros? Faz mais de duas horas que você saiu para o almoço e eu preciso disso pronto ainda hoje.

— Eu estava no médico, tenho uma declaração de horas aqui comigo. — Demi abriu a bolsa e pegou a declaração. — Eu avisei para Adam antes de sair e ele me liberou. — A cara de Blake foi impagável, Demi tinha uma amizade direta com Adam e ele sempre ficava ciente de tudo o que estava acontecendo. 

— Certo, você acha que consegue me entregar esses documentos devidamente assinados ainda hoje? Eu realmente preciso desses papeis hoje. 

— Antes de ir embora, esses papeis estarão em sua mesa, Blake. — Demi disse educadamente porque não queria perder a paciência, ela estava com um bom humor e não queria deixar coisas insignificantes estragar o seu dia. Blake saiu da sala sem ao menos dizer um "obrigado" e Demi apenas ignorou focando na sua tarefa, teria que ter muita paciência para conseguir conviver com aquela mulher. 

Andar para lá e para cá atrás de assinaturas foi um ótimo exercício. Demi parou no bebedouro e bebeu um copo d'água em três goles, arrumou o cabelo e sorriu quando viu Bella correr em sua direção. Bella tinha seus dezenove anos e era uma linda garota, os cabelos eram ruivos e chamava atenção dando um belo contraste com a pele pálida, os olhos eram castanhos escuros e a garota parecia uma modelo, era alta e magra. Quando Demi a conheceu, ela parecia uma adolescente, meiga e tímida, mas agora estava se tornando uma linda mulher madura. 

— Demi! — Bella estava usando jeans e all star preto, ela abraçou Demi com força fazendo as duas cambalear para trás. Bella desfez o abraço com um enorme sorriso nos lábios. — Eu não estou grávida. — Disse dando pulinhos de alegria. Uma gravidez mudaria todo percusso que tinha planejado para a sua vida e ela estava feliz que não iria precisar alterar nada da sua trajetória. Nicholas se aproximou alguns segundos depois todo tímido e também com um sorriso nos lábios. — O teste de sangue confirmou que eu não estou grávida, o médico disse que eu estou assim por causa do estresse do trabalho e faculdade. 

— Se você está feliz com a notícia, eu fico feliz por você. — Demi sorriu e abraçou a garota novamente. Ela sabia como era difícil engravidar cedo. — Agora tomem juízo vocês dois e se protejam. — Falou dando um leve puxão de orelha em ambos que se entreolharam e sorriram envergonhados. — Um filho é uma grande responsabilidade e se vocês não estão preparados, façam sexo com segurança. 

— Nunca mais daremos esse vacilo, e temos outra novidade. — Bella disse toda sorridente e Demi franziu o cenho. — Estamos namorando sério. — Falou mostrando a aliança prateada no dedo. Demi sorriu e abraçou os dois sorridente, ela ficava tão feliz quando seus amigos estavam felizes. 

— Parabéns, meus amores. Eu espero que vocês sejam muito felizes, e Nicholas, muita paciência para aguentar essa garota. — Falou brincalhona dando um beijinho na bochecha de Bella. Eles ficaram alguns minutos conversando, mas Demi teve que voltar para o trabalho porque faltava pouco para ela finalizar mais um dia de trabalho. 

Alana estava a coisa mais fofa do mundo, ela estava com o cabelo preso em um coque e vestia sua roupa de balé. Ela estava sentada no chão da sala com um grupinho de amigas e compartilhava o seu lanche, assim que avistou a mãe, Alana levantou e correu até ela, pulando nos braços da mãe sabendo que Demi a pegaria sem deixa-la cair. — Você está cada dia mais pesada, criança. — Demi sorriu sentindo o carinho que recebia da filha, não tinha nada comparado a isso. 

— Mãe, meu pai ligou? — Alana perguntou arrumando o cabelo da mãe atrás da orelha. Demi sorriu e deu um beijinho na ponta do nariz da pequena. — Eu quero falar com ele, aprendi um novo passo e ele vai ficar muito orgulhoso de mim. 

— Tenho certeza que sim, anjo. Vamos para casa? — Alana assentiu e desceu dos braços da mãe para se despedir das amiguinhas e de professora. As duas foram para casa conversando sobre o dia de Alana na escola e cantando as músicas de Little Mix que tocava rádio. 

Alana adentrou no apartamento rodopiando, ela riu quando ficou tonta e caiu no tapete felpudo da sala e logo Batman estava pulando em cima dela e lambendo o rosto da menina que gargalhava alto e se contorcia brincando com o cachorrinho. Demi sorriu largamente ao ver aquela cena e não resistiu ao tirar uma foto. — Filha, não esqueça de ir trocar de roupa, eu vou preparar algo para você comer. — Alana estava tão focada na brincadeira com Batman que nem deu ouvidos a mãe. Demi revirou os olhos e caminhou diretamente para a cozinha lavar as mãos e começar a preparar o lanche da tarde para a filha. 

— Boa tarde família linda do meu coração. — Kristen disse adentrando na cozinha, ela abraçou a melhor amiga por trás e deu um beijinho na bochecha dela. — Como você está? — Perguntou toda sorridente, Demi franziu o cenho e encarou a amiga estranhando aquela animação toda.

— Eu estou bem, nem vou perguntar como você está porque pelo visto você está ótima, estava transando? — Perguntou secando as mãos no pano de prato para depois abrir a geladeira para buscar o leite para preparar uma vitamina de banana. 

— Estava sim e foi ótimo por sinal. — Falou mordendo o lábio inferior ao lembrar do momento com a mulher que ela amava. — Stella chupa como ninguém. — Sussurrou baixinho para Alana não ouvir e Demi não conseguiu conter a gargalhada alta ao ver a cara de satisfação da amiga. — Não faça essa cara, você está assim porque não transa há dias. 

— Eu estou morrendo de saudades do Joe. — Choramingou enquanto tirava as cascas das bananas. — Eu estou pedindo a Deus para ele voltar amanhã, nunca pensei que eu fosse sentir tanta falta dele, é tão bom dormir agarrada à ele, sentindo os braços fortes me protegendo. — Demi disse toda apaixonada fazendo Kristen revirar os olhos com vontade e pegar uma maçã na fruteira. 

— Você está toda apaixonada. 

— É porque ele é tão fofo! — Os olhos até brilhavam. — Você precisa ver como ele me manda mensagens fofas todos os dias antes de dormir e como diz que me ama, eu não sei... eu sinto que dessa vez é pra valer, que agora as coisas estão finalmente se ajeitando entre nós, e eu gosto de sentir isso. 

— Eu espero que ele não seja um idiota e te machuque porque se eu ver você derramando uma lágrima por causa dele, eu corto o pau dele fora e ele nunca mais vai enfiar no meio das pernas de nenhuma mulher. — Demi fez careta e Kristen lhe mostrou língua. — Como foi no médico hoje? 

— Tudo certo, ele acha que o anticoncepcional está aumentando minha pressão, eu fiz alguns exames e deve ficar prontos semana que vem, caso seja isso mesmo eu vou passar em uma consulta com o ginecologista para encontrarmos um novo contraceptivo adequado para mim.

— Até lá se proteja e nada de sexo sem camisinha. — Demi assentiu revirando os olhos porque às vezes Kristen a tratava como uma criança. Alana adentrou na cozinha e franziu o cenho olhando para a mãe. 

— O que é camisinha? — Perguntou curiosa segurando Batman no colo que estava quietinho no colo da dona. 

— Não é nada, é assunto de adulto. — Demi disse cortando as bananas em pequenas rodelas e colocando-as no liquidificador. Alana revirou os olhos como a mãe e colocou Batman no chão que caminhou até a lavanderia onde ficava os potinhos de ração e água, Kristen pegou a sobrinha no colo e encheu o rosto da garotinha de beijinhos. 

— Eu amo você, bebê. 

— Ei, eu não sou bebê. — Kristen arqueou a sobrancelha e encarou Alana que estava séria encarando a tia com os bracinhos em volta do seu pescoço. — Eu já sou uma mocinha. — Falou sem desviar o olhar de Kristen que sorriu encantada com aquele jeitinho meigo e fofo. 

— Você vai ser sempre o meu bebê sapeca que deixava sua mãe de cabelo em pé enquanto corria pela casa como um furacão derrubando tudo. — Alana riu e beijou a bochecha da tia se sentindo amada. — Você era terrível, Lana. Amo você. — Falou abraçando a menina pela cintura. 

— Eu também você, tia.

— Eu estou com ciúmes. — Demi disse encarando as duas com a mão na cintura. Kristen mostrou a língua para ela e depois a puxou para um abraço em família. Demi se sentia tão abençoada por ter aquelas pessoas em sua vida e para que tudo ficasse ainda melhor só faltava Joseph ali.


CHICAGO 
16:00 HORAS DA TARDE. 

Não estava nos planos de Joseph, Bruce não estar em sua sala. Ele queria tanto afrontar o pai por tudo o que ele havia feito para sua mãe, a traição, ele ter outra família e tudo mais. Ele e Sophie haviam almoçado juntos em um restaurante ali perto do hospital e aproveitaram para passar em uma loja para que Joseph pudesse comprar o presente da filha, foi um passeio rápido e descontraído apenas para Sophie tentar aliviar a tensão que estava sentindo. Sophie estava sentada na sala de reunião do hospital  que ficava no último andar, ela havia solicitado a presença de todos os médicos responsável por cada setor, o chefe da pediatria, do ambulatório, do pronto socorro e afins... Joseph adentrou na sala com um copo d'água na mão e entregou para a mulher que estava visivelmente abalada e nervosa. 

Bruce adentrou na sala e parou assim que seu olhar encontrou com Joseph. Ele coçou a barba mal feita e se aproximou para cumprimentar Sophie e Sally com um aperto na mão, ofereceu suas condolências e puxou uma cadeira para sentar. — Joseph. — Ele disse encarando o filho com a sobrancelha arqueada. Logo em seguida George adentrou na sala de mãos dadas com Clarice. Joseph, George e Bruce se encararam por um breve momento enquanto Clarice abraçava Sophie e Sally. A tensão chegava a ser palpável de tão notável que estava. 

— Boa tarde à todos. — Sophie começou a dizer após se certificar que os médicos de todos os departamentos estavam ali. — Como vocês sabem o meu pai foi diretor desse hospital por trinta e cinco anos. Durante trinta e cinco anos ele dedicou a sua vida ao que ele mais gostava de fazer que era dedicar o seu tempo para cuidar da vida de outras pessoas, durante o legado do meu pai ele conquistou prêmios e reconhecimentos para esse hospital e eu quero que isso continue, eu quero honrar a memória dele. 

— Eu irei fazer isso muito bem, Soph. A memória do seu pai sempre será honrada e eu darei o meu melhor para continuar sendo um bom presidente para esse hospital. — Bruce disse atrapalhando o discurso de Sophie. Joseph revirou os olhos para o pai e Sophie sorriu fracamente. 

— Essa semana fizemos a abertura do testamento do meu pai onde ele deixou o seu último pedido e eu irei realiza-lo com muita alegria. — Sophie sorriu quando a mãe entrelaçou suas mãos e sorriu lhe passando apoio e força naquele momento tão difícil. — No testamento em que meu pai deixou, ele foi claro ao dizer que a partir do dia da abertura daquele testamento, eu seria a mais nova presidenta do hospital. — Era difícil dizer o que cada um naquela sala estava sentindo. Alguns sorriam emocionados, outros estavam confusos e outros surpresos. — Senhor Jonas, eu agradeço sua dedicação durante esses anos, mas a partir de agora eu irei assumir a presidência, assim como meu pai desejava. 

— Desculpa o comentário, mas você não tem experiência para isso Sophie. Você é uma psicóloga que está começando a carreira, ser presidente de um hospital exige anos de experiência. — Bruce disse sério encarando Sophie com a mandíbula trincada. — Seu pai não deveria estar no melhor estado quando tomou essa decisão. 

— Meu pai estava em perfeito estado quando a decisão foi tomada, Sr. Jonas. Inclusive o Sr. Lovato estava com ele durante a assinatura do testamento, pode nos contar como meu pai estava naquele dia, George? — Era uma lembrança distante, mas ao mesmo tempo viva em sua memória. Havia sido durante um almoço em família, Richard havia o chamado no escritório junto com seus dois irmãos e um advogado para serem testemunhas daquele testamento. 

— Seu pai estava em perfeito estado quando ditou as divisões de bens que estão naquele testamento, ele estava feliz e dizia que você seria uma ótima presidenta para o hospital. Ele acreditava em você, apesar de que naquela época você ainda estava se formando. 

— Como o Sr. Jonas disse eu não tenho a experiência necessária para esse cargo e por isso eu quero contar com a ajuda da Sra. Roberts, ela é chefe da ala de pediatria e trabalha nesse hospital há mais de quinze anos, meu pai sempre falou muito bem dela e por isso quero contar com a ajuda dela para essa nova jornada. Além da minha família que estará comigo nessa nova jornada, eu espero poder contar com a ajuda do Sr. Lovato também, além de um grande amigo do meu pai, tem o conhecimento que será de grande ajuda. 

— Você pode contar comigo para o que precisar, Sophie. — George sorriu. Ele amava aquele hospital e Richard era um homem muito sábio, se ele havia tomado aquela decisão era porque seria bom para o crescimento do hospital e ele faria tudo o que pudesse para contribuir no crescimento. Sally sorriu e apertou a mão de George como agradecimento pelo apoio. 

— Bruce, eu agradeço o seu esforço e dedicação durante esses anos em que você ficou na presidência, mas o meu pai sabia o que seria melhor para o hospital e se ele acha que o melhor é eu ficar na presidência, eu irei honrar a vontade dele. Você voltará para o cargo de médico geral. 

— Você vai afundar esse hospital. — Bruce disse com o tom de voz elevado. — Não é possível que eu sou o único que consigo ver a bagunça que esse hospital irá se tornar com essa criança no poder. — Falou indignado e saiu da sala batendo a porta com força, Joseph aproveitou que todos estavam conversando para seguir o pai. — Eu aposto que tem dedo seu nisso tudo, você voltou apenas para fazer a cabeça da garota contra mim. — Bruce disse assim que viu Joseph atrás dele. Ele se aproximou e empurrou Joe pelo ombro.

— Não, pai, pelo contrário. — Sorriu irônico. — Eu não precisei mover um dedo para que tudo isso acontecesse, você foi o único culpado de tudo. Você e a sua ganância. Você destruiu a nossa família, você traiu a minha mãe e me manipulou para fazer suas vontades, você cavou a sua própria cova. Você é uma pessoa desprezível e vai acabar sozinho, eu não dou muito tempo para sua amante descobrir o cara horrível que você é e meter o pé na sua bunda. Eu agradeço á Deus por livrar a minha mãe de um cara nojento como você. — Bruce acertou o soco no maxilar de Joseph o fazendo cambalear para trás e bater as costas na parede fazendo um barulho alto. 

— Seu moleque, eu sempre te dei tudo, nunca deixei faltar nada. Você e a sua mãe são dois mal agradecidos, tudo o que vocês conquistaram foi graças a mim, vocês deveriam beijar os meus pés e me agradecer. 

— Você é um velho doente, ganancioso que precisa se tratar. — Bruce puxou Joseph pela gola da camisa e quando estava pronto para lhe dar mais um soco, ele foi empurrado por George. 

— Solta o garoto. — George o puxando pelo braço para longe de Joe. Bruce ainda tentou se desvencilhar, porém dois médicos estavam ajudando George a segura-lo, ele respirou fundo e encarou Joseph com a mandíbula trincada e a raiva no olhar dele era visível.

— As coisas não vão ficar assim, Joseph! Você vai me pagar por tudo o que está fazendo. — Seu pai só podia ser um doente. Não tinha outra explicação. Bruce se soltou bruscamente e saiu caminhando apressado para o elevador, Sophie se aproximou de Joseph para verificar se ele estava bem.

— Eu estou bem, Soph. Não precisa se preocupar. — Sorriu gentilmente para Sophie e passou a mão pelo local aonde havia sido atingido. — Eu vou estar esperando por vocês no estacionamento. — Disse e saiu sem dar chances para Sophie responder.


LOS ANGELES
APARTAMENTO DA DEMI

Demi estava sentada na mesa de jantar ao lado de Alana. Ela estava ajudando a filha na lição de casa antes de ir para o veterinário buscar Lucky. Alana estava concentrada nas continhas de matemática e Demi explicava para a filha como funcionava. — Você entendeu? — Perguntou após explicar, Alana fez careta e assentiu. — Tudo bem, tenta resolver esse e qualquer coisa me chama. — Disse ao sentir o celular vibrar no bolso traseiro do jeans, ela pegou o celular e sorriu ao ver o nome de Joseph brilhar na tela. — Oi, querido. — Demi se sentou no sofá e cruzou as pernas para ficar mais confortável.

— Oi, amor. — Joseph sorriu ao ouvir a voz doce e calma dela. Ele estava sentando no banco do motorista do carro, dentro do estacionamento do hospital. — Você está bem? — Ele não queria preocupá-la, deixaria para contar tudo o que aconteceu quando estivesse em casa. 

— Estou bem e você? Como estão as coisas por aí? 

— Eu estou melhor agora falando com você. — Suspirou. — As coisas por aqui estão difíceis, eu estou indo embora amanhã, vou comprar a passagem assim que chegar no hotel. Estou com saudades de vocês. 

— Nós também estamos com saudades. — Demi sorriu encarando o teto e mordeu o lábio inferior, ela estava tão apaixonada que chegava a ser estúpido. Não via a hora dele voltar para casa para poder matar a saudade do jeito que queria. — O que aconteceu? Parece que você está chateado com alguma coisa. 

— Não quero que você fique preocupada, linda. Quando eu chegar conversamos sobre tudo, eu tenho uma surpresa para você. — Falou para mudar de assunto porque não queria entrar em detalhes da briga naquele momento. Demi sorriu e franziu o cenho imaginando o que poderia ser aquela surpresa. 

— Você não deveria ter falado isso, você sabe como eu sou curiosa e eu não vou sossegar enquanto você não me dizer o que é. — Alana franziu o cenho olhando para a mãe que tinha um enorme sorriso no rosto. A pequena levantou da cadeira e foi até ela. 

— Com quem a senhora está falando, mamãe? — Se Demi era curiosa, Alana conseguia ser duas vezes mais. Demi se assustou e encarou a filha com um sorriso, ela estava tão envolvida na conversa com Joseph que nem havia notado a presença de Alana na sala. 

— Com seu pai, querida. 

— Eu quero falar com ele também. — Alana disse pulando em cima do sofá. Demi tirou o celular da orelha e colocou no viva-voz para a filha participar da conversa com eles. — Papai eu estou com muita saudades, volta logo. A mamãe estava com um sorriso bem grandão no rosto porque estava falando com você. — Demi franziu o cenho e sentiu as bochechas corarem porque ela nem havia notado que sorria enquanto falava com Joseph. 

— Oi meu amor, eu também estou com muita saudades e amanhã mesmo eu estou voltando para matarmos a saudade, comer muitas pizzas e fazer maratona de todos os filmes da Barbie. 

— Eu não vejo a hora. — Alana falou sorridente enquanto pulava no sofá. — A mamãe deixou eu fazer uma festa do pijama no sábado, eu convidei todas as minhas amigas da escola e do balé, vai ser muito divertido, vamos ficar acordadas até tarde. — Para Alana, ficar acordada até tarde era coisa de gente adulto. Demi fez careta ao imaginar a bagunça que ficaria no apartamento, elas haviam combinado apenas quatro amiguinhas. 

— Eu aposto que vai ser muito divertido, filha. 

— Quando você comprar a sua passagem, me avisa o horário do seu voo, eu vou te buscar no aeroporto. — Demi disse. — Alana, para de pular se não você vai cair. — Chamou a atenção da garotinha e voltou a prestar atenção no celular. 

— Não precisa se preocupar, linda. Pode ser que eu chegue de madrugada, não quero te incomodar. Hm, eu preciso ir agora, eu te ligo quando você chegar da faculdade, pode ser? 

—  Pode sim, querido. — Eles se despediram. Demi suspirou com um sorriso nos lábios e mandou Alana voltar a fazer a lição de casa quando percebeu que a filha estava tentando lhe enrolar para não fazer a lição.  — Se você não fizer a lição, você não vai buscar o Lucky comigo. — Demi disse indo até a cozinha pegar um copo de vitamina, depois que buscasse Lucky no veterinário iria para faculdade. 

— Batman, Lucky vai voltar para casa e o papai também. — Alana disse para o cachorrinho deitado no pé da cadeira. Ele levantou as orelhinhas e encarou Alana com curiosidade como se estivesse entendendo o que a menina dizia. O celular de Demi vibrou novamente e ela desbloqueou o aparelho para ler a mensagem, era Ryan avisando que tinha chegado. Ele iria com elas ao veterinário. 

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não finalizei da maneira que eu planejei, mas vai ter continuação... enfim, me digam o que acharam nos comentários. a demora se deu pelos mesmos motivos de sempre: faculdade. eu não aguento mais, só quero férias :( é isso meninas, eu volto assim que o próximo estiver pronto, estou tendo provas e finalizações de projetos/trabalhos então creio que vai demorar. 

respostas dos comentários aqui | até o próximo e obrigada por serem tão pacientes. 


8 comentários:

  1. Capítulo maravilhoso como sempre não demora pra posta pelo amor de deus

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    1. aaaaah muito obrigada amore ♡
      vou postar no sábado sem falta, o capítulo ficou grande como recompensa, haha
      bjs

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  2. Adorando demais essa fic, esse capítulo foi maravilhoso, não vejo a hora de um hot Jemi, digno de tremer as pernas kkkk boa sorte na faculdade

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    1. aaah eu fico muito feliz em saber disso de verdade, vamos ter um hot em breve digno de tremer as pernas e eu vou dedicar a você hahahaha
      obrigada mana, eu realmente estou precisando, não vejo a hora de entrar de férias para me dedicar totalmente ao blog

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  3. Leitora nova hahahahaha
    Estou amando a história,não demore a postar 😍😍

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    1. seja bem vinda ♡
      eu fico feliz em saber que está gostando ♡
      vou postar no sábado sem falta, bjs

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